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2 Jornada de trabalho

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LEGISLAÇÃO E 
ROTINA 
TRABALHISTA E 
PREVIDENCIÁRIA 
Miriany Stadler Ilanes
Jornada de trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir jornada de trabalho.
 Comparar as diversas limitações legais da jornada de trabalho.
 Analisar os descansos (intervalos) na jornada de trabalho.
Introdução
A jornada de trabalho corresponde ao período instituído em contrato 
empresarial e que deve ser cumprido pelo empregado. A Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT) prevê o espaço de tempo máximo de 8 horas 
diárias, a totalizar 44 horas semanais, desde que não seja definido outro 
horário específico. 
De acordo com as novas regras da Reforma Trabalhista, as empresas 
poderão contratar trabalhadores para cumprir jornadas de 12 horas. No 
entanto, nesses casos, deverá haver obrigatoriamente um intervalo de 
36 horas antes do retorno à empresa e essas horas deverão ser ano-
tadas em um documento que pode ser chamado de folha de ponto, 
específico para o controle de horas. Assim, o trabalhador anotará o seu 
horário de entrada e de saída de expediente, bem como os intervalos 
realizados.
Neste capítulo, estudaremos sobre aspectos gerais da jornada de 
trabalho, como a sua definição legal e as suas limitações, para, por fim, 
investigar como ocorrem os intervalos na jornada.
Conceitos fundamentais
A rigor, quando falamos em jornada de trabalho, referimo-nos ao número 
de horas diárias de trabalho, ou seja, ao montante de horas de trabalho em 
um único dia, como, por exemplo, uma jornada de trabalho de 8 horas. Na 
língua italiana, o vocábulo giornata signifi ca jornada, trabalho de um dia, 
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salário de um dia, dia, no sentido de dia de trabalho, ou, ainda, pagamento 
de um dia. Por isso, também se verifi ca a denominação duração do trabalho 
(GARCIA, 2017).
Ao abordarmos o número de horas de trabalho semanal, mensal ou anual, o 
correto é utilizarmos a referida denominação, pois o assunto não se restringe 
ao trabalho diário. O horário de trabalho, por sua vez, diz respeito à hora de 
início e de término do labor, com os respectivos horários de intervalo inseridos 
nessa jornada. Nesse sentido, podemos conceituar jornada de trabalho como 
o montante de horas de um dia de labor. Ademais, é computado na jornada de
trabalho não apenas o tempo efetivamente trabalhado, mas também o tempo à
disposição do empregador. As chamadas horas in itinere, presentes em certos 
requisitos, também são computadas.
As horas in itinere são horas extras não prestadas no local de trabalho: são as horas 
que o trabalhador gasta para se descolar da sua residência até o seu local de trabalho 
e vice-versa.
Em termos puramente teóricos, há três correntes que tratam da abran-
gência da jornada de trabalho. A teoria do tempo efetivamente trabalhado 
não computa na jornada de trabalho as paralisações do empregado, como os 
intervalos. A teoria do tempo à disposição do empregador é mais abrangente, 
pois considera como jornada de trabalho não apenas o tempo de efetivo serviço, 
mas também o tempo que o trabalhador fica à disposição do empregador 
(GARCIA, 2017). Nesse aspecto, de acordo com a Súmula nº. 118 do Tribunal 
Superior do Trabalho (TST): “Jornada de trabalho. Horas extras. Os intervalos 
concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, 
representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço 
extraordinário, se acrescidos ao final da jornada” (GARCIA, 2017, p. 509). 
Já a teoria do tempo in itinere considera como jornada de trabalho todo o 
período, desde o momento em que o empregado se dirige ao trabalho até o 
seu retorno à residência (GARCIA, 2017).
No Direito do Trabalho de hoje, não há apenas uma teoria 
amplamente adotada, pois contamos com um sistema híbrido, que 
entende a jornada de trabalho não somente como o tempo real de serviço, 
Jornada de trabalho2
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o mas também como o tempo que o funcionário fica à disposição do empregador 
(GARCIA, 2017).
