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I Canon [OS 200 Kit com Objetiva Canon 18-55mm 8,2 Megapixels 3504x2336 Pixels I Fuji FinePix S5100 4 Megapixels 2272x1704 Pixels Objetiva 37-370mm I Nikon 070 Kit com Objetiva Nikon 18-70mm 6,1 Megapixels 3008x2000 Pixels I Canon Powershot 66 7,1 Megapixels 3072x2304 Pixels Objetiva Canon 35-140mm I Canon [OS "ebel O Kit com Objetiva Canon 18-55mm 6 Megapixels 3072x2048 Pixels Mesmas Caracteristicas da EOS 100 I Sony CyberShot OSC F828 8 Megapixels 3264x2448 Pixels Objetiva Carlleiss 28-200mm I Cartões de Memória Compact Flash I Memory Stick Secure Digital I Smart Media I XD I 60gb Oelkin PicturePad I leitores de Cartão US8 Firewire Temos Pilhas e Baterias p_ar_a_C_â_me_r_as_D_i~gi_ta_is _ Fotos meramente i1ustratlvas. Ofertas válidas até o fim do estoque. EQUIPAMENTOS FOTOGRAFICOS R. 7 de Abril, 125 Lojas 27, 29 e 31 CEP 01043-000 • Centro • São Paulo/SP Fones: (11) 3259.5450 I 3257.3498 E-mail: vendas@angelfoto.com.br FOTOGRAFANDO 10PAISAGENS ... - 5 GaleriaFotos enviadas por nossos leitores. 34 Fotografar em cativeiro éo bicho!Dicas e técnicas para quem deseja fotografar animais sem ter de se aventurar por florestas distantes. 3 O A importância do direito autoral - Artigoo advogado (e fotógrafo) José Roberto Comodo Filho ensina como proteger os direitos sobre suas fotos. Digital - O Senso r A importância dos sensores para a fotografia digital.31 pÁG.36 3 6 Vânia Toledo - PortfólioConheça o trabalho dessa talentosa e cativante profissional, que comemora 25 anos de fotografia. 40 Floripa - Por Dentro da LuzDicas de lugares e macetes para planejar um passeio fotográfico pela capital de Santa Catarina, no Sul do país. 54 O Fotógrafo curioso - ArtigoTentativas e erros para o aprimoramento da técnica. 62SLR digitais Conheça 3 modelos disponíveis no mercado. 55 56 65 Fotoblogs Diários fotográficos na internet. Notícias do mundo fotográfico o que acontece nas empresas, cursos, lançamentos de produtos e serviços. Cartas Mensagens recebidas pela redaçâo da Fotágraphos. FOTO OA CAPA: Marcos Kim FOTÓGRAPHOS Viva a Fotografia! Aqui estamos,no segundopassoda caminhadaque nos predispomosa fazer.Muito felizes,pois não esperávamostamanharepercussão,já noprimeiro número da revista.Recebemoscentenasde mensagens de apoio pelo lançamentoda Fotógraphos, e aproveito para reiterar meus agradecimentos a todos que, de algumaforma, estãocolaborandoconosco,acreditando e ajudandoa transformarestesonho emrealidade.Faço questãodecompartilharaalegriadaequipecom todosos leitorese anunciantes.Afinal, semvocês,a revistanão tem razãode existir. Ainda temos mUito a fazer, sabemos que o desafio está apenas começando. Não podemos nos deixar levar pela euforia, mas devemos saber aproveitar as oportunidades.Esseapoio que temosrecebidoé fundamentalparaorientar nosso compromissoemproduzir umarevistacadavezmelhor,ea participaçãodosleitores é sempreimportante nessesentido. Por falar em oportunidade, preparamosuma matériaexclusivaparaquem deseja aproveitaraomáximoum dosmaisinteressantesmotivosfotográficos:paisagens!São vintepáginasrecheadasdedicasefotosparavocêaprimorarsuatécnicano assunto. Enquanto produzíamosessamatéria,fiquei impressionadocom a quantidadee a qualidadedo materialque nos foi disponibilizado. Fotos de profissionais"feras", como Adriano Gambarini, Araquém Alcântara e Marcos Kim, e também de amadoresque levam a fotografia a sério e dão showcom suasimagens.É muito gratificantepoder contar com uma colaboraçãotão especialassim. Dando continuidadeàseçãoPor Dentro daLuz, nestaediçãotrazemosfotosinéditas sobreFlorianópolis, a "Ilha daMagià'. Falarsobreum lugardessese,melhor ainda, fotografá-Io,é realmenteum privilégio. Despeço-me agradecendo a todos que enviaram fotos para a seção Galeria. Recebemoscentenasdee-mailsecorrespondênciasvindosdediversoslugaresdeste enormepaís, e isso tornaa experiênciade produzir a Fotógraphos ainda maisrica e estimulantesparanós. Continuem participando. Até o próximo encontro e boasfotografias! Rodrigo TorresCosta diretoreditorial FOTÓGRAPHOS • 04 Fotographos Expediente Dir. Editorial: Rodrigo Torres Costa rodrigo@fotographos.com.br Dir. Administrativo: Eduardo Aniceto Portella edua rdo@fotographos.com.br REDAÇÃO Jornalista Resp: Heitor Augusto Colaboraram nesta edição: Armando Vernaglia Jr. , Charles Dias, José Roberto Comodo, Silvana de Carvalho, Sandra Mastrogiacomo, Sérgio de Assis PRODUÇÃO Direção de Arte: Rodrigo Torres Costa Criação e Produção: Daniel Kachvartanian Projeto Gráfico: Art&Cia Propaganda e Mkt Revisão: Renata Con50li PUBLICIDADE Daniel Santos dsa ntos@fotographos.com.br Paulo Henrique Frias de Oliveira phfri as@fotographos.com.br DISTRIBUiÇÃO EXCLUSIVA EM BANCAS Fernando Chinaglia Distribuidora S/A (21) 2195-3200 PLANEJAMENTO DE CIRCULAÇÃO EM VENDA AVULSA Edicase Soluções para Editores www.edicase.com.br PRÉ-IMPRESSÃO ArtSim IMPRESSÃO Prol Gráfica ART&CIA PROPAGANDA Av. Brig. Faria Lima, 1.768, cj. 7B Jd. Paulistano - São Paulo, SP Tel.: 1011)3815-7472 Fax: r.201 IMAGENS QUE INSPIRAM Apresentamos algumas imagens, selecionadas entre as centenas que nos foram enviadas por amantes da fotografia espalhados por todo o país. Fotos sobre os mais diversos assuntos e muitas, inclusive, inspiradasnas matérias publicadasna primeiraedição.Agradecemos atodos e desejamosqueaparticipaçãoaumentecada vez mais, pois, para nós, é um prazeradmirartantafoto boa. Difícil é escolher! as otos pertencema uma série,chamada "Retratosda Rua': que retrataasexpressõesdaspessoasemseus momentosde reflexãoesossego... Buscatrazer umpoucodesuas expressões,enquantoenvoltasemseusprópriospensamentos. AmbasfOramtiradasemPetrópolis(RJ), por Cristiano Hammes. Foto abaixo: câmeraCanon EOS Elan 7e,objetiva Canon USM 75-300 mm, exposiçãode i145s comaberturajl4.5 e filme Fuji Reala ISO i 00 (comampliaçãoempreto-e-branco). Foto ao lado: mesmoequipamento,exposiçãode i1500s com aberturajl5. 6efilme Fuji SuperiaISO 400. FOTÓGRAPHOS • 05 IMAGENS QUE INSPIRAM , , FOTÓGRAPHOS • 06 IMAGENS QUE INSPIRAM a e CentrodoRiodejaneiro,marçode 2004,oantigoeo novo- passado epresente- seráqueo moderno ultrapassouoclássico?É oquevejo noRio!CâmeraPentaxAsahi,filme [lfordHp5, [50400 efotometragem damáquina- MarcusBoechat, Riodejaneiro(Rj). •••Da lfI "Estouenviando umafotodejulho de2004, tiradaemBariri, nointerior deSãoPaulo,numfim de tardequetinhaumcolorido impressionante."- Kelly Polato,SãoPaulo(SP). CâmeraRolleiflexe filmeFuji ChromeRMS o Mostrandoque nãoprecisamosir longepara produzir belasimagens,afoto ao ladofoi feitapelafotógrafa Glaucia Villaça,de Vila Nova (Ri), nojardim desuacasa. CâmeraPentaxKJ 000,filtro cIose-up,rebatedordeluz e filme Fuji Pro- Value200. Participetambém da Galeria Fotágraphos e ganhe filmes paracontinuarpraticando! FOTÓGRAPHOS • 08 TEMA PRÁTICO FOTOGRAFANDO PAISAGENS Saber explorar todo o potencial que uma paisagem pode oferecer não é tarefa fácil. São vários os aspectos envolvidos, e aprender a lidar com eles é apenas o primeiro passo. por Rodrigo Torres Costa São quatro e meia. Acordo. Olho para o lado e minha esposaain- da dorme. Dirijo o olhar para o quarto emfrenteemedeleitocom o sono tranqüilo do meufilho, deapenasum ano e meio. Ah, que inveja! Mas o "dever" me chama. Levanto silenciosamente e caminho com cuidado paraa sala,ondea "tralha"- mochila com câmeraseobjeti- vas,tripé,filmes,boné- meaguardapara mais uma jornada fotográfica. Loucura? Talvez! Entretanto, acordar cedo para fotografarpaisagenstem suasvantagens. E quevantagens!Quemjá seaventurou de alguma forma para obter instantes especiaisnanaturezaentendemuito bem sobre o que estou falando. Nesses mo- mentos, ficamos mais próximos da ma- ravilhosaCriação Divina, e é sobreessas oportunidadesdecontatocom asbelezas das paisagensnaturais que falaremos a partir de agora(deixaremosaspaisagens urbanasparaoutraocasião)e tambémdas técnicasnecessáriasparaaproveitá-Iasda melhor maneirapossível. PAISAGENS De acordocom o dicionário Houaiss, defini-secomo paisagem:"umaextensão de território que o olhar alcança num lance; vista, panorama". Ou ainda: "conjunto de componentes naturais ou não de um espaçoexterno que pode ser apreendidopelo olhar". Entendero queépaisageméo primei- ro passoparadominar o assuntodo ponto de vistafotográfico.Esseé um temabas- tantecomplexo,easuaaparentefacilidade costuma trazer resultadosinsatisfatórios aosfotógrafosmais descuidados. A utilização pretendidacom asfotos tambémé um aspectomuito importante a serconsiderado,quando partimos para uma sessão fotográfica de paisagens. Adriano Gambarini, fotógrafo profis- sional que já teve matériase fotos suas publicadas em revistasrespeitadassobre o assunto(vejapág.28), como aNationaL Geographic,é enfático: "Para o fotógrafo amador, a relação com a fotografia de paisagem deve ser total e diretamente emocional;gostoudaquelacena,daquela paisagem?Então, fotografe! Não perca aquele momento mágico por causa de restriçõestécnicasou tecnológicas.Foto- grafe,sempre".De acordo com ele:"Para quemquerseprofissionalizarnestemundo da fotografiade naturezae, conseqüente- mente, de paisagem,aí, sim, devehaver um engajamento,umaproposta,um com- promisso. A fotografia profissional deve unir rigor técnico, belezaque emociona e,principalmente,veracidadenasinforma- çõesqueacompanhama imagem,poisela teoricamentevaipassarpeloolhardemais pessoas,formaráopinião, poderásetornar referência.Essa é uma responsabilidade muito grande, e o profissional tem que levarissoem