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CAPÍTULO VIII O Capital

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CAPÍTULO VIII – A JORNADA DE TRABALHO
1. Os limites da jornada de trabalho
A força de trabalho, supõe-se, é comprada e vendida pelo seu valor, que é determinado pelo tempo de trabalho necessário à sua produção.
 	Se a produção dos meios de subsistência exige 6 horas, a parte necessária da jornada de trabalho é 6 horas. Mas, e a jornada de trabalho?
	Supondo a------b o tempo de trabalho necessário = 6 horas,
Havendo um prolongamento de jornada de trabalho: 
I a------b-c 1 hora de prolongamento jornada de trabalho = 7horas
II a------b---c 3 horas de prolongamento jornada de trabalho = 9horas
III a------b------c 6 horas de prolongamento jornada de trabalho = 12horas
bc = prolongamento, representa o mais-trabalho
ab+bc = jornada de trabalho
sendo ab dado (custo de vida)
bc varia.
E a proporção de bc em relação a ab pode se medida:
Em I ela é de 
 ou 16,67%
Em II ela é de 
 ou 50%
Em III é de 
 ou 100%,
que representam a taxa de mais valia dada por 
	
 
Esta não nos dá o tamanho da jornada de trabalho, que é variável (sendo uma parte dada, mas a outra variavel).
	Quanto aos limites da jornada de trabalho, se bc=0, temos o mínimo = ab, mas no modo de produção capitalista ela jamais pode reduzir-se a este mínimo. Por isso ele é indeterminado.
	Mas o limite máximo é determinável, seja por limites físicos ou morais:
	FÍSICO: 24 horas menos repouso, alimentação, higiene ...
	MORAIS(SOCIAIS): FÍSICO menos necessidades espirituais e sociais.
Os limites morais dependem do nível geral de cultura de cada sociedade.
Em função destes limites, a jornada de trabalho pode ser de 8, 10, 12, 14, 16, 18 horas (Elástica).
	O capitalista compra a força de trabalho pelo seu valor de um dia. Ela lhe pertence enquanto valor de uso. Assim, ele tem o direito de fazer o trabalhador trabalhar para ele durante um dia. Mas, o que é uma jornada de trabalho? Menos do que 24 horas. Mas quanto menos?
	O capital deve valorizar-se, criar mais-valia, o máximo possível.
	O capitalista comprou a mercadoria força de trabalho e tira dela o maior proveito (valor de uso).
	O trabalhador afirma que o que o capitalista ganha em trabalho ele perde em substância de trabalho.
	Página 189: 
	Ex. numérico em que o trabalhador recebe o pagamento de um dia, quando trabalha três dias = 1/3.
	O trabalhador exige uma jornada de trabalho de duração normal. O valor de sua mercadoria como qualquer outro vendedor.
	O capitalista afirma seu direito como comprador, quando procura prolongar ao máximo a jornada de trabalho.
	Ocorre uma disputa: direito X direito. E entre direitos iguais, decide a força.
	A jornada de trabalho é decidida – ao redor de seus limites – numa luta entre o capitalista coletivo e o trabalhador coletivo. 
CAPÍTULO VIII – Continuação
2 – A avidez por mais-trabalho. Fabricante e boiardo 
O mais-trabalho não é invenção do capital. Sempre que parte da sociedade possui o monopólio dos meios de produção, o trabalhador, livre ou não, tem de adicionar um tempo de trabalho excedente ao trabalho necessário. Ex: dos atenienses, romanos e escravocratas americanos até o capitalista moderno. 
Na antiguidade o trabalho forçado até à morte era a forma oficial de sobre-trabalho onde se trata de ganhar o valor de troca em sua figura autônoma de dinheiro, na produção de ouro e prata. Mas são exceções no mundo antigo
A diferença maior vai se dar entre o mais-trabalho de uma produção voltada para o autoconsumo direto e quando o produto é voltado para a exportação. Nos Estados sulistas americanos a vida dos negros é consumida em 7 anos em um sistema calculado e calculista. 
