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Revista Fotographos N02

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FOTOGRAFANDO
10PAISAGENS
... -
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34 Fotografar em cativeiro éo bicho!Dicas e técnicas para quem deseja fotografar animais
sem ter de se aventurar por florestas distantes.
3 O A importância do direito autoral - Artigoo advogado (e fotógrafo) José Roberto Comodo Filho ensina
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Digital - O Senso r
A importância dos sensores para a fotografia digital.31
pÁG.36 3 6 Vânia Toledo - PortfólioConheça o trabalho dessa talentosa e cativante
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40 Floripa - Por Dentro da LuzDicas de lugares e macetes para planejar um passeio
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Cartas
Mensagens recebidas pela redaçâo da Fotágraphos.
FOTO OA CAPA:
Marcos Kim
FOTÓGRAPHOS
Viva a Fotografia!
Aqui estamos,no segundopassoda caminhadaque
nos predispomosa fazer.Muito felizes,pois não
esperávamostamanharepercussão,já noprimeiro
número da revista.Recebemoscentenasde mensagens
de apoio pelo lançamentoda Fotógraphos, e aproveito
para reiterar meus agradecimentos a todos que, de
algumaforma, estãocolaborandoconosco,acreditando
e ajudandoa transformarestesonho emrealidade.Faço
questãodecompartilharaalegriadaequipecom todosos
leitorese anunciantes.Afinal, semvocês,a revistanão tem razãode existir.
Ainda temos mUito a fazer, sabemos que o desafio está apenas começando.
Não podemos nos deixar levar pela euforia, mas devemos saber aproveitar as
oportunidades.Esseapoio que temosrecebidoé fundamentalparaorientar nosso
compromissoemproduzir umarevistacadavezmelhor,ea participaçãodosleitores
é sempreimportante nessesentido.
Por falar em oportunidade, preparamosuma matériaexclusivaparaquem deseja
aproveitaraomáximoum dosmaisinteressantesmotivosfotográficos:paisagens!São
vintepáginasrecheadasdedicasefotosparavocêaprimorarsuatécnicano assunto.
Enquanto produzíamosessamatéria,fiquei impressionadocom a quantidadee a
qualidadedo materialque nos foi disponibilizado. Fotos de profissionais"feras",
como Adriano Gambarini, Araquém Alcântara e Marcos Kim, e também de
amadoresque levam a fotografia a sério e dão showcom suasimagens.É muito
gratificantepoder contar com uma colaboraçãotão especialassim.
Dando continuidadeàseçãoPor Dentro daLuz, nestaediçãotrazemosfotosinéditas
sobreFlorianópolis, a "Ilha daMagià'. Falarsobreum lugardessese,melhor ainda,
fotografá-Io,é realmenteum privilégio.
Despeço-me agradecendo a todos que enviaram fotos para a seção Galeria.
Recebemoscentenasdee-mailsecorrespondênciasvindosdediversoslugaresdeste
enormepaís, e isso tornaa experiênciade produzir a Fotógraphos ainda maisrica
e estimulantesparanós. Continuem participando.
Até o próximo encontro e boasfotografias!
Rodrigo TorresCosta
diretoreditorial
FOTÓGRAPHOS • 04
Fotographos
Expediente
Dir. Editorial: Rodrigo Torres Costa
rodrigo@fotographos.com.br
Dir. Administrativo: Eduardo Aniceto Portella
edua rdo@fotographos.com.br
REDAÇÃO
Jornalista Resp: Heitor Augusto
Colaboraram nesta edição:
Armando Vernaglia Jr. , Charles Dias,
José Roberto Comodo, Silvana de Carvalho,
Sandra Mastrogiacomo, Sérgio de Assis
PRODUÇÃO
Direção de Arte: Rodrigo Torres Costa
Criação e Produção: Daniel Kachvartanian
Projeto Gráfico: Art&Cia Propaganda e Mkt
Revisão: Renata Con50li
PUBLICIDADE
Daniel Santos
dsa ntos@fotographos.com.br
Paulo Henrique Frias de Oliveira
phfri as@fotographos.com.br
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Av. Brig. Faria Lima, 1.768, cj. 7B
Jd. Paulistano - São Paulo, SP
Tel.: 1011)3815-7472 Fax: r.201
IMAGENS QUE INSPIRAM
Apresentamos algumas imagens, selecionadas entre as centenas que nos foram
enviadas por amantes da fotografia espalhados por todo o país. Fotos sobre os
mais diversos assuntos e muitas, inclusive, inspiradasnas matérias publicadasna
primeiraedição.Agradecemos atodos e desejamosqueaparticipaçãoaumentecada
vez mais, pois, para nós, é um prazeradmirartantafoto boa. Difícil é escolher!
as otos pertencema uma série,chamada
"Retratosda Rua': que retrataasexpressõesdaspessoasemseus
momentosde reflexãoesossego... Buscatrazer umpoucodesuas
expressões,enquantoenvoltasemseusprópriospensamentos.
AmbasfOramtiradasemPetrópolis(RJ), por Cristiano Hammes.
Foto abaixo: câmeraCanon EOS Elan 7e,objetiva Canon
USM 75-300 mm, exposiçãode i145s comaberturajl4.5 e
filme Fuji Reala ISO i 00 (comampliaçãoempreto-e-branco).
Foto ao lado: mesmoequipamento,exposiçãode i1500s com
aberturajl5. 6efilme Fuji SuperiaISO 400.
FOTÓGRAPHOS • 05
IMAGENS QUE INSPIRAM
, ,
FOTÓGRAPHOS • 06
IMAGENS QUE INSPIRAM
a e
CentrodoRiodejaneiro,marçode
2004,oantigoeo novo- passado
epresente- seráqueo moderno
ultrapassouoclássico?É oquevejo
noRio!CâmeraPentaxAsahi,filme
[lfordHp5, [50400 efotometragem
damáquina- MarcusBoechat,
Riodejaneiro(Rj).
•••Da lfI "Estouenviando
umafotodejulho de2004,
tiradaemBariri, nointerior
deSãoPaulo,numfim de
tardequetinhaumcolorido
impressionante."- Kelly
Polato,SãoPaulo(SP).
CâmeraRolleiflexe
filmeFuji ChromeRMS
o Mostrandoque
nãoprecisamosir longepara
produzir belasimagens,afoto
ao ladofoi feitapelafotógrafa
Glaucia Villaça,de Vila Nova
(Ri), nojardim desuacasa.
CâmeraPentaxKJ 000,filtro
cIose-up,rebatedordeluz e
filme Fuji Pro- Value200.
Participetambém da Galeria Fotágraphos e ganhe filmes paracontinuarpraticando!
FOTÓGRAPHOS • 08
TEMA PRÁTICO
FOTOGRAFANDO
PAISAGENS
Saber explorar todo o potencial que uma paisagem pode
oferecer não é tarefa fácil. São vários os aspectos envolvidos,
e aprender a lidar com eles é apenas o primeiro passo.
por Rodrigo Torres Costa
São quatro e meia. Acordo. Olho
para o lado e minha esposaain-
da dorme. Dirijo o olhar para o
quarto emfrenteemedeleitocom o sono
tranqüilo do meufilho, deapenasum ano
e meio. Ah, que inveja! Mas o "dever"
me chama. Levanto silenciosamente e
caminho com cuidado paraa sala,ondea
"tralha"- mochila com câmeraseobjeti-
vas,tripé,filmes,boné- meaguardapara
mais uma jornada fotográfica. Loucura?
Talvez! Entretanto, acordar cedo para
fotografarpaisagenstem suasvantagens.
E quevantagens!Quemjá seaventurou
de alguma forma para obter instantes
especiaisnanaturezaentendemuito bem
sobre o que estou falando. Nesses mo-
mentos, ficamos mais próximos da ma-
ravilhosaCriação Divina, e é sobreessas
oportunidadesdecontatocom asbelezas
das paisagensnaturais que falaremos a
partir de agora(deixaremosaspaisagens
urbanasparaoutraocasião)e tambémdas
técnicasnecessáriasparaaproveitá-Iasda
melhor maneirapossível.
PAISAGENS
De acordocom o dicionário Houaiss,
defini-secomo paisagem:"umaextensão
de território que o olhar alcança num
lance; vista, panorama". Ou ainda:
"conjunto de componentes naturais ou
não de um espaçoexterno que pode ser
apreendidopelo olhar".
Entendero queépaisageméo primei-
ro passoparadominar o assuntodo ponto
de vistafotográfico.Esseé um temabas-
tantecomplexo,easuaaparentefacilidade
costuma trazer resultadosinsatisfatórios
aosfotógrafosmais descuidados.
A utilização pretendidacom asfotos
tambémé um aspectomuito importante
a serconsiderado,quando partimos para
uma sessão fotográfica de paisagens.
Adriano Gambarini, fotógrafo profis-
sional que já teve matériase fotos suas
publicadas em revistasrespeitadassobre
o assunto(vejapág.28), como aNationaL
Geographic,é enfático: "Para o fotógrafo
amador, a relação com a fotografia de
paisagem deve ser total e diretamente
emocional;gostoudaquelacena,daquela
paisagem?Então, fotografe! Não perca
aquele momento mágico por causa de
restriçõestécnicasou tecnológicas.Foto-
grafe,sempre".De acordo com ele:"Para
quemquerseprofissionalizarnestemundo
da fotografiade naturezae, conseqüente-
mente, de paisagem,aí, sim, devehaver
um engajamento,umaproposta,um com-
promisso. A fotografia profissional deve
unir rigor técnico, belezaque emociona
e,principalmente,veracidadenasinforma-
çõesqueacompanhama imagem,poisela
teoricamentevaipassarpeloolhardemais
pessoas,formaráopinião, poderásetornar
referência.Essa é uma responsabilidade
muito grande, e o profissional tem que
levarissoem consideração."
E, por melhor quesejao equipamento
utilizado, ele nunca será suficientepara
transmitir todaa belezae a magnitudeda
cena como a enxergamos,de modo que,
se não utizarmos as técnicasadequadas,
o resultadopode ser decepcionante.Em
contrapartida, um registro bem-feito
pode ser muito compensador,pois, sem
sombra de dúvida, esseé um dos temas
mais fascinantes da fotografia, dadas
às infinitas possibilidades de obtermos
lindas imagens que nos são oferecidas
diariamentepelavida.
o LOCAL E OS PONTOS DE VISTA
Escolher o local é o primeiro passo
paraproduzir suasfotos de paisagem.De
nada adianta possuir os equipamentos
mais avançadose as técnicas mais ade-
quadassevocênão tiverum bom cenário
para fotografar. Pode ser uma região
montanhosa, um vale, uma praia, o mar,
uma cachoeira, um penhasco, porém o
fundamental é que o ambiente possua
atrativosquemereçamserregistradosem
filme ou sensordigital.
Mas como saberse o local escolhido
valeou não a penaser fotografado?Bem,
não existe uma fórmula exata para essa
questão,por isso o "olhar" do fotógrafo
continuasendoessencial.Assim, o melhor
a fazeré sempreexercitara capacidadede
enxergarboasoportunidadese nunca ter
JI A fotografiaprofissionaldeve unirrigortécnico,belezaque emocionae, principal-
mente,veracidadenas informaçõesque acompanhama imagem.JI (AdrianoGambarini)
FOTÓGRAPHOS • 10
Ao fotografarpaisagens,precisamosaprendera
trabalharcom o que a naturezaoferecea cada instante.
TEMA PRÁTICO
medooupreguiçaderealizarnovasexperi-
ências.Como tempo,oolharpassaaficar
maistreinadoeseletivo,eatendênciaéque
osresultadosfiquemcadavezmelhores.
