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ROMA 3 períodos: regimes políticos 1. Monarquia (Realeza): 753 a.C. até 509 a.C. 2. República: 509 a.C. a 27 a.C.: lex 3. Império: até 566 d.C. DIREITO ROMANO NA REALEZA (753 a.c. – 509 a.c.) • Governada pelos reis controlado pelo Senado • Aproximadamente 250 anos: desde a fundação de Roma, em 753 a.C., até o desaparecimento do trono, com Tarquínio, o Soberbo, em 510 a.C. • MAIS CORPO CONSULTIVO - SENATUS • 100 CHEFES PATRIARCAIS • REI = PODER EXECUTIVO-LEGISLATIVO JUDICIARIO E RELIGIOSO • SENADO – PODIA VETAR AS LEIS DO REI. • SENADO = PATRICIOS • GRUPOS SOCIAIS: • PATRÍCIOS (elite romana). • Poder econômico (terras - latifúndios) • Poder político (senado) • Poder militar (exclusivo exercício dos cargos mais elevados). • CLIENTES (agregados dos patrícios). • PLEBEUS (trabalhadores livres) • Trabalhadores, comerciantes e pequenos proprietários, sem direitos políticos. • ESCRAVOS (poucos até o sec. III a.C.) • Principalmente por não honrar suas dívidas. Situação social de Roma DIREITO ROMANO NA REALEZA • Poder Público composto por três elementos: • o Rei (rex), • o Senado (senatus) e • o Povo (populus romanus) • São duas as principais fontes do Direito Romano na Realeza: • o costume e • a lei. PODER POLÍTICO REI SENADO POVO REX SENATUS POPULUS ROMANUS Período Republicano (509 a.C. – 27 a.C.). • Características gerais • Apogeu do poderio patrício sobre Roma. • Apogeu do poderio do Senado Romano. • Período de expansão territorial. • Grandes conflitos sociais (patrícios e plebeus) • Estrutura política • Senado ; • Assembleia do povo; • Magistrados; • Assembleia Centuriata. 2 - DIREITO ROMANO NA REPÚBLICA •Organização política de Roma na República ainda era composta pelo Senado e pelo povo • Senado: um órgão consultivo e legislativo composto por 300 patres, •Povo (populus romanus): reunia-se em comícios para votar. República (509 a.C. – 27 a.C.). • Senado = Legislava, controlava a administração e as finanças. • Magistrados: Poder Executivo. • Cônsules: em dois, propunham leis, presidiam o senado e comandavam o exército. • Pretores: administrava a justiça. • Censores: mandato de 5 anos, recenseamento da população, cuidavam da moral e dos bons costumes. • Questores: Administrava o tesouro público. • Edis: Conservação pública e núcleo urbano, abastecimento e segurança. • Ditador: em casos de crise (guerras, rebeliões...) era nomeado um ditador com poderes absolutos (somente por 6 meses). • Tribuno da Plebe: único magistrado plebeu tinha o poder de vetar leis contrárias a seu interesse. - A) Interpretação dos prudentes ou jurisprudência, - B) os éditos dos magistrados, - C) plebiscito, - D) o Costume ou jus non scriptum , e - E) A lei, ou Lex 2 – FONTES do DIREITO ROMANO NA REPÚBLICA A) Interpretação dos prudentes ou jurisprudência. • São manifestações doutrinárias dos jurisprudentes (juízes, doutores, pesquisadores do direito) que eram encarregadas de preencher as lacunas deixadas pelas leis, interpretando os textos legais á medida que a sociedade se modificava. • Diferente da definição de jurisprudência –HOJE. • Jurisprudência, atualmente significa pronunciamento reiterado de uma determinada matéria ou questão pelos tribunais. B) os éditos dos magistrados • Magistrados eram juízes e “servidores públicos”, como: • Cônsules- dois cônsules revezavam mês a mês – durante um ano. • Pretores – encarregados da justiça • Tribuno da plebe – direito de veto e de convocação da assembleia • Edis curuis – encarregados da segurança da cidade (policia) • Censores – recrutamento do senado e vigilância dos costumes • Questores – guarda do tesouro e administração financeira B) os éditos dos magistrados •Os Éditos era o conjunto de declarações dos pretores que expunham os projetos que pretendiam desenvolver para resolverem as contendas entre os particulares e administrar a justiça C) Plebiscito • Importante direito conquistado – o