consideração." E, por melhor quesejao equipamento utilizado, ele nunca será suficientepara transmitir todaa belezae a magnitudeda cena como a enxergamos,de modo que, se não utizarmos as técnicasadequadas, o resultadopode ser decepcionante.Em contrapartida, um registro bem-feito pode ser muito compensador,pois, sem sombra de dúvida, esseé um dos temas mais fascinantes da fotografia, dadas às infinitas possibilidades de obtermos lindas imagens que nos são oferecidas diariamentepelavida. o LOCAL E OS PONTOS DE VISTA Escolher o local é o primeiro passo paraproduzir suasfotos de paisagem.De nada adianta possuir os equipamentos mais avançadose as técnicas mais ade- quadassevocênão tiverum bom cenário para fotografar. Pode ser uma região montanhosa, um vale, uma praia, o mar, uma cachoeira, um penhasco, porém o fundamental é que o ambiente possua atrativosquemereçamserregistradosem filme ou sensordigital. Mas como saberse o local escolhido valeou não a penaser fotografado?Bem, não existe uma fórmula exata para essa questão,por isso o "olhar" do fotógrafo continuasendoessencial.Assim, o melhor a fazeré sempreexercitara capacidadede enxergarboasoportunidadese nunca ter JI A fotografiaprofissionaldeve unirrigortécnico,belezaque emocionae, principal- mente,veracidadenas informaçõesque acompanhama imagem.JI (AdrianoGambarini) FOTÓGRAPHOS • 10 Ao fotografarpaisagens,precisamosaprendera trabalharcom o que a naturezaoferecea cada instante. TEMA PRÁTICO medooupreguiçaderealizarnovasexperi- ências.Como tempo,oolharpassaaficar maistreinadoeseletivo,eatendênciaéque osresultadosfiquemcadavezmelhores. Quando estiverescolhendoalgum localparafotografar,não sedeixelevar pelas primeiras impressões.Observe atentamentetodoocenárioenãodeixede repararemdetalhesisoladosquepodem sermuitointeressantes. Procure obter diversospontos de vista, analisandoquais lhe agradam mais.Caminhe,mudede lugar.Ande parafrentee paratrás.Abaixe.Expe- rimenteum ponto maiselevado(uma pedra,um morroetc.)Percorratodaa cenautilizandoseusolhosesuaspernas (importante:essadicaajudaa melhorar suasfotosetambémsuasaúde,portanto, pratique).A suaposiçãoem relaçãoà cenae aosseuselementospodemudar drasticamenteo resultadofinaldasima- gens,causando,por exemplo,grande influêncianadisposiçãoentreo queestá situadono primeiroplanoe no fundo dacomposição.A perspecrivatambémé alteradaconformeamudançadeposição e conformea objetivautilizada,como veremosadiante.Com isso,vocêpode obterumasensaçãodemaiorou deme- norprofundidade. Resumindo,adefiniçãodolocaledo ponto devistaé o primeiropassopara conseguirresultadossatisfatóriosem fotografiasdepaisagens. LUZES E SOMBRAS Ao contráriode retratosde pessoas emáreasexternas,ondeo temadafoto podemovimentar-separaobterum po- sicionamentomaisfavorávelemrelação à luz,comfotosdepaisagensprecisamos aprenderatrabalharcomoqueanatureza ofereceacadainstante. As condiçõesde iluminaçãocostu- mamserdecisivasparao sucessoou o fracassono resultadofinal.Dependendo dahorado diae dascondiçõesdo tem- po, podemosobterdiferentes"climas". Isso significaquefotografaruma cena ~ Água Estasduasfotos iLustrama diferença defotografarmoso movimentoda água com diferentesveLocidadesdo obturador.A foto menorfoi feita comtempode 11250sde exposição,eafoto maior, abaixo,foi tirada utilizando-se 118s.Observequea veLocidade podeservirpara ''congeLar''o movimentoou entãopara criar um efeitode véuna água. FOTÓGRAPHOS • 12 nas primeiras horas da manhã nos dará um resultado completamentediferente sefotografarmosao meio-dia, ou no fim de tarde,e por aí vai. A direção da luz muda com ashoras,alterandoa situação de contrastee o jogo de luz e sombrasna cena.A temperaturadaluz tambémmuda com o passardashoras. Muitos fotográfosde paisagenspre- feremfotografar logo pela manhã ou no fim de tarde, quando a temperaturada luz é menor,resultandoem um tom mais quente e agradável.Entretanto, mesmo emhoráriosmenosrecomendados,como próximoaomeio-dia,épossívelfazerbelos registrosfotográficosde paisagens.Entender as característicasda luz é fundamental para estar atentoaelaseaproveitar aomáximo asoportuni- dadesquepodemjamais serepetir.Qualquer alte- ração pode transformar umapaisagemsemgran- des atrativos em uma ótima foto, ou então causaro efeitocontrário, transformandoum lindo lugar em uma cenasem graçaparaclicarmos. Como a posição do sol determina a texturaeo climadafoto, procureobservar acenadeváriosângulos,analisandocomo a luz interagecom o ambienteatéencon- traracomposiçãoeailuminaçãoquemais lhe agradar.Não façaapenasfotos com o sol posicionadoàssuascostas.Fotografar em situaçãode contraluz, por exemplo, podetrazerresultadosmuito gratificantes. Nesse caso, é muito importante cuidar paraqueaexposiçãosejafeitacorretamen- te, uma vez que essetipo de iluminação FOTÓGRAPHOS • 13 .Â. O céu éum dosprincipais elementos emgrandepartedefotografiasdepaisagens. Elepodecontribuir muito como clima da foto, desdequecorretamentefotografado. Como normalmenteapresentaintensi- dadedeluz superiorà doprimeiroplano, precisamostermuito cuidadoaofazer a mediçãodeexposiçãopara a cena.Caso contrdrio,o céupodeficar muito claro (superexposto)ou oprimeiroplano podeficar muito escuroesemdetalhes(subexposto). Uma maneiradeatenuaresseproblemaé utilizar filtros especiais,comoopolarizador eograduado,conformeexplicadoadiante nestamatéria(pdgs.23 e25). podeenganarosfotômetrosatédasmais modernascâmerasfotográficas. Sejapacienteparaesperaromomento ideal,pois,muitasvezes,emquestõesde minutos,ouatédesegundos,umapaisa- gempodesemodificarcompletamente, sejaporummovimentodenuvensquese abreouqueentranafrentedosol,oupelainclusãodealgumelementoinesperado, comoumbandodepássarosavoarpelo céu,porexemplo. o TEMPO O maiscomuméaspessoasfotogra- farempaisagenscomo solpresente,em diasquentesesecos.Entretanto,podemos obterbonsresultadosquandoo tempo estámaisftio eatéchuvoso. Em épocascomoo outonoeo inver- no, os diassãomaiscurros,e o ângulo maisbaixodosoloferececondiçõesespe- ciaisdeiluminaçãoedecores. Embora os dias ensolaradossejam maisconvidativosàs fotos,c;.ostumam sermuitopropíciasassituaçõesadversas, como,porexemplo,momentosantesou depoisde umachuvaforree como sol aindapresente,com o primeiroplano bastanteiluminado,destacando-sedo céuescuroe carregadoao fundo. Dias com o tempocompletamentefechado e nuvenscarregadastambémpodemser ótimosparaproduzirmosfotosbastante dramáticase interessantes.Mas, nesse FOTÓGRAPHOS • 14 caso,lembre-sede protegeradequada- menteseuequipamento,poisaáguaea poeirasãograndesinimigasdascâmeras edasobjetivas. Em condiçõesextremasde ilumina- ção,podesernecessáriofazera medição manual,utilizandoo fotômetrodo seu equipamentoemmodospotouparcialna áreamaisimporrantedacena,oucompen- sandoadequadamenteaexposição.Seem um diacomo céucheiodenuvenscar- regadasvocêsuperexpuserofilme,petderá todaadramaticidadedomomento.Nesse caso,o idealéfazeramediçãonaáreamais iluminada,garantindoqueocéuterátons maisescurosnoresultadofinal. Além deaproveitarasmudançasde luz queocorremduranteum dia,você tambémpoderegistrarasalteraçõesso- fridaspelaspaisagens,deacordocomas estaçõesdo ano.Sefotogtafatummes- molocaldurantecadaumadasestações, no fim de um ano, poderáconstatar clatamenteasvariaçõesocorridas. ~ Pôr-do-sol Parajótografar o céucomo sol ainda presenteeevitar excessivasubexposição das imagens,a melhordica éjótometrara área próxima ao sol, massemeleaparecerno visor. Depois, recomponhaa cena(agoracomosol incluído, massemolhar diretamentepara ele) ejótograft coma mediçãoftita anteriormente. Para garantir, tambémfaça jótos comvariação de exposição(bracketing). TEMA PRÁTICO porMarcosKim Milhões de anos em quinze minutos imprudente)gritardentrodacaverna. Bom, surgiu uma questãotécnica crucial:e a fotometragem?Essacâmera nãotemfotômetro.Leveium fotômetro demão.Mas... nadadeleitura.Como a tênueluz da entradaestavamuito dis- tante,nãoconseguimedi-Ia.E comonão trouxeacâmera6 x 4,5... Estavaà beirade um abismo,com o tripé montado,a câmerana posição exata,o enquadramentobemresolvido. Tudopronto.Resolvichutaraexposição, baseadona fotometriado dia anterior (queeunãosabiaseestavacorreta,afinal aindanão tinhareveladoo filme).Mas antestenteimedirumaúltimavez:fiquei bemà beirado abismo,estiqueio braço, fotômetrona pontadosdedos.Aleluia! ConseguiUMA mediçãodeluz.Quinze minutos,aberturafIl. A mediçãoé em ISO 50,apesardeusarFuji Provia100F, poisessacâmeraexigeo usodeum filtro neutrograduadocentral. Quinze minutos... Rarasvezesusei uma exposiçãotão longa assim.Nesse meiotempo,um pequenogrupode tu- ristasentrouna caverna,comumalan- terna.Achei ótimo,adicionariaum ele- mentonovoeimprevisívelà imagem. Segundoestudos,as estalactites,ou seja,asformaçõespontiagudasquesur- gemapartirdo tetodacaverna,crescem cercade3 mma cada10anos.Imagine, 3 cma cada100anos!Enfim,menosde um metroa cada3 mil anos... Pode-se imaginaro tempoqueessacavernalevou paraserformada?E peloquepesquisei,a Cavernado Morro Pretoé pré-cambria- na.Tempelomenos4,6milhõesdeanos. Restosde fósseisjá foramencontrados emseuinterior. Quinze minutos... Enquantoespe- rava,conversavacom o Mateo, com o Catetoe comigomesmo.Além de nós, sóhaviaummorcegoinsone.Torci para que o tripénão se movesse,torci para queo Catetoagüentasseparadoo maior tempopossível. Quinze minutos... Pareceumuito tempo.Mas depoispensei:que são 15 minutosdianteda eternidadedessapa- cienteCriaçãodeDeus? Todaboafototemumaboahistória. Permitam-mecontaradestapanorâmi- caàesquerda,queeuconsideroumadas melhoresqueDeusmepermitiufazer. O