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Aula: 17 Recuperação Judicial. ROFª MARIA ELCI MOREIRA GALVÃO DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II ESTRUTURA DE CONTEÚDO UNIDADE VIII - Dos arts. 47 até o art. 74 da Lei nº 11.101, de 09/02/2005 8. Recuperação Judicial 8.1.Conceito. Pressupostos. Meios de Recuperação; 8.2.Do Pedido e do Processamento da Recuperação Judicial: 8.2.1. Petição Inicial; 8.2.2. Do Plano de Recuperação Judicial; 8.3. Do Plano de Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; 8.4. Da Convolação da Recuperação Judicial em Falência. Recuperação judicial O instituto da recuperação de empresas ingressou no direito brasileiro mediante a Lei nº 11.101/2005, pois o Decreto-lei nº 7.661/1945 (antiga Lei da Falências) não fazia qualquer referência à recuperação em evidência, apesar de disciplinar o instituto da concordata que também se prestava a possibilitar ao empresário o retorno à normalidade via intervenção judicial em seu empreendimento. Existia dois tipos de concordata, uma preventiva - que era decretada (quando cabível) antes da falência, propiciando ao empresário evitar a quebra; e a concordata suspensiva que era decretada, quando já em curso o processo falimentar, e que visava sustá-lo, fazendo o empresário retornar ao comando de sua atividade econômica. Recuperação Judicial Objetivos da recuperação judicial/extrajudicial Com a publicação da Lei 11.101/2005, a figura da concordata desapareceu do nosso sistema falimentar e temos agora a recuperação judicial/extrajudicial, a qual visa superar a situação de crise econômica financeira da empresa, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora do empregado e dos interesses dos credores, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Recuperação Judicial Conceito A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (Art. 47, da Lei 11.101/05) RECUPERAÇÃO JUDICIAL FUNDAMENTOS DIREITO EMPRESARIAL Recuperação Judicial Princípios que regem a Recuperação judicial a) Função Social da Empresa: a função social é inerente a exploração da atividade empresarial. Deste modo, a empresa deve ser exercida em atenção aos demais interesses que a circundam, como os interesses dos empregados, fisco e comunidade b) Preservação da Empresa: é o principio mais importante na interpretação da recuperação judicial. Arts. 3,II, 23,X, 170, VII e VIII, 174, caput e §1º e 192 (CF). O STJ, já determinou que ação continuasse suspensa mesmo apos o prazo de 180 dias estipulado na Lei n. 11.101 (Resp. 399.644/SP). Analisar, caso INFRAERO x VASP – STJ – CC 79.170. c) Dignidade da Pessoa Humana: art. 54, Lei n. 11.101. Recuperação Judicial NATUREZA: Divergência doutrinaria, para doutrina majoritária, a natureza jurídica da recuperação judicial é contratual, sendo negocio de cooperação celebrado entre devedor e credores, homologado pelo juiz, assemelhando-se a um contrato plurilateral. Há que se falar na corrente dicotômica, na medida em que haveria duas possibilidades de concessão para o juiz. Na primeira, concedida a partir do consentimento da massa de credores na forma do art. 45, haveria a natureza contratual em razão do encontro das vontades; na segunda, art. 58, §1º, juiz concede sem consentimento da maioria das classes de credores, o que traria a natureza mandamental. Requisitos para requerer Recuperação Judicial Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. RECUP. JUDICIAL : PROCESSAMENTO Fase Postulatória –Inicia: petição inicial- termina: despacho para processar o pedido Fase Deliberativa – verificação dos créditos – discussão e aprovação dos créditos – decisão e concessiva do benefício Fase de Execução: execução do plano – sentença final da recuperação Postulatória Execução Deliberativa Quadro Geral de Cred. Deliberação do plano OBS: RECUPERAÇÃO PARA ME E EPP AULA 11 Recuperação Judicial – Petição Inicial O que deve conter na Petição Inicial Art. 51.A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: • I– a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico- financeira; • II– as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; Recuperação Judicial- Petição Inicial O que deve conter na Petição Inicial - Art. 51. • III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; • IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento Recuperação Judicial – Petição Inicial O que deve conter na Petição Inicial - Art. 51 • V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; • VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; • VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; Recuperação Judicial O que deve conter na Petição Inicial – Art . 51: • VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; • IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados Recuperação Judicial O que deve conter na Petição Inicial – Art . 51: § 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstosem lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. § 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica. § 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. Recuperação Judicial Despacho de Processamento da Recuperação Judicial • Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: • I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; • II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; Recuperação Judicial Despacho de Processamento da Recuperação Judicial Art. 52 • III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; • IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; • V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento Recuperação Judicial O plano de recuperação judicial é o instrumento mais importante, será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o procedimento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência. Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter O PLANO DE RECUPARAÇÃO JUDICIAL Art. 53. O plano de recuperação, deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, Procedimentos do Plano de Recuperação Judicial O Plano de Recuperação Judicial pode ser ou não objetado Plano Objetado - (art. 56), consequência: Assembleia Geral de Credores. •Prazo para instalação – 150 dias, do deferimento de processamento (56, § 1º) •Comitê de Credores– Poderá ser constituído na Assembleia. Geral (56,§ 2º) •Alteração de conteúdo - É possível, mas há necessidade de concordância do devedor e não implicar em prejuízo de credor ausente (56, § 3º). • Rejeição do plano - juiz decretará a falência (art.56,§4º) •Obs. A respeito da regra do art. 56, § 4º, segundo a qual o juiz decretará a falência na hipótese de rejeição do plano, há que se considerar a possibilidade de concessão especial de recuperação, conforme art. 58, § 1º. . Se o plano for objetado, há necessidade de convocação de Ass. Geral de Credores. Em sentido contrário, se não houver objeção, não haverá Assembléia. Isso não quer dizer que, por outros motivos, não possa o Administrador Judicial, credores ou o Ministério Público, requerer a instalação de Assembléia Geral Extraordinária. Importante é mencionar que 3 classes de credores votam nas Assembléias: trabalhistas, com garantia real e quirografários. 21 A A. G. C. é composta de credores trabalhistas, com garantia real e quirografários (41). Votam os credores mencionados nas relações A, B, ou C (39). Poderão participar também as pessoas mencionadas no art. 43. Recuperação Judicial Art 58. cumpridas as exigências desta lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta lei. § 1o o juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: i – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; ii – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; iii – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta lei. § 2o a recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado Recuperação Judicial EFEITOS DA CONCESSÃO DA RECUPERAÇÃO Todos os credores anteriores ao pedido de recuperação estão sujeitos aos seus efeitos, isto é, o plano de recuperação judicial implica a novação dos créditos anteriores ao pedido e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das demais garantias. Recuperação Judicial EFEITOS DA CONCESSÃO DA RECUPERAÇÃO Efeitos da recuperação em relação à administração da sociedade - Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão mantidos na administração da sociedade, sob fiscalização do Comitê de Credores, se houver, e do administrador judicial. No entanto, se o devedor ou seus administradores não forem pessoas idôneas, tiver praticado quaisquer dos atos mencionados nos incisos (I ao VI) do art. 64 da Lei n° 11.101/2005, o juiz poderá afastá-los. Recuperação Judicial Efeitos da recuperação em relação aos bens do devedor Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou onerar seus bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo se evidente utilidade reconhecida pelo juiz e depois de ouvido o Comitê de Credores, com exceção daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial. (art.66) Recuperação Judicial Descumprimento do plano de recuperação Se durante o prazo de dois anos o devedor descumprir qualquer uma de suas obrigações, o credor requererá a convolação em falência. (art. 61) Após o referido prazo, qualquer credor poderá com base no art. 94 da lei nº 11.101/2005, requerer a execução específica ou falência do devedor. (art.62) Encerramento da recuperação judicial - Como regra, cumpridas as obrigações no prazo de até dois anos, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial Recuperação JudicialEfeitos da homologação - O plano de recuperação produz efeitos após a sua homologação judicial, podendo, contudo, produzir efeitos anteriores à homologação, desde que se refira exclusivamente à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários (art. 165). Rejeitado o plano pelo juiz, devolve-se aos credores signatários o direito de exigir seus créditos nas condições originais, deduzidos os valores efetivamente realizados Plano Especial de Recuperação Judicial - Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte É Importante frisar que a Lei nº 11.101/2005, trata do Plano Especial de Recuperação Judicial que poderá ser apresentado pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, (arts. 70, 71 e 72). As ME e as EPP, tem um sistema bem mais simples para valerem-se da recuperação judicial, basta observar as seguintes regras: I- independe de concordância dos credores, dispensando convocação de assembleia geral destes; II- o juiz pode, de plano, conceder a recuperação, se atendidas as exigências legais, ou decretar a falência se houver objeção de credores titulares de mais da metade dos créditos quirografários.