plebiscito. • Assim as leis romanas eram feitas através do populus romanus que poderia ser composta por patrícios (comicios curiatos) e plebeus (comícios centuriatos). • Plebeus conquistaram a concilia plebis – com direito de se reunirem sozinhos com a aprovação do plebiscito e caso fosse aprovado tornava-se lei. • Contudo leis originarias dos plebiscitos só tinham força de lei entre os plebeus. D) o Costume ou jus non scriptum , e • Eram os hábitos de conhecimento e consentimento tácito de todos. •Para se considerar um costume era necessário que o uso fosse repetido e prolongado E) A lei, ou Lex • Após um comício dos centuriatos estabeleceu-se uma comissão de 10 membros que fizeram uma lei que pudesse ser considerada definitiva pelos patrícios e plebeus. • Fonte de todo direito publico e privado . • Uma das principais características da Lei das XII Tabuas, que dá ao diploma legal uma importância singular, é a percepção entre o DIREITO, visto como norma que deve ser seguida e a Moral, a Politica e a Religião. • Em Roma os abusos incomodavam os povos e alimentavam a desconfiança de que tais leis eram feitas pelos interessados em obter proveitos com ela. • Patrícios – no topo detinham o poder • Plebeus – formavam a base da sociedade – mão-de- obra produtiva. •Os patrícios tinham grandes latifúndios, • os plebeus eram escravizados para pagarem suas dividas, •Não conseguiam “ler” o texto original das leis • Tinham certeza que não passava de uma grande mentira forjada para fazer todos aceitarem sua condição de submissão. GUERRA ENTRE PATRICIOS E PLEBEUS Revolta dos plebeus - deixaram Roma Estabeleceram acampamento em Monte Sacro– fundando Estado independente. A estratégia funciona. • Os patrícios permitiram a participação politica através de dois Tribunos os quais deveriam atuar junto com o governo de Roma. Com o passar do tempo esses tribunos não se contentaram em fazer parte da administração e passaram a lutar pela igualdade de direitos. Diante da situação extremamente grave o Senado cedeu – admitindo que as leis romanas fossem refeitas RESULTADO • Abolição do IUS DIVINUM – Direitos dos Deuses •Nascimento do IUS CIVILIS - Direitos Civis Lex DecenvilarisLegis XII Tabularum Revoltas da Plebe: questões sociais. • Revoltas que se estenderam por dois séculos; • Várias conquistas: • Tribuno da Plebe. (494 a.C.) • Leis das Doze Tábuas (450 a.C.): primeiro código escrito de leis de Roma. • Lei Canuleia (445 a.C.): Lei que permitiu o casamento entre Patrícios e Plebeus. • Lei Licínia (367 a.C.): Proibia a escravidão por dívida e permitia o acesso dos plebeus enriquecidos à magistratura. Lei das Doze Tábuas • conjunto de 10 tábuas gravadas sobre bronze ou carvalho, em 451 a . C., as quais foram acrescidas mais duas tábuas no ano seguinte. Colocadas diante do fórum romano para que todos conhecessem seu conteúdo. • Um conjunto de regras que serviu para regular a vida do povo romano. • A publicidade das normas ali surgiu. • Levando em conta um principio da igualdade, entre todos os integrantes da sociedade, as pessoas não eram tratada de forma diversa, em virtude da classe social que ocupava, ao contrario do que aconteceu no código de Hamurabi. Publicação legal 451 a . C. • As Doze Tábuas foram então promulgadas, havendo sido literalmente inscritas em doze tabletes de madeira que foram afixados no Fórum Romano, de maneira a que todos pudessem lê-las e conhecê-las. •A Lei das Doze Tábuas era considerada como sagrada e todos os cidadãos a tinham decorado por inteiro. •A sua aplicação era considerada por todos comoalgo imprescindível para a vida de cidadão Lei das XII Tábuas: Lei das XII Tábuas: Tábua I - Do chamamento a juízo. A primeira Tábua estabelece regras de direito processual, descrevendo como deverá ser o procedimento de chamamento do réu a um processo e o inicio de um julgamento. Demonstra claramente que é dever do réu responder quando chamado em juízo, porém, se não o fizer cabe