Quando estiverescolhendoalgum
localparafotografar,não sedeixelevar
pelas primeiras impressões.Observe
atentamentetodoocenárioenãodeixede
repararemdetalhesisoladosquepodem
sermuitointeressantes.
Procure obter diversospontos de
vista, analisandoquais lhe agradam
mais.Caminhe,mudede lugar.Ande
parafrentee paratrás.Abaixe.Expe-
rimenteum ponto maiselevado(uma
pedra,um morroetc.)Percorratodaa
cenautilizandoseusolhosesuaspernas
(importante:essadicaajudaa melhorar
suasfotosetambémsuasaúde,portanto,
pratique).A suaposiçãoem relaçãoà
cenae aosseuselementospodemudar
drasticamenteo resultadofinaldasima-
gens,causando,por exemplo,grande
influêncianadisposiçãoentreo queestá
situadono primeiroplanoe no fundo
dacomposição.A perspecrivatambémé
alteradaconformeamudançadeposição
e conformea objetivautilizada,como
veremosadiante.Com isso,vocêpode
obterumasensaçãodemaiorou deme-
norprofundidade.
Resumindo,adefiniçãodolocaledo
ponto devistaé o primeiropassopara
conseguirresultadossatisfatóriosem
fotografiasdepaisagens.
LUZES E SOMBRAS
Ao contráriode retratosde pessoas
emáreasexternas,ondeo temadafoto
podemovimentar-separaobterum po-
sicionamentomaisfavorávelemrelação
à luz,comfotosdepaisagensprecisamos
aprenderatrabalharcomoqueanatureza
ofereceacadainstante.
As condiçõesde iluminaçãocostu-
mamserdecisivasparao sucessoou o
fracassono resultadofinal.Dependendo
dahorado diae dascondiçõesdo tem-
po, podemosobterdiferentes"climas".
Isso significaquefotografaruma cena
~ Água Estasduasfotos iLustrama diferença
defotografarmoso movimentoda água com
diferentesveLocidadesdo obturador.A foto
menorfoi feita comtempode 11250sde
exposição,eafoto maior, abaixo,foi tirada
utilizando-se 118s.Observequea veLocidade
podeservirpara ''congeLar''o movimentoou
entãopara criar um efeitode véuna água.
FOTÓGRAPHOS • 12
nas primeiras horas da manhã nos dará
um resultado completamentediferente
sefotografarmosao meio-dia, ou no fim
de tarde,e por aí vai. A direção da luz
muda com ashoras,alterandoa situação
de contrastee o jogo de luz e sombrasna
cena.A temperaturadaluz tambémmuda
com o passardashoras.
Muitos fotográfosde paisagenspre-
feremfotografar logo pela manhã ou no
fim de tarde, quando a temperaturada
luz é menor,resultandoem um tom mais
quente e agradável.Entretanto, mesmo
emhoráriosmenosrecomendados,como
próximoaomeio-dia,épossívelfazerbelos
registrosfotográficosde
paisagens.Entender as
característicasda luz é
fundamental para estar
atentoaelaseaproveitar
aomáximo asoportuni-
dadesquepodemjamais
serepetir.Qualquer alte-
ração pode transformar
umapaisagemsemgran-
des atrativos em uma
ótima foto, ou então
causaro efeitocontrário,
transformandoum lindo
lugar em uma cenasem
graçaparaclicarmos.
Como a posição do sol determina a
texturaeo climadafoto, procureobservar
acenadeváriosângulos,analisandocomo
a luz interagecom o ambienteatéencon-
traracomposiçãoeailuminaçãoquemais
lhe agradar.Não façaapenasfotos com o
sol posicionadoàssuascostas.Fotografar
em situaçãode contraluz, por exemplo,
podetrazerresultadosmuito gratificantes.
Nesse caso, é muito importante cuidar
paraqueaexposiçãosejafeitacorretamen-
te, uma vez que essetipo de iluminação
FOTÓGRAPHOS • 13
.Â. O céu éum dosprincipais elementos
emgrandepartedefotografiasdepaisagens.
Elepodecontribuir muito como clima da
foto, desdequecorretamentefotografado.
Como normalmenteapresentaintensi-
dadedeluz superiorà doprimeiroplano,
precisamostermuito cuidadoaofazer a
mediçãodeexposiçãopara a cena.Caso
contrdrio,o céupodeficar muito claro
(superexposto)ou oprimeiroplano podeficar
muito escuroesemdetalhes(subexposto).
Uma maneiradeatenuaresseproblemaé
utilizar filtros especiais,comoopolarizador
eograduado,conformeexplicadoadiante
nestamatéria(pdgs.23 e25).
podeenganarosfotômetrosatédasmais
modernascâmerasfotográficas.
Sejapacienteparaesperaromomento
ideal,pois,muitasvezes,emquestõesde
minutos,ouatédesegundos,umapaisa-
gempodesemodificarcompletamente,
sejaporummovimentodenuvensquese
abreouqueentranafrentedosol,oupelainclusãodealgumelementoinesperado,
comoumbandodepássarosavoarpelo
céu,porexemplo.
o TEMPO
O maiscomuméaspessoasfotogra-
farempaisagenscomo solpresente,em
diasquentesesecos.Entretanto,podemos
obterbonsresultadosquandoo tempo
estámaisftio eatéchuvoso.
Em épocascomoo outonoeo inver-
no, os diassãomaiscurros,e o ângulo
maisbaixodosoloferececondiçõesespe-
ciaisdeiluminaçãoedecores.
Embora os dias ensolaradossejam
maisconvidativosàs fotos,c;.ostumam
sermuitopropíciasassituaçõesadversas,
como,porexemplo,momentosantesou
depoisde umachuvaforree como sol
aindapresente,com o primeiroplano
bastanteiluminado,destacando-sedo
céuescuroe carregadoao fundo. Dias
com o tempocompletamentefechado
e nuvenscarregadastambémpodemser
ótimosparaproduzirmosfotosbastante
dramáticase interessantes.Mas, nesse
FOTÓGRAPHOS • 14
caso,lembre-sede protegeradequada-
menteseuequipamento,poisaáguaea
poeirasãograndesinimigasdascâmeras
edasobjetivas.
Em condiçõesextremasde ilumina-
ção,podesernecessáriofazera medição
manual,utilizandoo fotômetrodo seu
equipamentoemmodospotouparcialna
áreamaisimporrantedacena,oucompen-
sandoadequadamenteaexposição.Seem
um diacomo céucheiodenuvenscar-
regadasvocêsuperexpuserofilme,petderá
todaadramaticidadedomomento.Nesse
caso,o idealéfazeramediçãonaáreamais
iluminada,garantindoqueocéuterátons
maisescurosnoresultadofinal.
Além deaproveitarasmudançasde
luz queocorremduranteum dia,você
tambémpoderegistrarasalteraçõesso-
fridaspelaspaisagens,deacordocomas
estaçõesdo ano.Sefotogtafatummes-
molocaldurantecadaumadasestações,
no fim de um ano, poderáconstatar
clatamenteasvariaçõesocorridas.
~ Pôr-do-sol Parajótografar o céucomo
sol ainda presenteeevitar excessivasubexposição
das imagens,a melhordica éjótometrara área
próxima ao sol, massemeleaparecerno visor.
Depois, recomponhaa cena(agoracomosol
incluído, massemolhar diretamentepara ele)
ejótograft coma mediçãoftita anteriormente.
Para garantir, tambémfaça jótos comvariação
de exposição(bracketing).
TEMA PRÁTICO
porMarcosKim
Milhões de anos em quinze minutos
imprudente)gritardentrodacaverna.
Bom, surgiu uma questãotécnica
crucial:e a fotometragem?Essacâmera
nãotemfotômetro.Leveium fotômetro
demão.Mas... nadadeleitura.Como a
tênueluz da entradaestavamuito dis-
tante,nãoconseguimedi-Ia.E comonão
trouxeacâmera6 x 4,5...
Estavaà beirade um abismo,com
o tripé montado,a câmerana posição
exata,o enquadramentobemresolvido.
Tudopronto.Resolvichutaraexposição,
baseadona fotometriado dia anterior
(queeunãosabiaseestavacorreta,afinal
aindanão tinhareveladoo filme).Mas
antestenteimedirumaúltimavez:fiquei
bemà beirado abismo,estiqueio braço,
fotômetrona pontadosdedos.Aleluia!
ConseguiUMA mediçãodeluz.Quinze
minutos,aberturafIl. A mediçãoé em
ISO 50,apesardeusarFuji Provia100F,
poisessacâmeraexigeo usodeum filtro
neutrograduadocentral.
Quinze minutos... Rarasvezesusei
uma exposiçãotão longa assim.Nesse
meiotempo,um pequenogrupode tu-
ristasentrouna caverna,comumalan-
terna.Achei ótimo,adicionariaum ele-
mentonovoeimprevisívelà imagem.
Segundoestudos,as estalactites,ou
seja,asformaçõespontiagudasquesur-
gemapartirdo tetodacaverna,crescem
cercade3 mma cada10anos.Imagine,
3 cma cada100anos!Enfim,menosde
um metroa cada3 mil anos... Pode-se
imaginaro tempoqueessacavernalevou
paraserformada?E peloquepesquisei,a
Cavernado Morro Pretoé pré-cambria-
na.Tempelomenos4,6milhõesdeanos.
Restosde fósseisjá foramencontrados
emseuinterior.
Quinze minutos... Enquantoespe-
rava,conversavacom o Mateo, com o
Catetoe comigomesmo.Além de nós,
sóhaviaummorcegoinsone.Torci para
que o tripénão se movesse,torci para
queo Catetoagüentasseparadoo maior
tempopossível.
Quinze minutos... Pareceumuito
tempo.Mas depoispensei:que são 15
minutosdianteda eternidadedessapa-
cienteCriaçãodeDeus?
Todaboafototemumaboahistória.
Permitam-mecontaradestapanorâmi-
caàesquerda,queeuconsideroumadas
melhoresqueDeusmepermitiufazer.
O lugarsechamaCavernadoMor-
ro Preto.FicanacidadedeIporanga,a
cercade350kmdeSãoPaulo.Perten-
ceaoParqueEstadualTurísticodoAlto
Ribeira(Petar).Bem pertodo local,
existeumadascavernasmaisfamosas
doBrasil,aCavernadoDiabo.
Fui a essefantásticoparqueem
dois dias seguidos,no começode
2004.No primeirodia, fiz váriasfo-
toscomumacâmera6 x 4,5. Estava,
digamosassim,sentindoo lugar,sa-
candosuaspossibilidadesde enqua-
dramento,seusmelhoreshoráriose
permitindoque o deslumbramento
diminuísse,paraavaliartecnicamen-
te o quefotografar.O fotômetroda
câmerasugeriucercadeoito minutos
deexposição(aberturaf8). Usei cro-
mo Fuji Provia100F.Os raiosdeluz
foramfeitoscomlanternase peque-
nosflashes,pelomeu assistenteMa-
teoepeloguiaCateto.Aliás,semeles
seriaimpossívelfazerasfotos.
No fimdo primeirodia,caiuuma
chuvatorrencial.Costumoconsiderar
issoumbomsinal,sinaldequeprova-
velmentevemtempolimpoeclarono
diaseguinte.Foi o queaconteceu.
O segundodiaestavaótimo,mes-
mo dentroda cavernapercebiisso.
