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Processo do Trabalho 1 I. Direito Processual do Trabalho 1. Princípios do processo laboral A) conciliação: o processo do trabalho é norteado pelo princípio da conciliação, ou seja, a qualquer tempo é fomentada a solução de conflitos por esse instrumento, além disso é licito as partes celebrar acordo que ponha termo ao processo mesmo depois que esse foi encerrado, é bom frisar que o juiz não conta com conciliadores e mediadores para promover a autocomposição B) Ius Postulandi Os empregados e empregadores possuem capacidade postulatória, eles podem reclamar pessoalmente perante a justiça do trabalho e acompanhar o processo até o final, todavia, o ius postulandi não alcança a ação rescisória, a ação cautelar, o mandando de segurança e os recursos se sua competência. c) imediatidade O juiz deve se aproximar das partes e dos meios de provas que eles produziram a fim de conseguir extrair a verdade dos fatos alegados d) Oralidade A oralidade é muito utilizada no processo do trabalho, ela está presente em várias etapas do processo, é possível apresentar reclamação trabalhista de forma oral, há a defesa oral no prazo de 20 minutos e razões finais orais no prazo de 10 minutos. e) publicidade Os atos processuais são públicos, salvo quando houver segredo de justiça e realizar-se-ão nos dias uteis das 6 às 20h. f) concentração Os atos processuais devem concentrar-se em um único momento, representado pela audiência. g) identidade física do juiz Antigamente o juiz que tomasse conhecimento do conteúdo do processo ficava vinculado, mas o novo CPC não contem qualquer dispositivo que estabeleça isso. h) jurisdição normativa É uma peculiaridade do processo trabalho no qual reside de um órgão jurisdicional criar uma norma genérica e abstrata por meio de uma sentença normativa proferida nos processos de dissídio coletivo de natureza econômica que se incorpora naturalmente aos contratos de trabalho dos integrantes da categoria econômica e profissional em litigio. i) cooperação o processo passa a ser considerado como o resultado da atuação do juiz, do autor e do réu, com a participação ativa das partes, essa atuação conjunta seria no sentido de conferir maior efetividade e celeridade a prestação jurisdicional adequada. Processo do Trabalho 2 II. Comissão de conciliação prévia São organismos paritários, formados por representantes de empregados e empregadores, destinados a promover a transação extrajudicial. As empresas e sindicatos podem instituir comissões de conciliação prévia, de composição paritária com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais de trabalho, elas podem ser grupos de empresa ou ter caráter intersindical 1. Composição e funcionamento A comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, 2 e no máximo, 10 membros e observará o seguinte: • Metade dos seus membros será indicada pelo empregado e a outra vai ser eleita pelos empregados, fiscalizado pelo sindicato da categoria • Haverá na comissão tantos suplentes quantos forem os titulares. • O mandato, titular e suplente, é de 1 ano e permite uma recondução A comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo, enquanto a empresarial tem suas regras definidas pela CLT. 2. Obrigatoriedade A demanda de natureza trabalhista será submetida a CCP se na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a comissão no âmbito da empresa ou sindicato, todavia, isso é facultativo. 3. Procedimento A demanda se dará por escrito ou reduzida a termo por qualquer membro da comissão, não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador uma declaração de tentativa conciliatória frustrada, que deverá ser juntada a eventual reclamação trabalhista. Se houver comissão tanto no âmbito da empresa quanto no do sindicato, na mesma localidade, o interessado escolhe uma delas sendo competente aquela que primeiro conhecer o pedido Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, empregador ou seu preposto e pelos membros da comissão, esse termo é título executivo extrajudicial e tem eficácia liberatória geral, exceto quanto as parcelas expressamente ressalvadas. III. Justiça do Trabalho São órgãos da justiça do trabalho: O TST, o TRT e os Juízes do trabalho A) TST Tribunal Superior do Trabalho com sede em Brasília e jurisdição em território nacional, é a instância suprema da justiça do trabalho, o TST é composto de 27 ministros escolhidos entre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo presidente da república após aprovação pela maioria absoluta do senado, sendo: Processo do Trabalho 3 • 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do MP da justiça do trabalho, com mais de 10 anos de exercício, sendo indicados em lista sêxtupla • 4/5 dentre juízes dos tribunais regionais do trabalho, oriundo da magistratura de carreira e indicada pelo próprio TST O TST é composto pelo tribunal pleno, órgão especial, seção especializada em dissidio coletivo, seção especializada em dissidio individual e ainda por oito turmas. B) TRT Os tribunais regionais do trabalho compõem a segunda instância da justiça do trabalho, gozando de autonomia financeira e administrativa. Os tribunais regionais compõem de, no mínimo, 7 juízes recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo presidente da república dentre os brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos de idade. • 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do MP do trabalho com mais de 10 anos de exercício, indicados em lista sêxtupla • 4/5 mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento. Os TRT’s poderem funcionar de forma descentraliza, constituindo camas regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado a justiça em todas as fases do processo. C) Varas do Trabalho As varas do trabalho são os órgãos de primeira instância da justiça do trabalho e atendem a todos os municípios brasileiros, a justiça comum não tem mais a competência trabalhista residual, isto é, aquela competência para julgar porque não existiam varas do trabalho D) MP do Trabalho Cabe ao ministério público do trabalho a prerrogativa de defesa dos interesses dos trabalhadores menores e incapazes, derivados da relação de trabalho nos limites da competência absoluta da justiça do trabalho. O MP do trabalho é composto por uma procuradoria-geral que atua perante o TST e de 24 procuradorias regionais, atuando