ao autor levá-lo, mesmo que seja usando suas próprias mãos ou a força. Lei das XII Tábuas: Tábua II - Do Julgamento. A segunda Tábua prevê continuação da primeira, “aquele que precisar de alguma testemunha devera ir a sua porta e o chamar em alta voz para comparecer ao terceiro dia. - Regras sobre Roubos e Furtos: Estabelece que a coisa furtada nunca poderá ser adquirida por usucapião e ainda se alguém intentar uma ação por furto não manifesto, que o ladrão seja condenado no dobro. - Se alguém cometer furto a noite e for morto em flagrante, o que matou não será punido. Lei das XII Tábuas: Tábua III - Da Execução em caso de confissão ou de condenação. Aquele que confessar a divida perante o juiz, ou for condenado, ter trinta dias para pagar. Esgotados os trinta dias e não tendo pago, deveria ser agarrado pelo autor e levado á presença do juiz. Se não pagasse e ninguém se apresentasse como fiador, o devedor era levado pelo seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com cadeias com peso máximo de 15 libras; ou menos, se assim o quisesse o credor. O devedor preso viveria as custas do credor. Esta é uma das regras mais marcantes das tábuas, permitindo que se parta o corpo do devedor em tantos pedaços quantos forem os seus credores. “Depois do terceiro dia de feira, será permitido dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quanto forem os credores, não importando cortar mais ou menos; se os credores preferirem poderão vender o devedor a um estrangeiro”. Lei das XII Tábuas: Tábua IV - Do Pátrio Poder. O Pai tinha sobre a sua esposa e seu filhos o direito de vida, morte e liberdade. Mas não era ilimitado pois se vendesse o filho por três vezes perderia o direito sobre o filho. “Se uma criança nascer com alguma deformidade deveria ser morta, pois não eram capazes de serem soldados romanos nem agricultores. Lei das XII Tábuas: Tábua V - Do Direito Hereditário e da Tutela. “Se o pai de família morrer intestado, não deixando herdeiro seu, que o agnado mais próximo seja o herdeiro.” Estabelece que se alguém morrer sem deixar testamento, indicando um herdeiro seu impúbere, o agnado mais próximo seria o seu tutor. Interessante observar que as dividas ativas e passivas (do de cujus) eram divididas entre os herdeiros, segundo o quinhão de cada um. Se alguém tornar-se louco ou pródigo e não tiver tutor, que a sua pessoa e seus bens sejam confiados à curatela dos agnados e, se não houver agnados, à dos gentis. Lei das XII Tábuas: Tábua VI - Da Propriedade e da Posse. Nessa Tábua estão as regras relacionadas à propriedade e a posse. A palavra de um homem era muito importante nos contratos, conforme a regra : “Quando alguém faz um juramento, contrato ou venda, anunciando isso oralmente em público, deverá cumprir sua promessa”. Encontramos nesse documento a regra de que se os frutos caírem sobre o terreno vizinho, o proprietário da arvore terá o direito de colher esses frutos. Lei das XII Tábuas: Tábua VII ou VIII: Do direito dos edifícios e terras. A sétima tábua parece ser uma continuação da anterior, tratando dos edifícios e das terras. Alguns estudiosos entendem que essas regras pertencem a oitava tábua e não a sétima tábua. Essa regra pressupõe que toda a propriedade deve ter uma estrada, porém se tal estrada for desmanchada poderá se trafegar por qualquer parte das terras de alguém. “Se alguém destruir algo de alguém será obrigado pelo juiz a reconstruir ou restituir tal coisa”. Trata-se de regra histórica para o direito civil, em especial na parte da Responsabilidade Civil. Lei das XII Tábuas: Tábua VIII ou VII: Dos Crimes. Considerada talvez a Tábua mais importante, trata dos crimes e condutas ilícitas no direito romano. O sistema penal da lei das doze tábuas era muito avançado para a época. A maioria das penas descritas são espécies de compensações pecuniárias pelos danos causados. Por exemplo temos a pena da “injúria feita a outrem” que é o valor de vinte