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RESUMO AULA- DIREITO SUCESSOES 8 PERIODO -PROF ROBERVAN FREITAS

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DIREITO DAS SUCESSÕES
8º PERÍODO
PROF. ROBERVAN FREITAS
CONCEITO:
Sucessão = latim succedere = Ato pelo qual uma pessoa assume o lugar da outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens, ou seja, direitos e deveres.
Pode ocorrer em uma compra e venda ou na substituição do poder familiar. Porém, aqui iremos estudar a sucessão empregado em sentido estrito, para designar tão somente a sucessão decorrente da morte de alguém, ou seja, sucessão causa mortis.
Conjunto de normas que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte ao herdeiro, em virtude de lei ou testamento. (art. 1786).
Transmissão do ativo e passivo (direitos, deveres, créditos, débitos) do de cujus (autor da herança) a seus sucessores – sucessão causa mortis.
Refere-se apenas a pessoas naturais, salvo na testamentária, em que a pessoa jurídica poderá receber herança.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Remonta a mais alta antiguidade, sempre ligado à ideia de continuidade da religião e da família. Em Roma e Grécia, a religião desempenhava grande papel de agregação da família. Não havia castigo maior para uma pessoa do que falecer sem deixar quem lhe cultive a memória. E cabia ao herdeiro primogênito o sacerdócio deste culto.
Para os romanos, morrer ab intestato – sem testamento – era a pior maldição a um homem.
Em razão disso, durante séculos, a sucessão sempre foi transferida ao primogênito varão (filho mais velho) – somente na linha masculina.
O afastamento da filha se justificava, pois ela iria se casar e passaria a integrar a família do marido.
Revolução Francesa – aboliu-se o direito de primogenitura e o privilégio da masculinidade.
Na legislação pré-codificada, mesmo antes do CC de 1916 – já tínhamos uma linha de vocação hereditária – descendentes, ascendentes, colaterais até 10º grau, cônjuge e por fim o fisco.
Com a Lei 1839, de 1907, o cônjuge passou a ter preferência em relação aos colaterais e a vocação destes últimos ficou limitada ao 6º grau.
O CC de 1916 manteve o limite de 6º grau aos colaterais, e posteriormente, após o Decreto-Lei 9461 de 1946, o limite foi reduzido ao limite do 4º grau, o qual foi mantido pelo CC de 2002.
Mas antes do CC de 2002, tivemos a CF de 1988, que promoveu importantes mudanças em nosso ordenamento, a principal delas, foi a determinar a paridade de direitos entre todos os filhos, havidos ou não da relação conjugal, assim como por doação – art. 227, §6º.
Não podemos deixar de destacar também a publicação das Leis 8971/94 e a 9278/96, ambas regulamentando os direitos sucessórios dos companheiros.
Dentre eles o direito real de habitação, que atualmente não é previsto pelo nosso código.
Inovação significativa ocorrida no direito das sucessões, promovida pelo CC de 2002 foi permitir que o cônjuge sobrevivente pudesse concorrer com os descendentes e ascendentes, tirando ele da condição de herdeiro legítimo facultativo (3º lugar na sucessão do CC 1916), para a condição de herdeiro necessário – art. 1845 e 1829.
O CC de 2002, seguindo o prescrito na CF de 1988, também suprimiu qualquer diferença entre irmãos, acabando com a classificação de filhos legítimos ou ilegítimos.
DA SUCESSÃO EM GERAL:
Abertura da sucessão – art. 1784
Momento da transmissão da herança – no momento da morte (real ou presumida) abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros legítimos e testamentários do de cujus, ainda que estes ignorem os fatos.
Para que ocorra a sucessão, necessário se faz a existência de herdeiros, ou seja, que estes sobrevivam ao de cujus.
Porém, os herdeiros precisão aceitar a herança, pois ninguém é herdeiro contra sua vontade. Assim, a aceitação é a confirmação (definitiva) da transmissão ocorrida no momento da morte, já a renúncia, por sua vez impede a transmissão ocorrida – art. 1804
Não havendo herdeiros, a herança será recolhida pelo Município, DF ou pela União, conforme prescreve o art. 1844.
A comoriência – oportunidade em que mais de uma pessoa vem a falecer, porém, em condições que impossibilitem precisar qual deles morreu primeiro e se ocorreu ou não a sobrevivência do herdeiro ao autor da herança, nestes casos o legislador entende que ambos faleceram ao mesmo tempo – art. 8º.
Nestes casos um não herda do outro – assim, se um casal falecer nestas condições, um não herdará do outro, ficando os herdeiros de cada com a meação do respectivo parente.
Transmissão da posse: o princípio da saisine – pelo qual a herança se transmite no momento da morte do autor da herança.
Assim, se a herança se transmite no momento da morte, em decorrência deste princípio, deve regular a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela – art. 1787.
A lei do dia da morte rege todo o direito sucessório, quer se trate de fixar a vocação hereditária, quer de determinar a extensão da quota hereditária.
Não pode lei nova disciplinar sucessão aberta vigência da lei anterior.
Ainda reforçando referida tese, temos a Súmula 112 do STF que prescreve que “O imposto de transmissão causa mortis é o devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”.
A eficácia das disposições testamentárias também serão regidas pela lei do tempo da abertura da sucessão. Dessa forma, se a disposição testamentária for válida de acordo com a lei da época e posteriormente, de acordo com a lei nova, perder a validade, será considerada como não escrita.
Porém, quanto a elaboração do testamento, suas formalidades ou capacidade para testar, prevalece as regras da lei vigente no momento em que foi feito.
Espécies de sucessão e de sucessores:
Sucessão legítima e testamentária – art. 1786.
Sucessão legítima – determinada por lei, como ocorre no art. 1829.
Sucessão testamentária – última vontade.
Liberdade de testar.
Entretanto, havendo herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge – art. 1845), o testador só poderá dispor da parte disponível, pois a outra pertence por determinação legal aos herdeiros necessários – art. 1846.
Sucessão a título universal e a título singular.
Universal – o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança, fração, quota parte. A qual pode ocorrer na sucessão legítima ou testamentária.
Singular – o testador deixa ao beneficiário um bem específico, certo e determinado, é o legado. A qual ocorre somente na sucessão testamentária.
Legatário, portanto, não é o mesmo que herdeiro. Este sucede à título universal, pois a herança é uma universalidade; aquele, porém, sucede ao falecido a título singular, tomando o lugar dele em coisa certa e individualizada.
Sucessão contratual.
Herança de pessoa viva – O nosso direito não admite outras formas de sucessão, não sendo possível ser objeto de contrato a herança de pessoa viva - art. 426
Entretanto, como prescreve o art. 2018, é válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou se última vontade, desde que não prejudique a parte legítima.
Espécies de sucessores.
Legítimos – é o indicado pela lei, de acordo com a ordem preferencial do art. 1829.
Testamentário – é aquele beneficiado pelo autor da herança por ato de última vontade, neste caso ele é recebe uma quota parte, uma parte ideal do acervo, não específico.
Legatário – é aquele que recebe via testamento objeto certo e determinado.
Necessários – são aqueles que por determinação são sucessores de no mínimo a parte legítima do autor – art. 1789 e 1845.
Lugar em que se abre a sucessão – art. 1785 e art. 96, do CPC.
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo;
II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bensem lugares diferentes.
No lugar do último domicílio do falecido – art. 1785 e art. 96 caput do CPC.
Mesmo que o óbito tenha ocorrido em outro local ou, até no exterior e ainda que outros sejam os locais dos bens – ou seja, a regra que prevalece é o lugar do domicílio.
Exceto – parágrafo único do art. 96 do CPC
Sendo incerto o domicílio do de cujus – inciso I.
Abre-se o inventário no local da situação dos bens – aqui, caso ele tenha bens somente em um lugar.
Sendo incerto o domicílio do de cujus e tendo bens em diversos lugares – inciso II.
Abre-se o inventário no local do óbito do autor da herança. Ou seja, aqui ele tem bens em vários lugares e não tem domicílio certo.
Havendo mais de um domicílio do de cujus - Art. 94, § 1o  CPC
O réu será demandado no foro de qualquer deles - resolve-se por prevenção – aquele que tomar primeiro o compromisso do inventariante.
Predomina na jurisprudência que a competência nestes casos é relativa, não podendo ser arguida de ofício.
Inventários conjuntos:
CPC - Art. 1.043.  Falecendo o cônjuge meeiro supérstite antes da partilha dos bens do premorto, as duas heranças serão cumulativamente inventariadas e partilhadas, se os herdeiros de ambos forem os mesmos.
§ 1o  Haverá um só inventariante para os dois inventários.
§ 2o  O segundo inventário será distribuído por dependência, processando-se em apenso ao primeiro.
Art. 1.044.  Ocorrendo a morte de algum herdeiro na pendência do inventário em que foi admitido e não possuindo outros bens além do seu quinhão na herança, poderá este ser partilhado juntamente com os bens do monte.
Questão Internacional – art. 89, CPC
O inventário compete à autoridade brasileira.
Dos bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro ou tenha residido fora do país.
Se brasileiro ou estrangeiro vier a falecer no exterior, mas possuir bens no Brasil o foro competente será o da Justiça brasileira.
Quanto aos bens deixados no exterior, o inventário compete ao país onde se situem os bens. 
LICC (LINDB – título alterado pela LEI-12.376-2010) - Art.  10.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)
DA HERANÇA E DE SUA ADMINISTRAÇÃO:
A herança como um todo unitário:
A herança defere-se como um todo ainda que vários os herdeiros – art. 1791.
Até partilha final a herança é indivisível – regras do condomínio.
