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RESPOSTA CASO CONCRETO 04 PRÁTICA SIMULADA III PENAL

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DIREITO
GABRIEL RIBEIRO PAVÃO
 Prática Simulada III Penal
RIO DE JANEIRO
2020
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DO ESTADO DE CURITIBA/PR.
Processo nº _____________.
Autor: Ministério Público Estadual.
Denunciado: JORGE.
JORGE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através do seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do art.403, § 3º, do Código de Processo Penal, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS
Pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas.
 
I- FATOS
Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação.
Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos na exordial.
 No entanto, os fatos alegados pelo Ministério Público não devem prosperar.
II- DO DIREITO
a) DO ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL
JORGE conheceu ANALISA em um bar frequentado por maiores de 18 anos de idade, e a prova testemunhal de defesa, no mesmo sentido, é firme em comprovar que a suposta vítima se vestia e se portava como pessoa adulta, incompatível com menor de 14 anos. Nos moldes do art.20, CP, o erro DE TIPO ESSENCIAL gera a atipicidade da conduta, o que no caso em tela gera absolvição.
b) AUSÊNCIA DE CONCURSO DE CRIMES
Deve-se considerar a existência de crime único e não concurso de crimes, posto que o art. 217-A do Código Penal tem como tipo ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. O STJ entende ser um crime único, por ser um tipo penal misto alternativo ou crime de ação múltipla, assim sendo deverá ser afastado o concurso material de crimes para o caso em tela.
c) AUSÊNCIA DE EMBRIAGUEZ PRÉ-ORDENADA
Não há que se falar em embriaguez pré-ordenada, posto que JORGE não estava embriagado ao conhecer ANALISA. As testemunhas de acusação não viram os fatos e não houve prova pericial para comprovar a embriaguez de JORGE, logo, é justo o entendimento de medida que afasta a agravante, caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta.
d) DA PENA BASE NO MINÍMO LEGAL
JORGE, réu primário, possuidor de bons antecedentes, com residência fixa, com boa conduta social, e no caso em tela não teve o animus necandi do tipo penal em que é acusado, posto não agir com má intenção de se aproveitar da suposta ingenuidade de ANALISA, farpa jus a penas base no mínimo legal como meida necessária de reprovabilidade do ato.
e)  DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI ABERTO
Ainda que o crime de estupro de vulnerável, artigo 217- A do CP, estar elencado como infração hedionda na lei 8.072/90, conforme artigo 1º, IV, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º desta lei, sendo certo que o juiz ao fixar o regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não o preceito em abstrato. Sendo assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena no mínimo legal deverá ser fixada em 8 (oito) anos de reclusão, sendo o réu primário e de bons antecedentes, o regime semiaberto é a melhor solução para o réu, pois o artigo 33, §2º, alínea \u201ca\u201d, do CP, impõe o regime fechado para crimes com penas superiores a 8 (oito) anos, o que não é o caso.
III PEDIDO
Face ao exposto requer:
a) Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CPP, por ausência de tipicidade;
b) caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único;
c) fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; e
d) fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, § 2º, alínea \u201cb\u201d, do CP, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 8.072/1990.
 
Curitiba/PR e data.
ADVOGADO
OAB/UF

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