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CASO 04 - PRÁTICA PENAL

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CASO 04 - CORRIGIDO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DE CURITIBA/PR
Processo nº
JORGE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem por intermédio do seu advogado com procuração com poderes especiais em anexo, vem perante Vossa Excelência, tempestivamente, com fulcro no artigo 403, §3º, do CPP, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAS
Com base nos fundamentos de fato e de direito que passa a expor. 
1. DOS FATOS
	O acusado foi indiciado pelo Ministério Público pela suposta prática de crime de estupro de vulnerável, em concurso material, por ter praticado crime -tipificado no art. 217 –A do CP, na forma do artigo 69 do CP, em cumprimento pelo regime fechado, de acordo com a regra disposta no artigo 2º, §1º da Lei 8072/90, bem como o reconhecimento de agravante de embriaguez pré ordenada, previsto no artigo 31, II, do CO, contra Analisa que frequentava um bar na cidade destinado a maiores de 18 anos, mas que o acusado desconhecia sua real idade. 
2. DO DIREITO
· DO ERRO DE TIPO
	O acusado conheceu a vítima em uma balada onde apenas se frequentava maiores de 18 anos de idade, e a vítima se apresentava com forma de mulher, não tinha o acusado como saber sua idade, tendo em vista que deduziu ser maior devido ao ambiente e ao comportamento da jovem, que de forma voluntária praticaram sexo oral e vaginal. Em conformidade com o artigo 20, do CP, existiu o erro de tipo que gera a atipicidade da conduta e que gera a absolvição do réu. 
· DA EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO
	Caso ultrapassada a tese de atipicidade da conduta do acusado, deve-se considerar a existência de apenas um crime e não a existência de um concurso de crimes, uma vez que o art. 217-A do Código Penal tem como tipo ter conjunção carnal e não se divide as praticas, como o sexo vaginal e sexo oral. Além disso, é entendimento jurisprudencial a tese de crime único, por ser tipo penal misto alternativo, devendo ser afastado o concurso material de crimes. 
· DO AGRAVANTE DE EMBRIAGUEZ PRÉ-ORDENADA
Não há o que se falar em embriaguez pré-ordenada, tendo em vista que o acusado não estava embriagado quando conheceu a vítima, neste sentido inexistem qualquer tipo de prova que comprove esta mera alegação da acusação, sendo justa o afastamento desta agravante. 
· DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL
O acusado tem bons antecedentes, é primário, com boa conduta social, com residência fixa e não teve o animus necandi do tipo penal que está sendo usado para lhe acusar, tendo em vista que não agiu de má intenção de se aproveitar da vítima, fazendo jus a pena base no mínimo legal como medida necessária.
· DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO
O MM. Juiz ao fixar o regime inicial para cumprimento de pena deve analisar o caso em concreto e não o preceito abstrato. Desta forma, diante da ocorrência de crime único, cuja pena no mínimo legal deverá ser fixada em 8 anos de reclusão, sendo o réu primário e de bons antecedentes, faz jus ao regime semiaberto.
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A absolvição do réu pelo erro de tipo (art. 386, III, CP e art. 20, CP);
b) A exclusão do agravante de embriaguez pré-ordenada;
c) A exclusão do concurso de crime material, ante a clara comprovação de crime único (art. 69, CP);
d) A condenação ao patamar do mínimo legal, considerando a primariedade e bons antecedentes do acusado, bem como do comportamento da vítima;
e) A fixação do regime inicial em semiaberto (art. 33, §2º, “b” do CP);
f) A condenação no mínimo de indenização (art. 387, IV, do CPP).
Nestes termos, pede deferimento.
Curitiba, xx de xxx de xxxx.
ADVOGADO
OAB/UF

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