(art.72) III- a contratação de empregados e aumento das despesas dependem de autorização do juiz, ouvido, previamente, o administrador judicial. Plano Especial de Recuperação Judicial - Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte As ME e as EPP, tem um sistema bem mais simples para valerem-se da recuperação judicial, basta observar as seguintes regras: IV – faculta o pagamento do débito em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente com juros de 12% ao ano, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas, além do pagamento da 1a (primeira) parcela no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da distribuição do pedido de recuperação judicial; Fases do Processo de Recuperação Judicial – ME e EPP • Três fases bem distintas • Fase Postulatória – requerimento do benefício – início – petição inicial – término – despacho judicial processamento do pedido • Fase Deliberativa – despacho de concessão – decisão de concessão da recuperação • Fase de Execução – sentença de concessão – sentença de encerramento da recuperação PROCESSAMENTO DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL da ME e da EPPEMPRESARIAL PROCESSAMENTO DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL da ME e da EPPEMPRESARIAL APROVAÇÃO DO PLANO Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte pelo pedido de recuperação judicial com base no plano especial disciplinado nesta Seção, não será convocada assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano, e o juiz concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei. Parágrafo único. O juiz também julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos termos do art. 55, de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de créditos previstos no art. 83, computados na forma do art. 45, todos desta Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) REFLEXÃOPRESARIAL Os pequenos negócios respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Juntas representam no país 27% do PIB. • As ME e EPP são as principais geradoras de riqueza no Comércio no Brasil, pois respondem por 53,4% do PIB deste setor. No PIB da Indústria, a participação das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias empresas (24,5%). E no setor de Serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) têm origem nos pequenos negócios. Pequenos negócios na economia brasileira: • 27% do PIB • 52% dos empregos com carteira assinada • 40% dos salários pagos • De acordo com o levantamento do Sebrae, são mais de 8,9 milhões de micro e pequenas empresas no Brasil. IBGE, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicou que os pequenos negócios representam 99% dos estabelecimentos formais do País. CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA Quem pede recuperação judicial reconhece que se encontra em processo de crise econômico-financeira. Para superar tal crise, o devedor deverá atender as determinações legais, como o prazo de apresentação do plano. A desobediência a essas determinações conduz à decretação da falência. Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei; CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA A desobediência a essas determinações conduz à decretação da falência. Art. 73. IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei. Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recuperação judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei. REFLEXÃO DADOS SERASA EXPERIAN -2016 • No acumulado do ano, já são mais de 1.000 pedidos de recuperação judicial. De fato, de janeiro a julho de 2016, ocorreram 1.098 pedidos de recuperações judiciais, 75,1% a mais do que o registrado no mesmo período em 2015. De janeiro a julho de 2015, foram 627 ocorrências contra 476 em 2014. • No acumulado de 2016, as micro e pequenas empresas tiveram 657 pedidos (aproximadamente 60%), seguidas pelas médias (282) e pelas grandes empresas (159). • As micro e pequenas empresas foram responsáveis pelo maior número de pedidos de falência em abril/2016: 79. Em seguida, as médias, com 32, e grandes, com 21. CASO CONCRETO: (TJRJ – Juiz - 2013) Determinada empresa ingressa com pedido de recuperação judicial perante uma das Varas Empresarias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tendo o juiz deferido seu processamento. a) Discorra sobre a possibilidade, ou não, da prorrogação do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, parágrafo 4º da Lei nº 11.101/2005. b) Responda, de forma fundamentada, se o crédito decorrente de adiantamento de contrato de câmbio se sujeita à recuperação judicial. CASO CONCRETO TJDFT – Juiz Substituto/2005) Assinale a alternativa incorreta. Nos termos da Lei nº 11.101/2005, na hipótese de recuperação judicial, pode-se afirmar que: a)( ) não tem legitimidade para obter o benefício quem já o obteve há menos de 5 anos; b)( )se o sócio controlador tiver sido condenado por crime falimentar. c)( )pode ser requerida pelos herdeiros do devedor. d)( )que são legitimados para o pedido apenas as sociedades empresárias e não o empresário individual. QUESTÕES OBJETIVA (FCC – TRT 6ª Região/PE – Juiz do Trabalho – 2013) O plano de recuperação judicial poderá prever, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros meios de recuperação. a)( ) a ineficácia dos contratos de alienação fiduciária. b)( ) a alienação de bem objetode garantia real, com a supressão da garantia, independente de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. c)( ) nos créditos em moeda estrangeira, o afastamento da variação cambial, independentemente de aprovação expressa do credor titular do respectivo crédito d)( ) a redução salarial e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva e)( ) o parcelamento dos créditos tributários no prazo máximo de quinze anos. QUESTÕES OBJETIVA
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