Efeitos da Condenação

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Efeitos da Condenação
O efeito principal da sentença é a aplicação da pena a ser cumprida pelo acusado. Há porém efeitos secundários, que podem ter natureza pena ou extrapenal. 
Os efeitos extrapenais genéricos decorrem de qualquer condenação, são automáticos, isto é, não necessitam de declaração expressa na sentença. São eles:
Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime (art. 91, I, do CP). A sentença condenatória constitui título executivo judicial.
a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984);
 b.1 - dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b.2 - do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
Produto do crime (producta sceleris) os objetos ou valores obtidos diretamente com a prática do crime
Proveito do crime são os objetos ou valores obtidos indiretamente com a prática do crime.
Suspensão dos direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da condenação. Consiste na perda do direito de votar e de ser votado. Quando uma pessoa é definitivamente condenada, o juízo de origem deve comunicar o fato à Justiça Eleitoral que impedirá o exercício do voto e registrará a impossibilidade de ser votado. Declarada a extinção da pena, readquirem-se os direitos políticos. 
Efeitos extrapenais específicos. São Aqueles que não decorrem meramente da condenação exigindo a Lei requisitos específicos. Além disso, é necessário que o juiz justifique a aplicação de tais efeitos na sentença, não sendo, assim, automáticos (art. 92, parágrafo único do CP).
São eles: 
a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública.
Aplicavel a funcionários públicos autores de crimes contra a administração pública (art.s 312 – 326 do CP) ou realizados com abuso de poder. 
perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. Nesse caso não é necessário que o crime tenha relação com o desempenho das funções. Basta o prazo de prisão acima de quatro anos para que o juiz possa decretar a perda. Mas, vale lembrar, o efeito não é automático
a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado (art. 92, II, do CP). 
São requisitos: 1) que o crime tenha sido praticado contra filho, tutelado ou curatelado, 2) que o crime seja punido com reclusão, 3) que o crime seja doloso. A incapacitação é aplicada em relação à vítima do crime, bem como aos demais filhos, tutelados ou curatelados. Em relação a vítima do delito a incapacitação é perpétua. Em relação aos demais pode ser extinta a incapacitação com a reabilitação. 
inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Só será superada após a reabilitação