Fiqueiliteralmenteváriashorasláden-
tro,semamenornoçãodotempopas-
sando.Leveiapenasa câmerapano-
râmicaFuji (modeloGX617).Adoro
esseformatopanorâmico,queutiliza
filme120mmefazumbelocromono
formato6 x 17cm.Fazapenasquatro
fotospor filme...
Estavamuito feliz,extasiadoaté.
Sabiaqueestavaprestesarealizaruma
belaimagem.PediaoCatetoparaficar
parado,iluminandoum localapenas
coma luz dacarbureteira:umasuave
chama,do tamanhode um isqueiro.
PediaoMateoparasentarnaentrada
dacavernaeficarali. Leveium inter-
comunicador, pois é impraticável(e
• CÂMERAS: qualquercâmerapodeser
utilizada,desdeumasimplespinhole até
umaavançadadigitalde 16 megapixels.
No fundo,o maisimportanteé estarno
lugarcerto,nahoracertaecontandocom
a luz ideal.Seissoacontecerevocêsou-
berutilizarcorretamenteo equipamento
disponível,pronto!Podeserumacâmera
compacta,umaSLR defilmeou digital,
umade médioformatoou atéumade
grandeformato, por que não? Cada
equipamentopossuisuaspeculiaridades
e,sabendodelas,o fotógrafopodetiraro
máximoproveitodecadaoportunidade.
Um tipo de equipamentomuito inte-
ressanteparafotografarpaisagens,ainda
poucoconhecidono Brasil,é a câmera
panorâmica,capazderegistrarumacena
comumaextensãomaiordoqueausual.
MarcosKim, quefotografapaisagenspro-
fissionalmente,utilizaumaFuji GS617,
queproduzimagensde 6 x 17 cm em
filmesdemédioformato.
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
Estarbempteparadoéessencialpara
queamissãofotográficanãosetransforme
emumaaventurafrustrante.Issosignifica
quenãobastaestarcomo equipamento
necessário,vocêtambémprecisautilizar
roupasecalçadosadequados,quegarantam
seuconfortoe suasegurançadurantea
empreitada.Vejamosalgunsitensessenciais
paraquemdesejafotografarpaisagens.
FOTÓGRAPHOS • 15
TEMA PRÁTICO
T Filmes positivos, tambémconhecidos
por cromos,sãorecomendadosprincipalmente
parafotógrafoscomconhecimentosmaisavan-
çados,pela sua reduzidalatitudede exposição
eótimadefiniçãode imagem.A foto abaixo,
deelevadasaturaçãodecores,foi produzida
utilizando-seofilme Velvia100E da Fuji.
• OBJETIVAS: ao fotografarmospaisa-
gens,precisamosteremmenteasensação
deespaçoedeprofundidadequepreten-
demostransmitir.A partirdaí,podemos
escolherqualou quaisobjetivasdeverão
ser utilizadas.Lentesgrande-angulares
sãoperfeitasparafotografarmoscenas
panorâmicas,cobrindoummaiorângulo
<llIII A regra dos terços consisteemdividir
a cenaemtrêsparteshorizontaisetrêsverticais,
colocandoo assuntoprincipal emum ou mais
pontosdeinterseçãodaslinhas imaginárias.Na
foto ao lado,afotógrafadestinouaproximada-
mente1/3da áreapara o céue2/3para asmon-
tanhas,comuma composiçãoclássicaeeficiente.
devisãoe incluindoumamaioráreada
cenana foto.Em contrapartida,teleob-
jetivaspodemserúteisparacapturarmos
detalhesouáreasrestritasdapaisagemque
transmitamummaiorimpacto.Hojeem
dia, muitosfotógrafospreferemutilizar
objetivaszoompelapraticidadequeelas
oferecem.Há modelosquepossuemdis-
tânciasfocaisquevariamde24e28mm
até200ou 300mm e que,porcontada
avançadatecnologiaempregadaem sua
construção,oferecemboa resoluçãoe
reduzidadistorçãodeimagem.
Enquantoobjetivasgrande-angulares
costumamcausarumasensaçãomaiorde
perspectivaeprofundidade,distanciando
oselementosvisíveis,teleobjetivascriam
uma sensaçãode maior proximidade
deles,causandoumcerto"achatamento"
naperspectiva.Essessãoaspectosmuito
importantesaseremconsideradosnomo-
mentodacomposiçãofinal,jáquealteram
completamenteo resultadodasfotos.
Situaçõesde iluminaçãomais contrastadas
podem valorizarsuas imagensproduzidas
em filmes P&B. Procure também registrar
objetos e cenas que resultem em formas
simples e atraentesem suas fotos.
•FILMES: aescolhadevedependerúnica
e exclusivamentedos resultadosque se
desejaobter.Embora não existamregras,
muitosfotógrafosprofissionaisoptampor
utilizar filmes positivos, tambémconhe-
cidospor cromos.De customaiselevado,
os cromossecaracterizampelamaior de-
finição de imageme reduzidalatitude de
exposição,o queostornamenostolerantes
a erros. Filmes negativos,além de mais
baratos,costumamoferecermaior latitude
de exposição, sendo uma ótima opção
para quem ainda seencontra em fasede
aprendizado. Além disso, as principais
marcasdo mercadodisponibilizam uma
grandevariedadede filmesnegativosque
garantemboa definiçãodeimageme boa
saturaçãode cores,qualidadesimportan-
tesparaa fotografiade paisagens.
Para aquelesque desejamse aprimo-
rar no assunto,fotografandoem preto-e
Preto-e-branco
Embora a maioria
daspessoasutilize
filmes coloridospara
fotografarpaisagens,
filmes P&B também
sãoexcelentespara
essafinalidade.
branco, é muito importante conheceras
caracteríticasque cada produto oferece.
O Kodak Tri-X e o Ilford HP5, ambos
150400, costumam oferecer contraste
maiselevado,aopassoqueo Fuji Neopan
geratonsmaissuaves,por exemplo.Mas,
quando falamosde fotografia em preto-
e-branco,não podemosesquecer-nosdos
processosderevelaçãoedeampliação,que
têm grandeinfluência no resultadofinal
FOTÓGRAPHOS • 17
e devemser,também, consideradoscom
igualrelevância.Paraquemdesejaseapro-
fundar um poucomaisnesseassunto,uma
boa dica é conhecer o sistemade zonas
utilizado pelo fotógrafoAnsel Adams.
• TRIPÉ: para os que desejamlevarreal-
menteasérioafotografiadepaisagens,um
bom tripé é indispensável.Enquanto um
estáveleprático podeseraglória, um não
TEMA PRÁTICO
"As cores e os tons que a natureza produz sempre me fascinaram.
E, na fotografia em cores, encontrei a tela ideal para reproduzi-Ias."
(César Monteiro)
Morro dos Três Irmãos
Estebelíssimoregistrofotográfico,
produzido na Chapadada Diamantina (BA)
pelofotógrafo CésarMonteiro, nosmostra
comoo esforçopara capturar uma linda
paisagempode valerapena.
~ Panorâmico
Esseftrmato é muito adequado
para afttografia depaisagens.
Por causado seuelevadocusto,
épraticamenteutilizado apenas
porfttógrafts profissionais.
~ Escala
Quandofttogra-
famospaisagens,
muitasvezespode
sernecessárioincluir
pessoasou objetosque
nosajudem a teruma
idéia melhorda di-
mensãoeda escalada
cenaedoselementos
quea compõem.Estas
duasfttos (ã direita,
eabaixo) sãobons
exemplosdecomo
utilizar apropriada-
menteesserecurso.
muito esrávelpodesercompletamente
inútil, conformeascondiçõesdo soloe
dovento,porexemplo.Existemmodelos
que,apesardemaiscaros,sãolevese ex-
tremamenteconfiáveis,tornandoatarefa
decarregaro equipamentomenosárdua.
Dependendoda distânciapercorrida,
issopoderepresentarum grandealívio,
fazendovaler cadacentavoinvestido.
Um acessórioútil quepodeserutilizado
comum tripéé um disparadorviacabo
ou controleremoto,que evitacontato
físicocoma câmerae reduza chancede
elatremerduranteaexposição.Umadas
grandesvantagensde utilizaressesaces-
sóriosépoderusaraberturasdediafragma
reduzidas,aumentandoa profundidade
decampoeconseguindo-sefocoemuma
áreamaiordacenafotografada.
I
•FilTROS: em algumasocasiões,filtros
podem sermuitos úteis para tornar suas
fotos de paisagensainda mais atraentes.
Eles proporcionam um modo simplesde
alterarmosalgumasvariáveis,como expo-
siçãoe cor da imagem;e utilizá-Ios pode
serbastanteinteressantee compensador.
Embora atualmenteexistamváriosfiltros
apropriados, alguns são considerados
como básicosou atéessenciaisparafotó-
grafosdepaisagens.O polarizadoreo UV
sãoosmaisutilizados,masexistemoutros
bastanteúteistambém,como o graduado
com densidadeneutra e o laranja, que
"aquece"acena.
Quando fotografamoscom o solposi-
cionadoa um denossoslados,rotacionan-
do o filtro polarizador,podemosclarearou
escurecero azul do céu, causandomaior
ou menor destaquedesteem relaçãoao
primeiro plano e às nuvens, quando
elas estiverem presentes. Outro efeito
proporcionado por filtros polarizadores
é o de eliminar ou reduzir reflexosem
superfícies não metálicas,como água e
vidro, por exemplo.
TEMA PRÁTICO
 Contraluz Parajàzer fOtosnestasituação,é muito importantetomar algunscuidados.
Nunca olhediretamentepara o sol,o quepode causarsériosdanosà sua vista.Em segundolugar,
dêatençãoredobradapara a exposiçãodafOto,pois as condiçõescostumamenganarosfOtômetros
dascâmerasepodesernecessárioutilizar o modomanual oujàzer variaçõesde exposição.Nas
duasfOtosacima,apresençade névoaajudou a definir apresençados raiosdesol na imagem.
FOTÓGRAPHOS • 21
TEMA PRÁTICO
Araquém Alcântara, O olhar da experiência
por Silvanade Carvalho
Como um poetaque se alimentado ser humano,dos sentimentose davida,
o fotógrafocatarinenseAraquémAlcântaraincluiumoutrocomponenteque
nãoescapaao seu olhare é fonte constantede inspiração:a naturezabrasi-
leira.Aos 54 anos de idadee há35 fotografandoe viajandopelo Brasil,ele
não párae se dedica,atualmente,a seis projetosde livros.Esses trabalhos
nascemde suas entusiasmadasinvestidasna natureza:é fácil encontrá-Io
detalhando,com brilhonos olhos, umadeterminadaimagem.Referênciana
fotografiade naturezado Brasil,ele saboreiaa vidae o trabalhocom um mis-
to de maturidadee juventude."Tempo,tempo, tempo,tempo. Puxa,como
esse senhordos destinospassarápido,né?", pergunta.Mas as sua imagens
ficam.Acompanheas dicasdo mestre.
Que o motivaafotografara natureza?
A percepçãodaradequeo novoestána
mara,comodiziaMario deAndrade.A reve-
laçãodetodososmistérios,amaisrarabeleza,
o maisansiadoprazer.O fotógrafoda natu-
rezatemqueserpoeta,viajante,humanista.
