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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE FISIOTERAPIA DISCIPLINA FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR Professor Nildo Campos Rangel Neto UNIDADE I ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA CARDIOVASCULAR Fatores de risco coronariano Dislipidemia Fumo Síndrome metabólica / Diabetes mellitus Prevenção primária e secundária Atividade física VÁLVULAS CARDÍACAS MÚSCULOS CARDÍACOS MIOCÁRDIO PROPRIEDADES DO MIOCÁRDIO Automaticidade Excitabilidade Condutividade Contratilidade FATORES DE RISCO CORONARIANO O termo fator de risco (FR) descreve aquelas características que, quando encontradas em indivíduos saudáveis, estão associadas de forma independente com a manifestação subsequente de uma determinada doença. Pode ser definido como qualquer traço ou característica mensurável de um indivíduo que possa predizer a probabilidade desse indivíduo vir a manifestar uma determinada doença. MORIGUCHI, 2002 DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA Doença ocasionada pela obstrução do lúmen vascular coronariano decorrente do depósito de gordura. Representa uma das principais complicações cardíacas e uma das maiores causas de morte no mundo. FATORES DE RISCO CLÁSSICOS Os primeiros FR para DAC identificados através da utilização de um método adequado (estudo longitudinal de coorte), derivados dos primeiros relatos do Estudo de Framingham foram níveis elevados de colesterol, hipertensão e hábito de fumar. DAWBER, MOORE, MANN (1957) Farrel et al. MSSE 30(6): 899-905, 1998 “NOVOS” FATORES DE RISCO Atualmente, novos marcadores de risco têm prenunciado a eficiência na detecção e prevenção da aterosclerose. Eles vêm determinar aqueles casos em que pacientes aparentemente sem risco acabam por desenvolver placa de ateroma e posterior evento coronário. Lipoproteína (a) - Lp(a) - é uma macromolécula produzida no fígado formada por um núcleo com semelhança química à LDL (a associação com outro tipo de gordura: os fosfolipídios oxidados – aumenta em até dezesseis vezes a propensão ao entupimento arterial (SANTOS e MARANHÃO, 2000). Homocisteína (HCY) - Elevações deste aminoácido formado durante o metabolismo da metionina têm sido associadas a disfunção endotelial, trombose e maior severidade da aterosclerose(NYGARD, NORDREHAUG, FEFSUM, 1997). Proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-as) - A PCR-as é um marcador do processo inflamatório em indivíduos sadios. (Limitações: não se aplica a fumantes, portadores de osteoartrose, obesos, diabéticos, mulheres sob terapia de reposição hormonal, durante o uso de antiinflamatórios ou na presença de infecções (RIDKER, 2001). Fatores hemostáticos - O fibrinogênio e outras variáveis hemostáticas (antígeno do PA-1 e t-PA) têm sido associados ao risco cardiovascular (YARNELL et al, 1991). Escore de Framingham Revisado para Homens Categoria Evento cardiovascular maior (ECV) Baixo <10%/ 10 anos Moderado 10 a 20%/ 10 anos Alto >20%/ 10 anos Escore de Framingham Revisado para Mulheres Categoria Evento cardiovascular maior (ECV) Baixo <10%/ 10 anos Moderado 10 a 20%/ 10 anos Alto >20%/ 10 anos DISLIPIDEMIA A dislipidemia é definida como distúrbio que altera os níveis séricos dos lipídeos (gorduras). Outros nomes: hiperlipidemia ou hiperlipoproteinemia É considerada como um dos principais determinantes da ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) e cerebrovasculares, dentre elas: Aterosclerose Infarto agudo do miocárdio (IAM) Isquemia do miocárdica (DAC) Acidente Vascular Encefálico (AVE) ANVISA (2011) DISLIPIDEMIA Alterações do perfil lipídico: Colesterol total alto Triglicerídeos (TG) alto Colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-c) Níveis elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c). GRUPOS DE RISCO Idade e sexo: homem com mais de 45 anos / mulher com mais de 55 anos História familiar precoce de aterosclerose (parentes de primeiro grau