lugarsechamaCavernadoMor- ro Preto.FicanacidadedeIporanga,a cercade350kmdeSãoPaulo.Perten- ceaoParqueEstadualTurísticodoAlto Ribeira(Petar).Bem pertodo local, existeumadascavernasmaisfamosas doBrasil,aCavernadoDiabo. Fui a essefantásticoparqueem dois dias seguidos,no começode 2004.No primeirodia, fiz váriasfo- toscomumacâmera6 x 4,5. Estava, digamosassim,sentindoo lugar,sa- candosuaspossibilidadesde enqua- dramento,seusmelhoreshoráriose permitindoque o deslumbramento diminuísse,paraavaliartecnicamen- te o quefotografar.O fotômetroda câmerasugeriucercadeoito minutos deexposição(aberturaf8). Usei cro- mo Fuji Provia100F.Os raiosdeluz foramfeitoscomlanternase peque- nosflashes,pelomeu assistenteMa- teoepeloguiaCateto.Aliás,semeles seriaimpossívelfazerasfotos. No fimdo primeirodia,caiuuma chuvatorrencial.Costumoconsiderar issoumbomsinal,sinaldequeprova- velmentevemtempolimpoeclarono diaseguinte.Foi o queaconteceu. O segundodiaestavaótimo,mes- mo dentroda cavernapercebiisso. Fiqueiliteralmenteváriashorasláden- tro,semamenornoçãodotempopas- sando.Leveiapenasa câmerapano- râmicaFuji (modeloGX617).Adoro esseformatopanorâmico,queutiliza filme120mmefazumbelocromono formato6 x 17cm.Fazapenasquatro fotospor filme... Estavamuito feliz,extasiadoaté. Sabiaqueestavaprestesarealizaruma belaimagem.PediaoCatetoparaficar parado,iluminandoum localapenas coma luz dacarbureteira:umasuave chama,do tamanhode um isqueiro. PediaoMateoparasentarnaentrada dacavernaeficarali. Leveium inter- comunicador, pois é impraticável(e • CÂMERAS: qualquercâmerapodeser utilizada,desdeumasimplespinhole até umaavançadadigitalde 16 megapixels. No fundo,o maisimportanteé estarno lugarcerto,nahoracertaecontandocom a luz ideal.Seissoacontecerevocêsou- berutilizarcorretamenteo equipamento disponível,pronto!Podeserumacâmera compacta,umaSLR defilmeou digital, umade médioformatoou atéumade grandeformato, por que não? Cada equipamentopossuisuaspeculiaridades e,sabendodelas,o fotógrafopodetiraro máximoproveitodecadaoportunidade. Um tipo de equipamentomuito inte- ressanteparafotografarpaisagens,ainda poucoconhecidono Brasil,é a câmera panorâmica,capazderegistrarumacena comumaextensãomaiordoqueausual. MarcosKim, quefotografapaisagenspro- fissionalmente,utilizaumaFuji GS617, queproduzimagensde 6 x 17 cm em filmesdemédioformato. EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS Estarbempteparadoéessencialpara queamissãofotográficanãosetransforme emumaaventurafrustrante.Issosignifica quenãobastaestarcomo equipamento necessário,vocêtambémprecisautilizar roupasecalçadosadequados,quegarantam seuconfortoe suasegurançadurantea empreitada.Vejamosalgunsitensessenciais paraquemdesejafotografarpaisagens. FOTÓGRAPHOS • 15 TEMA PRÁTICO T Filmes positivos, tambémconhecidos por cromos,sãorecomendadosprincipalmente parafotógrafoscomconhecimentosmaisavan- çados,pela sua reduzidalatitudede exposição eótimadefiniçãode imagem.A foto abaixo, deelevadasaturaçãodecores,foi produzida utilizando-seofilme Velvia100E da Fuji. • OBJETIVAS: ao fotografarmospaisa- gens,precisamosteremmenteasensação deespaçoedeprofundidadequepreten- demostransmitir.A partirdaí,podemos escolherqualou quaisobjetivasdeverão ser utilizadas.Lentesgrande-angulares sãoperfeitasparafotografarmoscenas panorâmicas,cobrindoummaiorângulo <llIII A regra dos terços consisteemdividir a cenaemtrêsparteshorizontaisetrêsverticais, colocandoo assuntoprincipal emum ou mais pontosdeinterseçãodaslinhas imaginárias.Na foto ao lado,afotógrafadestinouaproximada- mente1/3da áreapara o céue2/3para asmon- tanhas,comuma composiçãoclássicaeeficiente. devisãoe incluindoumamaioráreada cenana foto.Em contrapartida,teleob- jetivaspodemserúteisparacapturarmos detalhesouáreasrestritasdapaisagemque transmitamummaiorimpacto.Hojeem dia, muitosfotógrafospreferemutilizar objetivaszoompelapraticidadequeelas oferecem.Há modelosquepossuemdis- tânciasfocaisquevariamde24e28mm até200ou 300mm e que,porcontada avançadatecnologiaempregadaem sua construção,oferecemboa resoluçãoe reduzidadistorçãodeimagem. Enquantoobjetivasgrande-angulares costumamcausarumasensaçãomaiorde perspectivaeprofundidade,distanciando oselementosvisíveis,teleobjetivascriam uma sensaçãode maior proximidade deles,causandoumcerto"achatamento" naperspectiva.Essessãoaspectosmuito importantesaseremconsideradosnomo- mentodacomposiçãofinal,jáquealteram completamenteo resultadodasfotos. Situaçõesde iluminaçãomais contrastadas podem valorizarsuas imagensproduzidas em filmes P&B. Procure também registrar objetos e cenas que resultem em formas simples e atraentesem suas fotos. •FILMES: aescolhadevedependerúnica e exclusivamentedos resultadosque se desejaobter.Embora não existamregras, muitosfotógrafosprofissionaisoptampor utilizar filmes positivos, tambémconhe- cidospor cromos.De customaiselevado, os cromossecaracterizampelamaior de- finição de imageme reduzidalatitude de exposição,o queostornamenostolerantes a erros. Filmes negativos,além de mais baratos,costumamoferecermaior latitude de exposição, sendo uma ótima opção para quem ainda seencontra em fasede aprendizado. Além disso, as principais marcasdo mercadodisponibilizam uma grandevariedadede filmesnegativosque garantemboa definiçãodeimageme boa saturaçãode cores,qualidadesimportan- tesparaa fotografiade paisagens. Para aquelesque desejamse aprimo- rar no assunto,fotografandoem preto-e Preto-e-branco Embora a maioria daspessoasutilize filmes coloridospara fotografarpaisagens, filmes P&B também sãoexcelentespara essafinalidade. branco, é muito importante conheceras caracteríticasque cada produto oferece. O Kodak Tri-X e o Ilford HP5, ambos 150400, costumam oferecer contraste maiselevado,aopassoqueo Fuji Neopan geratonsmaissuaves,por exemplo.Mas, quando falamosde fotografia em preto- e-branco,não podemosesquecer-nosdos processosderevelaçãoedeampliação,que têm grandeinfluência no resultadofinal FOTÓGRAPHOS • 17 e devemser,também, consideradoscom igualrelevância.Paraquemdesejaseapro- fundar um poucomaisnesseassunto,uma boa dica é conhecer o sistemade zonas utilizado pelo fotógrafoAnsel Adams. • TRIPÉ: para os que desejamlevarreal- menteasérioafotografiadepaisagens,um bom tripé é indispensável.Enquanto um estáveleprático podeseraglória, um não TEMA PRÁTICO "As cores e os tons que a natureza produz sempre me fascinaram. E, na fotografia em cores, encontrei a tela ideal para reproduzi-Ias." (César Monteiro) Morro dos Três Irmãos Estebelíssimoregistrofotográfico, produzido na Chapadada Diamantina (BA) pelofotógrafo CésarMonteiro, nosmostra comoo esforçopara capturar uma linda paisagempode valerapena. ~ Panorâmico Esseftrmato é muito adequado para afttografia depaisagens. Por causado seuelevadocusto, épraticamenteutilizado apenas porfttógrafts profissionais. ~ Escala Quandofttogra- famospaisagens, muitasvezespode sernecessárioincluir pessoasou objetosque nosajudem a teruma idéia melhorda di- mensãoeda escalada cenaedoselementos quea compõem.Estas duasfttos (ã direita, eabaixo) sãobons exemplosdecomo utilizar apropriada- menteesserecurso. muito esrávelpodesercompletamente inútil, conformeascondiçõesdo soloe dovento,porexemplo.Existemmodelos que,apesardemaiscaros,sãolevese ex- tremamenteconfiáveis,tornandoatarefa decarregaro equipamentomenosárdua. Dependendoda distânciapercorrida, issopoderepresentarum grandealívio, fazendovaler cadacentavoinvestido. Um acessórioútil quepodeserutilizado comum tripéé um disparadorviacabo ou controleremoto,que evitacontato físicocoma câmerae reduza chancede elatremerduranteaexposição.Umadas grandesvantagensde utilizaressesaces- sóriosépoderusaraberturasdediafragma reduzidas,aumentandoa profundidade decampoeconseguindo-sefocoemuma áreamaiordacenafotografada. I •FilTROS: em algumasocasiões,filtros podem sermuitos úteis para tornar suas fotos de paisagensainda mais atraentes. Eles proporcionam um modo simplesde alterarmosalgumasvariáveis,como expo- siçãoe cor da imagem;e utilizá-Ios pode serbastanteinteressantee compensador. Embora atualmenteexistamváriosfiltros apropriados, alguns são considerados como básicosou atéessenciaisparafotó- grafosdepaisagens.O polarizadoreo UV sãoosmaisutilizados,masexistemoutros bastanteúteistambém,como o graduado com densidadeneutra e o laranja, que "aquece"acena. Quando fotografamoscom o solposi- cionadoa um denossoslados,rotacionan- do o filtro polarizador,podemosclarearou escurecero azul do céu, causandomaior ou menor destaquedesteem relaçãoao primeiro plano e às nuvens, quando elas estiverem presentes. Outro efeito proporcionado por filtros polarizadores é o de eliminar ou reduzir reflexosem superfícies não metálicas,como água e vidro, por exemplo. TEMA PRÁTICO Â Contraluz Parajàzer fOtosnestasituação,é muito importantetomar algunscuidados. Nunca olhediretamentepara o sol,o quepode causarsériosdanosà sua vista.Em segundolugar, dêatençãoredobradapara a exposiçãodafOto,pois as condiçõescostumamenganarosfOtômetros dascâmerasepodesernecessárioutilizar o modomanual oujàzer variaçõesde exposição.Nas duasfOtosacima,apresençade névoaajudou a definir apresençados raiosdesol na imagem. FOTÓGRAPHOS • 21 TEMA PRÁTICO Araquém Alcântara, O olhar da experiência por Silvanade Carvalho Como um poetaque se alimentado ser humano,dos sentimentose davida, o fotógrafocatarinenseAraquémAlcântaraincluiumoutrocomponenteque nãoescapaao seu olhare é fonte constantede inspiração:a naturezabrasi- leira.Aos 54 anos de idadee há35 fotografandoe viajandopelo Brasil,ele não párae se dedica,atualmente,a