e cinco as. Porém se a injúria for pública e difamatória será aplicada a pena capital. Lei das XII Tábuas: Tábua VIII ou VII: Dos Crimes. “O ladrão confesso (preso em flagrante) sendo homem livre será vergastado por aquele a quem roubou; se é um escravo, será vergastado e precipitado da Rocha Tapéia; mas sendo impúbere, será apenas vergastado ao critério do magistrado e condenado a reparar o dano”. Vemos que a noção da reparação também é algo observado pelos legisladores na elaboração das leis: “Pelo prejuízo causado por um cavalo, deve-se reparar o dano ou abandonar o animal” ou ainda “Se o prejuízo é causado por acidente, que seja reparado”. Sofria a pena de morte aqueles que cometessem homicídio, ajuntamento noturno de caráter sedicioso e aquele que prender alguém por palavras de encantamento ou lhe der venenos. Lei das XII Tábuas: Tábua IX: Do Direito Publico. A Nona Tábua estabelece algumas regras que tem características públicas. Os privilégios não poderão ser ignorados nos cumprimentos das leis. Tal regra era ditada especialmente à classe dos patrícios que possuíam muitos direitos frente aos plebeus. Conubia plebi cum patribus sanxerunt. Essa regra diz que não é permitido o casamento entre os plebeus e os patrícios. Interessante é a regra acerca da corrupção dos juízes: “Se um juiz ou um árbitro indicado pelo magistrado receber dinheiro para julgar a favor de uma das partes em prejuízo de outrem, que seja morto.” Lei das XII Tábuas: Tábua X: Do Direito Sagrado. Uma das poucas diferenças da Lei das Doze Tábuas com relação ao direito grego da época está concentrada nessa tábua. A décima tábua traz regras com relação aos funerais e o respeito aos mortos. Estabelecia a regra “Nenhum morto será incinerado ou queimado dentro da cidade”. .. Quando um homem ganhar uma coroa ou seu escravo para ele...O texto está incompleto e o seu entendimento foi prejudicado por isso. Alguns estudiosos entendem que a tradução para esse caso seria a proibição do uso de coroas e turíbulos nos funerais. Tal regra proibia colocar ouro em uma pira de funeral. Mas, se os dentes do morto estivessem nele, ninguém seria punido por isto. Tal regra servia para evitar possíveis saques ou furtos aos mortos. Lei das XII Tábuas: Tábua XI: (...) Que a ultima vontade do povo tenha força de lei Não é permitido casamento entre patrícios e plebeus Lei das XII Tábuas: Tábua XII: Da apreensão do penhor Os escravos eram considerados como incapazes para todos os atos, porque eram considerados como objetos, portanto, a Lei escrevia a regra: “Se um escravo comete um roubo ou um outro delito prejudicial, será movida contra o seu dono uma ação indireta, isto é, uma ação noxal”. Se alguém simular posse provisória em seu favor, o magistrado deverá nomear três árbitros para a causa e, em face da evidência, condenará o simulador a restituir os frutos em duplo. Marco Tulio Cicero • “O orçamento nacional deve ser equilibrado. • As dívidas devem ser reduzidas, • a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. • Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos se a nação não quiser ir à falência. • As pessoas devem, novamente, aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.” Eneo Domitius Ulpianus (150-228 d.C.) • Foi um jurista romano de grande influência para o mundo do direito . • Tem comoexpoente jurídico o princípio contido no ditame: • "Tais são os preceitos do direito: -viver honestamente (honeste vivere), - não ofender ninguém (neminem laedere), - dar a cada um o que lhe pertence (suum cuique tribuere)". • É elencado em tais premissas fundamentais que cada homem deve viver, para que se minimize a interferência estatal nas relações entre partes, mas sobretudo precisamente para garantir uma sociedade cada vez mais justa e igualitária. • Diferencia o Direito de Justiça • IUS (Direito em latim) vem da palavra IUSTITIA (Justiça) • Considera que a justiça é a ”vontade constante de dar a cada