com menos de 55 anos para homens e menos de 65 anos para mulheres) Hipertensão arterial Tabagismo Diabetes Mellitus SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA (2012) VALORES DE REFERÊNCIA CLASSIFICAÇÃO hipercolesterolemia isolada Somente colesterol aumentado. hipertrigliceridemia isolada Somente triglicerídeos aumentados. hiperlipidemia mista e HDL-C baixo Colesterol e triglicerídeos aumentados e HDL baixo. THOMPSON (2004) DISLIPIDEMIA Os níveis de lipídios na corrente sanguínea estão associados: Ao hábito de praticar exercícios; A ingestão de bebidas alcoólicas, carboidratos e gorduras; Ao índice de massa corpórea; A idade OBESIDADE E SEUS AGRAVANTES TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO Atividade física Hábitos saudáveis de alimentação Cessar com o tabagismo e o etilismo A atividade física regular e a redução do tabagismo e do etilismo reduzem os triglicerídeos e aumentam o HDL sem reduzir o LDL. TRATAMENTO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO De maneira geral, os hipolipemiantes, devem ser empregados quando não houver efeito satisfatório do tratamento não medicamentoso ou na impossibilidade de aguardar seus efeitos. Grupos de medicamentos em destaque: Estatinas, Ezetimiba, Colestiramina, Fibratos e Ácido nicotínico. TABAGISMO E DAC TABAGISMO E DAC A OMS estima que em países desenvolvidos, 26% das mortes masculinas e 9% das mortes femininas podem ser atribuídas ao tabagismo. Desta forma, o tabagismo é uma importante causa de morte prematura em todo o mundo. WITSCHI (2001) Um estudo demonstrou que fumar diminui a expectativa de vida em até 10 anos e que quase metade dos fumantes morrem por doenças causadas possivelmente pelo cigarro (como câncer, doenças cardiovasculares e infartos). RICHARD et al (2004) No Brasil, o tabaco é responsável por mais de 200 mil mortes por ano, sendo 15 mil somente no Estado de São Paulo. OPAS/OMS (2002) TABAGISMO E DAC O hábito de fumar é responsável por mais mortes do que todas as outras drogas psicoativas juntas. (INCA, 2008) O consumo do tabaco é um fator de risco para seis das oito causas principais de morte no mundo: Doenças cardíacas isquêmicas Acidentes vasculares cerebrais Infecções das vias aéreas inferiores Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Tuberculose e cânceres de pulmão traqueia e brônquio (OLIVEIRA; VALENTE e LEITE, 2008) A nicotina é a droga psicoativa que mais causa dependência. (ROSEMBERG, 2004) TABAGISMO E DAC A nicotina presente no tabaco causa doenças cardíacas porque: 1. Diminui a quantidade de oxigênio que chega até coração (aterosclerose); 2. Aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca; 3. Aumenta a coagulação do sangue e danifica as células do interior das artérias coronárias e outros vasos sanguíneos. TABAGISMO E DAC A cessação do hábito de fumar diminui o risco coronariano em cerca de 50% no primeiro ano e para valores próximo dos não-fumantes dentro de 2 a 10 anos. Além disso, eleva o colesterol HDL em aproximadamente 10% em 1 mês, e reduz a agregação plaquetária. (ANVISA, 2012) SÍNDROME METABÓLICA Pode ser definida como um grupo de fatores de risco interrelacionados, de origem metabólica, que diretamente contribuem para o desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) e/ou diabetes do tipo 2. Fatores de risco metabólicos: 1. Dislipidemia aterogênica (hipertrigliceridemia, níveis elevados de apolipoproteína B, partículas de LDL-colesterol pequenas e densas e níveis baixos de HDL-colesterol); 2. Hipertensão arterial; 3. Hiperglicemia e um estado pró-inflamatório e pró-trombótico. GRUNDY et al (2005) FATORES DE RISCO Excesso de peso (é o principal fator de risco para o desenvolvimento da SM). Resistência à insulina (que geralmente acompanha a obesidade). Idade avançada Tabagismo Sedentarismo NCEP/ATP III Guideline com foco no risco cardiovascular SÍNDROME METABÓLICA Ainda não se estabeleceu uma causa única ou múltiplas causas para o desenvolvimento da SM, mas