seis projetosde livros.Esses trabalhos nascemde suas entusiasmadasinvestidasna natureza:é fácil encontrá-Io detalhando,com brilhonos olhos, umadeterminadaimagem.Referênciana fotografiade naturezado Brasil,ele saboreiaa vidae o trabalhocom um mis- to de maturidadee juventude."Tempo,tempo, tempo,tempo. Puxa,como esse senhordos destinospassarápido,né?", pergunta.Mas as sua imagens ficam.Acompanheas dicasdo mestre. Que o motivaafotografara natureza? A percepçãodaradequeo novoestána mara,comodiziaMario deAndrade.A reve- laçãodetodososmistérios,amaisrarabeleza, o maisansiadoprazer.O fotógrafoda natu- rezatemqueserpoeta,viajante,humanista. Precisadaaventuraparaseconhecer,precisa daadversidadeparacelebrar.Ao contemplar a beleza,crescecomoserhumanoe quanto maisrompemato,menossossega.Sabeque o espíritocriadorsemovenessesermos,nos ínfimos, nascoisassimples.Fotógrafo da naturezatemo privilégiodeconvivercomo primirivo,o intocadoe,porissomesmo,rem a responsabilidadede lurarpelaintegridade dessessantuários,temquepassaradianteuma visãoholísticado universo.O fotógrafoda narurezaremumimportantepapelacumprir nadivulgaçãodabiodiversidadebrasileira,na buscadeumaidentidadee de umamemória parao país.Ao acredirarnaforçarransforma- dorade sualinguagem,ele alcançaespaços desconhecidos,inóspitoserevelaoocultodeste imensocontinente.Atravésde seuolharnos tornaíntimodeculturasegeografias,demitose saberesdopovo.O fotógrafoampliaavisãodo mundo,desvelahumanidades,contribuipara aconstruçãodeumanovapátria. Que éumaboaimagemparavocê? Li certavez que o grandeforógrafoé aqueleque rransformaumacenabanalem algoabsolutamenterevelador,extraordinário. Paraalcançarisso,éprecisotalento,suor,sorte, técnica,tecnologia... É a buscada unidade rigorosadeformasdequenosfalavao grande Bresson.O fotógrafoprecisaestarsempreaten- to porque,àsvezes,é contempladocomessa benção,estátudoprontonasuafrente,ésónão perderodique.Outrasvezes,éprecisointerfe- rir,provocaraunidadenocaos,compor. Qual aprincipalcaracterísticadeumbom fotógrafodenatureza? O verdadeirofotógrafoda narurezarem quererum profundoamorpeloselvagem,o primitivo.Precisaamartudo o queé vivoe querertransformarembelezaaquiloqueo co- move.Precisaexercitardiariamenteapaciência e a contemplação.Paraatingira maturidade, istoé,oconhecimentodaluz,deve,sobrerudo, seaprimorarcomoserhumano,humanizar, libertaro olhar.Buscaracompreensãodeque nãosabenada,dequetudoé revelação.Para melhorinterpretara realidade,procuraliber- rar-sedefórmulas,temqueviverabsoluramen- teÍntegrocomasualinguagem.A câmeratem quesetransformarnaextensãodeseusolhose a técnica,quaseumatocondicionado.Elevê, repara,contempla,e,numátimodesegundo, todososseussentidossecongregam.Antesque ainformaçãochegueaocérebro,elejádecidiuo melhorenquadramento,amelhorabordagem, alentequevaiutilizar,o diafragma,avelocida- de.Quandoumagrandefotoseapresenta,o fotógrafopressenteantesdodique,comoum aviso,umtoque.E umfrêmitopercorretodoo seuser.Restasaberseeleconcrerizaessetoque, sea intuiçãosetransformaemrealização.Por issoquefotografiaé sentimentoe percepção, é Aagrararespiraçãodavida,douniverso.De tantovere reparar,assimquepousoo olhar sobreumafotojá seiseé meroregistro,um xetoxbem-feitoou seo fotógrafoenriqueceu aquiloqueviu. Espera-sede um profissional queaomenosfaçaumregistrocompetentede determinadoeventoe nosbrinde,devezem quando,comumaimagemextraordinária. Qual a importânciado equipamentofo- tográficonessetipodefotografia? Não pretendovalorizardemaiso equipa- mentoeatecnologia,mas,nafotografiadana- tureza,éprecisoterumaparatosofisticadode lentes,sobretudo,quandosetratadefotografar animais.Ourrodia,noRioNegro,Pantanalda Nhecolândia,umalunomechamouaarenção paraa luaquesepunhaatrásdeumasárvores secas.Nossointeresseatéentãoeraregistraras primeirasluzesdoamanhecernumabelalagoa daFazendaSantaSofia.Meuolharsefixouem umaárvoreemespecial,quepareciaservirde dormitórioparaumbandodeararas.Acheique valiaa penatentaralgonaqueladireção. FOTÓGRAPHOS • 22 Já saícoma800mmarmadanaNikonF5 paranãoespantarasararas.Quandocheguei perto,alvorocei-me.Percebiquea composi- çãopoderiaficarmaravilhosa,utilizandoum enquadramentoverticale colocandoa luana partesuperiordafotoedaárvore.Asduasara- rasqueestavamnosgalhossuperioresficaram exatamentedispostasdentrodalua.Espereium pouco(eisabaralha,apaciência,sempre)para queosanimaisacordasseme a luaficassemais amarela.Medialuznaluaeforadela,fotômetro pontual,reenquadreia cenae diqueio filme inteiro.Meusalunos,aomeulado,tentaram. Não conseguiramporquea distânciaexigia umasuperlente,no mínimo uma600 mm. Importantedizerqueessecasonãoé regra.É possívelfazergrandesfotossemgrandesteles, mas,paraisso,éprecisoconhecero hábitodo animal,esgueirar-sepelomatooupermanecerà espreitaabsolutamentequietoecamuAado Qual o segredoparacaptarregistrosque fogemdo lugar-comum? A maioriadosforógrafosnãoconseguesair do metoregistro,porquenãotemtalentoou porqueabuscaésuperficial.É precisocasrigar osolhosdiariamente,o exercíciopermanente do atodeverajudaacriatividade.À5 vezes,é precisoretomara um lugarváriasvezes,em épocasdiferentes,paraconseguirum bom resulrado,coma luzcerra. Quaisasdicasparaquemestácomeçando? No começo,é precisoinformaçãoeexer- cícioconsrante.A grandequestãoé queo as- piranteafotógrafodanarurezaprecisaviajare aindaremquecomprartoupas,boras,chapéus, bolsasesranqueserc.Precisaler muito, fazer faculdadeé bom, masnãoé tudo.Trabalhar comoassisrentedeforógraforambémébom, aprenderosmacetes.O mercadoderrabalhoé muitofraco,por isso,parasecolocar,épreciso desenvolverumensaioconscienteeexausrivo. Essesprimeirosensaiosnosensinamasinteti- zar,a criarumjeitoprópriodedizerascoisas. Com um estilopróprioe umaremáticamais especializada,ascoisascomeçama acontecer. Fotografandocomfiltrosgraduados TEMA PRÁTICO Fotografia infravermelha Embora afotografia infra- vermelhaainda sejapouco conhecidano Brasil, com a sua utilização,podemos jàzer lindasfotosdepaisa- genscomoestas,produzidas por Romulo Lubachesky. Aguarde matériacompleta sobreo assunto,em breve! DQuandovamosfotogra-farpaisagense incluirocéunacena,deparamoscomumaspectotécnicoquepodefazercomque o resultadofiqueaquémdoesperado. O problemacostumaseragrande diferençade luminosidadeentreo céue o primeiroplano,o quepode resultarem cenasmuito escurasou com o céu "lavado"e muito claro. Nessescasos,podemosutilizarfiltros graduados,queretêma luz emuma áreaespecíficadaimagem. Ao lado,podemosvisu- a1izara mesmacenafoto- grafadasemnenhumfiltro (acima)eoutraemquefoi utilizadoumfiltrogradua- do comdensidadeneutra, daCokin (à direita). FOTÓGRAPHOS • 23 TEMA PRÁTICO .•. Cerca Podemostirar ótimasfotosdepai- sagensnosatendoa detalhescomofolhagens, cercas,troncosetc.Abertura18,velocidade 1/125s,filme VelvialOOF efiltro polarizador. Nas fotografias em preto-e-branco, filtros coloridos, como o amarelo, o la- ranjaeo vermelho,servemparaescurecer o tom do céu. Mas lembre-sesemprede que,seutilizadosexageradaou inadequa- damente, eles podem até comprometer suas fotos. Portanto, utilize-os sempre com bom senso. •MOCHilA: alémde manterseuequipa- mento longedaáguaedapoeira,umaboa mochila pode tornar sua movimentação muito mais agradávele confortável,dei- xando suasmãos livres para manuseara câmera,os filtros e o tripé, por exemplo. •OUTROS: estejasemprebempreparado, levepilhas e filmes de reserva(ou cartões dememória,sefor o caso),paranãocorrer o risco de perder ótimas oportunidades fotográficaspor faltaralgum deles. Um blocode anotaçõestambémpode serútil, pararegistrarinformaçõessobreos locais,os horáriose ascondiçõesda foto. VISUALlZAÇÃO E COMPOSiÇÃO Visualizar uma foto significa ima- ginar ou intuir o resultado que você procura obter, observandoa cena e ava- liando as possibilidades que o instante oferece.No momento de visualizarmos mentalmente uma imagem, precisamos considerar todos os fatores envolvidos no registro fotográfico: equipamento utilizado (câmera,objetiva, formato do filme ou sensordigital), qualidade da luz (direção, intensidade, temperatura etc.) e, evidentemente,a própria paisagem. Da visualizaçãomais elaborada,che- gamosaoenquadramentodesejado.Uma dica básicaque pode ajudar é utilizar a regra dos terços em suas composições, dividindo a áreada imagemem trêsáreas iguaise utilizando aslinhas (imaginárias) resultantescomo guias para posiciona- mento dos objetos e dascenasfotografa- das. Mas como toda regra,essatambém foi feitaparaserquebrada.Por isso,nunca tenhamedodearriscar.Analise sempreos resultadospara ver onde estáacertando ou errando na hora de fazer suas com- posições.Experimente enquadramentos horizontais, verticais e concentre-seem algo que possa manter o interessepela foto. Presteatençãoemcomo oselemen- tosda paisageminteragementresi e com a luz. Com o tempo, esseprocessovai se tornando mais natural, e os resultados tendema melhorar cadavez mais. Mudançade luz nas paisagens:como as horasdo dia influenciamsuas fotos A luz é a principal matéria-prima da fotografia,e entendero seu"com- portamento" é essencialpara quem desejaobter bons resultados,sejaem fotos de paisagens, de pessoas, de plantas,still etc. Logo pela manhã, antes do sol nascer,aluz émenosintensaeostons, mais esmaecidos,deixando as fotos comcoresmenossaturadas.Assimque o solaparece,o ânguloeaintensidade daluz ressaltamastexturaseasformas dos elementospresentesna cena Nas horaspróximasaomeio-dia, o sol estáalto, assombrasadquirem seu menor compnmento e o con- trasteentreas áreasde luz e sombra é bastanteacentuado. No fim de tarde,a luz volta