O art. 58 da CLT prevê o seguinte: “A duração normal do trabalho, para 
os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas 
diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite” (BRASIL, 
1943, documento on-line). Contudo, de acordo com a atual redação do artigo 
59 da CLT, a duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, 
em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva 
ou acordo coletivo de trabalho. Excepcionalmente, para a realização ou 
conclusão de serviços inadiáveis ou ainda cuja inexecução possa implicar 
prejuízos, bem como motivos caracterizados como de força maior, tais limites 
poderão ser excedidos. 
Cabe destacarmos que, nos termos do art. 4º, caput, da CLT: “Considera-
se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à 
disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo 
disposição especial expressamente consignada” (BRASIL, 1943, documento 
on-line).
Quanto à duração, a jornada de trabalho se classifica em dois tipos:
 Normal ou comum. Oito horas diárias, respeitado o limite semanal de 
44 horas, o que, por ser o ordinário, é o presumido. Pode, no entanto,
haver previsão legal ou convencional mais benéfica ao empregado ou
a certas categorias ou formas de trabalho, fixando jornada de trabalho
normal inferior ao referido módulo, como ocorre no trabalho em regime
de revezamento (art. 7º, XIV, da Constituição Federal de 1988).
 Extraordinária ou suplementar. Horas de trabalho além do horário
normal.
Quanto ao período, a jornada de trabalho se subdivide também em dois 
tipos: 
 Diurna. Quando o trabalho ocorre no meio urbano no horário das 5
às 22 horas;
 Noturna. Quando o labor ocorre no meio urbano das 22 às 5 horas
(art. 73, § 2º, da CLT). No trabalho rural, o art. 7º da Lei nº. 5.889, de
8 de junho de 1973, estabelece o horário noturno das 21 às 5 horas na
agricultura e das 20 às 4 horas na pecuária.
3Jornada de trabalho
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Com relação à profissão, é válido atentarmos ao fato de que certas profissões 
e categorias, como os bancários (art. 224 da CLT) e os telefonistas (art. 227 da 
CLT), têm jornadas de trabalho especiais, inferiores ao limite constitucional. 
No entanto, conforme a Súmula nº. 370 do TST, médicos e engenheiros não 
possuem jornada de trabalho propriamente reduzida, mas apenas há a fixação 
do salário mínimo profissional, devido para uma jornada de trabalho fixada 
na respectiva lei (GARCIA, 2017).
Leia mais acerca da Reforma Trabalhista na 17ª edição da obra Curso de Direito do 
Trabalho, do professor Mauricio Godinho Delgado, datada de 2018.
Limitações legais da jornada de trabalho
A doutrina indica diversos fundamentos para a limitação da jornada de tra-
balho pelas normas jurídicas, com natureza cogente. Segundo Garcia (2017), 
podem ser arrolados, assim, os seguintes fundamentos conformes as suas 
distintas naturezas:
Psíquica e psicológica. O trabalho intenso, com jornadas extenuantes, pode 
causar o esgotamento psíquico/psicológico do trabalhador, afetando a sua 
saúde mental e a sua capacidade de concentração, o que pode até gerar doenças 
ocupacionais de ordem psíquica, como a chamada síndrome do esgotamento 
profi ssional (burnout).
Curioso sobre a síndrome de burnout? Acesse o link a seguir para saber mais sobre 
essa complicada síndrome:
https://qrgo.page.link/3d1yz
Jornada de trabalho4
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Física. O labor em jornadas de elevada duração também pode acarretar a 
fadiga somática do empregado, resultando em cansaço excessivo, bem como 
aumentando o risco de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, de modo 
a colocar a saúde e a vida do trabalhador em risco.
Social. Também é necessário à sociedade que, além de trabalhar, a pessoa 
exerça outras atividades relevantes na comunidadeem que vive, inclusive no 
seio familiar, que é a base da sociedade.