Precisadaaventuraparaseconhecer,precisa
daadversidadeparacelebrar.Ao contemplar
a beleza,crescecomoserhumanoe quanto
maisrompemato,menossossega.Sabeque
o espíritocriadorsemovenessesermos,nos
ínfimos, nascoisassimples.Fotógrafo da
naturezatemo privilégiodeconvivercomo
primirivo,o intocadoe,porissomesmo,rem
a responsabilidadede lurarpelaintegridade
dessessantuários,temquepassaradianteuma
visãoholísticado universo.O fotógrafoda
narurezaremumimportantepapelacumprir
nadivulgaçãodabiodiversidadebrasileira,na
buscadeumaidentidadee de umamemória
parao país.Ao acredirarnaforçarransforma-
dorade sualinguagem,ele alcançaespaços
desconhecidos,inóspitoserevelaoocultodeste
imensocontinente.Atravésde seuolharnos
tornaíntimodeculturasegeografias,demitose
saberesdopovo.O fotógrafoampliaavisãodo
mundo,desvelahumanidades,contribuipara
aconstruçãodeumanovapátria.
Que éumaboaimagemparavocê?
Li certavez que o grandeforógrafoé
aqueleque rransformaumacenabanalem
algoabsolutamenterevelador,extraordinário.
Paraalcançarisso,éprecisotalento,suor,sorte,
técnica,tecnologia... É a buscada unidade
rigorosadeformasdequenosfalavao grande
Bresson.O fotógrafoprecisaestarsempreaten-
to porque,àsvezes,é contempladocomessa
benção,estátudoprontonasuafrente,ésónão
perderodique.Outrasvezes,éprecisointerfe-
rir,provocaraunidadenocaos,compor.
Qual aprincipalcaracterísticadeumbom
fotógrafodenatureza?
O verdadeirofotógrafoda narurezarem
quererum profundoamorpeloselvagem,o
primitivo.Precisaamartudo o queé vivoe
querertransformarembelezaaquiloqueo co-
move.Precisaexercitardiariamenteapaciência
e a contemplação.Paraatingira maturidade,
istoé,oconhecimentodaluz,deve,sobrerudo,
seaprimorarcomoserhumano,humanizar,
libertaro olhar.Buscaracompreensãodeque
nãosabenada,dequetudoé revelação.Para
melhorinterpretara realidade,procuraliber-
rar-sedefórmulas,temqueviverabsoluramen-
teÍntegrocomasualinguagem.A câmeratem
quesetransformarnaextensãodeseusolhose
a técnica,quaseumatocondicionado.Elevê,
repara,contempla,e,numátimodesegundo,
todososseussentidossecongregam.Antesque
ainformaçãochegueaocérebro,elejádecidiuo
melhorenquadramento,amelhorabordagem,
alentequevaiutilizar,o diafragma,avelocida-
de.Quandoumagrandefotoseapresenta,o
fotógrafopressenteantesdodique,comoum
aviso,umtoque.E umfrêmitopercorretodoo
seuser.Restasaberseeleconcrerizaessetoque,
sea intuiçãosetransformaemrealização.Por
issoquefotografiaé sentimentoe percepção,
é Aagrararespiraçãodavida,douniverso.De
tantovere reparar,assimquepousoo olhar
sobreumafotojá seiseé meroregistro,um
xetoxbem-feitoou seo fotógrafoenriqueceu
aquiloqueviu. Espera-sede um profissional
queaomenosfaçaumregistrocompetentede
determinadoeventoe nosbrinde,devezem
quando,comumaimagemextraordinária.
Qual a importânciado equipamentofo-
tográficonessetipodefotografia?
Não pretendovalorizardemaiso equipa-
mentoeatecnologia,mas,nafotografiadana-
tureza,éprecisoterumaparatosofisticadode
lentes,sobretudo,quandosetratadefotografar
animais.Ourrodia,noRioNegro,Pantanalda
Nhecolândia,umalunomechamouaarenção
paraa luaquesepunhaatrásdeumasárvores
secas.Nossointeresseatéentãoeraregistraras
primeirasluzesdoamanhecernumabelalagoa
daFazendaSantaSofia.Meuolharsefixouem
umaárvoreemespecial,quepareciaservirde
dormitórioparaumbandodeararas.Acheique
valiaa penatentaralgonaqueladireção.
FOTÓGRAPHOS • 22
Já saícoma800mmarmadanaNikonF5
paranãoespantarasararas.Quandocheguei
perto,alvorocei-me.Percebiquea composi-
çãopoderiaficarmaravilhosa,utilizandoum
enquadramentoverticale colocandoa luana
partesuperiordafotoedaárvore.Asduasara-
rasqueestavamnosgalhossuperioresficaram
exatamentedispostasdentrodalua.Espereium
pouco(eisabaralha,apaciência,sempre)para
queosanimaisacordasseme a luaficassemais
amarela.Medialuznaluaeforadela,fotômetro
pontual,reenquadreia cenae diqueio filme
inteiro.Meusalunos,aomeulado,tentaram.
Não conseguiramporquea distânciaexigia
umasuperlente,no mínimo uma600 mm.
Importantedizerqueessecasonãoé regra.É
possívelfazergrandesfotossemgrandesteles,
mas,paraisso,éprecisoconhecero hábitodo
animal,esgueirar-sepelomatooupermanecerà
espreitaabsolutamentequietoecamuAado
Qual o segredoparacaptarregistrosque
fogemdo lugar-comum?
A maioriadosforógrafosnãoconseguesair
do metoregistro,porquenãotemtalentoou
porqueabuscaésuperficial.É precisocasrigar
osolhosdiariamente,o exercíciopermanente
do atodeverajudaacriatividade.À5 vezes,é
precisoretomara um lugarváriasvezes,em
épocasdiferentes,paraconseguirum bom
resulrado,coma luzcerra.
Quaisasdicasparaquemestácomeçando?
No começo,é precisoinformaçãoeexer-
cícioconsrante.A grandequestãoé queo as-
piranteafotógrafodanarurezaprecisaviajare
aindaremquecomprartoupas,boras,chapéus,
bolsasesranqueserc.Precisaler muito, fazer
faculdadeé bom, masnãoé tudo.Trabalhar
comoassisrentedeforógraforambémébom,
aprenderosmacetes.O mercadoderrabalhoé
muitofraco,por isso,parasecolocar,épreciso
desenvolverumensaioconscienteeexausrivo.
Essesprimeirosensaiosnosensinamasinteti-
zar,a criarumjeitoprópriodedizerascoisas.
Com um estilopróprioe umaremáticamais
especializada,ascoisascomeçama acontecer.
Fotografandocomfiltrosgraduados
TEMA PRÁTICO
Fotografia
infravermelha
Embora afotografia infra-
vermelhaainda sejapouco
conhecidano Brasil, com
a sua utilização,podemos
jàzer lindasfotosdepaisa-
genscomoestas,produzidas
por Romulo Lubachesky.
Aguarde matériacompleta
sobreo assunto,em breve!
DQuandovamosfotogra-farpaisagense incluirocéunacena,deparamoscomumaspectotécnicoquepodefazercomque
o resultadofiqueaquémdoesperado.
O problemacostumaseragrande
diferençade luminosidadeentreo
céue o primeiroplano,o quepode
resultarem cenasmuito escurasou
com o céu "lavado"e muito claro.
Nessescasos,podemosutilizarfiltros
graduados,queretêma luz emuma
áreaespecíficadaimagem.
Ao lado,podemosvisu-
a1izara mesmacenafoto-
grafadasemnenhumfiltro
(acima)eoutraemquefoi
utilizadoumfiltrogradua-
do comdensidadeneutra,
daCokin (à direita).
FOTÓGRAPHOS • 23
TEMA PRÁTICO
.•. Cerca Podemostirar ótimasfotosdepai-
sagensnosatendoa detalhescomofolhagens,
cercas,troncosetc.Abertura18,velocidade
1/125s,filme VelvialOOF efiltro polarizador.
Nas fotografias em preto-e-branco,
filtros coloridos, como o amarelo, o la-
ranjaeo vermelho,servemparaescurecer
o tom do céu. Mas lembre-sesemprede
que,seutilizadosexageradaou inadequa-
damente, eles podem até comprometer
suas fotos. Portanto, utilize-os sempre
com bom senso.
•MOCHilA: alémde manterseuequipa-
mento longedaáguaedapoeira,umaboa
mochila pode tornar sua movimentação
muito mais agradávele confortável,dei-
xando suasmãos livres para manuseara
câmera,os filtros e o tripé, por exemplo.
•OUTROS: estejasemprebempreparado,
levepilhas e filmes de reserva(ou cartões
dememória,sefor o caso),paranãocorrer
o risco de perder ótimas oportunidades
fotográficaspor faltaralgum deles.
Um blocode anotaçõestambémpode
serútil, pararegistrarinformaçõessobreos
locais,os horáriose ascondiçõesda foto.
VISUALlZAÇÃO E COMPOSiÇÃO
Visualizar uma foto significa ima-
ginar ou intuir o resultado que você
procura obter, observandoa cena e ava-
liando as possibilidades que o instante
oferece.No momento de visualizarmos
mentalmente uma imagem, precisamos
considerar todos os fatores envolvidos
no registro fotográfico: equipamento
utilizado (câmera,objetiva, formato do
filme ou sensordigital), qualidade da luz
(direção, intensidade, temperatura etc.)
e, evidentemente,a própria paisagem.
Da visualizaçãomais elaborada,che-
gamosaoenquadramentodesejado.Uma
dica básicaque pode ajudar é utilizar a
regra dos terços em suas composições,
dividindo a áreada imagemem trêsáreas
iguaise utilizando aslinhas (imaginárias)
resultantescomo guias para posiciona-
mento dos objetos e dascenasfotografa-
das. Mas como toda regra,essatambém
foi feitaparaserquebrada.Por isso,nunca
tenhamedodearriscar.Analise sempreos
resultadospara ver onde estáacertando
ou errando na hora de fazer suas com-
posições.Experimente enquadramentos
horizontais, verticais e concentre-seem
algo que possa manter o interessepela
foto. Presteatençãoemcomo oselemen-
tosda paisageminteragementresi e com
a luz. Com o tempo, esseprocessovai se
tornando mais natural, e os resultados
tendema melhorar cadavez mais.
Mudançade luz nas paisagens:como as horasdo dia influenciamsuas fotos
A luz é a principal matéria-prima
da fotografia,e entendero seu"com-
portamento" é essencialpara quem
desejaobter bons resultados,sejaem
fotos de paisagens, de pessoas, de
plantas,still etc.
Logo pela manhã, antes do sol
nascer,aluz émenosintensaeostons,
mais esmaecidos,deixando as fotos
comcoresmenossaturadas.Assimque
o solaparece,o ânguloeaintensidade
daluz ressaltamastexturaseasformas
dos elementospresentesna cena
Nas horaspróximasaomeio-dia,
o sol estáalto, assombrasadquirem
seu menor compnmento e o con-
trasteentreas áreasde luz e sombra
é bastanteacentuado.
No fim de tarde,a luz volta a ad-
quirir ângulo e intensidadeque dão
destaqueàs formas e às texturas, e
as sombras tornam-se alongadasna
direção contráriaà da manhã. Por
causadasua temperaturamais baixa,
nesseshorários, a luz produz tons
mais quentes e alaranjados.
As mudançasentreasestaçõesdo
ano tambémtêmgrandeinfluência na
qualidade(direção,intensidade)daluz
e, portanto,nasfotosde paisagens.
FOTÓGRAPHOS • 24
JJ o grandefotógrafo é aqueleque tcansformauma cena banalem algo
absolutamenterevelador,extraordinário.Paraalcançarisso, é preciso
talento, suor, sorte, técnica,tecnologia...JJ (Araquém Alcântara)
Utilizandofiltropolarizadorem fotografiasde paisagens
Com filtro
Sem filtro
máximo do filtro polarizador é obtido
quando fotografamosa um ângulode45°
em relaçãoaoobjeto fotografado.