a ad- quirir ângulo e intensidadeque dão destaqueàs formas e às texturas, e as sombras tornam-se alongadasna direção contráriaà da manhã. Por causadasua temperaturamais baixa, nesseshorários, a luz produz tons mais quentes e alaranjados. As mudançasentreasestaçõesdo ano tambémtêmgrandeinfluência na qualidade(direção,intensidade)daluz e, portanto,nasfotosde paisagens. FOTÓGRAPHOS • 24 JJ o grandefotógrafo é aqueleque tcansformauma cena banalem algo absolutamenterevelador,extraordinário.Paraalcançarisso, é preciso talento, suor, sorte, técnica,tecnologia...JJ (Araquém Alcântara) Utilizandofiltropolarizadorem fotografiasde paisagens Com filtro Sem filtro máximo do filtro polarizador é obtido quando fotografamosa um ângulode45° em relaçãoaoobjeto fotografado. Em paisagens,o efeito é percebido apenasquando fotografamoscom o sol posicionado em um de nossos lados. Ou seja,sevocê resolverfotografarcom o sol à sua frente ou atrás,o filtro não apresentará resultados. Utilizá-l o em diasnubladostam- bémcostumagerar efeitos pouco ou nadaperceptíveis. A foto acima,à esquerda,foi feita utilizando-se um filtro polarizador, e as duas fotos ao lado mostram a mesma cena fo- tografada com e semo usodo filtro. Note a diferença! Um dosfiltrosmaisuti- lizadospor quem cos- tuma fotografar pai- sagens- o polarizador - reduze,emalgunscasos,atéeliminao reflexodesuperfíciesnão metálicas. Um dos principaisefeitoscausados por essetipo defiltroé o deelevarasatu- raçãodascorese o contrastena imagem. Para utilizar um filtro polarizador, bastarosqueá-lonaobjetivaerotacioná- 10atéque seobtenhao efeitodesejado. É importante destacar que o efeito FOTÓGRAPHOS • 25 PRÁTICO ATITUDE Uma pequenacoisaquefazuma gran- dediferença!Paraquem desejarealmente produzir belasfotos de paisagem,atitude é um ingredienteque nunca pode faltar na receita. Algumas vezes é necessário agüentarquilômetros de caminhada ou ter de esperarbastantetempo para que a situaçãodeluz fiquemaisfavorávelparao registroda cena.Enfim, coisasqueapenas com muita disposição e determinação conseguimosenfrentar. Mas o querealmenteimporraéqueto- dososesforçosvalemapenaquandotemos o privilégiode admirar - e melhor ainda, fotografar- a belezada Criação. Quem se dedicaàfotografiadepaisagenssabemuito bem sobreo que estoufalando. oque realmenteimportaé que todos os esforçosvalema penaquandotemos o privilégiode admirar- e melhorainda,fotografar- a belezadas paisagens. FOTÓGRAPHOS • 26 TEMA PRÁTICO Na estrada Muitas vezesnãoprecisamosir muito longepara jazermos boasfotos aisagens.Durante uma viagempela RodoviaAnhangüera, indo de SãoPaulo ampinas,noteiestabelacenaem um localpróximo afundia!. Parei o carroe 'llfti. O Brasil éumpaís repletode lugarescomótimasoportunidadesfotográfi- atento!Câmera Canon EOS 300, objetivaTamronSP 24-135mm, '5s,18efiltro polarizador. TEMA PRÁTICO A paisagem natural de Adriano Gambarini por Silvana de Carvalho A amplitude e a beleza enconrradasna naturezapetmirem ao fotógrafoum rransitarabsolutoe com muitas opções. No enranto, mais do que um clique que denoteuma imagemperfeita, a fotografiade naturezasegueum rumo diferenreparaaquelesquea encaramdes- pojados de deslumbres,masmunidos de sinceridade."Fotografiadenatureza,para mim, vai muito além do que, por vezes, o mercadodefine",começadizendoo fo- tógrafopaulistaAdriano Gambarini, cuja carreirateveinício há 15anos,quandoele concebeua idéiadequea câmerafotográ- ficasetiaaparceitaperfeitaparao tegistro dasviagens,danatureza,dospovos,enfim, dos temasquesemprelhe atraíram. Generosocomo olharquelançapara aspaisagensdedivetsospaísesdo mundo - mascom especialdedicaçãoà natureza brasileira -, Gambarini explica melhor o conceito de trabalho que imprime nas imagensque já somam um arquivo com maisde35 mil fotogramas."A verdadeira fotografiade naturezasó existemediante um sétioecomprometidotrabalho,quan- do o fotógrafo se preparapara o clique, quando ele avalia, pesquisa e conhece todas as variáveisimpressasno registro daquele animal ou daquela paisagem", explica,enfatizandoa idéiacom umaper- gunra:"Por queos fotógrafosdaNational Geographiclevam,àsvezes,um ano para concluir uma pauta?" ..•.Textura Formaçõesrochosas no Parque Nacional SeteCidades, nortedo Piauí. T Homenagem '/1Tailândia é conhecidacomo 'Land ofsmild E não é exagero,fti um dospovosmais receptivoseadordveisquejd conheci. Queria homenagearopovo tailandês, que hojeestdsofrendocoma catástrofi natural que aconteceurecentemente." Ko Lanta, ilha do sul dopaís. Atuanrena produçãode forografias de narurezaparao mercadopublicirário, AdrianoGambariniproduzagendas,livros, calendáriose houseorgansparaempresas privadas.Seu rrabalhocomo forógrafo de naturezaprima pelaveracidadedas informaçõesconridasna imagem,como desracaRoseMorara, chefedo Cenrro NacionaldePesquisaparaa Conservação de PredadoresNaturais(Cenap),Ibama: ''Aforografiadevidaselvagemnãoéfácil. Acompanharpesquisadores,muiromenos. Cruzarriosnadando,correrhorasafiopor enrrecharcos,brejose maras.O Adriano fazissocomoninguém.Ficaevidenreseu respeiropelorrabalhodepesquisa,a soli- dariedadeeseusvaloreséricosinabaláveis. A qualidadenasforosficaporconradeele veraforografiacomoaarredeexpressar- e acredirar- no mundoemquevivemos". "A verdadeirafotografiade naturezasó existe medianteum sério e comprometidotrabalho(...)" FOTÓGRAPHOS • 28 A respostapode estar na comple- xidade encontrada em muitos assuntos fotografados, sobretudo, naqueles que contamcomfatoresúnicos,diferenciados, transitóriosesurpreendentes."Não dápara pensarquefotografiadenaturezaésairno mato,encontraruma onça e fotografá-Ia. Há todoumpreparoporpartedo fotógrafo parachegaraté essemomento.Conhecer tudo sobreo animale sobreseumeio am- bientesãoapenasalgumasdasinformações quesedeveteremmãos.É claroqueo ines- peradopodeacontecer,mas só o trabalho durojustificaosbonsresultados." A responsabilidadecom queatuana áreatransformouGambarini em um dos principaisnomesdafotografiadenatureza no Brasil, com passaportecarimbadopor publicações renomadas, como cerca de 10 versõesdaNationalGeographic,como a americana,afrancesa,a gregaea tailandesa. Seu olhar apurado também abriu espaço para vários trabalhos com base científica. Formado em geologia pela Universidade de São Paulo, é espeleó- logo e mergulhador desde 1987, tendo participado de expediçõesde pesquisas, mapeamentose exploraçõesde cavernas secase submersas.Tornou-se referência na fotografia de cavernase publicou as principais matérias sobre o tema nos últimos anos. "Meu envolvimento com a fotografiaaliadaà pesquisatambémse dá com organizaçõesnão-governamen- tais. Há mais de cinco anos acompanho pesquisadoresde carnívoros e faço foto- grafiasdeonça, lobo-guaráe cachorrodo mato", acrescenta.Essetrabalhoresultou no último livro lançadopor ele,que traz a pioneira documentação de todas as espéciesde carnívorosdo Brasil. O serhumano inseridona natureza é outro caminho trilhado pelo fotógrafo. AcompanhadopelasNikon FI00, FM2 e F3 e diversaslentes,Gambarini temvasto materialsobreaformadeviverdepopula- çõesindígenase povosdeváriaspartesdo mundo.Essasimagensjá setransformaram em livros, guias, calendáriose editoriais, mas têm ainda futuro promissor."Estou trabalhandoatualmenteem três projetos de livros e duas exposiçõessobre meus ensaiosintimistas,a culturaeospovosdos 14paísesqueconheci",conclui, avaliando que,alémdaverdadepor trásdasimagens, eleaindatemcomobasedetrabalhoapre- ocupaçãoconstantecom uma linguagem própria,comasuaassinatura."Quero fazer comqueaspessoasreconheçammeuolhar emcadafotoquefaço.Independentemente de ele serbom ou ruim, é o meu olhar." Alguém duvida?FOTÓGRAPHOS • 29 ~ Salar do Suriri, nortedo Chile. Um dosmaioressalaresdopaís, explorado por companhiasde extraçãodesal, abriga umapopulaçãoda ameaçadavicunha. T Caatinga esuascabras,um dosúnicos animais capazesdesuportara secanordestina. A IMPORTÂNCIA 00 OIREITO AUTORAL A importância do direito autoral por José Roberto Comodo Filho V lvemosuma eraemquea preocupa-çãocoma velocidadeno trânsirodasinformaçõesjá ultrapassouhá muiro tempoa preocupaçãocomasquestõeséti- case de respeiroaosdireirosdoscidadãos. Ou seja,criou-seno inconscientecoleti- vo da mídia a idéia de queo fim justifica os meiose que levara informação- ou a imagem impactante- paraa sociedadeé maisimportantedo querespeitarasregras jurídicas que regulamentamos direiros que terceirostêmsobresuasprópriasima- gense, pior, os direirosqueos auroresdas imagenstêmsobreelas. Diariamente chegamaomeu escritó- rio casosde fotógrafos que tiveram suas criaçõesutilizadasindevidamente,como também chegam casosde pessoas(mo- delos profissionaisou cidadãoscomuns) que foram forografadase tiveram suas ou jornalisticamenteseconcordarexpres- samente com tal utilização. E surgirão sempremuitasquestõespara debate,por exemplo:Como resolvera questãodospa- parazzt?Qual o limite entrealiberdadede informar e o direiro à própria imagem? As respostasparaessasquestõespodem serencontradasprimeiramentenaConsti- tuição Federale depoisno Código Civil. Com relaçãoaosdireirosdo auror,os problemas são muiro mais complexos. Isso porque se criou na sociedadealgu- mas falsas convicções que precisamser combatidas. Grande parte das pessoas simplesmente não compreende que as forografiassomentepodem serutilizadas onde, quando e da forma como o fotó- grafo auroriza - e que copiar uma foro sem aurorizaçãoé um crime igual a co- piar um CD ou um livro. da chamada"Lei dos Direiros Aurorais". Mas paraque essecombateaconteça, é precisoque