Econômica. Jornadas de trabalho de elevada duração podem fazer a empresa 
deixar de contratar outros empregados, passando a exigir trabalho somente dos 
poucos que prestam serviços, aumentando o desemprego e, por consequência, 
gerando crises na economia.
Humana. Para ter a sua dignidade preservada, o trabalhador não pode ser 
exposto a jornadas de trabalho extenuantes, o que afetaria a sua saúde e 
colocaria em risco a sua própria vida, inclusive em razão de riscos relativos 
a acidentes de trabalho:
A inclusão, na Constituição de 1988, de um aparelho constitucional ante-
vendo uma jornada menor, de 44 horas semanais, para todos os cidadãos 
brasileiros, foi de certa forma o efeito inevitável da forte greve operária de 
1985, quando foram conquistadas, pelos trabalhadores, reduções na jornada 
normal de 48 horas para 45, 44 e até mesmo 40 horas semanais (SARAIVA; 
SOUTO, 2018, p. 192).
Em termos legais, o ato de normatizar constitucionalmente a diminuição 
da carga horária semanal foi tarefa simples. Todavia, em termos práticos, essa 
alteração foi bastante complexa e lenta, pois exigia a mudança dos hábitos de 
trabalho vigentes há 100 anos. Determinados setores econômicos com força de 
trabalho organizada se anteciparam à lei ou agruparam de imediato a mudança 
legal, ao passo que os grupos menos preparados ou com força de trabalho mais 
dispersa, embora tenham formalmente adotado de imediato a alteração da 
jornada das antigas 48 horas para 44 horas semanais, não desistiram do antigo 
padrão de trabalho. A tática da classe empresária foi converter as antigas 4 
horas de trabalho ordinário em trabalho extraordinário. Assim, observamos 
que a grande massa de trabalhadores alcançou somente uma alteração formal 
do tempo de trabalho, sem que acontecesse uma real mudança na prática.
5Jornada de trabalho
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As normas que regulam a duração do trabalho são imperativas e têm natureza publi-
cística. Dessa forma, elas são inderrogáveis e irrenunciáveis. Por meio dessas normas, 
cujo grau mais elevado de hierarquia é a própria Constituição, o Estado manifesta o 
seu interesse pelo problema da fadiga do trabalhador, de modo a velar para que ele 
não seja submetido a longas jornadas de trabalho, capazes de lhe sacrificar a saúde. 
De outro lado, já ficou perfeitamente demonstrado que jornadas muito longas não 
são nada úteis às empresas, pois, com a sucessão das horas, o rendimento do trabalho 
declina (SARAIVA; SOUTO, 2018).
Posto isso, o limite legal da jornada de trabalho diário é o máximo normal. 
Entretanto, nada impede que o empregador estabeleça uma jornada de menor 
duração. Nesse sentido, se estiver em curso o contrato de trabalho, o encurta-
mento da jornada por decisão do empregador não determinará a diminuição 
do salário, pois ele é protegido pelo princípio da inalterabilidade. Ademais, 
significa uma alteração unilateral das condições estabelecidas no contrato 
de trabalho. Alguns doutrinadores entendem que, na hipótese aventada, caso 
haja concordância do empregado, a redução salarial se reveste de legalidade 
(SARAIVA; SOUTO, 2018).
Intervalos na jornada de trabalho 
A duração do trabalho é compreendida como o tempo em que o empre-
gado se coloca em disponibilidade perante o empregador em decorrência 
do contrato ou, sob outra perspectiva, o tempo em que o empregador pode 
dispor da força de trabalho do empregado em um período delimitado. O 
seu estudo remete necessariamente ao exame dos períodos de descanso 
(DELGADO, 2017).