um o que é seu”, ato este que deveria ser perseguido pelo Direito. • O Direito provem e vincula a justiça mas não são as mesmas coisas. Êneo Domitius Ulpianus (150-228 d.C.) • Thémis (Iustitia) era uma Deusa dotada dos mais nobres atributos, que personificava a Justiça. • Possuía os olhos vendados para ser imparcial • Segurava uma balança em uma das mãos e em outra uma espada ...De nada adianta o Direito sem a força. • Dessa forma distribuía a justiça por meio da balança (igualdade) e da espada (força): quando o fiel (lingueta da balança indicadora de equilíbrio) estava completamente na vertical , tinha-se o Direito ( Directum) Êneo Domitius Ulpianus Estatua da IUSTITIA • Portanto a faixa que cobria os olhos de IUSTITIA significava imparcialidade: ela não via diferença entre as partes em litigio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos. Suas decisões justas e prudentes, não eram fundamentadas na personalidade, nas qualidades ou poder da pessoa, mas na sabedoria das leis. • Assim, segundo os romanos, a IUSTITIA personifica a Justiça. Êneo Domitius Ulpianus (150-228 d.C.) Estatua da IUSTITIA 3 - DIREITO ROMANO NO ALTO IMPÉRIO • Também conhecido como principado, ou diarquia: período de transição entre a República e o Dominato (ou Baixo Império), estendendo-se de 27 a.C. a 284 d.C. • Príncipe ou Imperador: congrega poderes quase ilimitados, chefe supremo das forças armadas, autoridade máxima, poder é partilhado com o Senado • Poder judiciário repartido entre o Príncipe e o Senado • Numerosas fontes de direito: costumes, leis, editos dos magistrados, senatusconsultos, constituições imperiais e as respostas dos jurisconsultos 3 - DIREITO ROMANO NO IMPÉRIO • Dominato,:284 d.C. a 565 d.C. • Poder supremo do imperador: assume atribuições dos outros órgãos constitucionais, torna-se monarca absoluto, concentrando todos os poderes em suas mãos • Império Romano: subdivido em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente • As constituições imperiais, ou leges, são a única fonte do direito romano neste período • Surgem codificações ou compilações • A importância de Justiniano é tamanha que podemos dividir as compilações existentes neste período como anteriores, posteriores ou da época de Justiniano 3 - DIREITO ROMANO NO IMPÉRIO JUSTINIANO – O Ultimo IMPERADOR Flávio Pedro Sabácio Justiniano, • Nasceu em Taurésio em maio de 483 d.C . • Ambicioso, reconquistou territórios para reconstruir o antigo império Romano que havía caído em 476 d.C . • Justiniano trouxe grandes contribuições ao mundo moderno: • a ideia de domínio do Estado sobre a Igreja, • o embelezamento da capital, transformada no principal centro cultural cristão do Oriente, • a construção da catedral de Santa Sofia o mais notável exemplo da arquitetura cristã bizantina e • a preservação da legislação romana, trabalho jurídico que serviu de base ao direito moderno. • DO QUE TRATA? • O Corpus Juris Civilis (Corpo de Lei Civil) é uma obra fundamental da jurisprudência, publicada por ordem do imperador Justiniano I. • O livro é composto por 4 partes: • o Código de Justiniano, que continha toda a legislação romana revisada desde século 2; • o Digesto ou Pandectas, composto pela jurisprudência romana; • Institutos, os princípios fundamentais do direito, e • as Novelas ou Autênticas, com leis formuladas por Justiniano. CORPUS JURIS CIVILIS CORPUS JURIS CIVILIS • QUEM ESCREVEU? • Justiniano (482-565) foi imperador romano do Oriente de 527 até sua morte. • Assim que assumiu o poder, ordenou a compilação de leis que compõem o Corpus Juris Civilis. • POR QUE MUDOU A HUMANIDADE? • Porque organizou as leis que já existiam e formulou novas, que se tornaram a base do Direito Civil moderno. • Além de representar uma revolução jurídica, é também um documento importante sobre a vida no Império Romano. CORPUS IURIS CIVILIS • É composto de quatro partes: • I – CODEX • II – DIGESTO OU PANDECTAS • III – INSTITUTAS • IV - NOVELAS 1 - DIGESTO (OU PANDECTAS) • Digesto, do latim digere, significa “pôr em ordem”. • Trata-se de compilação e organização dos jurisconsultos clássicos que não só eram inúmeros como também sofriam de contradições e dificuldades de localização. • Justiniano, percebendo esses problemas, decidiu dar a missão à Triboniano de reunir uma comissão de dezesseis membros para organizar toda a jurisprudência no prazo de dez anos. • Como membros foram selecionados Constantino, Teófilo e Crátino de Constantinopla, Doroteu e Isidoro da Universidade de Berito e mais onze advogados que trabalhavam junto à alta magistratura. DIGESTO (OU PANDECTAS) •Após árduo trabalho de compilação, leitura e análise de textos, a comissão conseguiu terminar o trabalho em apenas três anos, sendo chamado informalmente de Codex enucleati iuris. •O Digesto foi promulgado em 15 de dezembro de 533, entrando em vigor após quinze dias. • Extenso, o Digesto é composto por 50 livros, subdivididos em aproximadamente 1.500 títulos organizados por assunto. • DIGESTO – “Por em Ordem” – 50 livros divididos em 7 partes com mais 1.500 títulos organizados por assunto: • 1 ao 4 – Princípios gerais • 5 ao 11 – proteção judicial da propriedade • 12 ao 19 – obrigações e contratos • 20 ao 27 – obrigações e família • 28 ao 36 – testamento e herança • 37 ao 44 – possessão e obrigações • 45 ao 50 – Direito Penal Corpus Iuris Civilis • CODEX - Justiniano convoca uma comissão de dez membros para compilar as constituições imperiais vigentes, dada a necessidade de preservar as normas de direito romano. • Em dois anos, sai a publicação do Novo Código de Justiniano - com a constituição Summa rei publicae em 7 de abril de 529. • Comissão - conteúdo – motivo – entrada em vigor. Corpus Iuris Civilis CODEX - Foi dividida em 12 livros: • - O Livro I faz invocação a Jesus Cristo e consagra as fontes do direito. Cuida do direito de asilo e das funções dos diversos agentes imperiais. • - O Livro II trata principalmente do Direito Processual. • - Os livros III a VIII tratam do Direito Penal. • - Os livros X a XII cuidam do Direito Administrativo e do Direito Tributário. • INSTITUTAS – Manual introdutório às normas Inclusas no Digesto. Publicadas um mês antes do Digesto – continha ponto de vista teórico; expondo noções gerais, definições e classificações dos dispositivos presentes no Digesto. Corpus Iuris Civilis • NOVELAS – Apos o termino das compilações – da elaboração do CODEX, do DIGESTO e INSTITUTAS, houve a reserva para que Justiniano pudesse elaborar novas leis. Corpus Iuris Civilis O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • 1.Liberdade do Indivíduo • Uma das regras do código justinianeu traduzidas na obra de Moses Hadas4 diz que “ninguém será obrigado a defender uma causa contra a própria vontade”. • A norma do direito romano procura assegurar o livre arbítrio, garantindo que ninguém será obrigado a fazer algo que não se sinta seguro ou não faça parte de sua vontade. • Noordenamento jurídico brasileiro, fica assegurado, no artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • 2 Liberdade de Pensamento • O código romano previa, não só o livre arbítrio no aspecto de ir e vir, mas também o em relação ao pensamento. Outra regra de Justiniano assegura que “ninguém sofrerá penalidade pelo que pensa”. Ninguém poderia ser punido pelo que pensava. • O ordenamento atual também tratou de regulamentar essa questão com artigos expressos na Constituição Federal e no Código Penal. O artigo 5º da CF, em seu inciso IV, diz: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. • No âmbito constitucional, o pensamento é livre, mas, para que a regra valha, o agente deve se identificar, pois, caso cometa delitos ou ofensas, calúnias, injúrias, ele será identificado e penalizado. O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • 3 – DIREITO A INTIMIDADE e RESGUARDO DO DOMICILIO • “Do mesmo modo, quanto ao direito à