	Fábricas Inglesas
	Principados do Danúbio
	6 horas Trabalho necessário
	Corvéia, servidão 
	6 horas Mais-trabalho
	3 dias para o senhor
	O capitalista empenha-se em prolongar a jornada de trabalho.
	3 dias para o trabalhador
 Na Valáquia (Danúbio) ocupada por tropas russas, a proporção entre a corvéia e o trabalho necessário 56/84 = 66,667% expressa uma taxa de mais-valia muito menor do que aquela praticada na Inglaterra. Mas esta é apenas a corvéia legal.
Moldávia: determinações ainda mais duras.
Pg. 193 – Os inspetores de fábricas. Ler.
5 horas e 40 minutos semanais de ganho para os capitalistas “fraudulentos”, menos tempo para refeições...
A corvéia: Quando as terras eram comuns, o trabalho era comunal e parte da produção constituía um fundo de reserva para o caso de más colheitas e outras casualidades, parte para os Estado(guerras) e outras despesas comunais.
Quando a terra foi apropriada pelos “ladrões da terra comunal” a corvéia passou a ser paga a estes, desenvolvendo-se relações de servidão, que a Rússia elevou à categoria de lei.(1831)
3 – Ramos da indústria inglesa sem limite legal de exploração Pg. 196 
Relatos e inquéritos parlamentares sobre a exploração de crianças ( 7 anos de idade e 15 horas de jornada ), etc. Pelo que ocorre com as crianças, deduz-se o que ocorre com os adultos.
 Cerâmicas da Inglaterra e da Escócia:
Vida curta ≤ 42 anos.
Do ponto de vista do sobretrabalho, todos os seres humanos são iguais diante do capital, (uma modista e um ferreiro – exemplos).
Modista: Mary Ane Walkley, 20 anos, morte por sobretrabalho 
horas ou até 30 horas seguidas, em condições não adequadas de trabalho e moradia. 
Ferreiro: morre aos 37 anos.
4 – Trabalho diurno e noturno. O sistema de revezamento
O capital constante, os meios de produção só existem para absorver trabalho e mais-trabalho. Se não fizerem isso, serão um adiantamento inútil de capital: prejuízo para o capitalista. 
O trabalho noturno (prolongamento) faz parte do impulso imanente da produção capitalista. Mas como é impossível(fisicamente) sugar continuamente as mesmas forças de trabalho, dia e noite, surge o revezamento, destacando que o trabalho noturno apresenta efeitos prejudiciais e que crianças de 6, 8 anos e mulheres trabalham também nesse horário. 
O processo de produção é de 24 horas ininterruptas mas a jornada oficial é de 12 horas (diurnas ou noturnas). Mas em muitos casos o trabalho extraordinário, além desse limite, é horrorizante 
Relatos Pg. 207 Jornadas emendadas... se falta um menino, um ou mais dos que já cumpriram a sua jornada o substitui.
5 – A luta pela jornada normal de trabalho. Leis compulsórias para o prolongamento da jornada de trabalho, da metade do século XIV ao fim do século XVII 
Sobre a discussão “que é uma jornada de trabalho”, vimos que existem limites físicos e morais. Mas o capital atropela esses limites e atrofia a força de trabalho. Não se importa com a duração de vida da força de trabalho. Deveria o capitalista preocupar-se com a reprodução da prole dos trabalhadores, mas têm surgido trabalhadores de outros paises.
Existem lacunas no mercado de trabalho mas as Poor Low Commissioners (1834) deslocavam “excesso de população” (camponesa) para o norte. A tendência é a superpopulação.
O capital não tem a menor consideração pela saúde e duração de vida do trabalhador, a não ser quando é coagido pela sociedade. Mas isso não depende da boa vontade do capitalista individual. A concorrência impõe-lhe leis externas.
A luta por uma jornada normal de trabalho dá-se entre capitalista e trabalhador(luta multisecular).