Efetivamente, a duração diária (jornada) surge, de maneira geral, en-
trecortada por períodos de descansos mais ou menos curtos no seu inte-
rior, chamados de intervalos intrajornadas, separando-se das jornadas 
fronteiriças por distintos e mais extensos períodos de descanso, que são 
os intervalos interjornadas. Os períodos de descanso comparecem mais 
uma vez na interseção dos módulos semanais de labor, por meio do que 
se denomina repouso semanal, ou eventualmente por meio de certos dias 
excepcionalmente eleitos para descanso pela legislação federal, regional ou 
Jornada de trabalho6
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local, os feriados. Finalmente, eles marcam presença até no contexto anual 
da duração do trabalho, mediante a figura das férias anuais remuneradas 
(DELGADO, 2017, p. 1068).
Os períodos de descanso se configuram como lapsos temporais regulares, 
remunerados ou não, situados intra ou intermódulos diários, semanais ou 
anuais do período de labor, em que o empregado pode sustar a prestação de 
serviços e a sua disponibilidade perante o empregador com o objetivo de 
recuperação e implementação das suas energias ou da sua inserção familiar, 
comunitária e política. Tais períodos de descanso abrangem, como vimos 
(DELGADO, 2017):
  os descansos intrajornadas, normalmente denominados intervalos; 
  os descansos interjornadas, também comumente denominados intervalos; 
  o descanso, ou repouso, semanal; 
  os descansos em feriados; 
  o descanso anual, denominado fé rias.
Os distintos períodos de descanso têm duração padrão normalmente fixada 
pela legislação heterônoma estatal. No tocante aos intervalos intrajornadas, 
o art. 71 da CLT fixa o lapso temporal de 1 a 2 horas para jornadas continuas 
superiores a 6 horas e de 15 minutos para jornadas contínuas situadas entre 
4 e 6 horas. Sobre os intervalos interjornadas, entre um dia e outro de labor, 
o parâmetro numérico é de 11 horas, conforme o art. 66 da CLT e o art. 5º da 
Lei nº. 5.889/1973 (DELGADO, 2017).
A Lei do Trabalho Rural (Lei nº. 5.889/1973) curiosamente preferiu se reportar aos usos 
e costumes da região a fixar um parâmetro numérico para o intervalo intrajornada para 
refeição e descanso no campo, nos termos do seu art. 5º. Embora o critério pudesse se 
justificar quando instituído, 40 anos atrás, ele tem sido contemporaneamente criticado 
em face da dimensão sanitária que se confere aos intervalos nas modernas concepções 
de administração da saúde e segurança no ambiente de trabalho. 
Por consequência, a jurisprudência recentemente decidiu adotar o parâmetro nu-
mérico universal da CLT, referido no regulamento normativo da Lei do Trabalho Rural, 
que é o intervalo mínimo de 1 hora para jornadas contínuas superiores a 6 horas 
(ex-Orientação Judicial [OJ] nº. 381 da 1ª Turma da Seção de Dissídios Individuais [SDI-I] 
do TST; Súmula 437, I, do TST) (DELGADO, 2017).
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Ao lado dessa duração padrão dos intervalos intra e interjornadas, existem 
inúmeros intervalos especiais fixados pelo Direito do Trabalho, seja em 
decorrência do exercício pelo empregado de certas funções específicas (por 
exemplo, art. 72 da CLT), seja em decorrência da prestação de trabalho em 
circunstâncias especiais ou gravosas (ilustrativamente, arts. 253 e 298 da 
CLT) (DELGADO, 2017).
A duração padrão do descanso semanal, por sua vez, é de 24 horas (art. 67 
da CLT e Lei nº. 605, de 5 de janeiro de 1949). Na mesma fronteira, situa-se o 
descanso em feriado, embora ele se fixe em dia, não em horas (art. 70 da CLT; 
Lei nº. 605/1949; e Lei nº. 9.093, de 12 de setembro de 1995). Finalmente, no 
tangente ao descanso anual, a duração padrão legalmente fixada é de 30 dias 
(art. 130 da CLT) (DELGADO, 2017).