Em paisagens,o efeito é percebido
apenasquando fotografamoscom o sol
posicionado em um de nossos lados.
Ou seja,sevocê resolverfotografarcom
o sol à sua frente ou atrás,o filtro não
apresentará resultados. Utilizá-l o em
diasnubladostam-
bémcostumagerar
efeitos pouco ou
nadaperceptíveis.
A foto acima,à
esquerda,foi feita
utilizando-se um
filtro polarizador,
e as duas fotos ao
lado mostram a
mesma cena fo-
tografada com e
semo usodo filtro.
Note a diferença!
Um dosfiltrosmaisuti-
lizadospor quem cos-
tuma fotografar pai-
sagens- o polarizador
- reduze,emalgunscasos,atéeliminao
reflexodesuperfíciesnão metálicas.
Um dos principaisefeitoscausados
por essetipo defiltroé o deelevarasatu-
raçãodascorese o contrastena imagem.
Para utilizar um filtro polarizador,
bastarosqueá-lonaobjetivaerotacioná-
10atéque seobtenhao efeitodesejado.
É importante destacar que o efeito
FOTÓGRAPHOS • 25
PRÁTICO
ATITUDE
Uma pequenacoisaquefazuma gran-
dediferença!Paraquem desejarealmente
produzir belasfotos de paisagem,atitude
é um ingredienteque nunca pode faltar
na receita. Algumas vezes é necessário
agüentarquilômetros de caminhada ou
ter de esperarbastantetempo para que a
situaçãodeluz fiquemaisfavorávelparao
registroda cena.Enfim, coisasqueapenas
com muita disposição e determinação
conseguimosenfrentar.
Mas o querealmenteimporraéqueto-
dososesforçosvalemapenaquandotemos
o privilégiode admirar - e melhor ainda,
fotografar- a belezada Criação. Quem se
dedicaàfotografiadepaisagenssabemuito
bem sobreo que estoufalando.
oque realmenteimportaé que todos os esforçosvalema penaquandotemos o
privilégiode admirar- e melhorainda,fotografar- a belezadas paisagens.
FOTÓGRAPHOS • 26
TEMA PRÁTICO
Na estrada Muitas vezesnãoprecisamosir muito longepara jazermos boasfotos
aisagens.Durante uma viagempela RodoviaAnhangüera, indo de SãoPaulo
ampinas,noteiestabelacenaem um localpróximo afundia!. Parei o carroe
'llfti. O Brasil éumpaís repletode lugarescomótimasoportunidadesfotográfi-
atento!Câmera Canon EOS 300, objetivaTamronSP 24-135mm,
'5s,18efiltro polarizador.
TEMA PRÁTICO
A paisagem
natural de
Adriano
Gambarini
por Silvana de Carvalho
A amplitude e a beleza enconrradasna naturezapetmirem ao fotógrafoum rransitarabsolutoe com muitas
opções. No enranto, mais do que um
clique que denoteuma imagemperfeita,
a fotografiade naturezasegueum rumo
diferenreparaaquelesquea encaramdes-
pojados de deslumbres,masmunidos de
sinceridade."Fotografiadenatureza,para
mim, vai muito além do que, por vezes,
o mercadodefine",começadizendoo fo-
tógrafopaulistaAdriano Gambarini, cuja
carreirateveinício há 15anos,quandoele
concebeua idéiadequea câmerafotográ-
ficasetiaaparceitaperfeitaparao tegistro
dasviagens,danatureza,dospovos,enfim,
dos temasquesemprelhe atraíram.
Generosocomo olharquelançapara
aspaisagensdedivetsospaísesdo mundo
- mascom especialdedicaçãoà natureza
brasileira -, Gambarini explica melhor
o conceito de trabalho que imprime nas
imagensque já somam um arquivo com
maisde35 mil fotogramas."A verdadeira
fotografiade naturezasó existemediante
um sétioecomprometidotrabalho,quan-
do o fotógrafo se preparapara o clique,
quando ele avalia, pesquisa e conhece
todas as variáveisimpressasno registro
daquele animal ou daquela paisagem",
explica,enfatizandoa idéiacom umaper-
gunra:"Por queos fotógrafosdaNational
Geographiclevam,àsvezes,um ano para
concluir uma pauta?"
..•.Textura Formaçõesrochosas
no Parque Nacional SeteCidades,
nortedo Piauí.
T Homenagem '/1Tailândia é
conhecidacomo 'Land ofsmild E
não é exagero,fti um dospovosmais
receptivoseadordveisquejd conheci.
Queria homenagearopovo tailandês,
que hojeestdsofrendocoma catástrofi
natural que aconteceurecentemente."
Ko Lanta, ilha do sul dopaís.
Atuanrena produçãode forografias
de narurezaparao mercadopublicirário,
AdrianoGambariniproduzagendas,livros,
calendáriose houseorgansparaempresas
privadas.Seu rrabalhocomo forógrafo
de naturezaprima pelaveracidadedas
informaçõesconridasna imagem,como
desracaRoseMorara, chefedo Cenrro
NacionaldePesquisaparaa Conservação
de PredadoresNaturais(Cenap),Ibama:
''Aforografiadevidaselvagemnãoéfácil.
Acompanharpesquisadores,muiromenos.
Cruzarriosnadando,correrhorasafiopor
enrrecharcos,brejose maras.O Adriano
fazissocomoninguém.Ficaevidenreseu
respeiropelorrabalhodepesquisa,a soli-
dariedadeeseusvaloreséricosinabaláveis.
A qualidadenasforosficaporconradeele
veraforografiacomoaarredeexpressar- e
acredirar- no mundoemquevivemos".
"A verdadeirafotografiade naturezasó existe
medianteum sério e comprometidotrabalho(...)"
FOTÓGRAPHOS • 28
A respostapode estar na comple-
xidade encontrada em muitos assuntos
fotografados, sobretudo, naqueles que
contamcomfatoresúnicos,diferenciados,
transitóriosesurpreendentes."Não dápara
pensarquefotografiadenaturezaésairno
mato,encontraruma onça e fotografá-Ia.
Há todoumpreparoporpartedo fotógrafo
parachegaraté essemomento.Conhecer
tudo sobreo animale sobreseumeio am-
bientesãoapenasalgumasdasinformações
quesedeveteremmãos.É claroqueo ines-
peradopodeacontecer,mas só o trabalho
durojustificaosbonsresultados."
A responsabilidadecom queatuana
áreatransformouGambarini em um dos
principaisnomesdafotografiadenatureza
no Brasil, com passaportecarimbadopor
publicações renomadas, como cerca de
10 versõesdaNationalGeographic,como a
americana,afrancesa,a gregaea tailandesa.
Seu olhar apurado também abriu
espaço para vários trabalhos com base
científica. Formado em geologia pela
Universidade de São Paulo, é espeleó-
logo e mergulhador desde 1987, tendo
participado de expediçõesde pesquisas,
mapeamentose exploraçõesde cavernas
secase submersas.Tornou-se referência
na fotografia de cavernase publicou as
principais matérias sobre o tema nos
últimos anos. "Meu envolvimento com
a fotografiaaliadaà pesquisatambémse
dá com organizaçõesnão-governamen-
tais. Há mais de cinco anos acompanho
pesquisadoresde carnívoros e faço foto-
grafiasdeonça, lobo-guaráe cachorrodo
mato", acrescenta.Essetrabalhoresultou
no último livro lançadopor ele,que traz
a pioneira documentação de todas as
espéciesde carnívorosdo Brasil.
O serhumano inseridona natureza
é outro caminho trilhado pelo fotógrafo.
AcompanhadopelasNikon FI00, FM2 e
F3 e diversaslentes,Gambarini temvasto
materialsobreaformadeviverdepopula-
çõesindígenase povosdeváriaspartesdo
mundo.Essasimagensjá setransformaram
em livros, guias, calendáriose editoriais,
mas têm ainda futuro promissor."Estou
trabalhandoatualmenteem três projetos
de livros e duas exposiçõessobre meus
ensaiosintimistas,a culturaeospovosdos
14paísesqueconheci",conclui, avaliando
que,alémdaverdadepor trásdasimagens,
eleaindatemcomobasedetrabalhoapre-
ocupaçãoconstantecom uma linguagem
própria,comasuaassinatura."Quero fazer
comqueaspessoasreconheçammeuolhar
emcadafotoquefaço.Independentemente
de ele serbom ou ruim, é o meu olhar."
Alguém duvida?FOTÓGRAPHOS • 29
~ Salar do Suriri, nortedo Chile.
Um dosmaioressalaresdopaís, explorado
por companhiasde extraçãodesal, abriga
umapopulaçãoda ameaçadavicunha.
T Caatinga esuascabras,um dosúnicos
animais capazesdesuportara secanordestina.
A IMPORTÂNCIA 00 OIREITO AUTORAL
A importância do direito autoral
por José Roberto Comodo Filho
V lvemosuma eraemquea preocupa-çãocoma velocidadeno trânsirodasinformaçõesjá ultrapassouhá muiro
tempoa preocupaçãocomasquestõeséti-
case de respeiroaosdireirosdoscidadãos.
Ou seja,criou-seno inconscientecoleti-
vo da mídia a idéia de queo fim justifica
os meiose que levara informação- ou a
imagem impactante- paraa sociedadeé
maisimportantedo querespeitarasregras
jurídicas que regulamentamos direiros
que terceirostêmsobresuasprópriasima-
gense, pior, os direirosqueos auroresdas
imagenstêmsobreelas.
Diariamente chegamaomeu escritó-
rio casosde fotógrafos que tiveram suas
criaçõesutilizadasindevidamente,como
também chegam casosde pessoas(mo-
delos profissionaisou cidadãoscomuns)
que foram forografadase tiveram suas
ou jornalisticamenteseconcordarexpres-
samente com tal utilização. E surgirão
sempremuitasquestõespara debate,por
exemplo:Como resolvera questãodospa-
parazzt?Qual o limite entrealiberdadede
informar e o direiro à própria imagem?
As respostasparaessasquestõespodem
serencontradasprimeiramentenaConsti-
tuição Federale depoisno Código Civil.
Com relaçãoaosdireirosdo auror,os
problemas são muiro mais complexos.
Isso porque se criou na sociedadealgu-
mas falsas convicções que precisamser
combatidas. Grande parte das pessoas
simplesmente não compreende que as
forografiassomentepodem serutilizadas
onde, quando e da forma como o fotó-
grafo auroriza - e que copiar uma foro
sem aurorizaçãoé um crime igual a co-
piar um CD ou um livro.
da chamada"Lei dos Direiros Aurorais".
Mas paraque essecombateaconteça,
é precisoque uma dasclassesmais desu-
nidas que já se tevenotícia - a dos fotó-
grafos- passea agirde forma coordenada
e a REAGIR a rodasas agressõescontra
seus direitos. E isso deve ser observado
por rodos os fotógrafos - desdeo ama-
dor, passandopor aqueleque estácome-
çando a seprofissionalizare terminando
nos mais respeitadosprofissionais.
Algo muiro importante a se falar é
a existênciade duas "espécies"de direi-
ro, bem diferentes:os direiros morais e
os direiros patrimoniais. O desconheci-
mento dessadivisãoé uma dasprincipais
causasde uso indevido da forografia.
Outro assunroparao qual gostariade
chamara atençãoé a importância de tan-
ro os fotógrafos quanto os forografados
"A sociedade em que vivemos não consegue compreender
que o fotógrafo É UM ARTISTA. E que a fotografia deve ser
respeitada como uma OBRA DE ARTE(. ..)"
imagens utilizadas de forma desaurori-
zada. E rodos demonstram verdadeiro
desesperodiante da aparente impotên-
cia parabrigar por seusdireiros quando,
do outro lado, estãoos grandesgrupos
que controlam a mídia.