Após a partilha fica o direito de cada herdeiro circunscrito aos bens de seu quinhão – Art. 2023.
Em contrapartida, cada um dos herdeiros tem os mesmos direitos e deveres em relação ao todo.
Antes da partilha final o coerdeiro pode alienar ou ceder apenas sua quota-parte ideal, ou seja, o direito a sucessão aberta, considerada como imóvel, conforme art. 80, II, CC.
Não lhe sendo permitido transferir parte certa e determinada do acervo – art. 1793, § 2º.
Portanto, sendo indivisível a herança até a partilha, qualquer herdeiro pode reclamar a universalidade da herança em face de terceiro – art. 1825 e 1827.
Responsabilidade dos herdeiros:
No Direito Romano a responsabilidade era ILIMITADA E ABSOLUTA – o seu patrimônio confundia com o do de cujus.
Podendo inclusive prejudicar o seu sucessor e seus credores, pois o patrimônio poderia se confundir.
Pois dependendo do tamanho dos deveres do autor Ada herança, poderia levar o sucessor a ruína.
Posteriormente tínhamos a possibilidade de aceitar a herança somente se o ativo fosse maior que o passivo.
Aqui o sucessor somente poderia somente aceitar a herança se no final do inventário o ativo superasse o passivo.
Hoje prevalece o benefício do inventário – oportunidade em que se faz um levantamento do ativo e passivo, havendo mais passivo, forma-se um concurso de credores, regendo-se as preferências e privilégios (art. 748 e 991, CPC)
Hoje, desde o Código de 1916, os herdeiros não respondem por encargos superiores às forças da herança – art. 1792.
Cabendo ao herdeiro provar o excesso.
Salvo, haver inventário que comprove o valor dos bens herdados (2ª parte do artigo.)
Cessão de direitos hereditários – art. 1973 a 1975.
Pode-se dizer que a cessão de direitos hereditários, gratuita ou onerosa, consiste na transferência que o herdeiro, legítimo ou testamentário, faz a outrem de todo o quinhão ou parte dele, que He compete após a abertura da sucessão.
Se representa um valor patrimonial, o direito a sucessão aberta pode ser objeto de comércio jurídico.
Somente possível após a abertura da sucessão, pois antes nosso ordenamento não permite – art. 426 e 166, II e VII.
Pois após a partilha, teremos uma simples compra e venda.
Cessão gratuita = equipara-se a doação.
Cessão onerosa = equipara-se a compra e venda.
O artigo 1793 traz duas situações distintas:
Ceder direito a sucessão aberta = aqui o herdeiro ainda não aceitou a herança, e o faz ao ceder seu direito, pois vc somente pode ceder algo que tenha aceitado.
Ceder quinhão de que dispõe = aqui o herdeiro já aceitou a herança.
Forma e objeto:
O direito a sucessão aberta é considerado bem imóvel, ainda que constituído de bens móveis.
Aqui o que se considera imóvel é o direito a herança, como uma unidade abstrata – art. 80, II.
Portanto, por ser bem imóvel, exige, no tocante a forma, escritura pública e outorga uxória ou autorização marital, como condição de validade do negócio – art. 1793, 1647, caput, e inciso I, e 166, IV.
Mulher aprova, o homem autoriza.
O cessionário recebe a herança no estado em que se encontra, correndo o risco de ser mais ou menos do que as dívidas.
O cedente garante apenas o direito cedido, não extensão ou quantidade dos bens.
Salvo, ressalva expressa.
O cessionário assume o lugar e a posição jurídica do cedente, ficando sub-rogado em todos os direitos e obrigações, como se fosse o próprio herdeiro.
Sendo indivisível o direito a herança (art. 1791, § único), não é possível a alienação de bem considerado singularmente.
Entretanto, o cedente pode até especificar dentro do direito, um bem, contudo, referido dever não obriga os demais coerdeiros. Salvo se por cortesia os demais aceitarem, mas não estão obrigados.
A cessão abrange somente os direitos hereditários havidos até a data da sua realização – art. 1793, §1º.
Portanto, eventual substituição ou direito de acrescer (art. 1810), não estão incluídos no negócio.
Salvo, se combinado anteriormente.
Já o parágrafo 3º do art. 1793, não se refere a cessão de sua quota-parte e especificação de um bem determinado, mas sim da cessão do próprio bem.
A disposição neste caso é ineficaz.
Salvo, se o juiz da sucessão autorizar, após ouvir os demais coerdeiros.
Devendo o valor ser descontado da quota-parte cabível ao coerdeiro.
Não se confunde com a venda feita pelo próprio espólio para pagamento de dívidas, a qual também precisa de autorização judicial.
Direito de preferência do coerdeiro:
Sendo o direito a herança indivisível e regulado pelas normas do condomínio, conforme prescreve o art. 1791, § único, não haveria necessidade de legislação específica para prevalecer o direito de preferência.
Entretanto, cuidou o legislador de no art. 1794, estabelecer que o coerdeiro não poderá ceder sua quota-parte a estranho, se outro coerdeiro a quiser, tanto por tanto.
Portanto, os coerdeiros são equiparados a coproprietários.
Busca o legislador evitar o ingresso de estranho, litígios e inconvenientes.
Para tanto, deve o coerdeiro interessado depositar o preço e requerer para si quota-parte no prazo de 180 dias – art. 1795.
Ação de Preempção no prazo decadencial de 180 dias da data da ciência da alienação.
Sendo vários os coerdeiros, o quinhão serádividido na proporção das respectivas quotas de cada.
Entretanto, referido direito de preferência só é cabível em casos de cessão onerosa, pois na gratuita não é possível.
O mesmo acontece quando a cessão é feita a outro coerdeiro.
Por fim, vale observar que o legislador repete o que já havia determinado nos casos de condomínio de coisa indivisível prescrito no art. 504 do CC. 
Abertura do inventário:
Prescreve o artigo 1796 do CC que o prazo para abertura do inventário é de 30 dias.
Já o CPC, em seu artigo 983, prescreve que o inventário deve ser aberto em até 60 dias.
Art. 983. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007).
Nesse sentido também é o artigo 21, da Lei 10.705/10 que dispõe sobre o ITCMD no Estado de São Paulo. 
O artigo prescreve também que caso o atraso ocorra, haverá sanção de natureza fiscal, com imposição de multa de 10% e de 20% sobre o imposto a recolher, no último caso, quando o atraso for superior a 180 dias.
Artigo 21 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela legislação do Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCMD, fica sujeito às seguintes penalidades:
I - no inventário e arrolamento que não for requerido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da abertura da sucessão, o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 (cento e oitenta) dias, a multa será de 20% (vinte por cento);
Não sendo tomada nenhuma iniciativa pelas pessoas elencadas no artigo 987 e 988 do CPC, o juiz determinará, de ofício, que se inicie.
Nomeação do inventariante:
Ao despachar a inicial do proc. de inventário, o juiz nomeará o inventariante, que prestará compromisso e, em 20 dias, as primeiras declarações (comunicações de conhecimento).
Tem a função de administrar os bens do espólio.
É ele quem arrecada os bens e os administra até a entrega de cada parte aos herdeiros.
Ordem preferencial para nomeação do inventariante – art. 990, CPC.
I - O cônjuge ou companheiro sobrevivente, 
Se à época da morte estivesse com o de cujus, pois estando separados, não poderia prestar as informações de forma completa;
Independentemente do regime de bens.
II - O herdeiro que se achar na administração dos bens do espólio, se não houver cônjuge/companheiro ou este não puder ser nomeado;
III - Qualquer herdeiro, desde de que nenhum deles esteja na administração.
A lei não distingue entre legítimo ou testamentário.
Escolhido por idoneidade e capacidade para o exercício.
Será escolhida na regra o mais velho.
Em último caso, poderá o representante legal do incapaz ser nomeado.
IV - O testamenteiro, se lhe foi confiada a administração do espólio ou toda a herança estiver distribuída em legados;
Não havendo cônjuge ou herdeiros necessários.
Se lhe foi confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados,
Imperioso ressaltar ainda que a administração dos bens só pode ser conferida ao testamenteiro, pelo testador, se não houver herdeiros necessários ou se estes não puderem ou quiserem exercer tal função.
V - O inventariante judicial, se houver;
Figura em desuso,
Segundo Maria Helena, existe no Rio de Janeiro.
VI - Pessoa estranha idônea, onde não houver inventariante judicial.
Neste caso, segundo o art. 12,§1º do CPC – sendo o inventariante dativo, todos os herdeiros serão autores ou réus representando o espólio.
Fará jus a prêmio como remuneração – art. 1987
A regra é que o juiz siga a ordem prevista, entretanto, havendo razões relevantes, pode o juiz desatendê-la.
Nesse sentido é a posição do STJ, isso para evitar tumulto processual, sonegação de bens em face da litigiosidade entre as partes.
Intimado da escolha o nomeado prestará, dentro de cinco dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo – art. 990, § único.
Remoção do inventariante:
Quando infringir as obrigações previstas no art. 995, CPC, poderá a requerimento de qualquer interessado ser removido:
Se não prestar no prazo legal as primeiras e últimas declarações;
Se não der andamento regular ao proc. de inventário, protelar o proc.
De deixar culposamente dilapidar ou deteriorar os bens do espolio,
Não representar corretamente o espólio seja ativo ou passivamente, nos débitos e créditos,
Não prestar contas ou se estas forem reprovadas,
Sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
Rol meramente EXEMPLIFICATIVO. Nesse sentido é a posição do STF. Assim também é motivo.
Não apresentar compatibilidade com o exercício,
Deslealdade, improbidade, etc...
Determinada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado – art. 997 CPC
Cabe ao inventariante em 5 dias defender-se e produzir provas em contrário.
Corre o incidente em apenso ao principal.
Administração provisória da herança:
Até que o inventariante seja nomeado e preste compromisso, o espólio ficará na posse e administração do administrador provisório – art. 985 CPC.
