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CASO 4

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DO ESTADO DE CURITIBA/PR
Proc. Nº ... 
 
 
 JORGE, já qualificado nos autos da AÇAO PENAL, representado por seu advogado infra assinado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, para as acusações formadas pelo o MP, com fulcro nos artigo 404 § unico do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I-DOS FATOS E FUNDAMENTOS:
Jorge estava em um bar quando conheceu Analisa, por quem se encantou. 
O acusado estava a noite em um bar com seus amigos quando conheceu Analisa, moça de boa aparência e bem vestida, assim começaram a conversa, e resolveram ir para um lugar mais reservado, e tiveram então relações sexuais.
 O bar onde o casal se conheceu era para maiores de 18 anos, assim o suposto acusado não poderia imaginar que se tratava de uma menor, uma vez que nem os responsáveis pelo estabelecimento perceberam , e nem mesmo era notório pois Analisa usava vestimenta
Incompatível com sua idade real, e seu comportamento também não era de uma menina de 13 anos.
DO ERRO:
JORGE ao conhecer ANALISA em uma balada onde se frequenta maiores de 18 anos, e ANALISA, linda jovem com formas de mulher e não de menina, não tinha como saber Inequivocamente sua idade, posto que deduziu ser maior devido ao ambiente e comportamento da jovem, que de forma voluntária praticaram sexo oral e vaginal. 
Nos moldes do art. 20, CP, o erro DE TIPO ESSENCIAL gera a atipicidade da 
conduta, o que no caso em tela gera absolvição.
 DA EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO 
Subsidiariamente, não sendo aceita, a tese de atipicidade da conduta do réu, 
deve-se considerar a existência de crime único e não concurso de crimes, posto que o 
art. 217-A do Código Penal tem como tipo ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Para o STJ prevalece a tese de crime único, 
por ser um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo), assim sendo deverá ser 
afastado o concurso material de crimes para o caso em tela. 
 
DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DE EMBRIAGUES PRE-ORDENADA 
Não há que se falar em embriagues pré -ordenada, posto que JORGE não estava 
embriagado ao conhecer ANALISA. As testemunhas de acusação não viram o s fatos e 
não houve prova pericial para comprovar a embriagues de JORGE, sendo assim justa a 
medida de afastamento da agravante caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta. 
 
DA PENA BASE NO MINIMO LEGAL 
JORGE, réu primário, possuidor de bons antecedentes, com residência fixa, com boa conduta social, e no caso em tela não teve o animus necandi do tipo penal em que é acusado, posto não agir com má intenção de se aproveitar da suposta ingenuidade de ANALISA, fará jus a pena base no mínimo legal como medida necessária de reprovabilidade do ato.
 
DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI ABERTO 
Ainda que o crime de estupro de vulnerável, artigo 217- A do CP, estar elencado como infração hedionda na lei 8.072/90, conforme artigo 1º, IV, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º desta l ei, sendo certo que o juiz ao fixar o regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não o preceito em abstrato. Sendo assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena no mínimo legal deverá ser fixada em 8 (oito) anos de reclusão, sendo o réu primário e de bons antecedentes, o regime semiaberto é a melhor solução p ara o réu, pois o artigo 33, §2º, alínea “a”, do CP, impõe o regime fechado para crimes com pen as superiores a 8 (oito) anos, o que não é o caso. 
II-DOS PEDIDOS:
 
Face ao exposto requer: 
a) Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CP P, por ausência de tipicidade; 
b) caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único; 
c) fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez 
preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; e 
d) fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 
33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 
8.072/1990.
CURITIBA/PR
Data: 25/08/2018
ADVOGADO... OAB/UF

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