perante os tribunais regionais do estado O MP não é um órgão da justiça do trabalho, ele atua apenas como custo legis, na fiscalização dos processos de competência da justiça do trabalho III. Competência da Justiça do Trabalho A) Competência em razão da matéria • Ações que envolvam exercício de direito de greve • Ações oriundas da relação de trabalho • Ações sobre representação sindical • Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data ao ato que envolver matéria a sua jurisdição • Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista • As ações relativas as penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização Processo do Trabalho 4 • Reclamação do empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira • Declarar a abusividade ou não da greve • Ações ajuizadas por empregados em face de empregadas relacionadas ao PIS • Lide entre empregadoe empregador relacionadas a não fornecimento de guias do seguro-desemprego • Ações de indenização por dano moral e material decorrente da relação de trabalho, incluindo as de acidente de trabalho e doenças equiparadas A justiça do trabalho não julga litígios envolvendo servidores contratados para exercer funções temporárias, já sobre ação de profissional liberal contra cliente quem julga é a justiça comum. As organizações internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparadas por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, só prevalece a jurisdição brasileira se houver renuncia expressa da clausula de imunidade jurisdicional. A justiça do trabalho não detém competência em razão da matéria para apreciar e julgar: • Demandas criminais, ainda que decorrentes da relação do trabalho. • Ações acidentários propostas contra autarquia previdenciária ou União. • Demandas de servidor público estatutários, inclusive relativas ao direito de greve A incompetência em razão da matéria é absoluta, por ser arguida por qualquer das partes e de oficio pelo juiz. B) Competência Funcional A competência funcional, de caráter absoluto, é aquele inerente aos diversos órgãos que compõe a organização do poder judiciário. Na justiça do trabalho há uma distribuição de competência dos seus diversos órgãos hierárquicos. C) Competência em razão do lugar A regra é a competência pela localidade onde o empregado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tinha sido contratado em outro local As exceções são: • Quando for parte no dissídio, agente ou viajante comercial, a competência será da vara do trabalho da localidade em que a empresa tenha agencia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado, na falta, será competente o local em que o empregado tenha domicilio • Se for empregado que realize atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao emprego apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços A incompetência em razão do lugar é relativa, não cabe declaração de oficio de incompetência territorial. Processo do Trabalho 5 D) Conflito de competência A legitimidade para suscitar os conflitos é atribuída aos juízes, tribunais, procurador- geral, procurador regional do MPT e a parte interessada. Frise-se que não se configura conflito de competência entre TRT e vara do trabalho vinculada a ele. • Se os conflitos forem entre duas varas do trabalho, ou entre juiz o trabalho e juiz de direito com jurisdição trabalhista, julga o TRT, se o conflito for entre regionais o TST julga. • Se o conflito se der entre juiz do trabalho e juiz de direito ou entre juiz do trabalho e juiz federal o STJ decide • Se o conflito se der entre, TST e TJ, ou TRF o STJ julga. IV. Despesas processuais 1. Custas a) processo de conhecimento As custas relativas ao processo de conhecimento incidirão a base de 2% do observado o mínimo de R$ 10,64 e serão observados os critérios abaixo • 2% sobre o valor do acordo ou condenação • 2% sobre o valor da causa do processo julgado sem resolução do mérito • 2% o valor da causa em caso de procedência do pedido • O que o juiz fixar se o valor for indeterminado • O respectivo valor global nas ações plúrimas Não sendo liquida a condenação o juiz arbitra o valor fixando as custas, no acordo geralmente as custas são dividas – salvo de houver acordo das partes em relação a isso. Nos dissídios as partes vencidas respondem solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas pelo valor arbitrado na decisão. b) processo de execução No processo de execução são devidas custas, sempre em responsabilidade do executado e pagas ao final. c) justiça gratuita e isenção de custas É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho, conceder a requerimento ou de oficio o benefício da justiça gratuita, o benefício pode ser requerido em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que na fase recursal o faça no prazo. São isentos, além do beneficiário da justiça gratuita: a União, os estados, DF, municípios e respectivas autarquias, fundações, que não explorem atividade econômica e o MPT, mas não cabe isenção para as sociedades de economia mista, Se for concedida a justiça gratuita, o sindicato que o represente em juízo não vai responder por elas • O recurso da massa falida não é considerado deserto por não pagamento das custas ou deposito do valor da condenação d) recolhimento e deserção As custas são pagas pelo vencido, após o transito em julgado da decisão, no caso de recurso as custas serão pagas e comprovado o recolhimento do prazo recursal, 8 dias. Processo do Trabalho 6 • Se a parte vencedora perde em segunda instância, ela vai pagar as custas de sucumbência da primeira instância e os vencidos ficam dispensados • O reembolso das custas a parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese em que o vencido for isento • Ocorre a deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas. 2. Honorários advocatícios Na justiça do trabalho a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre só da sucumbência, devendo a parte concomitantemente. • Estar assistido por sindicato de categoria profissional • Comprovar percepção de salário inferior ao dobro do salario mínimo ou ser hipossuficiente Outras regras: • Cabe honorários advocatícios na ação rescisória em processo trabalhista • São devidos nas causas em que o sindicato atua como substituto processual das que não derivem de relação de emprego 3. Honorários periciais e assistentes técnicos