Duas tendências opostas:
Estatutos ingleses do trabalho do século XIV até meados do século XVIII procuravam compulsoriamente prolongar a jornada de trabalho. Estado – decorrência da peste(escassez de mão-de-obra).
Já a moderna lei fabril (século XVII) é no sentido de reduzi-la compulsoriamente. A jornada de trabalho reduziu-se a 12 horas. 
6 – A luta pela jornada normal de trabalho. Limitação por força de Lei do tempo de trabalho. A legislação fabril inglesa de 1833/64 
de 1802 a 1833, houve 5 leissobre o trabalho, mas permaneceram letra morta. Somente a partir da lei fabril de 1833 ( até 1844) nasceu para a indústria moderna uma jornada normal de trabalho das 5 e meia às 8 e meia (15 horas - pelo menos 1 hora e meia para as refeições) sendo legal utilizar adolescentes (13 a 18 anos), desde que um adolescente não trabalhe mais do que 12 horas por dia. Foi proibido o emprego de menores de 9 anos ( com exceções).
De 9 a 13 anos, a jornada é de 8 horas diárias. O trabalho noturno foi proibido para pessoas entre 9 e 18 anos.
A Lei de 1833 foi difícil de ser cumprida. Como controlar os tempos legais de trabalho, de refeições, de cada faixa etária? Não havia controle sobre o sistema de turnos. 
A partir de 1838, os trabalhadores fabris reivindicam 10 horas – campanha política.
1844 – Lei Fabril adicional. As mulheres maiores de 18 anos são equiparadas aos adolescentes, com 12 horas e vedado o trabalho noturno. Crianças menores de 13 anos 6 e meia a 7 horas. A idade mínima das crianças a serem exploradas recua de 9 para 8 anos.
Lei fabril de 1847 – jornada provisoriamente de 11 horas e, no ano seguinte de 10 horas.
As três leis vigoraram simultaneamente, já que nenhuma revogava ou emendava a anterior.
Lei Fabril de 1850 Pg. 231
Em 8 de fevereiro de 1850 a Lei das 10 horas foi revogada. Seria mero embuste, logro parlamentar e não teria jamais existido.
5 de agosto de 1850 nova Lei Fabril – COMPROMISSO ENTRE FABRICANTES E TRABALHADORES consagrado pelo PARLAMENTO.
Jovens e mulheres 10 hora e meia nos cinco dias da semana + 7 horas e meia aos sábados, das 6 horas da manhã às 6 horas da tarde. 1 hora e meia para refeições. FIM DO SISTEMA DE TURNOS.
Para o trabalho das crianças, permaneceu a lei de 1844.
Fabricantes de seda: exploração de crianças. Estas estariam disponíveis meia hora antes e 2 horas e meia depois do que jovens e mulheres. Isto foi corrigido em 1853. A partir de então, a Lei Fabril de 1850 regulou a jornada de trabalho de todos os trabalhadores nos ramos industriais submetidos a ela.
Outros ramos foram submetidos à Lei Fabril de 1850:
1860: tinturarias e branquearias;
1861: rendas e meias;
1863: cerâmica, fósforos, espoletas, cartuchos...
 Os magnatas se reconciliaram com a inevitável força da classe trabalhadora e seus aliados. 
7 – A luta pela jornada de trabalho. Repercussões da legislação fabril inglesa em outros países 
As leis fabris, antes de exceção, generalizam-se: Qualquer casa onde se trabalhe, é declarada fábrica.
A criação de uma jornada normal de trabalho é fruto de uma guerra civil de longa duração, mais ou menos oculta entre as classes capitalista e trabalhadora. Travou-se primeiro na Inglaterra, berço da indústria moderna. A França vem atrás da Inglaterra (claudica). Foi necessária a revolução de fevereiro para o nascimento da jornada de 12 horas(todas as oficinas e fábricas).
Estados Unidos – após o fim da guerra civil, com o fim da escravidão, vem a agitação pelas 8 horas.
1866 – Congresso Internacional de Trabalhadores decidiu declarar a jornada de trabalho legal em 8 horas.
Ler final PG. 238.
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