É aquele que está na posse da herança.
Possui, mesmo que de forma provisória, todas as obrigações do inventariante.
 Assim, de acordo com o art. 1797, o juiz indicará na seguinte ordem:
Cônjuge ou companheiro, se convivia com o de cujus ao tempo da morte,
Ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens; havendo vários nesta situação, ao mais velho,
Ao testamenteiro,
A pessoa de confiança do juiz, na falta, escusa ou impedimento dos anteriores.
Legitimação ou capacidade para suceder:
A herança, desde a morte do autor, passa para os herdeiros (princípio saisine).
Desde que este tenha capacidade e legitimação sucessória.
É necessário que seja capaz e não excluído da sucessão.
Capacidade sucessória = é a qualidade virtual de suceder na herança deixada pelo de cujus – não ser indigno ou deserdado.
A legitimação para suceder é a do tempo da abertura da sucessão, regulada pela lei em vigente ao tempo da abertura da sucessão – art. 1787.
Pressupostos da legitimação e capacidade sucessória:
Morte do autor da herança.
Pois é neste momento que se transmite a herança.
Sobrevivência do sucessor.
Mesmo que por fração ínfima de tempo, pois de acordo com o artigo 1798, está legitimada a suceder a pessoa viva no momento da abertura da sucessão.
Não estando vivo e não tendo deixado filhos, passa sua quota parte aos herdeiros de mesma classe.
Tendo deixado filhos, haverá o direito de representação, o qual se dá na linha reta descendente – art. 1852.
Ocorrerá na linha colateral somente em relação aos filhos de irmão falecido – art. 1853.
Estar concebido.
Nascituro (exceção) – aquele que está para nascer, já concebido, mas ainda no ventre da mãe, tem uma expectativa de vida, expectativa de direitos – sujeito a uma condição:
Nascer com vida.
Se nascer morto, é tido como se nunca tivesse existido, nem recebe nem transmite direitos.
Neste caso a herança retorna aos demais herdeiros legítimos ou passará ao substituto, caso o testador tenha feito previsão.
Será nomeado um curador especial para zelar de seus bens – curador do ventre, na maioria das vezes a mãe.
Por fim, há ainda o direito sucessório dos filhos havidos por inseminação homóloga post mortem, o qual, diante do silêncio de nossas normas, vem provocando inúmeras discussões em nosso direito.
Para Carlos, a doutrina brasileira inclina no sentido de reconhecer o direito sucessório aos filhos havidos após a morte, pois entendimento contrário estaria contrariando o previsto no art. 227, §6º da CF, que não permite qualquer diferenciação entre filhos, e também, o que leciona o art. 1597 do CC que reconhece a paternidade dos havidos por inseminação homóloga,mesmo após a morte – página 76, ano 2012.
DA ACEITAÇÃOE RENÚNCIA DA HERANÇA:
ACEITAÇÃO OU ADIÇÃO – ART. 1804.
Trata-se de uma confirmação é a anuência do beneficiário em receber a herança – pois ninguém deve ser herdeiro contra própria vontade.
A aceitação torna definitiva a transmissão da herança desde a abertura da sucessão – efeito retro operante – art. 1804.
Tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança - § único.
Negócio jurídico unilateral que pode consistir em uma declaração ou um comportamento indicativo da aceitação.
Espécies de aceitação:
Quanto à forma:
Expressa - mediante declaração escrita – art. 1805, caput.
Declaração por escrito, que pode ser pública ou particular (uma carta é o suficiente),
Não permite a forma oral.
Hoje – art. 1792 – o herdeiro é responsável somente até o montante do espólio.
Entretanto, o herdeiro pode renunciar ao benefício do inventário e assumir todas as dívidas do de cujus, para isso, a manifestação deve ser expressa.
Tácita – resulta de conduta do próprio herdeiro – art. 1805, caput, segunda parte.
Resulta de qualquer ato que demonstre intenção de aceitar a herança.
Intervenção no inventário, representado por advogado; cessão de direitos a outrem; defesa do espólio frente terceiros ou tomar posse definitiva dos bens da herança.
Prática de atos que ultrapassam a simples conservação e administração da herança – que implicam a intenção de aceitar a herança.
Não configura aceitação, conforme o § 1º do 1805, a realização de funeral ou a administração e guarda provisória dos bens, realizados apenas por cuidado, ara evitar a perda ou deterioração dos bens.
A cessão gratuita, pura e simples da herança a outro herdeiro, não importa, igualmente, em aceitação, pois equivale a uma renúncia.
Presumida – quando o herdeiro permanece silente, depois de notificado – art. 1807.
Quando algum interessado em saber se o herdeiro aceita ou não a herança, requer ao juiz, depois de passados 20 dias da abertura da sucessão, que assinale ao herdeiro prazo razoável, não superior a 30 dias, para ele se pronunciar se aceita ou não a herança – prazo para deliberar.
Os interessados podem ser credores ou alguém que receberia a herança em caso de renúncia, por exemplo.
Veja que o CC não estabelece prazo específico para a aceitação da herança, portanto, não sendo notificado pelo juiz, terá o herdeiro 10 anos para aceitar a herança, momento em que ocorrerá a prescrição, consoante o artigo 205 do CC.
Quanto ao agente:
A aceitação pode ser direta ou indireta:
Direta – provém do próprio herdeiro.
Indireta – quando alguém a faz por ele – pode ser feito de 4 formas:
Aceitação pelos sucessores – artigo 1809 do CC.
Ocorre quando o herdeiro falece antes de aceitar a herança que tinha direito, com isso, o direito de aceitar passa a seus sucessores. (aqui, de início, não transfere a herança, mas sim o direito de aceitar ou renunciar a mesma)
A menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada – possível apenas na sucessão testamentária.
Assim, se um herdeiro foi nomeado sob a condição de obter a aprovação em um determinado concurso e faleceu antes de seu implemento, os mencionados direitos eventuais são considerados como se nunca tivessem existido – dessa forma, o direito de aceitar a herança não passa para seus herdeiros.
Uma consequência lógica para que os sucessores do herdeiro, falecido antes da aceitação, possam aceitar ou renunciar a primeira herança é a necessidade de que antes estes aceitem a segunda herança deixada pelo segundo de cujus – art. 1809, parágrafo único.
Estes últimos não podem aceitar a herança do avô em nome do pai, sem terem previamente aceito a herança paterna.
Aceitação por mandatário e por gestor de negócios:
Na doutrina é totalmente acolhida a aceitação ou renúncia por procuração, está última, somente com poderes especiais.
Já a aceitação por gestor de negócio encontra na doutrina uma certa resistência.
Gestor de negócio (art. 861) é aquele que mesmo sem poderes para tanto, aceita a herança para o herdeiro buscando evitar que o mesmo tenha prejuízo com a não aceitação imediata da herança – entende que está seria a vontade do herdeiro.
Vale lembrar que somente em caso de a não aceitação imediata gerar ao herdeiro algum prejuízo, pois caso ele deixe decorrer o prazo prescricional, a herança se efetivará como dele, pois a aceitação é apenas um ato de confirmação.
Aceitação pelo tutor ou curador – art. 1748, II.
Dispõe o inciso II do artigo 1748 que compete ao tutor, com autorização do juiz, aceitar a herança, legado ou doação, ainda que com encargos em nome do herdeiro incapaz.
Aceitação pelos credores – art. 1813
Busca o artigo evitar a renúncia que visa lesar os credores do herdeiro.
Não tendo encerrado o processo de inventário, podem os credores aceitar a herança em nome do renunciante, isso mediante autorização judicial – Código Proc. Civil.
Art. 1.017.  Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis.
§ 1o  A petição, acompanhada de prova literal da dívida, será distribuída por dependência e autuada em apenso aos autos do processo de inventário.
§ 2o  Concordando as partes com o pedido, o juiz, ao declarar habilitado o credor, mandará que se faça a separação de dinheiro ou, em sua falta, de bens suficientes para o seu pagamento.
§ 3o  Separados os bens, tantos quantos forem necessários para o pagamento dos credores habilitados, o juiz mandará aliená-los em praça ou leilão, observadas, no que forem aplicáveis, as regras do Livro II, Título II, Capítulo IV, Seção I, Subseção Vll e Seção II, Subseções I e II.
 Art. 1.022.  Cumprido o disposto no art. 1.017, § 3o, o juiz facultará às partes que, no prazo comum de 10 (dez) dias, formulem o pedido de quinhão; em seguida proferirá, no prazo de 10 ( dez) dias, o despacho de deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário.
Havendo saldo, após o pagamento das dívidas, será o remanescente entregue aos demais herdeiros, e não ao renunciante – art. 1813, §2º.
Entretanto, prescreve o §1º do artigo 1813 que os credores deverão realizar a habilitação dos créditos no prazo de 30 dias do conhecimento do fato.
Imperioso esclarecer que perdido este prazo ou tendo o proc. de inventário se encerrado, deve os credores interpor ação própria – Ação Pauliana.
Poderão os herdeiros beneficiários insurgirem contra a habilitação dos credores. 
Características da aceitação:
Negócio jurídico unilateral – se aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade.
É um negócio puro, logo, a aceitação não pode subordinar-se a condição ou termo, nem tampouco pode ser parcial – Artigo 1808.
Deve a aceitação ser realizada em sua totalidade, pois tais restrições repugnam à natureza do ato.
A aceitação é ato indivisível e incondicional
	CONDIÇÃO
	TERMO
	ENCARGO/MODO
	Evento futuro e INCERTO
	Evento futuro e CERTO
	Cláusula acessória à liberalidade
	Quando suspensiva: suspende a aquisição e o exercício do direito
	Quando suspensivo: NÃO impede a aquisição do direito, mas, apenas o seu exercício - gera direito adquirido.
	NÃO impede a aquisição nem o exercício do direito - gera direito adquirido
	Condição incertus an incertus: há absoluta incerteza em relação à ocorrência do evento futuro e incerto
	Termo certus an certus: há certeza quanto ao evento futuro e quanto ao tempo de duração.
	 