A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão do objeto da perícia, salvo se beneficiaria da justiça gratuita, nesse caso quem arca com os custos é a União, sobre assistente do perito, a parte que o indica responde pelos seus honorários independente de ser vencedor ou sucumbente. V. Partes O autor é aquele que propõe a ação, ocupando o polo ativo da relação processual e o réu é contra quem é proposta a ação, caso o juiz verifique ausência de capacidade ou defeito na representação ele suspende o processo e fixa prazo para que isso seja corrigido. • A assistência na justiça do trabalho só é admissível demonstrando o interesse jurídico e não o meramente econômico 1. Fazenda Pública São a União, Estados, DF e municípios além das suas autarquias e fundações que não explorem atividade econômica, gozam de alguns privilégios, dentre eles o duplo grau de jurisdição necessário - exceto nos casos se sentença fundada em sumula de tribunal superior, acórdão do STF e STJ - 2. Substituição processual Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativa, quanto a legitimação do sindicato, devem-se observar as seguintes regras: • A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se também a observância de acordo ou convenção coletiva. • O sindicato tem legitimidade para atuar na qualidade de substituo processual para pleitear diferença de adicional de insalubridade • A ação movida por sindicato, na qualidade de substituto, interrompe a prescrição ainda que seja considerado parte ilegítima ad causam Processo do Trabalho 7 3. Ministério Público do trabalho O MP tem legitimidade para ajuizar ações trabalhistas em defesas dos direitos difusos e coletivos dos trabalhadores. • Promover as ações que lhe sejam atribuídas pela CF e leis trabalhistas; • Promover ação civil pública na justiça do trabalhopara defesa de interesses coletivos, quando os direitos sociais forem desrespeitados • Recorrer das decisões da justiça do trabalho • Propor ações cabíveis para declarar nula a clausula de contrato, acordo coletivo ou convecção que viole as liberdades e os direitos indisponíveis • Propor ações necessárias a defesa e interesses dos menores, incapazes • Promover mandado de injunção quando a competência for da justiça do trabalho • Recorrer de decisão que declara existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, se aprovação em concurso • Se o MPT for custos legis não tem legitimidade para arguir prescrição contra entidade de direito público em matéria de direito patrimonial • MPT não tem legitimidade para recorrer na decisão de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de economia mista. 4. Representação de menores Se for menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e na falta destes pela procuradoria da justiça do trabalho, pelo sindicato, pelo MP estadual ou curador nomeado em juízo. 5. Intervenção de terceiros Existe certa resistência do direito de trabalho em relação a esse instituto, salvo em relação a assistência e ao amicus curae VI. Advogado Diante do ius postulandi das partes, a presença do advogado no processo do trabalho é facultativa, todavia, o jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita- se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Os honorários do advogado incidem sobre o valor líquido da condenação 1. Procuração e substabelecimento • É valido o instrumento de mandato com prazo determinado que contenha clausula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda • Se há previsão no instrumento de mandato de prazo para a sua juntada, este só vai ter validade se for juntado no processo no aludido prazo. • São validos os atos praticados pelo substabelecido ainda que não haja no mandato poderes expressos para substabelecer. • É invalido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito • Se o substabelecimento é anterior a outorga passada ao substabelecente a representação será irregular • Se ocorrer a irregularidade na representação o juiz da o prazo de 5 dias para que seja corrigido, caso não seja o processo é extinto sem resolução do mérito. Processo do Trabalho 8 • Caso a irregularidade seja em fase recursal o relator designa prazo de 5 dias para corrigir o vício, se não o fizer o relato não reconhece o recurso, se couber ao recorrente ou determinará o desentranhamento das razões se couber ao recorrido • A procuração para entrar cm ação trabalhista não autoriza ajuizar ação rescisória e mandado de segurança. • Na justiça do trabalho a nomeação de advogado com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada mediante simples registro na ata de audiência a requerimento verbal do advogado interessado e com a anuência das partes. • É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento de sua interposição, salvo mandato tácito. VII. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS • Os atos processuais são públicos, salvo quando houver determinação em contrário, e realizar-se-ão nos dias uteis das 6 às 20 horas, no entanto a penhora pode se realizar em feriado e domingo s houver autorização expressa do juiz ou presidente. • As audiências são públicas e realizadas na sede do juízo ou tribunal em dias uteis previamente fixados, entre 8 e 18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. 1. Contagem do prazo Os prazos contam-se a partir da data: • Em que foi feita pessoalmente ou recebida a notificação • Em que foi publicado o edital no jornal oficial • Em que for afixado o edital na sede da vara do trabalho, juízo ou tribunal • Depois de decorridos dez dias sem que o advogado acesse sua conta de intimação no pje • Quando a intimação ou a publicação com efeito de intimação for feita na sexta- feira, o prazo começa a ser contado da segunda-feira imediata, mas se na segunda não houver expediente ou for feriado conta-se do dia útil seguinte 2. Início da contagem do prazo Conta-se o prazo com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento e são contínuos e irreveláveis, os prazos que terminarem em sábado, domingo, ou dia feriado terminarão no primeiro dia útil seguinte. Se a pessoa for intimidada no sábado, o prazo começa a contar do primeiro dia útil seguinte, quando o ato for publicado eletronicamente, considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação, já os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação, no processo do trabalho conta-se sábado e domingo como prazos, e feriado