Intervalo interjornada
De acordo com Saraiva e Souto (2018), intervalo interjornada é a pausa con-
cedida ao obreiro entre o final de uma jornada diária de trabalho e o início de 
uma nova jornada no dia seguinte para o seu descanso. O art. 66 da CLT 
assegura um intervalo interjornada de, no mínimo, 11 horas consecutivas. 
Ao trabalhador rural também foi assegurado o intervalo interjornada 
mínimo de 11 horas consecutivas, mediante determinação do art. 5º da Lei nº. 
5.889/1973. A Lei nº. 9.719, de 27 de novembro de 1998, também assegurou ao 
trabalhador portuário avulso um intervalomínimo de 11 horas consecutivas 
entre duas jornadas, salvo em situações excepcionais constantes de acordo 
ou de convenção coletiva de trabalho. 
As horas trabalhadas após o repouso semanal remunerado, com prejuízo ao intervalo 
interjornada de 11 horas consecutivas para descanso, devem ser remuneradas como 
extraordinárias, com incidência do adicional de, no mínimo, 50% (Súmula nº. 110 do 
TST) (SARAIVA; SOUTO, 2018).
Vale mencionar que o TST editou a OJ nº. 355 da SDI-I, estabelecendo 
que as horas subtraídas do intervalo interjornada serão pagas como horas 
Jornada de trabalho8
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extras, isto é, a hora normal acrescida do adicional de 50% (SARAIVA; 
SOUTO, 2018).
Intervalo intrajornada
Para Saraiva e Souto (2018), intervalo intrajornada designa a pausa que ocorre 
inserida na jornada diária de trabalho, objetivando o repouso e a alimentação 
do trabalhador. A seguir, consideraremos alguns exemplos de intervalos 
interjonadas.
Quando a jornada diária exceder de 6 horas, é obrigatria a concessão 
de um intervalo para repouso e alimentação de, no mínimo, 1 hora e, salvo 
acordo ou convenção coletiva de trabalho, não poderá exceder 2 horas (art. 71 
da CLT), não sendo computado o intervalo na duração da jornada. Quando 
a jornada diária exceder de 4 horas, mas não ultrapassar 6 horas, o intervalo 
intrajornada será de 15 minutos (art. 71, § 1º, da CLT), também não sendo 
computado na duração da jornada. 
O limite mínimo de 1 hora de intervalo para repouso e alimentação, 
previsto no caput do art. 71 consolidado, poderá ser encurtado por deli-
beração do Ministério do Trabalho aps prévia fiscalização da empresa, 
mediante comprovação de que o estabelecimento possui refeitrio de 
acordo com os padrões fixados na norma específica e que os empregados 
não estejam submetidos jornada suplementar. Não sendo concedidos os 
intervalos previstos no art. 71, caput e § 1º, da CLT, ficará o empregador 
obrigado a remunerar o período suprimido, com um acréscimo de, no 
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho 
(SARAIVA; SOUTO, 2018).
Intervalo interjornada: um empregado que é liberado da sua jornada diária às 
20h só poderá retornar ao trabalho no dia seguinte após às 7 horas da manhã, visto 
que, entre as 20h e a primeira hora de trabalho do dia seguinte, deve haver intervalo 
mínimo de 11 horas.
Intervalo intrajonada: intervalo para descanso e para alimentação, como lanche, 
almoço ou janta.
9Jornada de trabalho
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Jornada de trabalho10
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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituição.htm>. Acesso em: 6 jul. 2018.
BRASIL. Decreto-lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Traba-
lho. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 
6 jul. 2018.
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2017.
GARCIA, G. F. B. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
SARAIVA, R. T.; SOUTO, R. T. Direito do Trabalho. 20. ed. Salvador: JusPodivm, 2018. 
SOUZA, I. Reforma trabalhista: entenda as mudanças na jornada de trabalho. Politize!, 11 
abr. 2017. Disponível em: <http://www.politize.com.br/jornada-de-trabalho-reforma-
-trabalhista/>. Acesso em: 6 jul. 2018.

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