	Condição incertus an certus: não se sabe se o evento ocorrerá, mas, se acontecer, será dentro de um determinado prazo
	Termo certus an incertus: há certeza quanto ao evento futuro, mas incerteza quanto à sua duração.
	 
Entretanto, se o herdeiro suceder a título universal e por disposição testamentária, poderá o mesmo aceitar a herança e repudiar o legado, ou vice-versa, aceitar este e recusar a herança – artigo. 1808, §§1º e 2º.
Irretratabilidade da aceitação:
O CC de 1916 permitiaa retratação imotivada da aceitação, desde que não acarretasse prejuízo aos credores.
Equivalente a renúncia translativa, incidindo inclusive o IPTBI.
Já o CC de 2002, em seu artigo 1812 declara irrevogável tanto os atos de aceitação como de renúncia.
Portanto, este ato unilateral fixa, definitivamente, a qualidade de herdeiro e de proprietário da quota-parte da herança.
Nesse sentido também o art. 1804, ao prescrever que aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro desde a abertura da sucessão.
Anulação da aceitação:
Quando se verificar que o aceitante não era herdeiro.
Descobre a existência de descendente após o ascendente ter aceitado a herança.
Existência de testamento.
Declarada a ineficácia da aceitação, devolve-se a herança àquele que a ela tinha direito.
RENÚNCIA OU REPÚDIO:
Ato unilateral pelo qual o herdeiro manifesta, expressamente, que não quer aceitar a herança, preferindo conservar-se completamente estranho à sucessão.
O herdeiro que renuncia é havido como se nunca tivesse sido herdeiro.
A renúncia deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial – art. 1806.
Escritura pública – juntada nos autos.
Termo judicial – lavrado nos próprios autos.
Doutrina fala em necessária homologação pelo juiz.
Entretanto, jurisprudência é no sentido não haver necessidade, pois é ato formal por si só, inclusive não há previsão legal da cobrando a homologação.
Não pode ser tácita, nem presumida.
Negócio solene, depende de observância da forma prescrita em lei – 1806, CC.
Espécies de renúncia: são 2
Abdicativa ou propriamente dita.
Dá-se quando o herdeiro manifesta a renúncia sem ter praticado qualquer ato que exprima aceitação – artigo 1805, §2º.
Em benefício do monte., em favor de todos os coerdeiros.
Sem indicação de qualquer favorecido.
O renunciante é considerado como se nunca tivesse sido herdeiro.
Neste caso, sua quota-parte ou retorna aos demais herdeiros da mesma classe ou sendo ele o único herdeiro legítimo, ou tendo os demais renunciado também, a herança irá para seus filhos ou netos.
Como tributo, deve recolher somente o imposto causa mortis – ITCMD.
Translativa, cessão ou desistência.
Dá-se quando o herdeiro manifesta a renúncia depois da prática de atos que importem aceitação, como por exemplo, a habilitação em inventário.
Implica aceitação e transferência posterior dos direitos hereditários.
Como tributo, deve recolher o imposto causa mortis - ITCMD e o inter vivos – ITBI.
O causa mortis devido pela aceitação e o inter vivos devido pela transmissão aos donatários. 
Restrições ao direito de renunciar:
Pressupostos necessários:
Capacidade jurídica plena do renunciante:
Não basta a capacidade genérica, é necessária a capacidade de alienar.
O incapaz, só poderá renunciar se seu representante legal obtiver uma autorização judicial – somente após provar necessidade e utilidade para o requerente – artigo. 1691.
A renúncia por mandatário, somente pode ser feita com procuração com poderes especiais para renunciar – art. 661, §1º.
A anuência do cônjuge:
Direito a sucessão é considerado bem imóvel – artigo 80, II.
Ainda que todos os bens da herança sejam somente móveis – é um direito abstrato à sucessão aberta.
Se renunciante for casado, exceto no regime de separação absoluta (art. 1647, I)
Não é unânime:
Para alguns, renúncia não é alienação conforme prescreve o art. 1647, I, pois ao renunciar ele apenas deixa de adquirir.
Para outros, renúncia se equivale a alienar, logo necessita do consentimento do outro cônjuge – ato anulável, pois pode ser ratificado.
Assim, se o renunciante for casado ou viver em união estável e o regime de bens adotado pelo casamento ou por meio de contrato de convivência não for o regime de separação absoluta nem o de participação final nos aquestos com cláusula de livre disposição dos bens imóveis particulares, como são os provenientes de direito sucessório, deverá exigir a autorização do outro.
Assim, não havendo justo motivo para a recusa em dar anuência, poderá o interessado requerer o suprimento judicial – art. 1648.
Que não prejudique os credores – art. 1813.
Impedir renúncia lesiva a credores.
Podem aceitar herança em nome do renunciante.
Nos autos do inventário, mediante autorização judicial.
CPC - Art. 1.017.  Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis.
§ 1o  A petição, acompanhada de prova literal da dívida, será distribuída por dependência e autuada em apenso aos autos do processo de inventário.
§ 2o  Concordando as partes com o pedido, o juiz, ao declarar habilitado o credor, mandará que se faça a separação de dinheiro ou, em sua falta, de bens suficientes para o seu pagamento.
§ 3o  Separados os bens, tantos quantos forem necessários para o pagamento dos credores habilitados, o juiz mandará aliená-los em praça ou leilão, observadas, no que forem aplicáveis, as regras do Livro II, Título II, Capítulo IV, Seção I, Subseção Vll e Seção II, Subseções I e II.
 Art. 1.022.  Cumprido o disposto no art. 1.017, § 3o, o juiz facultará às partes que, no prazo comum de 10 (dez) dias, formulem o pedido de quinhão; em seguida proferirá, no prazo de 10 ( dez) dias, o despacho de deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário.
Havendo saldo, após o pagamento das dívidas, será o remanescente entregue aos demais herdeiros, e não ao renunciante – art. 1813, §2º.
Poderão os herdeiros beneficiários insurgirem contra a habilitação dos credores. 
Efeitos da renúncia:
Exclusão, da sucessão, do herdeiro renunciante.
Tratado como nunca tivesse existido.
Efeitos retroagem a data da abertura da sucessão.
Se na aceitação há a confirmação da transmissão da herança, com a renúncia acontece o contrário, a transmissão não ocorre.
Salvo se ocorrer a renúncia translativa. A qual para parte da doutrina não é renuncia, mas sim cessão de direito hereditário.
Acréscimo da parte do renunciante à dos outros herdeiros da mesma classe – art. 1810.
Diferente do direito a representação = quando o 1º herdeiro é premorto – descendentes representam o primeiro. (os netos representando o pai na herança do avô)
Com a renúncia, a quota do renunciante passará aos da mesma classe (irmãos por ex.), pois o renunciante e sua estirpe são considerados como se nunca houvessem existido.
Sendo ele o único da classe (dos descendentes), devolve-se a herança aos da classe subseqüente. (por. Ex. apenas 1 filho (sem filhos) e este renuncia, a herança será devolvida aos ascendentes em concorrência com o cônjuge) – art. 1829, II.
Proibição da sucessão por direito de representação.
Representação = Quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse – art. 1851.
Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante – art. 1811.
Se o filho recebesse a herança em seu lugar, ele na verdade, não sairia da sucessão, pois ela teria passado por ele.
Porém, sendo ele o único da classe ou tendo os demais herdeiros da mesma classe renunciado também, a herança passará para os netos do autor da herança, seguindo a herança ainda na classe dos descendentes – receberão a herança por cabeça, direito próprio.
A herança será divida em partes iguais entre os netos.
Na sucessão testamentária, a renúncia acarreta a caducidade da instituição/testamento, gerando direito de acrescer aos herdeiros legítimos (art. 1943), salvo se o testador tiver indicado substituto (1847).
Ineficácia e invalidade da renúncia:
Ineficácia temporária – suspensão temporária dos efeitos da renúncia, pelo juiz, quando pedido por credores prejudicados.