também. • Razões finais, 10 minutos • Defesa, 20 minutos • Prazo máximo que pode durar a audiência, salvo se for urgente, 5 horas. • Contestação à exceção de incompetência, 24 horas • Pedido de revisão do valor da causa, 48 horas • Prazo para designar audiência para julgar exceção de suspeição, 48 horas Processo do Trabalho 9 • Prazo para o devedor pagar a dívida ou nomear bens a penhora, 48 horas • Embargos declaratórios, 5 dias • Embargos a execução, salvo para a fazenda pública, 5 dias. • Apresentação dos originais quando for juntada em fax, 5 dias. • Manifestação das partes sobre laudo pericial no rito sumaríssimo, 5 dias • Impugnação a sentença de liquidação pelo credor trabalhista, 5 dias • Recursos trabalhistas em geral, 10 dias • Recurso extraordinário, 15 dias • Apreciação de reclamação no rito sumaríssimo, 15 dias. • Embargos a execução pela fazenda pública, 30 dias • Pena aplicada ao reclamante de quer causa a dois arquivamentos seguidos, 6 meses. 3. Intimação Exclusiva Quando houver pedido de intimação exclusiva para um advogado, a intimação feita em nome de outro é nula, salvo se constada a inexistência de prejuízo. 4. Nulidades Na justiça do trabalho só há nulidade do ato quando este resultar em prejuízo pelas partes e ainda a nulidade quando ocorrer não será anunciada se for possível suprir a nulidade. A declaração de nulidade depende da provocação das partes devendo ser feito no primeiro momento em que tiverem a oportunidade de falar em audiência ou nos autos, salvo aquela em razão da matéria, quando ela for declara ela deverá indicar os atos a que ela se estende e não prejudicará os atos posteriores a ela ou que dela dependam. VIII. Ações trabalhistas 1. Reclamação trabalhista Nas localidades em que houver apenas uma vara do trabalho, ou um escrivão do cível, a reclamação será apresentada diretamente a secretaria da vara ou ao cartório do juízo, se houver mais de uma vara a reclamação se dá por distribuição. • Sendo várias reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se trata de empregado da mesma empresa ou estabelecimento A) Rito ordinário e sumaríssimos Sumaríssimo: • Ações cujo valor da causa não ultrapassem 40 salários mínimo, salvo aquela em que a administração direta é parte. • O pedido deve ser certo, determinado e indicará o valor correspondente, sob pena de arquivamento • Não se faz citação/notificação por edital • A apreciação, instrução e julgamento da reclamação deve ocorrer no prazo máximo de 15 dias do seu ajuizamento em audiência única, se a audiência for interrompida o seu seguimento se dará no prazo máximode 30 dias Processo do Trabalho 10 • Todas as provas são produzidas na audiência de instrução e julgamento, serão no máximo 2 testemunhas pra cada e se tiver perito as partes são intimadas em 5 dias. • As partes serão intimadas da sentença na própria audiência B) Petição inicial trabalhista A reclamação trabalhista pode ser escrita ou verbal, sendo escrita deverá conter: • Designação da vara do trabalho ou juiz de direito a quem for dirigida • Qualificação do reclamante e reclamado • Uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissidio • O pedido • A data e a assinatura do reclamante ou de seu representante Se for verbal a reclamação é reduzida a termo, em duas vias datas e assinadas pelo escrivão, o indeferimento da petição inepta só ocorre se o juiz der o prazo de 15 dias pra ele corrigir e ele não o faz. c) notificação inicial É o ato pelo qual o reclamado fica ciente de que contra ele corre um processo e se quiser pode apresentar defesa, etc. Recebida a reclamação o escrivão dentro de 48 horas enviará a segunda via da petição, notificando-o ao mesmo tempo para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida depois de 5 dias. • Presume-se recebida a notificação 48 horas depois de sua postagem, o seu não recebimento ou entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. 2. Inquérito para apuração de falta grave É uma ação de rito especial cuja decisão possui uma carga predominantemente constitutiva, destinando-se a romper o contrato de trabalho do empregado portado de estabilidade. O empregado estável, inclusive o dirigente sindical, acusado de falta grave, pode ser suspenso de suas funções mas sua despedida só se torna efetiva após o inquérito em que se verifique a procedência da acusação, o empregador apresenta a reclamação por escrito dentro de 30 dias contados da suspensão, se tratar de abandono de emprego o prazo de decadência é contado a partir do momento em que o empregado pretende seu retorno ao serviço. Reconhecida a inexistência de falta grave o empregador fica obrigado a readmiti- lo e pagar todos os salários que ele tinha direito na época em que esteve suspenso. • Máximo de 6 testemunhas • A reintegração pode ser convertida em indenização IX. Audiência Na audiência de julgamento devem estar presentes o reclamante e o reclamando, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo nos casos de reclamatórias plúrimas ou ações de cumprimento quando os empregados podem fazer-se representar pelo sindicato de sua categoria, quando a audiência é iniciada as partes são chamadas se após 15 minutos o juiz não houver comparecido as partes podem se retirar, devido ocorre o registro em ata. Processo do Trabalho 11 1. Preposto É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente ou qualquer proposto que tenha conhecimento do fato e cujas declarações obrigarão o proponente. Exceto quanto a reclamação de empregado doméstico ou contra micro ou pequeno empresário o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. 2. Representação do empregado: arquivamento Se por doença ou qualquer outro motivo comprovado o empregado não comparecer pessoalmente, poderá se fazer representar por outro empregado que pertença a mesma profissão ou pelo sindicato. O não comparecimento justificado resultado no arquivamento da reclamação, já a ausência do reclamante quando adiada a instrução após contestada a sua ação em audiência, não importa arquivamento do processo mas gera a sua confissão ficta • Se arquivada a prescrição só se interrompe em relação aos pedidos idênticos. • Se der causa a dois arquivamentos seguidos fica impossibilitado de entrar com outra ação num prazo de 6 meses. 