Mas é preciso compreender que o
Brasil possuiuma dasmaisbemformata-
das legislaçõespara defesado direiro do
autor e dos direiros relacionadosà per-
sonalidade das pessoas.Neste primeiro
artigo,vamosnosatera explicaralgumas
questõesrelacionadasexatamentea esses
direirosquea Lei protege.
O primeiro passoé diferenciarmoso
uso indevido da imagemdaquilo que é o
abusoao direiro do auror.
Na essência,o uso indevido da ima-
gemestárelacionadoà pessoaforografada
(sejaelamodeloou não, sejaelaartistaou
não, sejaelafamosaou não). Issoquer di-
zer,emtese,quequalquerpessoasomente
pode ter sua imagemutilizada comercial
A sociedadeem que vivemos- e no
Brasil isro pode ser observadocom mais
clareza- não conseguecompreenderque
o fotógrafo É UM ARTISTA. E que a
forografiadeveser respeitadacomo uma
OBRA DE ARTE, fruro do espírirocria-
tivo do fotógrafo (e isso vale até para a
foro publicitária). Também não é com-
preendido (ou aceiro)que, para uma fo-
rografiaserprotegida,ela não precisater
sido criada por um profissional - a Lei
protegea forografiae o seu criador, sem
sepreocuparcom o conteúdoda imagem
e a capacidadede quem a cria.
Na prática, equivale a dizer que se
uma criança pegar a câmera do pai,
apertar o botão e o resultadodesse"cli-
que" for surpreendentemente bom, a
ponto de ser utilizado indevidamente
numa campanha publicitária, a criança
deveráreceberindenização.
As ferramentaspara fazervaler o di-
reiro do aurorencontram-serodasdentro
FOTÓGRAPHOS • 30
saberemse posicionar de forma correta
no momenro de negociaçãocom asem-
presasda mídia. Ou seja,é de fundamen-
tal importância o conhecimento acerca
dos CONTRATOS, que são criados
parafixar os direiros e os deveresde cada
parte. E aqui surge um novo problema,
pois ora encontramos contraros de ces-
são,ora contrarosde licença, ora contra-
ros absolutamentecriativos que buscam,
normalmente,prejudicar fotógrafose fo-
rografados.Mas esseé um assunto para
um próximo encontro. Até lá!
JOSÉ ROBERTO CaMaDa FILHO é ad-
vogadoformadopelaUSP há 15anos,sóciodo
escritórioCaMaDa & CaMaDa Advogados
Associadoseespecialistaemquestõesrelacionadas
a DireitodoAutore Contratos.Tambéméfotó-
grafoamadorhá 10anosesóciodaRlGUAR-
DARE - Scuoladi Fotografia.Podeserencontra-
doatravésdoe-mailcomodo@uol.com.br
o SENSOR
POR DENTRO DO DIGITAL
o SENSOR
Embora muitos fotógrafos - amadores e profissionais - estejam
migrando para o sistema digital, muitas dúvidas ainda pairam no ar.
A partir desta edição, a Fotógraphos abordará aspectos e conceitos
importantes para quem deseja adquirir e tirar o máximo proveito das
novas tecnologias que estão surgindo. Acompanhe.
colaboração Armando Vernaglia Jr.
O ue a fotografia digital chegoupara ficar ninguém duvida. Eo melhor de tudo é que o novo
sistemade capturade imagensnão pára
de evoluir. Fabricantesdosquatro cantos
do mundo lançam novos produtos em
um ritmo frenético, e o que ocorre em
muitos casosé que os consumidoresnão
conseguementendere acompanhartodas
essasinovações.
Parafacilitarum poucoavidadequem
estáentrandono mundo digital, apresen-
taremos,a partir destaedição, uma série
de matériasque abordarãoos principais
aspectosenvolvidos na construção e na
utilização dos modernos equipamentos.
5ensoresdigitais,resolução,objetivas,qua-
lidade de imagem,formatosde arquivos,
impressão,memória de armazenamento.
Essessãoapenasalgunsdos assuntosque
trataremos.Paracomeçar,falaremossobre
o sensor,considerado"aalma"ou "o cora-
ção"dascâmerasdigitais.
OS SENSORES
Enquanto na fotografia "convencio-
nal" o filme é o responsávelpelo registro
da luz, no sistemadigital essatarefafica
por conta do sensor. Por questões de
espaço,custo e qualidade,os fabricantes
acabamdesenvolvendoe adotando dife-
rentestecnologiasqueatendammelhor às
suasfinalidades,eatualmenteexistemdois
principais tipos de sensoresno mercado,
que sãoo CCD e o CM05.
O CCD (ChargeCoupledDevice)é
constituído por milhões de célulasfotos-
sensíveis,queconvertemainformaçãoóp-
ticaemcargaelétrica,sendoquealeituraé
feitaemordemseqüencial,célulaacélula,
linha a linha. Por essefator, para que a
imagem capturada seja completamente
"montada" no sensor, a carga elétrica
precisapercorrertoda a suaárea.
No caso dos sensoresCM05 (Com-
plementaryMetal OxideSemicondutor),
ascélulasfazemo registrodeforma inde-
pendente.Por isso,o tempode capturada
imagemacabasendo menor.
De um modo geral,sensoresCM05
sãomaisbaratosdeproduzir quesensores
CCD, e isso explica por que têm sido
amplamente utilizados na fabricação de
câmerasdigitais.Outro aspectoimportan-
teé queelesconsomemmenosenergia,o
que representauma grandevantagem.
Mas o fato é quecada tipo de sensor
possuisuascaracterísticas,e algumasem-
presasoferecemvariantesde cada tecno-
logia, a fim de obter uma melhor relação
entreo custoeo benefíciodosseusequipa-
mentos.A Fuji, por exemplo,desenvolveu
o seu 5uper CCD, utilizado na Finepix
53 Pro, câmeraD5LR profissional, que
otimizaosresultadosmesmoemcondições
de altasluzese elevadocontraste.
Conhecer os principais tipos de sen-
soresdisponíveisé o primeiro passopara
entender um pouco mais sobre a sua
capacidadee utilização.
Enquanto na fotografia" convencional" o filme éo responsável pelo
registro da luz, no sistema digital essa tarefa fica por conta do sensor.
FOTÓGRAPHOS • 31
o SENSO R
.•. Tecnologia A indústria temdesen-
volvidosensoresdigitaiscapazesdeprodu-
zir fotoscomqualidadeextraordindria.
Além da alta resolução,ascâmerasatuais
registramimagenscomótimagradação
tonalebaixonívelde ruído.Embora
apenaspresentesnosequipamentosmais
sofisticados,daquipoucotempoossensores
maisavançadosestarãodisponíveistam-
bémnascâmerasdecustomaisacessível.
QUALIDADE DE IMAGEM
A disputaquevemacontecendopor
maise maismegapixelsfazparecerque
quantomaioraresolução,melhoraquali-
dadedaimagem.Masaquestãonãoétão
simplesassim,eacombinaçãodealguns
fatores- qualidadeópticadaslentes,ta-
manhodosensor,níveldesofisticaçãodo
sofiware,formatodearquivoutilizadoetc.
- determinamaqualidaderesultante.
Issosignificaque,quandofalamosde
imagemdigital,precisamosconsiderar
tantoa quantidadecomo a qualidade
dospixelsquedeterminadoequipamento
oferece.Ou seja,alémdaresoluçãomá-
ximadecaptura,devemosestaratentos
a aspectoscomoprecisãogeométricae
fidelidadena capturadascores,assim
comoaonívelderuídoapresentadonas
diferentesopçõesdeISO.
E queo leitor,oumelhor,osensortem
avercomisso?Tudo!Poiseleéum dos
maioresresponsáveisporessaqualidade
dospixels queformamaimagem.
Cadapixel é formadopor um sinal
elétricogeradopelaluz queatingeuma
ou maisfotocélulascorrespondentesa
ele.Quantomelhorforo sensor,melhor
seráasuaqualidadetonaleasuacapa-
cidadede registrarimagenscom mais
detalhes.E o tamanhoqueelepossui
temgrandepoderde influênciasobre
esseaspecto.Vejamoscomo.
TAMANHO É DOCUMENTO?
Oe um modo geral,o tamanhodo
sensorestádiretamenterelacionadoàqua-
lidadedeumacâmeradigitaleàsimagens
queelaproduz.
Por questõesmercadológicas(custo,
posicionamentodemarcaseprodutos),os
fabricantesatualmenteutilizamvariados
tamanhosdesensoresemcâmerasdigitais,
sendoqueos menoresnormalmentese
destinamàsamadorase os maiores,às
profissionais,cujaqualidadeda imagem
éumitemprimordial.
Os tamanhosmaiscomunsdesenso-
resdisponíveishojeemdiasão:o 111.8",
o 2/3", os de aproximadamente23 x
15mm (conhecidoscomoAPS size) eo
full frame, de36 x 24 mm.Traduzindo
paraobomportuguês,ossensores111.8"
têm7,2x 5,3mm detamanho(largura
x altura),os2/3" têm8,8x 6,6 mm,os
APS size têm aproximadamente23 x
15mm(podevariarumpouco,conforme
o fabricante),e osfUll frames sãoassim
chamados,poistêmo mesmotamanho
de um fotogramadefilme35 mm,que
é o "filmecomum",aquelequeestamos
acostumadosaencontrarnomercado.
Os sensores111.8"sãoencontrados
em câmerascomoNikon Coolpix 995,
linha Canon PowershotG, Powershot
S50, Olympus C5050Z, entremuitas
outras.É o formatomaiscomumentreas
A disputapor maise mais megapixe/sfaz parecer
que quantomaiora resolução,melhora qualidadeda
imagem.Mas a questãonãoétão simples(...)
Tamanhos de sensores
A figuraao ladomostraa
diferençaentreos principais
tamanhosdesensoresdigitais
disponíveisatualmente.
• 111.8"- NikonCoolpix995,
CanonPowershotG3 eG5.
• 2/3 - Nikon Coolpix8700,
SonyF828,CanonPowershot
Pro1,MinoltaOimage7Hi.
•APS size- CanonEOS 3000
e 100,Nikon 070.
•Fullframe-CanonEOS 10s
eKOOAK 14n.
FOTÓGRAPHOS • 32
câmerasdigitaisamadoras,porpossuírem
tamanhoreduzidoe por apresentarem
menorescustosdeprodução.
Existemsensoresaindamenores,que
costumamserutilizadosemcâmerasmais
simplesetambémemtelefonescelulares.
O 2/3" éencontradoemcâmerasum
poucomaiscaras,comoNikon Coolpix
5700e8700,SonyF717eF828,Minolta
Oimage7HI, Canon PowershotProl
entreoutras.Essetipo éumpoucomais
caroqueo de1/1.8".
Os sensoresAPS sizede23x 15mm
sãoencontradosemcâmerasavançadas,
destinadas a amadoresavançadose
tambéma fotógrafosprofissionais.São
modeloscomo:CanonEOS 3000, 100
e20D(sensorde22,7x 15,1mm),Nikon
D70 eDlOO(23,7x 15,6mm)ePentax
Ist-D (23,7x 15,6mm- omesmosensor
usadonascâmerasNikon).
Porfim, temosossensoreslull Irames
(36x 24mm),encontradosnascâmeras
Canon EOS 1Ds,EOS 1Ds MK II e
Kodak SLR/c eSLR/n, quesãoequipa-
mentoscarose sofisticados,projetados
paraatenderafotógrafosprofissionais.