intimidade, ao resguardo do domicílio: Gaio já acentuara, “ninguém pode ser citado dentro de sua própria casa, porque esta é o mais seguro refúgio e asilo de cada um: e aquele que nela penetra, para citar, estará violando-a” (D. 2, 4, 18, ad. leg. XII, Tab.). • Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • 4 Igualdade de Tratamento entre Acusador e Acusado • Mais uma regra que se assemelha à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 pode ser constatada no direito romano com os seguintes dizeres: “nada que não se permita ao acusado deve ser permitido ao acusador”. • O artigo 5º inciso LV afirma que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. • 5 Imparcialidade das Testemunhas • “Um pai não pode ser testemunha competente contra um filho e nem um filho contra um pai”; nesta regra do código da Constantinopla, assim como na regra anterior, procura-se, acima de tudo, garantir imparcialidade ao julgamento do acusado. • Um pai não poderia testemunhar contra um filho, porque, possivelmente, a emoção se sobreporia à razão. • Tudo dependeria da relação entre pai e filho e da gravidade do crime cometido, mas em, qualquer situação, as emoções interfeririam no julgamento do processo. O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • 5 Imparcialidade das Testemunhas • Código de Processo Penal - Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afi m em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o fi lho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrarse a prova do fato e de suas circunstâncias9 . O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • 5 Imparcialidade das Testemunhas • O Código Civil, em seu artigo 228, informa que: • Não podem ser admitidos como testemunhas: • I – os menores de dezesseis anos; • II – aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil; • III – os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; • IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; • V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes por consanguinidade, ou afinidade. • Parágrafo único: Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo10. O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • .6- Vida Pregressa do Acusado. • O ordenamento atual também leva em consideração a idade, o comportamento, a vida pregressa, os antecedentes, tudo isso podendo ser considerado como sendo fator atenuante ou agravante da pena. Isso pode ser observado no Art. 27 do Código Penal: • “Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial”. • A legislação especial a qual o código se refere é o Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina que a esses menores, ainda sem capacidade civil, se apliquem penas mais leves, como se lê a seguir: O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA • .6- Vida Pregressa do Acusado. • O ordenamento atual também leva em consideração a idade, o comportamento, a vida pregressa, os antecedentes, tudo isso podendo ser considerado como sendo fator atenuante ou agravante da pena. Isso pode ser observado no Art. 27 do Código Penal: • “Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial”. • A legislação especial a qual o código se refere é o Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina que a esses menores, ainda sem capacidade civil, se apliquem penas mais leves, como se lê a seguir: O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ECA. • Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: • I - advertência; • II - obrigação de reparar o dano; • III - prestação de serviços à comunidade; • IV - liberdade assistida; • V - inserção em regime de semi-liberdade; • VI - internação em estabelecimento educacional... • § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. • § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado O CORPUS IURIS CIVILIS E A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
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