3. Revelia e confissão O não comparecimento do reclamado a audiência importa em revelia, mas, ocorrendo motivo relevante pode o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. A reclamada, ausente a audiência, em que deveria apresentar defesa é revel, ainda que esteja presente seu advogado munido de procuração, podendo ser afastada a revelia se o motivo for justificável. 4. Acordo Se houver acordo em audiência será lavrado o termo respectivo assinado pelo juiz e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para o seu cumprimento • O ato de homologação do acordo é facultado ao juiz, portanto não gera direito líquido e certo e não cabe MS • O acordo celebrado e homologado em que o empregador da plena quitação, não alcança só o objeto da inicial como todas as demais parcelas. • O termo de conciliação só é impugnável por ação rescisória 5. Instrução Terminada a defesa, segue-se a instrução do processo podendo o juiz interrogar os litigantes. Findo o interrogatório poderá qualquer dos litigantes retirar-se, em seguida são ouvidas as testemunhas, peritos e técnicos se houver. X. Defesa Não havendo acordo o reclamado terá 20 minutos para aduzir sua defesa que poderá assumir a forma de contestação, exceção ou reconvenção. 1. Contestação É a peça processual pelo meio da qual o réu pode refutar as pretensões contidas na inicial. • A compensação ou retenção só pode ser arguida como matéria de defesa. Processo do Trabalho 12 2. Exceção de suspeição e incompetência A) Exceção de incompetência Nas causas da jurisdição da justiça do trabalho só podem ser opostas com suspensão do feito as exceções de suspeição ou incompetência (em razão do lugar). As demais exceções são alegadas como matéria de defesa, inclusive a incompetência absoluta. Das decisões sobre exceção de incompetência e suspeição, salvo quando se tratarem de extinção do feito, não cabem recurso, podendo as partes alega-las novamente no recurso que couber da decisão final. Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto por 24 horas, improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão. B) Exceção de suspeição O juiz é obrigação a dar-se por suspeito e pode ser recusado por alguns dos seguintes motivos em relação a pessoa do litigante: • Inimizade pessoal; amizade intima; parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil e interesse particular na causa. Apresentada a exceção de suspeição o juiz ou tribunal designará audiência dentro de 48 horas, para instrução e julgamento de exceção, se tratar de suspeição de juiz de direito, este será substituído na forma da organização judiciaria local. ▪ Não se admite suspeição se o recusante deixou de alega-la anteriormente quando já a conhecia ou depois de conhecida aceitou o juiz recusado ou se procurou de proposito o motivo que a originou ▪ Se o recusado praticar algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz não vai mais poder alegar exceção de suspeição c) reconvenção A reconvenção constitui uma ação do réu contra o autor, tendo por base os mesmos fatos ou fundamentos jurídicos constantes da inicial ou quando existir conexão com os fundamentos da defesa. X. Provas 1. Documento Para o reclamante, a oportunidade para juntada de documentos coincide com o da propositura da demanda e em relação ao reclamado com a apresentação da defesa. • Na fase recursal a juntada de documentos so se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior a sentença 2. Depoimento Depoimento pessoal é o ato processual pela qual a parte se manifesta sobre os fatos da causa, interrogatório das partes é facultativo para o juiz, as partes e testemunhas são interrogadas pelo juiz e pelos advogados. Processo do Trabalho13 3. Perícia Sempre que determinado fato exija uma comprovação que enseje conhecimento técnico ou cientifico, o juiz – de oficio ou a requerimento das partes – determinará a produção de prova pericial, com a designação de um perito, cada parte poderá designar um assistente a esse perito. Quando não for possível a realização da perícia o juiz arruma outros meios de prova, como a prova emprestada • A verificação mediante pericia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade • É ilegal a existência de deposito prévio para custeio dos honorários periciais 4. Testemunha A testemunha é a pessoa que presenciou determinado acontecimento, cada uma das partes pode indicar até 3 testemunhas, mas se for caso de inquérito serão 6 testemunhas, se for no rito sumaríssimo são apenas 2 testemunhas, a testemunha que for parente até terceiro grau, amigo ou inimigo de qualquer das partes será mero declarante. Ainda sobre a suspeição da testemunha ela não é suspeita pelo fato de estar litigando ou ter litigado contra o mesmo empregador • Contradita é o meio pela qual a parte impugna a oitiva de uma testemunha • As testemunhas não podem sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço quando forem depor 5. Presunção É o que se admite como verdadeiro levando em consideração um grau razoável de probabilidade. • Presume-se abandono de emprego se o trabalhador não retornar 30 dias após o fim do benefício previdenciário A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário • A não demonstração dos controles de frequência gera presunção da veracidade da jornada de trabalho, pode ser elidida por prova em contrário 6. Ônus da prova A prova das alegações incumbe a parte que as fizer, ao reclamante cabe provar os fatos constitutivos do seu direito, ao reclamado os fatos modificativos, extintivos e impeditivos. • O ônus de provar o termino do contrato de trabalho quando negado a prestação de serviço e o despedimento é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego presume-se favorável ao empregado • É ônus do empregador que conta com mais de 10 empregados o registro da jornada de trabalho • É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para concessão do vale transporte • É do empregador o ônus da prova em relação a regularidade dos depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor. • O emprego tem o ônus de provar a inexistência da relação de emprego • É vedado a inversão do ônus da prova Processo do Trabalho 14 XI. Decisões interlocutórias, tutelas provisórias e sentenças 1. Decisões interlocutórias Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio juiz ou tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso de decisão definitiva. As exceções quanto a irrecorribilidade das decisões interlocutórias são: • Do TRT contra sumula ou oriental jurisprudencial do TST • Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo tribunal • Que acolhe exceção de incompetência territorial com a remessa dos autos para o TRT distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado. 2. Tutelas provisórias • Antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pelo mandado de segurança, só pelo recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso • Na tutela antecipada ou liminar ser concedida antes da sentença, cabe a impetração de mandado de segurança • A superveniência da sentença nos autos originários faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a tutela antecipada. 