Invalidade absoluta:
Feita sem escritura pública ou termo judicial.
Feita por pessoa absolutamente incapaz, não representada e sem autorização judicial.
Invalidade relativa:
Quando provenientede erro, dolo ou coação – vício de consentimento.
Realizada sem anuência do cônjuge, salvo casado no regime de separação absoluta.
Neste caso é relativa, pois o art.1649, possibilita a confirmação ou aprovação do ato pelo com a anuência posterior do cônjuge.
Pode o cônjuge requerer a anulação do ato até 2 anos do término da sociedade conjugal.
Irretratabilidade da renúncia:
Irrevogável.
Pois como retroage a data da abertura da sucessão, gera aos demais herdeiros o direito a propriedade, logo, direito adquirido.
Negócio jurídico unilateral – ato jurídico perfeito.
Seja a aceitação com a renúncia, definitivamente, estabelecem a qualidade de herdeiro, a qual não pode ser alterada por retratação.
DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO:
Indignidade – art. 1814.
Baseado em razão de ordem ética – afeição real ou presumida do defunto ao herdeiro ou legatário.
A quebra dessa afetividade, mediante prática de atos de desapreço, menosprezo ou delituosos para com o autor da herança, torna o herdeiro ou o legatário indignos de recolher os bens hereditários.
O herdeiro poderá ser privado do direito sucessório se praticar contra o de cujus atos considerados ofensivos.
A indignidade é, portanto, uma SANÇÃO CIVIL, cominada por lei, que acarreta a perda do direito sucessório daquele que cometeu certos atos ofensivos à pessoa ou ao interesse do hereditando. 
Não é qualquer ato, mas somente os consignados no art. 1814:
Se autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso ou tentativa, contra o autor da herança, cônjuge, companheiro, descendentes ou ascendentes desde;
Acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
Por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por testamento.
Predomina na doutrina a corrente de que a indignidade funda-se na presunção e que se o de cujus pudesse escolher, excluiria o herdeiro se tivesse feito testamento.
Inspira-se num princípio de ordem pública – evitar que uma pessoa suceda outra após ter praticado contra esta atos ofensivos e de certa gravidade. Por isso atinge não só os herdeiros legítimos.
Outra posição é a de prevenir e reprimir atos ilícitos, impondo pena civil ao transgressor.
Reforçando a primeira corrente, temos a possibilidade de o de cujus, através de disposição de última vontade, perdoar ou reabilitar o indigno, afastando a causa da exclusão.
Causas de exclusão por indignidade:
Incorre em indignidade o herdeiro que tenha cometido ato lesivo à pessoa do autor da herança, conforme prescreve o art. 1814. Os atos ofensivos ali previstos não comportam interpretação extensiva ou por analogia.
Assim, a exclusão da sucessão por indignidade pressupõe:
Seja o herdeiro incurso em casos legais de indignidade;
Não tenha ele sido reabilitado pelo de cujus;
Haja uma sentença declaratória da indignidade.
Assim, cada caso:
I - Houverem sido autores, coautores ou partícipes em crime de homicídio doloso, ou tentativa este, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.
Não é necessário que o herdeiro seja o autor, basta ser coautor ou partícipe.
Homicídio doloso ou tentativa.
Inexistente a voluntariedade, não há razão para excluir da sucessão o agente.
A indignidade poderá ocorrer caso a ofensa seja cometida contra cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.
No Código de 1916, havia previsão somente em relação ao autor da herança.
Imperioso esclarecer que prevalece no direito brasileiro, tanto no Código de 1916 como no de 2002, a independência da responsabilidade civil em relação à penal, conforme o artigo 935.
Entretanto, havendo transito em julgado na criminal, haverá coisa julgada na cível, não sendo mais possível discutir tal responsabilidade na esfera cível – predominante.
Há entendimentos em contrário – minoria.
II – Houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança, ou incorreram em crime contra a sua honra (calúnia, difamação e injúria), ou de seu cônjuge ou companheira.
Aqui em nenhum caso há previsão de tentativa.
A denunciação caluniosa, segundo dispõe o art. 339 do CP, ocorre quando o agente dá causa a instauração de investigação policial, de processo criminal, investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que sabe ser inocente.
Predomina o entendimento de que referida acusação só caracteriza indignidade, se realizada em juízo criminal ou ao MP. Portanto, não basta qualquer acusação perante a polícia ou outra repartição pública.
Não há, todavia, necessidade de condenação criminal. Basta que tenha sido instaurado o processo judicial em virtude de postulação do herdeiro.
Não se configurará a hipótese de exclusão da sucessão, se a denunciação lastrear-se em infração penal realmente cometida pelo de cujus.
Já na segunda parte do referido inciso, o legislador refere-se à prática de crimes contra a honra do hereditando, ou seja, calúnia, difamação e injúria, regulados nos artigos 138, 139 140 do CP.
Calúnia - Consiste em atribuir, falsamente, à alguém a responsabilidade pela prática de um fato determinado definido como crime. Na jurisprudência temos: “a calúnia pede dolo específico e exige três requisitos: imputação de um fato + qualificado como crime + falsidade da imputação” ( RT 483/371 ). Assim, se “A” dizer que “B” roubou a moto de “C”, sendo tal imputação falsa, constitui crime de calúnia.
A difamação, por sua vez, consiste em atribuir à alguém fato determinado ofensivo à sua reputação. Assim, se “A” diz que “B” foi trabalhar embriagado semana passada, constitui crime de difamação.
A injúria, de outro lado, consiste em atribuir à alguém qualidade negativa, que ofenda sua dignidade ou decoro. Assim, se “A” chama “B” de ladrão, imbecil etc., constitui crime de injúria.
Ocorrerá se for praticada contra o cônjuge ou companheiro do autor da herança.
Entretanto, por uma redação defeituosa do inciso, há duas interpretações, uma no sentido de que no caso de denunciação caluniosa, não atingiria o cônjuge ou companheira do autor da herança. E, outra no sentido de que em ambos os casos a regra atinge a ofensa ao cônjuge, companheiro e ao autor da herança.
Outro ponto divergente na doutrina é o termo “incidirem”, para uns, haveria a necessidade de condenação, pois seria esse o sentido do termo, no sentido de ser condenado. Entretanto, boa parte da doutrina, entende que incorrer é o mesmo que incidir, estar sujeito, assim, não seria necessário a condenação. Como fundamento mais forte, alega ainda o fato de que nem mesmo para o crime de homicídio é necessário a condenação.
Haverá ainda o crime contra a honra mesmo quando já falecido a vítima, pois fere o respeito dos mortos, ofende a quem não mais poderia defender-se – art. 138, §2º, CP.
III – por violência ou fraude, inibirem ou obstaram o autor da herança de livremente dispor dos seus bens por ato de última vontade.
Cercear, impedir, abusar da confiança ou iludir de forma física ou psicológica que o autor da herança disponha livremente de seus bens.
Busca a preservação da liberdade de testar do de cujus.
Ocultar, viciar, inutilizar ou falsificar testamento.
Impedir, constranger o testador de realizar suas disposições.
Falta de legitimação para suceder, indignidade e deserdação:
Para alguns doutrinadores, falta de legitimação até seria a mesma coisa que indignidade, entretanto, a grande maioria, com maior razão, os distinguem. Isso porque, para estes, a falta de legitimação, é a uma inaptidão para receber a herança por motivos de ordem geral, independente do mérito; já a exclusão por indignidade, é a perda da aptidão por culpa do beneficiado.
	Falta de legitimação
	Indignidade
	Deserdação
	Inaptidão para receber a herança por motivos de ordem geral.
	Inaptidão por culpa do beneficiado.
	