Como regtageral,quantomaioréo
sensor,maioréseucustodeprodução,o
queemparteexplicaospreçoselevados
dosequipamentosprofissionais.
APROVEITAMENTO DA LUZ
Quantomaioro sensor,maiorseráa
suaáreaparacaptaraluz,eassimregisrrar
asimage'nsfotografadas.Ou seja,quanto
maioraárea,melhorseráo aproveitamen-
todeluz.Graçasaisso,câmerascomsen-
soresmaiorestendema termuitomenos
problemadenoise,ouruído.
O noise,ouruído,éumainterferência
elétricaocorridadentrodosensortodavez
queacâmeraéoperadaemsensibilidades
ISO acimadomínimodo sensor,ou em
longasexposições(temposlongosdeob-
turador).Porexemplo,quandoomínimo
dosensoréISO 100eofotógrafooregula
paraoperaremISO 400.
Além disso,o ruídoaparecesempre
queosensorforexpostoàluzporperíodos
maislongosquepoucossegundos,como
ocorreemfotosnoturnas.
Seumsensoréprojetadoparatraba-
lharemISO 100,aoaumentarmosasen-
sibilidadeparaISO 200,400oumaiores,
o sinalelétricodentrodosensordeveser
ampliadoparapermitiramaiorcapração
de luz, e esseaumentodo sinalelétrico
gerainterferências(chamadasderuído),
queprejudicama qualidade,ascorese a
definiçãodasimagens.Ossensoresmaio-
ressofremmenoscomasinterferências
elétricase,assim,sãomaisaptosaoperar
em sensibilidadesISO maisaltasou a
seremusadosparafotografiasde longa
exposição.Mas, mesmoassim,aindahá
limitesquepodemserconsideradosmais
estreitosdoqueosexistentesnafotografia
comfilmefotográfico.
Outro ponto a favor dos sensores
maioreséqueainformaçãofotografadaé
menoscomprimida.Issosignificaque,se
vocêfotografaumapaisagemeadistribui
numsensordeapenas8 mmdelargura,
provavelmenteexistiráperdadederalhes
finos, pois umagrandequantidadede
informaçãoserácomprimidanumaárea
muito pequena.Por melhorquesejaa
ópticadaslentes,issoé inevitável.Nos
sensoresmaiores,ainformaçãodepeque-
nosdetalhesémaisbempreservada.
Graçasaosdois fatorescitadosaci-
ma, as imagensgeradaspor câmeras
comsensoresmaiorestendemasermais
limpas,commenosruído, commelhor
definição,cor,contrasteequalidadegeral
da imagem.Daí tiramosnossaprimeira
conclusão:fotógrafosquequeremmáxima
qualidadeemsuasfotos,quepretendem
fazergrandesampliaçõesdesuasimagens,
ou queprecisamconstantementefoto-
grafarcomsensibilidadesISO maisaltas
emlocaisescurosdevemconsideraressa
questãoeprocurarcâmerascomsensores
maiores,comoosAPS eosfull ftames.
Algumasdúvidasnascemdessacon-
clusão:Entãoapenascâmerascomsen-
soresgrandesvalemapena?E todasessas
compactasqueestãono mercado,não
prestam?Na verdade,nãoébemassim.
A escolhado equipamentodependeda
suaaplicaçãoedasnecessidadesdofotó-
grafo.Um sensorpequenotambémtem
vantagens.Porseutamanhoreduzido,as
câmeraspodemsercompactas,fáceisde
levaratodolugaremaiseconômicasno
gastodepilhas/baterias,epodem,ainda
assim,obterumaqualidademuitoboa
de imagem,compatívelcomo usoe as
necessidadesdamaiorpartedo público
amadordafotografia.
Ou seja,sevocêbuscapraticidadee
portabilidade,câmerascompactascom
sensorespequenospodemresolverseu
dilema.Se procuramáximaqualidade,
mesmoque para isso sejaobrigadoa
carregarequipamentosmaiores,mais
pesadose maiscaros,optepor aqueles
comsensoresmaIOres.
O importanteésaberque,quandofa-
lamosdesensores,tamanhoédocumento,
sim,e que,alémdaquantidadedepixels,marca,objetivasutilizadasetc.,essedeve
serumimportanteaspectoaseconsiderar
naaquisiçãodeumnovoequipamento.O
melhora fazeréanalisarsuasreaisneces-
sidadesquantoà qualidadede imageme
resoluçãoenãoseesquecernuncadeque
"quemvêcaranãovêcoração".
FoTÓGRAPHoS • 33
o SENSO R
Fator de corte nas
câmeras digitais
O tamanhodossensoresdigitais,
além de influenciar a qualidade
final das imagens,tambémcausa
freqüentesconfusõespor contado
queéconhecidocomofatordecorte
nasImagens.
Muitos usuáriosacreditamque
sensoresmenoresqueoslull ftames
multiplicam a distância focal das
objetivas,servindocomoumaespé-
ciedeextensãoparaelas.É comose,
numpassedemágica,umaobjetiva
300 mm - ao serutilizadaconjun-
tamentecomum sensordefatorde
corte1,5x- setransformasseemuma
450mm,porexemplo.
Na verdade,essaconfusãoocorre
porque normalmente utilizamos
objetivasqueforamprojetadaspara
seremusadasemequipamentoscon-
vencionais.Quandoaáreadosensor
émenordoqueadeumfotogramade
35mm,háumaperdaemumaparte
(emtorno)da imagem,quenosdá
essafalsaimpressãodeampliação.E
issovaleparatodasasobjetivas,inde-
pendentementedadistânciafocal.
Assim como a distância focal
nãomuda,aprofundidadedecampo
tambémpermaneceamesmaquando
utilizamoscâmerasdigitaiscomsenso-
resmenores.Ocorreque,porcontada
áreadisperdiçada,paraconseguirmos
incluir no visor a mesmacenaque
desejamosfotografarquandonãohá
corte,precisamosnosafastarmais.Na
prática,aprofundidadedecampoacaba
aumentandoporcontadessaalteração
nadistânciaentreacâmeraeacena.
Umaquestãomuitoimportanteé
que,mesmoqueseconsigaincluira
cenadeummesmomodoquandohá
fatordecorte,aalteraçãodadistância
entreacenaeacâmerageraalteração
naperspectiva,oquepodemudarsig-
nificativamenteo resultadodafoto.
Atualmente,muitosfabricantes
produzemobjetivassupergrande-an-
guiarescomo objetivodeamenizaro
efeitoqueocorreporcontadofatorde
corteemalgunsequipamentos.
EM CATIVEIRO
FOTOGRAFAR EM CATIVEIRO,
E O BICHO!
Algumas dicas va~osasdo fotógrafo Sérgio Assis para
quem gosta de fotografar animais, mas não tem como
viajar para lugares distantes e de difícil acesso.
por Sérgio Assis. textos e fotos
.Â. Bichos em cativeiro
Asfotosqueilustramestamatéria
foramproduzidaspelofotógrafo
SérgioAssisnoBosquedosjequitibds,
emCampinas(SP).
Fotografar animais
em cativeiro exige
paciência e persistência.
Para eliminar
gradese telas,os
animais devem
estar distantes e
o fotógrafo deve
chegaro mais perto possíveldasgrades,
sempre lembrando que animais em ca-
tiveiro ficam mais agressivosque no seu
hábitat natural, daí a necessidadede não
se esquecerda própria segurança.Além
disso, usargrandeaberturade diafragma
e uma altavelocidadedeobturador pode
ajudar no resultadodas fotos. O uso de
um tripéou um monopé éimprescindível
paraque a imagemnão saiatremida.
Fotografaranimaisemcativeirotam-
bém exigedo fotógrafo paciênciae per-
sistência.Se possível,peça para um téc-
nico auxiliá-lo. Essetipo de profissional
"fala"comosbichose,por incrívelquepa-
reça,elesentendem.
Finalmente, a postura do fotógrafo
diante de animais precisaserdiferencia-
da: ele tem que ter rapidez para apertar
o disparador e, dessemodo, captar o
momento mágico. Não se movimentar
demaise se manter tranqüilo durante a
sessãopode ajudar bastante.
Lembre-sedeque,com algunsconhe-
cimentosdefotografiaebastanterespeito
à natureza, podemos fazer muitas fotos
de qualidade.
Para quem gosta de fotografia
de natureza, principalmente de
fotografar animais, e não dispõe
de recursos financeiros para fazer uma
viagem à Amazônia ou à África, por
exemplo,é possívelfazerboasfotografias
de animais em cativeiro, dentro de um
zoológico. Um bom trabalho pode ser
urilizado naediçãodeuma revistaou em
outro meio decomunicação,ou ainda em
bancosde imagens.
Parafotografaremzoológico,algumas
recomendaçõesdevemser seguidas.Em
primeirolugar,aconselha-sefazerasfotos
emdiasqueo localnão estejaabertopara
o público,pois,nessasocasiões,osanimais
estãomaisàvontadeemenos"estressados".
Em diasnormaisdevisitação,o barulhoea
agitaçãodosvisitantesacabamdificultan-
do a confecçãode boas imagens.
A fim de obter uma autorizaçãopara
fotografarnosdiasemqueo zoológicoes-
tejafechado,recomenda-sequeo fotógrafo
prepareum projeto, simples e objetivo,
cujas finalidades e metodologia de tra-
balho estejamexplicitadas.Aurorizada a
entrada,éaconselhávelqueo biólogoou o
veterináriodo localacompanheo trabalho,
fornecendo informaçõessobrecostumes
dosanimaise regrasdesegurança.
Outra dicaserefereaomelhorhorário
parafotografar:quandoaluz estásurgindo
e/ouquandoestáindo embora,ou seja,das
6 às9 horase das 16 atéas 18 horas (no
horáriodeverão,fica mais fácil fotografar
nosdoisperíodos).
Além daautorizaçãodo zoológicoeda
utilizaçãodeum equipamentoadequado
(uma teleobjetivaé bastanterecomenda-
da),algunscuidadossãoessenciais,como,
por exemplo,não fotografaranimais que
estãomuito próximosàsgradese conside-
raro enquadramentoealuz.É importante
estaratento a elementos- como telase
paredes- que podem prejudicar a foto-
grafia,principalmentequandoosanimais
estãopróximos a eles.
FOTÓGRAPHOS • 35
VÂNIA TOLEOO
Vânia T oledo
Um olhar que
revelaalmas.
por Silvana de Carvalho
/IA empatia é O
elemento mais
importante para
um bom retrato.
A minha linha é
. -
seguir a emoçao,
mostrar para a
pessoa que estou
ali para fazer o
melhor. /I
Com a mesmadesenvolturacom que
faz rerrarosde personalidadesbrasi-
leiraseinrernacionais,aforógrafami-
neira,mas"paulistanadecoração",Vânia
Toledo, recordamomenrosespeciaisque
a forografialhe reservou.
Comunicativa e dona de uma gar-
galhadaconragiante,quedeixaaspessoas
completamenteà vonrade, ela surge es-
parramandoforografiasde celebridadese
de amigossobrea mesaem seuestúdio,
em São Paulo (SP), avisandoque é uma
seleçãoemocional,paracomeçara come-
moraros25 anosdeforografiaprofissional
completados em 2005. As imagens em
prero-e-branco formam um verdadeiro
mosaico de histórias que ela também
fotografou com a memória.