3. Sentença Terminada a instrução poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente a 10 minutos cada uma, em seguida o juiz renovará a proposta de conciliação e não ocorrendo acordo ele vai proferir a sentença, se depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão 4. Vedação da decisão surpresa É vedado a decisão surpresa do juiz, que é aquela que no julgamento final aplica-se fundamento jurídico ou embasamento em fato não submetido a audiência previa de uma ou de ambas as partes 5. Julgamento liminar do pedido Nas causas que dispense fase instrutória o juiz, independente da citação do réu, julgara liminar demente improcedente o pedido que: • Entender firmado incidente de resolução de demandas repetitivas ou assunção de competência • Tratar de enunciado de sumula do STF ou TST • Tratar de acordão proferido pelo STF ou TST em julgamentos de recursos repetitivos • Enunciado de sumula do TRT sobre direito local, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, etc... • Ocorrência da decadência. Processo do Trabalho 15 XII. Recursos Na justiça do trabalho os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas na CLT, permitida a execução provisória até a penhora 1. Requisitos de admissibilidade e princípios do recurso Os requisitos de um recurso dizem respeito a legitimidade, capacidade, interesse (intrínsecos e subjetivos) e adequação, tempestividade e preparo (extrínsecos) ▪ Não se reconhece de recurso para o TST, se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida. a) princípio da fungibilidade: o juiz pode receber determinado recurso mesmo que tenha sido denominado com outra expressão, desde que estejam presentes seus requisitos de admissibilidade e que não constituía erro grosseiro b) tempestividade: os recursos no processo do trabalho devem ser interpostos no prazo genérico de oito dias, com exceção dos embargos de declaração que são cinco dias. Tipos de recursos A) Recurso ordinário Recurso que guarda semelhanças com a apelação do Direito Processual Civil. Previsto na CLT (artigo 895) é cabível das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos (sentenças) e dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária (como dissídios coletivos, ação rescisória, mandado de segurança, habeas corpus, decisões que aplicam penalidades a servidores da Justiça do Trabalho). O prazo para a interposição do Recurso Ordinário é de oito dias e interposto o recurso ordinário o juiz terá 5 dias para se retratar. Também cabe o recurso trabalhista das decisões terminativas em que se extingue o processo sem julgamento do mérito, no caso de arquivamento dos autos em virtude do não comparecimento do reclamante à audiência, da decisão que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por seis meses, em casos que o magistrado extinguir o processo sem julgamento de mérito por falta de pedido certo e determinado e de indicação do valor correspondente no procedimento sumário, além das hipóteses previstas por fim, da decisão de TRT em mandado de segurança, cabe recurso ordinário, no prazo de 8 dias, para o TST B) Recurso de Revista Cabe recurso de revista para turma do TST das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissidio individual, pelos tribunais regionais do trabalho quando: ▪ Derem ao mesmo dispositivo de lei federal, interpretação diversa da que lhe houver dado outro TRT, no seu pleno ou turma, ou a seção de dissídios individuais do TST, ou contrariem sumula de jurisprudência uniforme dessa corteou sumula vinculante do STF ▪ Proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta a CF ▪ Cabe recurso de revista por violação à lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa a CF nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de executarão que envolvam certidão negativa de debito trabalhista Processo do Trabalho 16 ▪ Derem ao mesmo dispositivo da lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do tribunal regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente ▪ Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a sumula de jurisprudência uniforme do TST ou sumula vinculante do STF por violação direta a CF Nesse recurso é preciso indicar o trecho da decisão recorrida, indicar de forma explica e fundamentada a contrariedade a dispositivo da lei, sumula, OJ do TST que conflite com a decisão regional e exporás razoes do pedido de reforma, impugnado todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida. c) agravo de instrumento Cabe agravo de instrumento, dos despacho que denegarem a interposição de recursos, salientando que o agravo de instrumento interposto contra despacho que não receber agravo de petição, não suspende a execução da sentença, o agravo de instrumento sera julgado pelo tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada, condicionando-se a sua apreciação ao deposito recursal correspondente a 50% do valor do deposito do recurso ao qual se pretende destrancar. d) embargos de declaração Recurso utilizado contra a sentença que for omissa, contraditória ou obscura e para corrigir erro material que está na sentença e) embargos de divergência Das decisões das turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela seção de dissídios individuais, ou contrarias a sumula ou orientação jurisprudencial do TST ou sumula vinculante do STF f) embargos infringentes Das decisões não unanimes de julgamento que conciliar, julgar ou homologar a conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial do TRT’s, e estender ou rever as sentenças normativas do TST. g) recurso adesivo O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. h) pedido de revisão Das decisões do juiz que rejeita o pedido de impugnação ao valor por ele atribuído a causa i) agravo