	Não recebe a herança
	Recebe a herança e a conserva atéser declarado indigno por sentença transitada em julgado.
	
	Não adquire a herança
	Perde o que já havia adquirido.
	
	Sempre estará presente
	Pode ocorrer posterior ao recebimento da herança.
	
	Impede que surja o direito à sucessão.
	Impede a conservação.
	
	De ordem objetiva
	De ordem subjetiva
	
	
	Funda-se em vontade presumida do de cujus
	Funda-se na vontade expressa do testador.
	
	Tem como causa, aquelas previstas no art. 1814 somente.
	Tem como causa as hipóteses do art. 1814 e ainda as previstas no art. 1962.
	
	Punição feita pela legislação – vontade presumida
	Punição feita pelo autor da herança – vontade direta do testador.
	
	Considerado instituto da sucessão legítima, em que pese possa alcançar também o legatário.
	Considerado instituto da sucessão testamentária.
	
	Pode atingir todos os herdeiros.
	É utilizada para atingir somente os herdeiros necessários.
	
	Postulada por terceiro interessado em ação própria e após sentença.
	Dá-se por testamento, com expressa declaração da causa – art. 1964.
Reabilitação ou perdão do indigno:
O art. 1818 prevê a reabilitação ou perdão do indigno, pelo ofendido.
Assim, aquele que incorreu em ato que determine a exclusão da herança somente será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento ou em outro ato autêntico.
Ato solene (ato autêntico = documento público ou privado atestado por um escrivão e testamento) e expresso.
Possível a forma tácita quando através de testamento, o autor da herança deixa bens ao indigno – art. 1818, § único.
Aqui, ele só terá direito ao limite da deixa.
Mesmo sendo revogado o testamento, ainda prevalecerá o perdão manifestado anteriormente.
Entretanto, sendo declarado nulo o testamento, o perdão não terá validade, salvo se feito na forma pública, quando poderá ser considerado como ato autêntico.
Efeitos da exclusão:
Conforme prescreve o art. 1816, são pessoais os efeitos da exclusão, ou seja, os descendentes do herdeiro excluído sucedem por representação, como se o indigno morto fosse antes da abertura da sucessão – equipara-se a do herdeiro premorto.
A pena não pode ultrapassar a pessoa do delinquente.
Os bens que deixa de herdar são devolvidos às pessoas que o herdariam, caso ele já fosse falecido na data da abertura da sucessão.
Sendo o único da classe, a herança transfere-se aos herdeiros da seguinte.
Se não for, vai para os coerdeiros – direito de acrescer.
Vale observar que isso só ocorre no caso de sucessão legítima, pois na testamentária, os bens irão para o substituto se houver, ou retornará ao monte.
Os efeitos da sentença retroagem à data da abertura da sucessão.
Como consequência, o excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que houver percebido em razão da herança, podendo abater as despesas com benfeitorias e conservação – art. 1817.
Evitar o enriquecimento sem causa dos demais herdeiros.
O indigno não terá direito ao usufruto e administração dos bens que passem aos filhos menores:
Conforme prescreve o art. 1689, I e II, os pais são administradores e usufrutuários dos bens dos filhos menores.
Contudo, consoante o disposto no § único do art. 1816, o excluído não poderá administrar nem usufruir dos bens passados a seus sucessores, nem mesmo recebê-los por herança.
Validade dos atos praticados pelo herdeiro aparente – art. 1817.
Enquanto não declarado indigno, todos os atos por ele praticados e inclusive eventual alienação a terceiro de boa-fé são válidos.
Entretanto, cabe aos demais herdeiros, o direito a perdas e danos
Portanto, a sentença de exclusão, retroage para todos os efeitos, exceto para invalidar os atos de disposição praticados pelo indigno.
Busca preservar o terceiro de boa-fé – pois este, fiados na aparência, não podiam antever a futura exclusão do ingrato e, portanto, ludibriados por um erro comum e invencível, acreditaram estar adquirindo os bens hereditários do verdadeiro dono.
Vale observar que somente será válido o negócio oneroso.
Procedimento para obtenção da exclusão:
Declarada por sentença.
Intentada por quem tenha interesse.
Aquele que irá se beneficiar diretamente da exclusão.
Não teria interesse o credor de possível beneficiário da exclusão.
Para boa parte da doutrina, entende tratar-se de matéria de interesse privado e não público, portanto, a sociedade, através do Ministério Público não teria interesse.
Mesmo que haja interesse de menores, pois estes serão representados legalmente.
O rito, entende Carlos, deve o ser o ordinário, pois possibilita a dilação probatória.
O prazo para intentar a declaração de exclusão é de 4 anos, cotados da abertura da sucessão – art. 1815, § único – decadencial.
DA SUCESSÃO LEGÍTIMA – DA ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA – art. 1829
Introdução:
A sucessão dá-se por lei ou disposição de última vontade – art. 1786.
Ocorrerá a sucessão legítima em caso de inexistência (ab intestato), invalidade ou caducidade do testamento e, também, em relação aos bens nele não compreendidos.
Em todos estes casos, a lei defere a herança a pessoas da família do de cujus e, na falta destes, ao Poder Público – art. 1829.
A sucessão legítima tem caráter subsidiário – art. 1788.
Morrendo sem testamento ou sendo este inválido, a herança transmite-se aos herdeiros legítimos.
A lei encarrega-se de dar o destino ao patrimônio não compreendido em testamento ou quando este for declarado nulo.
O destino dos bens nestes casos é o herdeiro legítimo, o qual vai receber a totalidade ou quota-parte da herança.
Herdeiros legítimos são classificados em:
Necessários – é o parente e o cônjuge com direito a herança, da qual não podem ser privados. (descendentes, ascendentes e o cônjuge) – art. 1845.
A parte da herança reservada aos herdeiros necessários chama-se legítima ou reserva.
Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança – art. 1789.
Facultativos – são aqueles que herdam na ausência de herdeiros necessários e de testamento que disponha sobre o destino dos bens. Porém, podem receber herança via testamento também.
Para serem excluídos da herança, basta que o testador disponha por inteiro de seu patrimônio sem contemplá-los.
Portanto, havendo herdeiros necessários, a liberdade de testar é restrita a metade disponível; havendo somente herdeiros facultativos, a liberdade é plena.
Da ordem da vocação:
Seqüência pela qual a lei chama determinadas pessoas à sucessão hereditária em ordem de preferência.
O chamamento dos sucessores é realizado por classes, sendo que a mais próxima exclui a mais remota, por isso se diz que a ordem é preferencial – 1833, 1836, § 1º e 1840.
Salvo no caso dos cônjuges, que aos poucos foi inserido entre os herdeiros necessários e inclusive em concorrência com descendentes e ascendentes, conforme regime de bens do casal – art. 1829.
A sucessão legítima como dispõe o art. 1829, defere-se da seguinte forma:
Aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal ou no da separação obrigatória de bens (art. 1641); ou se no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
Ao cônjuge sobrevivente;
Aos colaterais até o 4ª grau – herdeiros facultativos – art. 1839.
Imperioso ressaltar que dentro de uma determinada classe (descendentes, ascendentes ou colaterais), o mais próximo exclui o mais remoto. 
EX: o filho exclui o neto; O avô exclui o bisavô; o irmão exclui o tio.
Para a doutrina, ao ser estabelecida esta ordem, o legislador obedeceu a uma vontade presumida do falecido. Seja pela preferência dos descendentes ou pela exclusão dos mais remotos em detrimento dos mais próximos.
Imperioso registrar aqui a possibilidade do exercício de possível direito de representação, oportunidade em que herdeiros de outra classe podem receber a herança com osde classe mais próxima – art. 1851 e 1840.
Registre-se também que o art. 1829 ao fazer referência ao regime da separação obrigatória, cita como fundamento o art. 1640, entretanto, o artigo correto é o art. 1641 – objeto do projeto de Lei nº 6.960/2002 que busca a correção.
Observa-se também outra falha legislativa ao não inserir no rol dos herdeiros legítimos, a figura do companheiro que só aparece no art. 1790.
Sucessão dos descendentes – art. 1829, I.
Observa-se que a lei ao colocar os descentes em primeiro na preferência sucessória assenta em duplo fundamento:
A continuidade da vida humana.
Vontade presumida do autor da herança – amor aos filhos.
São contemplados todos os descendentes, entretanto, os mais próximos irão excluir os mais remotos, salvo os casos de representação – art. 1833.
Portanto, em primeiro lugar serão chamados os filhos, não estando mais vivos, passará a herança aos netos e assim sucessivamente.
Note que os netos (2º grau linha reta) mesmo estando em grau mais distantes do autor da herança que os avós (1º grau linha reta), eles receberão por estarem ainda na classe dos descendentes.
Na linha reta os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes por cabeça ou estirpe, conforme se acharem no mesmo grau.
Assim, se a sucessão é deferida a descendentes da mesmo grau, a sucessão será por cabeça. Entretanto, se a sucessão se dá com direito a representação de alguns descendentes, a sucessão será deferida a descendentes de graus diferentes, logo, a sucessão será por estirpe para aqueles que estão representando o premorto.
Imperioso esclarecer que sendo a herança deferida aos netos, bisnetos (por cabeça – todos do mesmo grau) estes receberão a herança de forma igual, não importando se em quantidades diferentes em relação aos filhos do autor da herança, ou seja, se são 5 de um e 2 de outro, a herança será divida em 7 partes iguais. Diferente do que ocorreria no caso de representação.
Parte da doutrina critica referida forma de divisão, pois poderia haver uma redução da quota-parte de uns em detrimento de outros.
Não podemos deixar de reforçar também que uma vez existindo herdeiros na classe dos descendentes, deve o testador reservar metade da herança para estes, como direito à legítima.
Igualdade do direito sucessório dos descendentes:
Prescreve o art. 1834 que os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus ascendentes.
Para a doutrina o dispositivo é supérfluo e peca pela má redação. Isso porque, a CF já estabeleceu em seu art. 227, §6º a absoluta igualdade entre todos os filhos, não mais admitindo a retrógada distinção entre filiação legítima e ilegítima. Nesse sentido também é o art. 20 da Lei 8.069 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
Hoje portanto, todos são apenas filhos, havidos ou não da relação conjugal, é o que prescreve o artigo 1596.
Hoje todos herdam em igualdade de condições
O sistema de vocação concorrente do cônjuge com os descendentes do autor da herança:
Na vigência do Código de 1916, o cônjuge somente receberia a herança se não houvessem descendentes e ascendentes e se não estavam separados quando da morte.
Com o passar do tempo, houve uma evolução no sentido de beneficiar o cônjuge supérstite.
Hoje o Código de 2002 trouxe enormes modificações e uma delas é inclusão do cônjuge entre os herdeiros necessários – art. 1845 e 1846.
Assim, em que pese o cônjuge sobrevivente permaneça em terceiro na ordem sucessória, ele passou dependendo do regime de casamento, a concorrer com os descendentes; e também com ascendentes, sem depender de regime.
Portanto, da análise do artigo 1829, I, depreende-se que a regra é a concorrência do cônjuge com os descendentes.
Assim, a primeira indagação para a correta destinação da herança, é qual o regime de casamento do autor da herança, e mais, se separado de fato por mais de 2 anos, de quem é a culpa – art. 1830.
Em regra, se o regime for o da comunhão universal, não há direito a herança, pois o cônjuge sobrevivente já recebeu em vida a sua meação, suficiente para sua proteção.
Afastada fica também a concorrência se o regime for a separação obrigatória (art. 1641), pois a lei não permite qualquer tipo de comunicação.
Não faria sentido permitir ao cônjuge receber por herança os bens que não poderia comunicar-se por vínculo matrimonial.
Não haverá ainda concorrência se o regime for o da comunhão parcial e o autor da herança não houve deixado bens particulares.
A contrário sensu, haverá a mencionada concorrência se, casado no regime de comunhão parcial, o autor da herança houver deixado bens particulares.