uma dasclassesmais desu- nidas que já se tevenotícia - a dos fotó- grafos- passea agirde forma coordenada e a REAGIR a rodasas agressõescontra seus direitos. E isso deve ser observado por rodos os fotógrafos - desdeo ama- dor, passandopor aqueleque estácome- çando a seprofissionalizare terminando nos mais respeitadosprofissionais. Algo muiro importante a se falar é a existênciade duas "espécies"de direi- ro, bem diferentes:os direiros morais e os direiros patrimoniais. O desconheci- mento dessadivisãoé uma dasprincipais causasde uso indevido da forografia. Outro assunroparao qual gostariade chamara atençãoé a importância de tan- ro os fotógrafos quanto os forografados "A sociedade em que vivemos não consegue compreender que o fotógrafo É UM ARTISTA. E que a fotografia deve ser respeitada como uma OBRA DE ARTE(. ..)" imagens utilizadas de forma desaurori- zada. E rodos demonstram verdadeiro desesperodiante da aparente impotên- cia parabrigar por seusdireiros quando, do outro lado, estãoos grandesgrupos que controlam a mídia. Mas é preciso compreender que o Brasil possuiuma dasmaisbemformata- das legislaçõespara defesado direiro do autor e dos direiros relacionadosà per- sonalidade das pessoas.Neste primeiro artigo,vamosnosatera explicaralgumas questõesrelacionadasexatamentea esses direirosquea Lei protege. O primeiro passoé diferenciarmoso uso indevido da imagemdaquilo que é o abusoao direiro do auror. Na essência,o uso indevido da ima- gemestárelacionadoà pessoaforografada (sejaelamodeloou não, sejaelaartistaou não, sejaelafamosaou não). Issoquer di- zer,emtese,quequalquerpessoasomente pode ter sua imagemutilizada comercial A sociedadeem que vivemos- e no Brasil isro pode ser observadocom mais clareza- não conseguecompreenderque o fotógrafo É UM ARTISTA. E que a forografiadeveser respeitadacomo uma OBRA DE ARTE, fruro do espírirocria- tivo do fotógrafo (e isso vale até para a foro publicitária). Também não é com- preendido (ou aceiro)que, para uma fo- rografiaserprotegida,ela não precisater sido criada por um profissional - a Lei protegea forografiae o seu criador, sem sepreocuparcom o conteúdoda imagem e a capacidadede quem a cria. Na prática, equivale a dizer que se uma criança pegar a câmera do pai, apertar o botão e o resultadodesse"cli- que" for surpreendentemente bom, a ponto de ser utilizado indevidamente numa campanha publicitária, a criança deveráreceberindenização. As ferramentaspara fazervaler o di- reiro do aurorencontram-serodasdentro FOTÓGRAPHOS • 30 saberemse posicionar de forma correta no momenro de negociaçãocom asem- presasda mídia. Ou seja,é de fundamen- tal importância o conhecimento acerca dos CONTRATOS, que são criados parafixar os direiros e os deveresde cada parte. E aqui surge um novo problema, pois ora encontramos contraros de ces- são,ora contrarosde licença, ora contra- ros absolutamentecriativos que buscam, normalmente,prejudicar fotógrafose fo- rografados.Mas esseé um assunto para um próximo encontro. Até lá! JOSÉ ROBERTO CaMaDa FILHO é ad- vogadoformadopelaUSP há 15anos,sóciodo escritórioCaMaDa & CaMaDa Advogados Associadoseespecialistaemquestõesrelacionadas a DireitodoAutore Contratos.Tambéméfotó- grafoamadorhá 10anosesóciodaRlGUAR- DARE - Scuoladi Fotografia.Podeserencontra- doatravésdoe-mailcomodo@uol.com.br o SENSOR POR DENTRO DO DIGITAL o SENSOR Embora muitos fotógrafos - amadores e profissionais - estejam migrando para o sistema digital, muitas dúvidas ainda pairam no ar. A partir desta edição, a Fotógraphos abordará aspectos e conceitos importantes para quem deseja adquirir e tirar o máximo proveito das novas tecnologias que estão surgindo. Acompanhe. colaboração Armando Vernaglia Jr. O ue a fotografia digital chegoupara ficar ninguém duvida. Eo melhor de tudo é que o novo sistemade capturade imagensnão pára de evoluir. Fabricantesdosquatro cantos do mundo lançam novos produtos em um ritmo frenético, e o que ocorre em muitos casosé que os consumidoresnão conseguementendere acompanhartodas essasinovações. Parafacilitarum poucoavidadequem estáentrandono mundo digital, apresen- taremos,a partir destaedição, uma série de matériasque abordarãoos principais aspectosenvolvidos na construção e na utilização dos modernos equipamentos. 5ensoresdigitais,resolução,objetivas,qua- lidade de imagem,formatosde arquivos, impressão,memória de armazenamento. Essessãoapenasalgunsdos assuntosque trataremos.Paracomeçar,falaremossobre o sensor,considerado"aalma"ou "o cora- ção"dascâmerasdigitais. OS SENSORES Enquanto na fotografia "convencio- nal" o filme é o responsávelpelo registro da luz, no sistemadigital essatarefafica por conta do sensor. Por questões de espaço,custo e qualidade,os fabricantes acabamdesenvolvendoe adotando dife- rentestecnologiasqueatendammelhor às suasfinalidades,eatualmenteexistemdois principais tipos de sensoresno mercado, que sãoo CCD e o CM05. O CCD (ChargeCoupledDevice)é constituído por milhões de célulasfotos- sensíveis,queconvertemainformaçãoóp- ticaemcargaelétrica,sendoquealeituraé feitaemordemseqüencial,célulaacélula, linha a linha. Por essefator, para que a imagem capturada seja completamente "montada" no sensor, a carga elétrica precisapercorrertoda a suaárea. No caso dos sensoresCM05 (Com- plementaryMetal OxideSemicondutor), ascélulasfazemo registrodeforma inde- pendente.Por isso,o tempode capturada imagemacabasendo menor. De um modo geral,sensoresCM05 sãomaisbaratosdeproduzir quesensores CCD, e isso explica por que têm sido amplamente utilizados na fabricação de câmerasdigitais.Outro aspectoimportan- teé queelesconsomemmenosenergia,o que representauma grandevantagem. Mas o fato é quecada tipo de sensor possuisuascaracterísticas,e algumasem- presasoferecemvariantesde cada tecno- logia, a fim de obter uma melhor relação entreo custoeo benefíciodosseusequipa- mentos.A Fuji, por exemplo,desenvolveu o seu 5uper CCD, utilizado na Finepix 53 Pro, câmeraD5LR profissional, que otimizaosresultadosmesmoemcondições de altasluzese elevadocontraste. Conhecer os principais tipos de sen- soresdisponíveisé o primeiro passopara entender um pouco mais sobre a sua capacidadee utilização. Enquanto na fotografia" convencional" o filme éo responsável pelo registro da luz, no sistema digital essa tarefa fica por conta do sensor. FOTÓGRAPHOS • 31 o SENSO R .•. Tecnologia A indústria temdesen- volvidosensoresdigitaiscapazesdeprodu- zir fotoscomqualidadeextraordindria. Além da alta resolução,ascâmerasatuais registramimagenscomótimagradação tonalebaixonívelde ruído.Embora apenaspresentesnosequipamentosmais sofisticados,daquipoucotempoossensores maisavançadosestarãodisponíveistam- bémnascâmerasdecustomaisacessível. QUALIDADE DE IMAGEM A disputaquevemacontecendopor maise maismegapixelsfazparecerque quantomaioraresolução,melhoraquali- dadedaimagem.Masaquestãonãoétão simplesassim,eacombinaçãodealguns fatores- qualidadeópticadaslentes,ta- manhodosensor,níveldesofisticaçãodo sofiware,formatodearquivoutilizadoetc. - determinamaqualidaderesultante. Issosignificaque,quandofalamosde imagemdigital,precisamosconsiderar tantoa quantidadecomo a qualidade dospixelsquedeterminadoequipamento oferece.Ou seja,alémdaresoluçãomá- ximadecaptura,devemosestaratentos a aspectoscomoprecisãogeométricae fidelidadena capturadascores,assim comoaonívelderuídoapresentadonas diferentesopçõesdeISO. E queo leitor,oumelhor,osensortem avercomisso?Tudo!Poiseleéum dos maioresresponsáveisporessaqualidade dospixels queformamaimagem. Cadapixel é formadopor um sinal elétricogeradopelaluz queatingeuma ou maisfotocélulascorrespondentesa ele.Quantomelhorforo sensor,melhor seráasuaqualidadetonaleasuacapa- cidadede registrarimagenscom mais detalhes.E o tamanhoqueelepossui temgrandepoderde influênciasobre esseaspecto.Vejamoscomo. TAMANHO É DOCUMENTO? Oe um modo geral,o tamanhodo sensorestádiretamenterelacionadoàqua- lidadedeumacâmeradigitaleàsimagens queelaproduz. Por questõesmercadológicas(custo, posicionamentodemarcaseprodutos),os fabricantesatualmenteutilizamvariados tamanhosdesensoresemcâmerasdigitais, sendoqueos menoresnormalmentese destinamàsamadorase os maiores,às profissionais,cujaqualidadeda imagem éumitemprimordial. Os tamanhosmaiscomunsdesenso- resdisponíveishojeemdiasão:o 111.8", o 2/3", os de aproximadamente23 x 15mm (conhecidoscomoAPS size) eo full frame, de36 x 24 mm.Traduzindo paraobomportuguês,ossensores111.8" têm7,2x 5,3mm detamanho(largura x altura),os2/3" têm8,8x 6,6 mm,os APS size têm aproximadamente23 x 15mm(podevariarumpouco,conforme o fabricante),e osfUll frames sãoassim chamados,poistêmo mesmotamanho de um fotogramadefilme35 mm,que é o "filmecomum",aquelequeestamos acostumadosaencontrarnomercado. Os sensores111.8"sãoencontrados em câmerascomoNikon Coolpix 995, linha Canon PowershotG, Powershot S50, Olympus C5050Z, entremuitas outras.