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Fisiologia Renal

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Fisiologia Renal 
Funções Renais, Anatomia e Processos Básicos: 
 Função 1: excreção dos produtos de degradação metabólica e de outras substâncias estranhas. Na maioria dos casos, 
os produtos finais dos processos metabólicos não são úteis para o organismo e são prejudiciais quando presentes em 
altas concentrações. Por conseguinte, precisam ser excretados na mesma taxa em que são produzidos. Alguns desses 
produtos incluem a ureia (proveniente das proteínas), o ácido úrico (dos ácidos nucleicos), a creatinina (da creatina 
muscular), a urobilina (produto final da degradação da hemoglobina que confere à urina grande parte da sua cor) e os 
metabólitos de vários hormônios. 
 Função 2: regulação do equilíbrio hídrico e eletrolítico. Os rins variam a excreção de água e eletrólitos para preservar a 
presença dessas substâncias em níveis apropriados. Uma das façanhas dos rins é sua capacidade de regular cada uma 
das substâncias independentemente. 
 Função 3: regulação do volume de líquido extracelular. Os rins trabalham em parceria com o sistema cardiovascular, 
cada um executando determinado serviço para o outro. Sem dúvida alguma, a tarefa mais importante dos rins nesse 
aspecto é manter o volume de líquido extracelular, do qual o plasma sanguíneo é um componente significativo. Isso 
assegura que o espaço vascular seja preenchido por volume suficiente de plasma, de modo que o sangue possa circular 
normalmente. A manutenção do volume de líquido extracelular é o resultado do equilíbrio hidroeletrolítico descrito 
anteriormente. 
 Função 4: regulação da osmolaridade plasmática. A osmolaridade é alterada sempre que a entrada e saída de água e 
solutos dissolvidos são modificados de modo desproporcional como, por exemplo, quando se bebe água pura ou 
quando se ingere uma refeição com muito sal. 
 Função 5: regulação da produção de eritrócitos. A produção de etritócitos pela medula óssea é estimulada pela 
eritropoietina, um hormônio peptídico. Durante o desenvolvimento embriológico, a eritropoietina é produzida pelo 
fígado, porém, no adulto, os rins constituem a principal fonte desse hormônio. O estímulo local para sua secreção 
consiste em uma redução da pressão parcial de oxigênio no ambiente local das células secretoras. Embora o fluxo 
sanguíneo renal seja grande, o metabolismo renal também é intenso, e a oxigenação renal diminui na presença de 
anemia, que pode ser causada por perda de sangue, hipóxia arterial ou fluxo sanguíneo renal inadequado. Entretanto, 
na insuficiência renal crônica, o metabolismo renal diminui, resultando em menor consumo de oxigênio e, portanto, em 
maior oxigenação tecidual local. Isso engana as células secretoras de eritropoietina, que diminuem a secreção do 
hormônio. 
 Função 6: regulação da resistência vascular. Além da função essencial no controle do volume adequado para o sistema 
cardiovascular, os rins também participam na produção de substâncias vasoativas (por meio do sistema renina-
angiotensina-aldosterona) que exercem um importante controle sobre o músculo liso vascular. Isso, por sua vez, 
influencia a resistência vascular periférica e, portanto, a pressão arterial. A pato-logia que acomete esse aspecto da 
função renal leva à hipertensão. 
 Função 7: regulação do equilíbrio acidobásico. 
 Função 8: regulação da produção de vitamina D. A síntese de vitamina D in vivo envolve uma série de transformações 
bioquímicas, a última delas ocorrendo nos rins. A forma ativa da vitamina D, denominada calcitriol, é, na verdade, 
produzida nos rins, e sua taxa de síntese é regulada por hormônios que controlam o equilíbrio do cálcio e do fosfato. 
 Função 9: gliconeogênese. A maior parte da gliconeogênese ocorre no fígado, porém uma fração substancial ocorre 
nos rins, particularmente durante o jejum prolongado. 
Total de água do organismo: a água representa 60% do peso corporal. Desses, 40% localizam-se no líquido intracelular e 20% no 
líquido extracelular (14% no líquido intersticial, 4% no plasma e 2% de outros líquidos). O plasma e o fluído intersticial 
apresentam altas concentrações de Na e Cl, ao passo que o líquido intracelular apresenta quantidades maiores de K, Mg e fosfa-
tos orgânicos. Não encontramos Ca no líquido intracelular. 
Visão geral dos processos renais: do considerável volume de plasma que entra nos rins a cada minuto (aproximadamente 25% 
do débito cardíaco), proveniente das artérias renais, cerca de 20% são transferidos por filtração para os túbulos renais, com 
exceção das proteínas plasmáticas de maior peso molecular. Em seguida, os rins reabsorvem seletivamente frações variáveis de 
substâncias filtradas de volta ao sangue, sendo a porção não reabsorvida excretada. Em alguns casos, quantidades adicionais são 
acrescentadas ao conteúdo excretado por secreção ou síntese. Há uma divisão de trabalho entre as diferentes regiões dos 
túbulos para a execução dessas tarefas, que dependem do tipo de células presentes em determinada região. Em essência, os 
túbulos renais operam como linhas de montagem: eles aceitam o líquido que chega, realizam algumas modificações específicas 
em cada segmento e o encaminham para o próximo segmento. O produto final (a urina) contém quantidades de cada substância 
que mantêm o equilíbrio de cada uma delas. 
Anatomia do sistema urinário: os rins são o local de formação da urina. Cada rim situa-se em um lado da coluna vertebral ao 
nível da décima primeira e décima segunda costelas, logo acima da cintura. Por causa da sua localização atrás da cavidade 
peritoneal, os rins algumas vezes são descritos como tendo posição retroperitoneal. Os rins recebem 25% do débito cardíaco e 
filtram de 20 a 25% desse valor, embora constituam apenas 0,4% do peso total do corpo. 
 