Parte da doutrina entende que o direito a herança seria em relação ao total dos bens, entretanto, predomina o entendimento de que o direito a herança, digo, concorrência com os descendentes é somente em relação aos bens particulares deixados.
Assim, os bens que compõem o patrimônio do casal são divididos em decorrência da dissolução da sociedade conjugal e não da sucessão. Jaós bens exclusivos do autor da herança, relativamente aos quais o cônjuge sobrevivente não tem direito a meação, ocorrerá a partilha em concorrência com os descendentes.
Necessário observar que o regime da separação convencional não foi relacionada no artigo em tela, sendo lícito ao intérprete concluir que, nessa hipótese, haverá a aludida concorrência, ocorrendo o mesmo com o regime de participação nos aquestos.
Assim, no regime de separação convencional, haverá o direito do cônjuge sobrevivente de concorrer com os descendentes em parte da herança.
Entretanto, poderá está ser bastante reduzida, basta que o de cujus tenha vários filhos e tenha deixado testamento, reduzindo assim, a quota parte destinada ao cônjuge sobrevivente.
Por fim, no regime de participação nos aquestos, o qual não consta das exceções do artigo 1829, poderá ocorrer a concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes em relação aos bens particulares do autor da herança.
A reserva da quarta parte da herança em favor do cônjuge sobrevivente na concorrência com os descendentes:
Prescreve o art. 1832 que ao cônjuge em concorrência com descendentes somente do autor da herança caberá quota igual ao dos que sucederem por cabeça.
Agora se concorrer com descendentes comuns, ou seja, dele e do autor da herança, caberá a ele no mínimo a quarta parte da herança.
Entretanto, referida reserva deve ser em relação à parte disponível, e não à totalidade da herança.
Vale ressaltar que o artigo em tela, não faz referência a possibilidade de haver filhos somente do autor da herança e também comuns – origem híbrida - há 3 correntes:
Predominante – o cônjuge teria direito somente a uma quota-parte igual a dos filhos.
Todos tratados como comuns para beneficiar e permitir a reserva da quarta parte.
Realizar uma divisão proporcional da herança – resguardaria a quarta parte somente em relação aos filhos comuns – fere o art. 227, § da CF.
Sucessão dos Ascendentes:
Somente não havendo herdeiros da classe dos descendentes é que são chamados à sucessão os ascendentes, em possível concorrência com o cônjuge sobrevivente. Artigo 1836
Princípios:
O grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas - § 1º.
Havendo igualdade em graus e diversidade de linhas (paterna e materna), os ascendentes da linha paterna recebem uma metade e o da outra linha recebe a outra metade - § 2º.
Se apenas um dos pais do autor da herança está vivo, recebe a totalidade da herança, ainda que estejam vivos os pais do genitor falecido (avós do de cujus).
Isso porque, na linha ascendente não há direito de representação – art. 1852.
Se ambos os pais faltarem, herdarão os avós da linha paterna e materna, na falta deles os bisavós, e assim sucessivamente.
Se concorrerem à herança avós de linhas diversas (paterna e materna), em número de quatro, divide-se a herança em partes iguais entre as duas linhas, sendo ¼ para cada pessoa.
Se são apenas 3 avós, 1 de uma linha e 2 de outra linha, a herança será dividida em duaspartes iguais, metade para cada linha, cabendo metade para a linha paterna e metade para a linha materna.
Conforme prescreve o artigo 1829, II e 1836, pode haver concorrência do cônjuge sobrevivente com os ascendentes, sem qualquer limitação no tocante ao regime matrimonial de bens.
Diferentemente do que ocorre na concorrência com as descendentes, aqui não há limitação quanto ao regime de bens.
A concorrência se dará nas seguintes proporções: artigo 1837
Se concorrer com ascendentes de primeiro grau (pais do autor da herança), ao cônjuge tocará 1/3 da herança.
Entretanto, se houver apenas um dos (ascendentes - pais) (vivo ou excluído), receberá a metade da herança.
Receberá a metade também se os ascendentes com quem concorrer forem parentes de segundo grau ou mais (avós, bisavós e etc...)
Imperioso ressaltar que dependendo do regime de bens, o cônjuge sobrevivente terá direito a meação (direito de família), portanto, nestes casos, ele recebe a sua parte como meeiro, e posteriormente concorre com os ascendentes em relação aos demais bens.
Não havendo direito à meação, haverá apenas a concorrência com os demais herdeiros conforme o artigo 1837.
Sucessão do cônjuge sobrevivente – art. 1838 e 1829, III.
Ausência de descendentes e ascendentes.
Requisitos – 1830
Casada, ou seja, não esteja separada judicialmente no momento da abertura da sucessão.
Não estar separada de fato há mais de 2 anos, salvo tenha se dado por culpa exclusiva do autor da herança. Presunção relativa, aceita provas em contrário.
Antes do CC de 2002 o STJ já entendia pela exclusão do cônjuge sobrevivente, para tanto, bastava a comprovação de uma separação de fato prolongada. Nestes casos, não havia a comunicação dos bens adquiridos após a separação de fato. 
Aqui basta provar que a culpa não é do cônjuge sobrevivente.
Cabe aos interessados comprovar e não ao cônjuge supérstite.
Ocorrerá a sucessão caso no curso do processo de anulação de casamento ou divórcio ocorra o falecimento do autor da herança antes do transito em julgado da ação.
Também poderá receber a herança nos casos de casamento putativo – art. 1561, §1º.
Direito real de habitação – 1831
Qualquer regime
Bem destinado à residência do casal.
Único da natureza.
Preservar as condições de vida do cônjuge.
Até a morte, continuar viúvo e sem manter união estável.
O cônjuge hoje é herdeiro necessário – deve receber a parte legítima, o autor da herança não pode mais dispor de todo o seu patrimônio por testamento – art. 1845.
Sucessão do companheiro sobrevivente – 1790.
O companheiro participará da sucessão dos bens adquiridos onerosamente durante a união – art. 1790.
Em concorrência com filhos e outros parentes sucessíveis:
Inciso I - se concorrer com filhos comuns – recebe quota igual ao que couber a cada um deles.
A palavra “filho” na verdade tem o sentido de descendente. 
Vejam que não há reserva da quarta parte ao companheiro como ocorre com o cônjuge.
Inciso II - se concorrer com filhos somente do autor da herança – recebe metade do que couber a cada um deles.
Filiação híbrida - Se concorrer com filhos comuns e outros só do autor da herança – NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL – entende a maioria da doutrina que todos devem ser considerados filhos comuns para que o companheiro possa receber quota igual a dos filhos.
Inciso III – se concorrer com outros parentes (ascendentes e colaterais) – recebe a quota fixa de 1/3 da herança.
Inciso IV – não havendo descendentes, ascendentes ou colaterais – recebe a totalidade da herança.
Para Maria Helena Diniz, ao se referir a totalidade da herança o legislador quis dizer que o companheiro receberá não só os bens adquiridos onerosamente durante a união mas a totalidade da herança, inclusive os bens particulares, isso porque, seria bem mais justo do que deixar que estes bens possam ir para o Estado.
Entretanto, esse não é o entendimento de Zeno Veloso e Carlos, os quais entendem que não havendo parentes sucessíveis, o companheiro terá direito somente a totalidade dos bens adquiridos onerosamente durante a união. Aplicando-se o artigo 1844, ou seja, o restante da herança passa para o Estado.
Não existindo bens comuns, ou seja, somente bens particulares, a herança será declarada jacente – art. 1844.
Não está no rol dos herdeiros necessários – 1845.
Portanto, pode ser excluído da sucessão, pois o autor da herança não precisa deixar a parte legítima, ou seja, pode dispor de todo o seu patrimônio por testamento.
Direito real de habitação – sem previsão legal no novo código civil
Doutrina e jurisprudência:
Alega que o art. 7º, da Lei 9.278/96 que trata da união estável e defende o direito real de habitação ao companheiro ainda está vigente, pois não houve a revogação expressa da Lei pelo Código Civil.
Invoca ainda a analogia, pois o cônjuge sobrevivente tem referido direito conforme o art. 1831.
Concorrência do cônjuge sobrevivente com o companheiro.
Matéria que desafia solução jurisprudencial.
A caracterização da união estável, conforme o artigo 1723, pressupõe que os conviventes sejam solteiros, viúvos e quando casados estejam separados judicialmente ou de fato.
O artigo 1830 por sua vez exclui o cônjuge sobrevivente que esteja separado judicialmente ou de fato por mais de 2 anos da sucessão.
Contudo, o Código Civil não fixou prazo mínimo para a caracterização da união estável, assim, uma pessoa separada de fato a menos de 2 anos pode constituir união estável, o que acarretaria a concorrência do cônjuge sobrevivente com o companheiro caso o autor da herança venha a falecer antes de decorridos os 2 anos e neste período já tenha constituído união estável com outra pessoa.
A melhor doutrina traz como solução a participação da companheira somente em relação aos bens adquiridos onerosamente durante a união (1790), já o cônjuge sobrevivente teria direito somente em relação aos bens adquiridos até a separação de fato do casal.
Sucessão dos colaterais:
Aparecem em quarto lugar na ordem sucessória – art. 1829, IV
Portanto, se não houver descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiros, a herança será transmitida aos colaterais até o quarto grau.
Imperioso esclarecer que no caso de companheiros, o colateral poderá concorrer com o mesmo e nessa situação, o companheiro ficará com a parte fixa de 1/3 da herança, cabendo o restante ao colateral – art. 1790, III.
No Código de 1916, o colateral até o sexto grau tinha o direito à sucessão, hoje, porém, este direito se estende somente até os parentes colaterais até o quarto grau.
Também aqui os parentes mais próximos excluem os mais remotos, salvo caso de representação de sobrinhos em sucessão de tios – art. 1840.
Se concorrer irmãos unilaterais (mãe – uterinos, pais - consanguíneos) com bilaterais (germanos); cada um dos irmãos unilaterais receberá metade do que couber a cada um dos germanos – art. 1841.
Se concorrer somente irmãos unilaterais ou somente bilaterais, todos herdarão em partes iguais – art. 1842.
Não havendo herdeiros colaterais de segundo grau, herdarão os colaterais de terceiro grau, entretanto, a lei da preferência aos mais novos, ou seja, os sobrinhos preferem os tios na sucessão do autor da herança – art. 1843, caput.
Assim, ainda seguindo a regra dos irmãos unilaterais ou bilaterais, sendo todos bilaterais ou unilaterais, receberão quota parte igual (parágrafo 3º), entretanto, se concorrerem filhos de unilaterais com irmãos bilaterais, estes últimos receberão o dobro dos unilaterais (parágrafo 2º).
Recolhimento da herança pelo Município, Distrito Federal e União
Não sobrevindo herdeiros sucessíveis, ou tendo eles renunciado a herança, os bens são devolvidos ao Estado – 1819 e 1823.
O direito do Estado de receber os bens vem do reconhecimento da colaboração prestada ao indivíduo na aquisição e conservação dos bens, bem como ao interesse público e social, atendendo possíveis necessidades políticas, econômicas e sociais.
Somente é possível em casos em que não há testamento,portanto, o autor da herança pode evitar, basta que faça testamento dispondo de todos os seus bens.
O Poder Público não é herdeiro, ele apenas recebe a herança.
Não pode renunciar nem aceitar a herança, esta última é obrigatória.
Falecendo alguém sem testamento e sem herdeiros, o juiz determinará sua arrecadação e a expedição de edital que após 1 ano sem a habilitação de nenhum herdeiro sucessível será declarada vacante – 1820.
Neste período é assegurado aos credores o direito de habilitar créditos para pagamento.
Os herdeiros colaterais têm até a declaração de vacância para habilitação, sob pena de ser excluído da sucessão – art. 1822, parágrafo único.
Passados 5 anos da declaração da vacância, sem a habilitação de herdeiros, os bens arrecadados passarão para o domínio público.
Por fim, conclui-se do nosso sistema que a herança jamais ficará sem dono.
 