interno Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado. Processo do Trabalho 17 j) recurso extraordinário: Das decisões de ultima ou única instancia que: i-contrariarem dispositivo da constituição; ii- declararem a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; iii- julgar valida lei ou ato governo local contestado em face da constituição; iv- julgar valida lei local contestada em face de lei federal. k) agravo de petição Cabe agravo de petição, no prazo de 8 dias, das decisões do juiz nas execuções. O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final nos próprios autos ou por carta de sentença. O agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se tratar de decisão de juiz do trabalho de 1ª instancia ou juiz de direito, quando o julgamento competirá a uma das turmas do TRT. 2. Incidente de assunção de competência Pode ocorrer a hipótese de uma determinada demanda, apesar se não considerada repetitiva, ser classificada como de grande repercussão social, em tais situações é possível alterar a competência de julgamento da turma para um órgão do tribunal definido por seu regime interno. 3. Reclamação A reclamação é uma demanda destinada a preservar a competência ou garantir a autoridade das decisões de terminado tribunal, sem que seja necessário percorrer todas as instâncias inferiores. XIII. Ação Rescisória A ação rescisória constitui o meio processual adequado para rescindir sentenças ou acórdãos qualificados pela coisa julgada material e proferidos sem observância de determinados requisitos expressamente previstos em lei, no prazo decadencial de 2 anos 1. Competência funcional A Competência originaria para processamento e julgamento da ação rescisória é dos tribunais, ou seja, do órgão judicial imediatamente superior aquele que proferiu a sentença ou que a modificou em grau de recurso, com o transito em julgado respectivo No TST compete a seção especializada em dissídios coletivos, ou seção normativa, julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças e compete a seção de dissídios individuais julgar as ações rescisórias propostas contra as decisões das turmas do TST, e as suas próprias, inclusive as anteriores a especialização em seções. 2. Legitimidade ativa. Tem legitimidade para propor ação rescisória, quem foi parte no processo ou seu sucessor, o terceiro juridicamente interessado, aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção e o MP se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção e quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou colusão das partes a fim de fraudar a lei Processo do Trabalho 18 3. Cabimento • Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; • For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente • Resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei • Ofender a coisa julgada; • Violar manifestamente norma jurídica • For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória • Obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; • For fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. XIV. Liquidação de sentença Sendo ilíquida a sentença exequenda ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, arbitramento ou por artigos. Na liquidação não se pode modificar ou inovar a sentença liquidanda, nem se discutir matéria pertinente a coisa principal, as partes deverão ser previamente intimidadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente. Elaborada e tornada liquida, o juiz poderá (é uma faculdade) abrir as partes, pelo prazo sucessivo de 10 dias, para impugnação 1. Juros de mora Os juros de mora incidem sobre a importância da condenação já corrigida monetariamente, são contados desde o ajuizamento da reclamação trabalhista e incluem- se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. ▪ Não há incidência de juros de mora sobre as empresas em liquidação ▪ Na condenação por dano moral, os juros incidem desde o ajuizamento da ação XV. Execução A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex-officio pelo próprio juiz ou presidente ou tribunal competente. ▪ A execução trabalhista deve prosseguir diretamente na justiça do trabalhomesmo após a decretação da liquidação extrajudicial ▪ Lei de execução fiscal é subsidiaria para aplicação das normas na execução trabalhista 1. Títulos executivos trabalhistas São títulos executivos judiciais as decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo e os acordos quando não cumpridos. Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a CF Processo do Trabalho 19 O termo de conciliação proveniente da CCP é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto a parcelas expressamente ressalvadas, o cheque e a nota promissória emitidos em reconhecimento de dívida inequivocamente de natureza trabalhista também são títulos extrajudiciais para efeito de execução perante a justiça do trabalho 2. Prescrição intercorrente É aquela que é derivada de inercia do autor e implica a perda da sua pretensão executiva, para o STF a prescrição intercorrente existe, mas para o TST não existe 3. Citação e penhora Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação do executado a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas, ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, para que o faça em 48h ou garanta a execução, sob pena de penhora Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, acrescida de custas e juros de mora sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial a) ordem de preferência da penhora ▪ Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira ▪ Títulos da dívida Pública da união e estados com cotação em mercado ▪ Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado ▪ Veículos de via terrestre ▪ Bens moveis em geral ▪ Semoventes ▪ Navios e aeronaves ▪ Ações e quotas de sociedade simples e empresarias ▪ Percentual do faturamento da empresa ▪ Pedras e metais preciosos b) são bens impenhoráveis ▪ Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; ▪ Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; ▪ Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; ▪ Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal. ▪ Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; ▪ O seguro de vida; ▪ Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; ▪ VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; Processo do Trabalho 20 ▪ Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; ▪ A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários- mínimos; ▪ Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; ▪ Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. c) Deposito Ao apreender os bens, o oficial de justiça procede também ao seu deposito, na pessoa que ficará encarregada de zelar pela sua guarda, integralidade e existência, completando-se assim o procedimento de penhora, o depositário precisa concordar com a investidura no cargo d) Contra a fazenda pública A execução promovida contra a fazenda pública, assim considerada a União, estados e municípios, suas autarquias e fundações obedecem a regras especiais, tais como: Citação pessoal, prazo para apresentação de embargos à execução de 30 dias, e execução pelo procedimento de precatório. e) execução provisória Execução provisória é aquela que se processa com base em um título executivo judicial que ainda não adquiriu a qualidade da coisa julgada, o cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo inclusive com possibilidade de penhora em dinheiro f) Execução por carta Quando s bens do devedor estiverem localizados em território diversão daquele coberto pela jurisdição da vara do trabalho onde a execução trabalhista fora iniciada, a penhora e a consequente expropriação serão efetividades pela expedição de carta precatória executória Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. Na execução por carta precatória, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta g) Embargos à execução Os embargos a execução constituem medida judicial autônoma, incidental ao processo de execução, destinada a desconstituir o título executivo judicial ou extrajudicial, no que diz respeito a sua existência, liquidez ou exigibilidade. Assim, garantida a execução ou penhora dos bens, terá o executado 5 dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugna-los. Processo do Trabalho 21 Se tiverem sido arroladas testemunhas, finda a sua inquirição em audiência, e o escrivão fara a conclusão dentre 48h para o juiz decidir, se não for arrolada testemunha o juiz ou presidente proferirá sua decisão dentro de 5 dias. Proferida a decisão serão da mesma notificada as partes interessadas, somente nos embargos a penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação h) Execução por prestação sucessiva Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo não pagamento de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem, tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a execução compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na execução. XVI. Mandado de Segurança ▪ É competente o TRT para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista ▪ Não cabe mandado de segurança de decisão judicial transitada em julgado ▪ Da decisão de TRT em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 dias, para o TST, correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade ▪ A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido ▪ No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio ▪ A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisório▪ Esgotada as vias recursais existentes, não cabe mandando de segurança ▪ Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio XVII. Dissidio Coletivo Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recursar-se a negociação coletiva, nenhum processo de dissídio coletivo de natureza econômica será admitido sem antes se esgotarem as medidas relativas a formalização da convenção ou acordo correspondente Frustradas as tentativas extrajudiciais de solução do conflito coletivo pode o interessado, ajuizar perante a justiça do trabalho uma ação coletiva própria denominada de dissidio coletivo de trabalho com vistas a obter uma sentença normativa. O típico dissidio coletivo é aquele de natureza econômica, ou seja, quando não há consenso entre os interessados sobre as novas condições de trabalho a serem implantadas no âmbito das relações individuais de labor. A legitimidade para propor o dissidio coletivo é do sindicato, e na sua ausência, da federação ou confederação, desde que tenha sido esgotada as vias de negociação coletiva e haja autorização previa em assembleia dos integrantes da categoria respectiva Processo do Trabalho 22 A competência para o processamento e julgamento do dissidio será sempre do TRT, salvo se a base territorial da entidade suscitante for superior a jurisdição do TRT, transferindo-se a competência para o TST por meio da seção de dissídios coletivos A legitimidade da entidade sindical para a instauração da instância contra determinada empresa está condicionada à prévia autorização dos trabalhadores da suscitada diretamente envolvidos no conflito Recebida e protocolada a representação, e estando na devida forma, o Presidente do Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 (dez) dias, determinando a notificação dos dissidentes Havendo acordo, o presidente o submeterá a homologação do tribunal na primeira sessão, caso contrário ou não comparecendo ambas as partes ou uma delas, o presidente submeterá o processo a julgamento. Quando o dissídio ocorrer fora da sede do tribunal, poderá o presidente, se julgar conveniente, delegar a autoridade local as atribuições de tentativa de conciliação, nesse caso não havendo conciliação, a autoridade delegada encaminhará o processo ao tribunal fazendo exposição dos fatos e indicando a solução que lhe parecer conveniente, da decisão do tribunal serão notificadas as partes ou seus representantes. 1. Ação de cumprimento Celebrado o acordo ou preferida a decisão em sede de dissidio coletivo, seguir-se-á o seu cumprimento, quando os empregadores deixarem de satisfazem o pagamento de salários, na conformidade da decisão proferida, poderão os empregados ou seus sindicatos, apresentarem reclamação ao juízo competente, é dispensável o transito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento. A coisa julgada produzida na ação de cumprimento é atípica, pois dependente de condição resolutiva, ou seja, da não-modificação da decisão normativa por eventual recurso. Assim, modificada a sentença normativa pelo TST, com a conseqüente extinção do processo, sem julgamento do mérito, deve-se extinguir a execução em andamento, uma vez que a norma sobre a qual se apoiava o título exeqüendo deixou de existir no mundo jurídico.
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