É o formatomaiscomumentreas A disputapor maise mais megapixe/sfaz parecer que quantomaiora resolução,melhora qualidadeda imagem.Mas a questãonãoétão simples(...) Tamanhos de sensores A figuraao ladomostraa diferençaentreos principais tamanhosdesensoresdigitais disponíveisatualmente. • 111.8"- NikonCoolpix995, CanonPowershotG3 eG5. • 2/3 - Nikon Coolpix8700, SonyF828,CanonPowershot Pro1,MinoltaOimage7Hi. •APS size- CanonEOS 3000 e 100,Nikon 070. •Fullframe-CanonEOS 10s eKOOAK 14n. FOTÓGRAPHOS • 32 câmerasdigitaisamadoras,porpossuírem tamanhoreduzidoe por apresentarem menorescustosdeprodução. Existemsensoresaindamenores,que costumamserutilizadosemcâmerasmais simplesetambémemtelefonescelulares. O 2/3" éencontradoemcâmerasum poucomaiscaras,comoNikon Coolpix 5700e8700,SonyF717eF828,Minolta Oimage7HI, Canon PowershotProl entreoutras.Essetipo éumpoucomais caroqueo de1/1.8". Os sensoresAPS sizede23x 15mm sãoencontradosemcâmerasavançadas, destinadas a amadoresavançadose tambéma fotógrafosprofissionais.São modeloscomo:CanonEOS 3000, 100 e20D(sensorde22,7x 15,1mm),Nikon D70 eDlOO(23,7x 15,6mm)ePentax Ist-D (23,7x 15,6mm- omesmosensor usadonascâmerasNikon). Porfim, temosossensoreslull Irames (36x 24mm),encontradosnascâmeras Canon EOS 1Ds,EOS 1Ds MK II e Kodak SLR/c eSLR/n, quesãoequipa- mentoscarose sofisticados,projetados paraatenderafotógrafosprofissionais. Como regtageral,quantomaioréo sensor,maioréseucustodeprodução,o queemparteexplicaospreçoselevados dosequipamentosprofissionais. APROVEITAMENTO DA LUZ Quantomaioro sensor,maiorseráa suaáreaparacaptaraluz,eassimregisrrar asimage'nsfotografadas.Ou seja,quanto maioraárea,melhorseráo aproveitamen- todeluz.Graçasaisso,câmerascomsen- soresmaiorestendema termuitomenos problemadenoise,ouruído. O noise,ouruído,éumainterferência elétricaocorridadentrodosensortodavez queacâmeraéoperadaemsensibilidades ISO acimadomínimodo sensor,ou em longasexposições(temposlongosdeob- turador).Porexemplo,quandoomínimo dosensoréISO 100eofotógrafooregula paraoperaremISO 400. Além disso,o ruídoaparecesempre queosensorforexpostoàluzporperíodos maislongosquepoucossegundos,como ocorreemfotosnoturnas. Seumsensoréprojetadoparatraba- lharemISO 100,aoaumentarmosasen- sibilidadeparaISO 200,400oumaiores, o sinalelétricodentrodosensordeveser ampliadoparapermitiramaiorcapração de luz, e esseaumentodo sinalelétrico gerainterferências(chamadasderuído), queprejudicama qualidade,ascorese a definiçãodasimagens.Ossensoresmaio- ressofremmenoscomasinterferências elétricase,assim,sãomaisaptosaoperar em sensibilidadesISO maisaltasou a seremusadosparafotografiasde longa exposição.Mas, mesmoassim,aindahá limitesquepodemserconsideradosmais estreitosdoqueosexistentesnafotografia comfilmefotográfico. Outro ponto a favor dos sensores maioreséqueainformaçãofotografadaé menoscomprimida.Issosignificaque,se vocêfotografaumapaisagemeadistribui numsensordeapenas8 mmdelargura, provavelmenteexistiráperdadederalhes finos, pois umagrandequantidadede informaçãoserácomprimidanumaárea muito pequena.Por melhorquesejaa ópticadaslentes,issoé inevitável.Nos sensoresmaiores,ainformaçãodepeque- nosdetalhesémaisbempreservada. Graçasaosdois fatorescitadosaci- ma, as imagensgeradaspor câmeras comsensoresmaiorestendemasermais limpas,commenosruído, commelhor definição,cor,contrasteequalidadegeral da imagem.Daí tiramosnossaprimeira conclusão:fotógrafosquequeremmáxima qualidadeemsuasfotos,quepretendem fazergrandesampliaçõesdesuasimagens, ou queprecisamconstantementefoto- grafarcomsensibilidadesISO maisaltas emlocaisescurosdevemconsideraressa questãoeprocurarcâmerascomsensores maiores,comoosAPS eosfull ftames. Algumasdúvidasnascemdessacon- clusão:Entãoapenascâmerascomsen- soresgrandesvalemapena?E todasessas compactasqueestãono mercado,não prestam?Na verdade,nãoébemassim. A escolhado equipamentodependeda suaaplicaçãoedasnecessidadesdofotó- grafo.Um sensorpequenotambémtem vantagens.Porseutamanhoreduzido,as câmeraspodemsercompactas,fáceisde levaratodolugaremaiseconômicasno gastodepilhas/baterias,epodem,ainda assim,obterumaqualidademuitoboa de imagem,compatívelcomo usoe as necessidadesdamaiorpartedo público amadordafotografia. Ou seja,sevocêbuscapraticidadee portabilidade,câmerascompactascom sensorespequenospodemresolverseu dilema.Se procuramáximaqualidade, mesmoque para isso sejaobrigadoa carregarequipamentosmaiores,mais pesadose maiscaros,optepor aqueles comsensoresmaIOres. O importanteésaberque,quandofa- lamosdesensores,tamanhoédocumento, sim,e que,alémdaquantidadedepixels,marca,objetivasutilizadasetc.,essedeve serumimportanteaspectoaseconsiderar naaquisiçãodeumnovoequipamento.O melhora fazeréanalisarsuasreaisneces- sidadesquantoà qualidadede imageme resoluçãoenãoseesquecernuncadeque "quemvêcaranãovêcoração". FoTÓGRAPHoS • 33 o SENSO R Fator de corte nas câmeras digitais O tamanhodossensoresdigitais, além de influenciar a qualidade final das imagens,tambémcausa freqüentesconfusõespor contado queéconhecidocomofatordecorte nasImagens. Muitos usuáriosacreditamque sensoresmenoresqueoslull ftames multiplicam a distância focal das objetivas,servindocomoumaespé- ciedeextensãoparaelas.É comose, numpassedemágica,umaobjetiva 300 mm - ao serutilizadaconjun- tamentecomum sensordefatorde corte1,5x- setransformasseemuma 450mm,porexemplo. Na verdade,essaconfusãoocorre porque normalmente utilizamos objetivasqueforamprojetadaspara seremusadasemequipamentoscon- vencionais.Quandoaáreadosensor émenordoqueadeumfotogramade 35mm,háumaperdaemumaparte (emtorno)da imagem,quenosdá essafalsaimpressãodeampliação.E issovaleparatodasasobjetivas,inde- pendentementedadistânciafocal. Assim como a distância focal nãomuda,aprofundidadedecampo tambémpermaneceamesmaquando utilizamoscâmerasdigitaiscomsenso- resmenores.Ocorreque,porcontada áreadisperdiçada,paraconseguirmos incluir no visor a mesmacenaque desejamosfotografarquandonãohá corte,precisamosnosafastarmais.Na prática,aprofundidadedecampoacaba aumentandoporcontadessaalteração nadistânciaentreacâmeraeacena. Umaquestãomuitoimportanteé que,mesmoqueseconsigaincluira cenadeummesmomodoquandohá fatordecorte,aalteraçãodadistância entreacenaeacâmerageraalteração naperspectiva,oquepodemudarsig- nificativamenteo resultadodafoto. Atualmente,muitosfabricantes produzemobjetivassupergrande-an- guiarescomo objetivodeamenizaro efeitoqueocorreporcontadofatorde corteemalgunsequipamentos. EM CATIVEIRO FOTOGRAFAR EM CATIVEIRO, E O BICHO! Algumas dicas va~osasdo fotógrafo Sérgio Assis para quem gosta de fotografar animais, mas não tem como viajar para lugares distantes e de difícil acesso. por Sérgio Assis. textos e fotos .Â. Bichos em cativeiro Asfotosqueilustramestamatéria foramproduzidaspelofotógrafo SérgioAssisnoBosquedosjequitibds, emCampinas(SP). Fotografar animais em cativeiro exige paciência e persistência. Para eliminar gradese telas,os animais devem estar distantes e o fotógrafo deve chegaro mais perto possíveldasgrades, sempre lembrando que animais em ca- tiveiro ficam mais agressivosque no seu hábitat natural, daí a necessidadede não se esquecerda própria segurança.Além disso, usargrandeaberturade diafragma e uma altavelocidadedeobturador pode ajudar no resultadodas fotos. O uso de um tripéou um monopé éimprescindível paraque a imagemnão saiatremida. Fotografaranimaisemcativeirotam- bém exigedo fotógrafo paciênciae per- sistência.Se possível,peça para um téc- nico auxiliá-lo. Essetipo de profissional "fala"comosbichose,por incrívelquepa- reça,elesentendem. Finalmente, a postura do fotógrafo diante de animais precisaserdiferencia- da: ele tem que ter rapidez para apertar o disparador e, dessemodo, captar o momento mágico. Não se movimentar demaise se manter tranqüilo durante a sessãopode ajudar bastante. Lembre-sedeque,com algunsconhe- cimentosdefotografiaebastanterespeito à natureza, podemos fazer muitas fotos de qualidade. Para quem gosta de fotografia de natureza, principalmente de fotografar animais, e não dispõe de recursos financeiros para fazer uma viagem à Amazônia ou à África, por exemplo,é possívelfazerboasfotografias de animais em cativeiro, dentro de um zoológico. Um bom trabalho pode ser urilizado naediçãodeuma revistaou em outro meio decomunicação,ou ainda em bancosde imagens. Parafotografaremzoológico,algumas recomendaçõesdevemser seguidas.Em primeirolugar,aconselha-sefazerasfotos emdiasqueo localnão estejaabertopara o público,pois,nessasocasiões,osanimais estãomaisàvontadeemenos"estressados". Em diasnormaisdevisitação,o barulhoea agitaçãodosvisitantesacabamdificultan- do a confecçãode boas imagens. A fim de obter uma autorizaçãopara fotografarnosdiasemqueo zoológicoes- tejafechado,recomenda-sequeo fotógrafo prepareum projeto, simples e objetivo, cujas finalidades e metodologia de tra- balho estejamexplicitadas.Aurorizada a entrada,éaconselhávelqueo biólogoou o veterináriodo localacompanheo trabalho, fornecendo informaçõessobrecostumes dosanimaise regrasdesegurança. Outra dicaserefereaomelhorhorário parafotografar:quandoaluz estásurgindo e/ouquandoestáindo embora,ou seja,das 6 às9 horase das 16 atéas 18 horas (no horáriodeverão,fica mais fácil fotografar nosdoisperíodos). Além daautorizaçãodo zoológicoeda utilizaçãodeum equipamentoadequado (uma teleobjetivaé bastanterecomenda- da),algunscuidadossãoessenciais,como, por exemplo,não fotografaranimais que estãomuito próximosàsgradese conside- raro enquadramentoealuz.