sabe-se que a obesidade abdominal e a resistência à insulina parecem ter um papel fundamental na gênese desta síndrome. Em um estudo realizado na cidade de Vitória a incidência de SM, de acordo com os critérios da NCEP/ATP III, é de quase 30% para a população geral, sendo maior com o avançar da idade: 15,5% na faixa entre 25 e 34 anos e 48,3% na faixa entre 55 e 64 anos. SALAROLI ET AL (2007) SÍNDROME METABÓLICA A SM é um importante fator de risco para o aparecimento de DCV e Diabetes Mellitos. A SM aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, provavelmente devido à resistência à insulina e não tanto à obesidade. Muitos pacientes diabéticos apresentam resistência à insulina e SM antes mesmo do diagnóstico de diabetes. FORD et al (2002) TRATAMENTO DA SM DIABETES É uma doença causada pela insuficiência na produção de insulina pelo pâncreas. A insulina é responsável por deixar que a glicose (açúcar no sangue) entre nas células para produzir energia. EPIDEMIOLOGIA O diabetes afeta cerca de 12% da população no Brasil (aproximadamente 22 milhões de pessoas). O diabetes tipo 1 ocorre em freqüência menor em indivíduos negros e asiáticos e com freqüência maior na população européia, Em São Paulo a incidência do tipo 1 é de 7,6 casos a cada 100.000 habitantes. Em 2005 eram em torno de 20.8 milhões de pessoas com diabetes somente nos Estados Unidos. SBD (2010) DIABETES CLASSIFICAÇÃO Diabetes mellitus tipo 1- Destruição das células beta do Pâncreas (mas especificamente, das ilhotas pancreáticas), usualmente levando à deficiência completa de insulina, já que sua produção ocorre nesse órgão. Auto-imune Idiopático (jovens menores de 30 anos) Representa cerca de 8-10% . Diabetes mellitus tipo 2 - Graus variados de diminuição de secreção e resistência à insulina. Deficiência de receptores de insulina Sobrepeso, obesidade, hereditariedade (maiores de 45 anos) 85-90% dos casos REAÇÃO AUTO-IMUNE Insulite, uma infiltração inflamatória das ilhotas de Langerhans (no pâncreas), que precede o desenvolvimento do diabetes auto-imune. Infecções virais como pelo Citomegalovirus podem desencadear respostas auto-imunes e desenvolver diabetes tipo I DIABETES GESTACIONAL O aumento da produção de hormônios, principalmente do lactogênio placentário, pode prejudicar a ação da insulina materna. SINAIS E SINTOMAS Poliúria (aumento do volume urinário), Polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos), Polifagia (apetite aumentado). Outros sintomas importantes incluem: Perda de peso Visão turva Cetoacidose diabética Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica COMPLICAÇÕES Cetoacidose diabética (COMA) Doença arterial coronariana AVE Catarata, glaucoma ou cegueira Polineuropatia Amputação Redução da sensibilidade (pé diabético) Tromboses Insuficiência renal Hipertensão Para sabermos se uma pessoa tem pré-diabetes ou diabetes, dois testes podem ser realizados: glicemia de jejum teste oral de tolerância à glicose (TOTG). O TOTG é um teste em que o paciente ingere um líquido contendo 75 gramas de glicose e depois de 2 horas o laboratório mede sua glicemia. DIAGNÓSTICO DIABETES E PRÉ-DIABETES TRATAMENTO O tratamento é baseado em cinco conceitos: Conscientização e educação do paciente, Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente. Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios. Medicamentos: Hipoglicemiantes orais Insulina Monitoração dos níveis de glicose e hemoglobina glicada. TRATAMENTO O uso de bombas de insulina podem ajudar na administração regular de insulina, porém tem custo elevado quando comparadas as seringas comuns. Outras opções incluem as canetas de insulina e os injetores de insulina a jato. 70 EXERCÍCIO NO CONTROLE DA DIABETES Aumenta a sensibilidade dos tecidos à insulina; Ajuda no controle da glicemia; Trás bem estar físico e mental; Reduz os sintomas do diabetes; Reduz as doses de medicação para o controle da glicose.
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