Relembrando a forma como cada
uma foi criada, ela revelauma dasprin-
cipais característicasde um fotógrafo de
retraro:a conexãoque ele deveestabele-
cer com o forografado. "A empatia é o
elemenromais importanreparaum bom
retraro.A minha linha é seguira emoção,
T CaetanoVeloso ocantorecom-
positor emum diquefeito em 1984,com
ofilme Tri-X puxadopara 1.600. Segundo
Vânia Toledo,osegredopara a realização
defotos comoestavai alémda exploração
de recursostécnicos."Ofotografàdotem
que estarmuito à vontade,sóassimo
retratotransmitirdemoção'; ensina.
FOTÓGRAPHOS • 36
mostrar para a pessoaque esrouali para
fazero melhor", revela.
Aurora de livros e de exposiçõesde
sucessoequeconraramcom cenasclicadas
com as câmerasprofissionaisNikon (F2
e F4) e Penrax(4 x 5; 6 x 7; 6 x 4,5), ela
agorasepreparaparaconcretizarum novo
projeto de livro, destavez, com imagens
feitascomas"maquininhas"quenãosaem
de sua bolsa. Há 30 anos, Vânia cultiva
um hábiro considerado secrero:registra
flagranres de personalidades nas ruas,
nos teatrose em vários ourros locais de
São Paulo, queelaadorou aos 13 anosde
idade. Os chamadossnapshots estarãono
livro Diário de Bolsa e foram feiros, ini-
cialmenre,com umaYashicadefoco fixo,
a "inhashid', apelidadapeloministro da
cultura, Gilberro Gil, e, depois, por uma
Penrax,a "penraquinhà', que deu lugar à
"nikonzinha" comzoom,quehojeganhou
o espaço de sua bolsa." Gosro de fazer
forografiascom o olhar esponrâneo,sem
preocupaçõesestéticasexcessivaseequipa-
menroscaros.Descobri logo cedoque as
.•. A criatividade do olhar dafotógrafà
para um retratoconsideradoousadohd 10 anos.
A imagemfeita coma Pentax 6x 4,5épartede um ensaioquefoi realizadopara uma
campanhapublicitdria, masvirou mesmoum
calenddriono ano de 1995.Vtzlea dica:
"Cadafotografàdotemuma luz, mereceum
tratamentodiferente.Gostodedescobrir
essaluz eachoque virei retratistapor isso."
VÂNIA TOLEOO
pessoasrelaxamquandoacâmeraépouco
pretensiosa",comenta,estimulandoaque-
lesquegostamdefotografar.
Foi assim,fazendodiquesespon-
tâneos,queelacomeçoua perceberque
deveriatrocaracarreiradesociólogapela
de fotógrafa."Achoque desdesempre
eufotografavacomo olhar.Minha mãe
semprequeriaouvirasminhasdescrições
defestaseeventos,poiseumemorizavaas
cenascomoninguém",relembra.
EssacaraterÍstica,segundoela,de
registrarcom o olhar,é um dom e se
sobrepõeao aprendizadotécnico. "É
condiçãobásicaterumbomolho",diz a
autodidatafotógrafaquetinhaumhábito
eficazparao processodeaprendizagem:
o treino prático, sempremuito bem
analisado,comdireitoa anotaçõesque
pudessem,maistarde,mostraros erros
e os acertosem cadaimagem."Com o
passardosanos,vocêvai aprendendoa
ter sensibilidadevisual,a reconhecera
melhorluz.Ao fazerumretrato,olhopara
cadapessoaesódepoisa ilumino,nunca
deixoa luz pronta,poiso serhumanoé
muitoespecialenãopossousaramesma
luz.Essaconsciênciavemcomo tempoe
comaobservação,comoolharquelanço
paraooutro.Achoquevireiretratistapor
isso",confessa.
UM víCIO: GENTE
Intuição,raciocíniorápidoerespei-
to.Essastrêspalavrasresumematriburos
queVâniaToledoimprimeemcadatra-
balhoquerealiza."Acrescentaria
ainda a emoção,que é sempre
renovada,mesmocom tantos
anosde trabalho,e o meuprin-
cipaltrunfo,queésaberdirigiro
fotografado",justifica,afinal,elaé
autoraderetratosdeimportantes
personalidades,como artistase
políticos."Tentosempreencon-
trar uma forma de estabelecer
do m P A atriz
FernandaMontenegro,o compo-
sitor e cantorItamar Assunçãoe
a cantoraElis Regina. Imagens
coma corpreferida dafotógrafa:
"Vejoo mundoempreto-e-branco
e minha conexãocomeleocorre
atravésdo meutrabalho."
FOTÓGRAPHOS • 38
a xoe Nesta imagem,a atriz
Cristiane Torloni estáemcenanapeçaSa-
lomé.O teatroéa segundagrandepaixão
de Vânia Toledo.Ela prometeo lançamento
de um livro comimagensque colheudos
artistasnosúltimos30 anos.
umaconexãoquepermitao dique.
Paraalguémserbemfotografado,essa
pessoatemquequerer.Meu vício é
gente,masquandoperceboqueapes-
soaestáali enãoquerfazerafotoou
não estápreocupadacomela,deixo
o trabalho",comenta.
Vâniatambémnãoabremãoda
fotografiaanalógica.Sócomo tempo
os filmesfotográficospoderãodar
espaçoaospixe/s. "Só brincocomo
digital,por enquanto.Acho queele
não tema profundidade,a nitidez,
as alteraçõesde nuanças.O digital
não alcançouaquilo quemeu olho
enxerga.Pensoque um retratotem
quetero mínimodePhotoshope o
máximodeatitude!",finaliza,dando
um últimoconselhoparaquemestá
começando:''Ao escolhero melhor
retratoque se faz de uma pessoa,
optesemprepelafotografiaque lhe
transmitamaisemoção,quefalemais
próximoaoseucoração,mesmoque
não tenhaa luz perfeita.Pode ser
umadicanãoviáveleconomicamente,
masgarantoqueéo melhorcaminho
pessoalmente",encerra,recolhendoas
imagensqueestãosobreamesapara
lançarumúltimoolharsobreaquelas
queentraramnestaedição.
VÂNIA ToLEoo
Intuição, raciocínio rápido e respeito. Essas três palavras resumem
atributos que Vânia Toledo imprime em cada trabalho que realiza.
FoTÓGRAPHoS • 39
A "Ilha da Magia" está repleta de pontos
históricos e naturais para fotografar.
Para quem desejafazer um passeio
fotográfico pela ilha, o ideal é
seguir um roteiro pré-estabelecido,
poisacidadeégrandeesãomuitasaspos-
sibilidadesfotográficasque elaoferece.
Uma boa dica é começarpelo Cen-
tro, onde se encontra o maior número
de pontos turísticos não naturais,como
monumentose prédioshistóricos.
Embora Floripa sejauma cidadebas-
tantesegura,é bom não dar chancepara
o azar,porqueequipamentosfotográficos
costumamchamaraatenção.Nessecaso,é
~ PalácioCruz e Souza
ConstruídonoséculoXVI,
serviucomoresidênciados
governadoresno tempo
da colônia.Por causada
corexterna,tambémficou
conhecidocomoPaldcio
Rosado.Atualmenteabriga
o MuseuHistóricode
Santa Catarina.
melhor prevenirdo que selamentar.
Partindo do Centro, o leitor pode
optar por visitaro leste,o norte ou o sul
da ilha. Como veremosadiante,cadaum
desseslugarespossui suaspeculiaridades
e diferentesassuntosparaseremfotogra-
fados, como praias, montanhas, vilas e
construçõeshistóricas.
Gostamos sempre de alertar para a
importância de se buscar outras refe-
rências(guias,livros etc.) sobreo local a
fotografar.Quanto maisinformaçõesvocê
obtiver,melhor tendea sero resultado.
FOTÓGRAPHOS • 43
~ Ponte Hercílio luz, manhã
CanonEOS 300, objetivaTamronSP 24-
135 mm,filme Fuji Sensia100, exposição
de1/180seaberturaf8 efiltro polarizador.
..•..Catedral Metropolitana
Concluída em1772,foi erguidano lugar
deuma antigacapela,quejd erapequena
demaispara o númerodefteqüentadores.
Norte da ilha
É a regiãomaisdesenvolvidade Flo-
ripa,contandocom ótima infra-estrutura. . .
para recepClOnaros VIsItantes,como res-
taurantes,bares,hotéise outros serviços.
As praiasdo norte, embora menos
"selvagens"que as do sul, também são
muitos bonitas e oferecem inúmeras
oportunidadesfotográficas.
Vocêpode,por exemplo,aproveirar
para conheceras dunas que separamas
PraiasdosInglesese do Santinho. Ou en-
tãovisitaraPraiado Forte,quepossuiareia
brancae fina,e a Fortalezade SãoJosé da
PontaGrossa,construídapelosportugue-
sesparadefendera ilha de invasores.
O acessoaonorte da ilha éfeito por
viasbempavimentadaseissopodefacilitar
.•. Embarcações nafrentedapraia
deSantoAntôniodeLisboa.Câmera
CanonEOS 30,objetivaEF 50 mm
fi.8, exposiçãode1/125seabertura
fi6 efilmeFuji Provia1DOE
o passeio,principalmentesevocêestiver
acompanhadoda família.
Para quem gostade fotografiasub-
aquática, a Praia Brava é uma ótima
pedida, já que sua águaclara favorecea
práticado mergulho.
Na Praia de Jurerê, de areia fina e
poucaondulação,encontra-seo IateClu-
bede SantaCatarina, um bom lugarpara
quem gostade fotografarembarcações.
Além dessesque citamos, o norte
possuiaindaoutrospontosquedevemser
explorados.E clicados,claro!
FOTÓGRAPHOS • 45
POR DENTRO DA LUZ
" .. ..
Praia Mole
onometemsuaorigemnaareiado
lugar,soltaemacia.Consideradaumdos
principaispointsdailha,essapraiaémui-
tofreqüentadaporsurfistasepraticantes
de parapente,que utilizam a encosta
comorampadedecolagem.
Para aproveitarao máximo a po-
tencialidadedo local, uma boa pedida
é utilizar uma teleobjetiva.Com ela,
pode-sefotografarasmanobrasradicais
dossurfistas,ascorese osmovimentos
graciososdosparapentesno céue tam-
bém a belezados seusfreqüentadores
(nestecaso,recomendamosnão ficar
"apontando"indiscriminadamentesua
câmeraparaos corpossaradosalheios,
pois issolhe podecausaralgunsefeitos
colaterais,comoolho roxo!)
JuntoàPraiaMoleestáadaGalheta,
maistranqüilae tambémmuitobonita.
FOTÓGRAPHOS • 49
.Â. A Praia Mole éum dosprincipais
pointsda ilha. Durante o verão,a
areiafica lotadadesurfistase belas
garotas.SevocêpreferirfOtografaro
localcompoucomovimento,o idealé
chegarcedoeaproveitarasprimeiras
horasda manhã,quandopoucos
"corajosos"jáselevantaramda cama.
..•.Primeiras horas
EstasduasfOtografias,de tonsmais
quentes,fOram tiradaslogopela
manhã,quando o solainda nasciano
horizonte.Imagensassimnosmostram
quepodesermuito compensador
chegarmaiscedoàpraia para
fOtografarcoma iluminação especial
queo horário costumaproporcionar.
'I' I 'I I'
~ lagoa do Peri A águadoce
e tranqüila da lagoapodeservir
para uma boasessãofotográficae
tambémpara um deliciosobanho
refrescante.Abaixo, registrofeito no
localpelofotógrafoZé Paiva.
Sul da ilha
Trata-sedeum localmuito

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