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
Capacidade testamentária
	Para que ocorra a sucessão legítima basta existirem herdeiros legítimos, ou seja, pessoas nascidas ou já concebidas – art. 1798 – que integre os herdeiros previstos no artigo 1829.
	Já na sucessão testamentária, é necessária dupla ordem de legitimação: a capacidade de testar do titular dos bens e a legitimação dos beneficiários para suceder por testamento. Assim como a capacidade de testemunhar, uma vez que em todos os tipos de testamento há a participação de testemunhas.
Capacidade testamentária ativa
A capacidade do autor da herança é apurada ao tempo em que fez o testamento. O momento da morte não tem nenhuma importância.
A lei vigente na data do testamento é que regula a capacidade do testador.
A posterior incapacidade do testador não afeta a higidez do testamento. Por outro lado, a superveniente capacidade do testador não convalida o testamento – art. 1861.
Já a lei do tempo da abertura da sucessão rege a legitimidade para suceder e a eficácia das disposições testamentárias.
Segundo prescreve o artigo 1860, os incapazes não podem testar, porém, equivocadamente deixa de esclarecer que somente os ABSOLUTAMENTE incapazes estão impedidos, pois em seu parágrafo único fica definida a capacidade de testar dos maiores de dezesseis anos.
Somente a idade, ou seja, maior de dezesseis anos é que complementa a capacidade de testar. Portanto, a emancipação ou casamento não geram o a capacidade testamentária.
Não precisa ser representado/assistido por seus pais ou representantes.
Não há idade máxima para testar.
Discernimento pleno – não guarda qualquer equivalência com as causas que geram a incapacidade absoluta ou relativas dos artigo 3º e 4º do CC.
A validade do testamento está condicionada, à higidez mental do testador, cuja prova nem sempre é fácil. É complicado aferir a incapacidade e vício de vontade de alguém que já morreu.
Legitimidade testamentária passiva – art. 1799
São normas imperativas e obrigatórias – o descumprimento importa nulidade absoluta do ato praticado.
Na sucessão testamentária tanto a pessoa física como a jurídica podem receber a herança.
Porém, como aqui não temos direito de representação, a morte do herdeiro testamentário antes do testador não transfere aos seus filhos.
Dessa forma, podem ser herdeiros testamentários:
Os filhos ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir a sucessão;
As pessoas jurídicas;
As pessoas jurídicas determinadas pelo testador, sob a forma de fundação.
Filiação eventual – somente os filhos de pessoa indicada pelo testador.
Os que vierem a nascer no período de 2 anos, depois da abertura da sucessão – art. 1800, §4º.
Entretanto, o testador pode alterar o prazo de espera - art. 1800, §4º - parte final.
O testador pode também estabelecer um ou outro filho para receber a herança. Pode também não estabelecer qualquer filho, logo todos os que nascerem dentro do prazo receberam a herança.
A sucessão está subordinada a dois eventos futuros e incertos. Uma condição resolutiva, que é o genitor estar vivo quando do falecimento do testador ou o herdeiro já ter nascido, e, a outra, é a condição suspensiva, que é a concepção do herdeiro no prazo.
Durante o prazo de espera para que aconteça o nascimento do herdeiro, os bens ficam reservados sob responsabilidade de um curador – art. 1800 – que pode ser indicado pólo testador ou nomeado pelo juiz.
Não sobrevindo o filho esperado, a disposição testamentária caduca e a herança deve ser distribuída entre os herdeiros legítimos.
O vínculo de filiação pode ter origem diversa da consanguinidade – art. 1593. Portanto, podem ser herdeiros os decorrentes de reprodução heteróloga – art. 1597 e os adotados após a morte do testador – art. 47, § 7º e 42, §6, do ECA.
Fideicomisso – também aqui o herdeiro beneficiado inexiste quando da abertura da sucessão.
Diferentemente do filho eventual, em que com o nascimento do verdadeiro herdeiro a propriedade se transfere ao mesmo imediatamente – art. 1800, §3º, aqui no fideicomisso, quando do nascimento do fideicomissário, o herdeiro adquire somente a nua-propiredade do quinhão, ficando a posse com o fiduciário, na qualidade de usufrutuário – art. 1952.
Aqui, diferente do filho eventual, não há prazo para o nascimento do fideicomissário.
Com a morte do fideicomissário ou renúncia a herança, o fiduciário adquire a propriedade em definitivo.
O mesmo ocorre com a morte do fiduciário, passando o fideicomissário a ter a propriedade absoluta.
Embriões congelados – a primeira dúvida é se os embriões congelados devem ser considerados nascituros ou prole eventual/filhos não concebidos?
Se reconhecidos como nascituros, teriam personalidade jurídica e desfrutariam da qualidade de herdeiros necessários, independentemente da época da implantação, logo, deve receber a parte legítima.
Considerados filiação eventual, só poderiam ser eleitos herdeiros testamentários, e restariam excluídos da sucessão legítima, pois ainda não nascidos nem concebidos no momento da abertura da sucessão.
Pessoa jurídica – como a lei não define, podem ser herdeiras tanto as pessoas jurídicas de direito público interno (art. 41), como as de direito privado (art. 44).
Necessário que existam na época da abertura da sucessão (art. 45 e 985).
Outra possibilidade é deixar herança e determinar a criação de uma fundação – art. 62. – art. 1799, III.
Impedidos de receber a herança
A pessoa que redigiu o testamento a pedido do testador – evidente possibilidade de favorecer-se como herdeiro.
Assim, como o seu cônjuge, companheiro, ascendente e nem irmão – art. 1801.
Descendentes – não aparece na lista por descuido do legislador.
Quem elaborou o testamento – impedido de ser herdeiro testamentário – art. 1801 – ou seja, o tabelião, testemunhas e outros – busca evitar abuso de confiança.
Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, da data do seu registro – art. 1859 ou 1909.
 
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