É importante estaratento a elementos- como telase paredes- que podem prejudicar a foto- grafia,principalmentequandoosanimais estãopróximos a eles. FOTÓGRAPHOS • 35 VÂNIA TOLEOO Vânia T oledo Um olhar que revelaalmas. por Silvana de Carvalho /IA empatia é O elemento mais importante para um bom retrato. A minha linha é . - seguir a emoçao, mostrar para a pessoa que estou ali para fazer o melhor. /I Com a mesmadesenvolturacom que faz rerrarosde personalidadesbrasi- leiraseinrernacionais,aforógrafami- neira,mas"paulistanadecoração",Vânia Toledo, recordamomenrosespeciaisque a forografialhe reservou. Comunicativa e dona de uma gar- galhadaconragiante,quedeixaaspessoas completamenteà vonrade, ela surge es- parramandoforografiasde celebridadese de amigossobrea mesaem seuestúdio, em São Paulo (SP), avisandoque é uma seleçãoemocional,paracomeçara come- moraros25 anosdeforografiaprofissional completados em 2005. As imagens em prero-e-branco formam um verdadeiro mosaico de histórias que ela também fotografou com a memória. Relembrando a forma como cada uma foi criada, ela revelauma dasprin- cipais característicasde um fotógrafo de retraro:a conexãoque ele deveestabele- cer com o forografado. "A empatia é o elemenromais importanreparaum bom retraro.A minha linha é seguira emoção, T CaetanoVeloso ocantorecom- positor emum diquefeito em 1984,com ofilme Tri-X puxadopara 1.600. Segundo Vânia Toledo,osegredopara a realização defotos comoestavai alémda exploração de recursostécnicos."Ofotografàdotem que estarmuito à vontade,sóassimo retratotransmitirdemoção'; ensina. FOTÓGRAPHOS • 36 mostrar para a pessoaque esrouali para fazero melhor", revela. Aurora de livros e de exposiçõesde sucessoequeconraramcom cenasclicadas com as câmerasprofissionaisNikon (F2 e F4) e Penrax(4 x 5; 6 x 7; 6 x 4,5), ela agorasepreparaparaconcretizarum novo projeto de livro, destavez, com imagens feitascomas"maquininhas"quenãosaem de sua bolsa. Há 30 anos, Vânia cultiva um hábiro considerado secrero:registra flagranres de personalidades nas ruas, nos teatrose em vários ourros locais de São Paulo, queelaadorou aos 13 anosde idade. Os chamadossnapshots estarãono livro Diário de Bolsa e foram feiros, ini- cialmenre,com umaYashicadefoco fixo, a "inhashid', apelidadapeloministro da cultura, Gilberro Gil, e, depois, por uma Penrax,a "penraquinhà', que deu lugar à "nikonzinha" comzoom,quehojeganhou o espaço de sua bolsa." Gosro de fazer forografiascom o olhar esponrâneo,sem preocupaçõesestéticasexcessivaseequipa- menroscaros.Descobri logo cedoque as .•. A criatividade do olhar dafotógrafà para um retratoconsideradoousadohd 10 anos. A imagemfeita coma Pentax 6x 4,5épartede um ensaioquefoi realizadopara uma campanhapublicitdria, masvirou mesmoum calenddriono ano de 1995.Vtzlea dica: "Cadafotografàdotemuma luz, mereceum tratamentodiferente.Gostodedescobrir essaluz eachoque virei retratistapor isso." VÂNIA TOLEOO pessoasrelaxamquandoacâmeraépouco pretensiosa",comenta,estimulandoaque- lesquegostamdefotografar. Foi assim,fazendodiquesespon- tâneos,queelacomeçoua perceberque deveriatrocaracarreiradesociólogapela de fotógrafa."Achoque desdesempre eufotografavacomo olhar.Minha mãe semprequeriaouvirasminhasdescrições defestaseeventos,poiseumemorizavaas cenascomoninguém",relembra. EssacaraterÍstica,segundoela,de registrarcom o olhar,é um dom e se sobrepõeao aprendizadotécnico. "É condiçãobásicaterumbomolho",diz a autodidatafotógrafaquetinhaumhábito eficazparao processodeaprendizagem: o treino prático, sempremuito bem analisado,comdireitoa anotaçõesque pudessem,maistarde,mostraros erros e os acertosem cadaimagem."Com o passardosanos,vocêvai aprendendoa ter sensibilidadevisual,a reconhecera melhorluz.Ao fazerumretrato,olhopara cadapessoaesódepoisa ilumino,nunca deixoa luz pronta,poiso serhumanoé muitoespecialenãopossousaramesma luz.Essaconsciênciavemcomo tempoe comaobservação,comoolharquelanço paraooutro.Achoquevireiretratistapor isso",confessa. UM víCIO: GENTE Intuição,raciocíniorápidoerespei- to.Essastrêspalavrasresumematriburos queVâniaToledoimprimeemcadatra- balhoquerealiza."Acrescentaria ainda a emoção,que é sempre renovada,mesmocom tantos anosde trabalho,e o meuprin- cipaltrunfo,queésaberdirigiro fotografado",justifica,afinal,elaé autoraderetratosdeimportantes personalidades,como artistase políticos."Tentosempreencon- trar uma forma de estabelecer do m P A atriz FernandaMontenegro,o compo- sitor e cantorItamar Assunçãoe a cantoraElis Regina. Imagens coma corpreferida dafotógrafa: "Vejoo mundoempreto-e-branco e minha conexãocomeleocorre atravésdo meutrabalho." FOTÓGRAPHOS • 38 a xoe Nesta imagem,a atriz Cristiane Torloni estáemcenanapeçaSa- lomé.O teatroéa segundagrandepaixão de Vânia Toledo.Ela prometeo lançamento de um livro comimagensque colheudos artistasnosúltimos30 anos. umaconexãoquepermitao dique. Paraalguémserbemfotografado,essa pessoatemquequerer.Meu vício é gente,masquandoperceboqueapes- soaestáali enãoquerfazerafotoou não estápreocupadacomela,deixo o trabalho",comenta. Vâniatambémnãoabremãoda fotografiaanalógica.Sócomo tempo os filmesfotográficospoderãodar espaçoaospixe/s. "Só brincocomo digital,por enquanto.Acho queele não tema profundidade,a nitidez, as alteraçõesde nuanças.O digital não alcançouaquilo quemeu olho enxerga.Pensoque um retratotem quetero mínimodePhotoshope o máximodeatitude!",finaliza,dando um últimoconselhoparaquemestá começando:''Ao escolhero melhor retratoque se faz de uma pessoa, optesemprepelafotografiaque lhe transmitamaisemoção,quefalemais próximoaoseucoração,mesmoque não tenhaa luz perfeita.Pode ser umadicanãoviáveleconomicamente, masgarantoqueéo melhorcaminho pessoalmente",encerra,recolhendoas imagensqueestãosobreamesapara lançarumúltimoolharsobreaquelas queentraramnestaedição. VÂNIA ToLEoo Intuição, raciocínio rápido e respeito. Essas três palavras resumem atributos que Vânia Toledo imprime em cada trabalho que realiza. FoTÓGRAPHoS • 39 A "Ilha da Magia" está repleta de pontos históricos e naturais para fotografar. Para quem desejafazer um passeio fotográfico pela ilha, o ideal é seguir um roteiro pré-estabelecido, poisacidadeégrandeesãomuitasaspos- sibilidadesfotográficasque elaoferece. Uma boa dica é começarpelo Cen- tro, onde se encontra o maior número de pontos turísticos não naturais,como monumentose prédioshistóricos. Embora Floripa sejauma cidadebas- tantesegura,é bom não dar chancepara o azar,porqueequipamentosfotográficos costumamchamaraatenção.Nessecaso,é ~ PalácioCruz e Souza ConstruídonoséculoXVI, serviucomoresidênciados governadoresno tempo da colônia.Por causada corexterna,tambémficou conhecidocomoPaldcio Rosado.Atualmenteabriga o MuseuHistóricode Santa Catarina. melhor prevenirdo que selamentar. Partindo do Centro, o leitor pode optar por visitaro leste,o norte ou o sul da ilha. Como veremosadiante,cadaum desseslugarespossui suaspeculiaridades e diferentesassuntosparaseremfotogra- fados, como praias, montanhas, vilas e construçõeshistóricas. Gostamos sempre de alertar para a importância de se buscar outras refe- rências(guias,livros etc.) sobreo local a fotografar.Quanto maisinformaçõesvocê obtiver,melhor tendea sero resultado. FOTÓGRAPHOS • 43 ~ Ponte Hercílio luz, manhã CanonEOS 300, objetivaTamronSP 24- 135 mm,filme Fuji Sensia100, exposição de1/180seaberturaf8 efiltro polarizador. ..•..Catedral Metropolitana Concluída em1772,foi erguidano lugar deuma antigacapela,quejd erapequena demaispara o númerodefteqüentadores. Norte da ilha É a regiãomaisdesenvolvidade Flo- ripa,contandocom ótima infra-estrutura. . . para recepClOnaros VIsItantes,como res- taurantes,bares,hotéise outros serviços. As praiasdo norte, embora menos "selvagens"que as do sul, também são muitos bonitas e oferecem inúmeras oportunidadesfotográficas. Vocêpode,por exemplo,aproveirar para conheceras dunas que separamas PraiasdosInglesese do Santinho. Ou en- tãovisitaraPraiado Forte,quepossuiareia brancae fina,e a Fortalezade SãoJosé da PontaGrossa,construídapelosportugue- sesparadefendera ilha de invasores. O acessoaonorte da ilha éfeito por viasbempavimentadaseissopodefacilitar .•. Embarcações nafrentedapraia deSantoAntôniodeLisboa.Câmera CanonEOS 30,objetivaEF 50 mm fi.8, exposiçãode1/125seabertura fi6 efilmeFuji Provia1DOE o passeio,principalmentesevocêestiver acompanhadoda família. Para quem gostade fotografiasub- aquática, a Praia Brava é uma ótima pedida, já que sua águaclara favorecea práticado mergulho. Na Praia de Jurerê, de areia fina e poucaondulação,encontra-seo IateClu- bede SantaCatarina, um bom lugarpara quem gostade fotografarembarcações. Além dessesque citamos, o norte possuiaindaoutrospontosquedevemser explorados.E clicados,claro! FOTÓGRAPHOS • 45 POR DENTRO DA LUZ " .. .. Praia Mole onometemsuaorigemnaareiado lugar,soltaemacia.Consideradaumdos principaispointsdailha,essapraiaémui- tofreqüentadaporsurfistasepraticantes de parapente,que utilizam a encosta comorampadedecolagem. Para aproveitarao máximo a po- tencialidadedo local, uma boa pedida é utilizar uma teleobjetiva.Com ela, pode-sefotografarasmanobrasradicais dossurfistas,ascorese osmovimentos graciososdosparapentesno céue tam- bém a belezados seusfreqüentadores (nestecaso,recomendamosnão ficar "apontando"indiscriminadamentesua câmeraparaos corpossaradosalheios, pois issolhe podecausaralgunsefeitos colaterais,comoolho roxo!) JuntoàPraiaMoleestáadaGalheta, maistranqüilae tambémmuitobonita. FOTÓGRAPHOS • 49 .Â. A Praia Mole éum dosprincipais pointsda ilha. Durante o verão,a areiafica lotadadesurfistase belas garotas.SevocêpreferirfOtografaro localcompoucomovimento,o idealé chegarcedoeaproveitarasprimeiras horasda manhã,quandopoucos "corajosos"jáselevantaramda cama. ..•.Primeiras horas EstasduasfOtografias,de tonsmais quentes,fOram tiradaslogopela manhã,quando o solainda nasciano horizonte.Imagensassimnosmostram quepodesermuito compensador chegarmaiscedoàpraia para fOtografarcoma iluminação especial queo horário costumaproporcionar. 'I' I 'I I' ~ lagoa do Peri A águadoce e tranqüila da lagoapodeservir para uma boasessãofotográficae tambémpara um deliciosobanho refrescante.Abaixo, registrofeito no localpelofotógrafoZé Paiva. Sul da ilha Trata-sedeum localmuito
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