A cada minuto, 2500 mililitros de sangue são ejetados do coração. Desses, 25% seguem para os rins, o que resulta em 625 mL/min de 
plasma. Dos 625 mL, 20% são filtrados, o que resulta numa taxa de filtração glomerular média de 125 mL/min. 1% desse valor é excretado. 
 
Sistema tubular: cada rim contém cerca de 1 milhão de néfrons. 
Cada néfron começa como um componente esférico de filtração, 
denominado corpúsculo renal, seguido de um longo túbulo a partir 
do corpúsculo renal que continua até se unir com os túbulos de 
outros néfrons. Os túbulos reunidos são os ductos coletores. 
Embora os néfrons e os ductos coletores tenham origens 
embriológicas diferentes, eles formam uma unidade funcional 
contínua. Por exemplo, o termo comumente usado “néfron distal” 
implica elementos do néfron e do ducto coletor. Três processos 
básicos acontecem no néfron: filtração, reabsorção e secreção. 
Filtração é o movimento de líquido do sangue para o lúmen do 
nefron e só acontece no corpúsculo renal, onde a parede dos capi-
lares glomerulares e da cápsula de Bowman são modificados para 
permitir o fluxo de massa do líquido. A porcentagem do volume total do plasma que é filtrada para dentro do túbulo é deno-
minada fração de filtração. A medida em que o filtrado segue pelo lúmen do túbulo proximal, cerca de 70% do seu volume são 
reabsorvidos. A reabsorção ocorre quando as células do túbulo proximal transportam solutos para fora do lúmen, e a água 
segue por osmose. O filtrado que deixa o túbulo proximal tem a mesma osmolaridade que o filtrado que entrou. Por essa razão, 
dizemos que a função primária do túbulo proximal é a reabsorção de líquido isosmótico. A medida em que o filtrado passa 
pela alça de Henle, proporcionalmente é reabsorvido mais soluto do que água, e o filtrado torna-se hiposmótico em relação 
ao plasma. A partir da alça, o filtrado passa para o túbulo distal e para o ducto coletor. Nestes dois segmentos, ocorre uma 
regulação fina do balanço de sal e de água sob o controle de vários hormônios. O volumee a osmolaridade finais da urina 
dependem das necessidades do corpo de conservar ou excretar água e soluto. 
 
Quantidade excretada = quantidade filtrada – quantidade reabsorvida + quantidade secretada. 
 
Corpúsculo renal: o corpúsculo renal é uma esfera oca (cápsula de Bowman) preenchida por vasos sanguíneos, formando um 
tufo compacto de alças capilares interconectadas, o glomérulo. Distribuem-se por todo o córtex, incluindo a região logo acima 
da borda corticomedular (região justamedular), não sendo encontrados na medula. Duas arteríolas próximas uma da outra 
penetram na cápsula de Bowman, em uma região denominada polo vascular. A arteríola aferente leva sangue para os capilares 
do glomérulo, enquanto a arteríola eferente drena o sangue. A barreira de filtração possibilita a filtração de grandes volumes de 
líquido dos capilares para dentro do espaço de Bowman, porém impedindo a filtração de proteínas plasmáticas grandes como a 
albumina. As substâncias precisam passar através de três barreiras de filtração antes de entrar no lúmen do túbulo: o endotélio 
do capilar glomerular, uma lâmina basal e o epitélio da cápsula de Bowman. Cada glomérulo está associado a um néfron, que 
inclui uma alça de Henle. Cada ducto coletor é constituído pela coalescência de vários néfrons. 
Túbulo: cerca de 80% dos nefrons estão contidos quase completamente no córtex (nefrons corticais), ao passo que os outros 
20% - denominados nefrons justaglomerulares – mergulham para dentro da medula. A função do sistema porta renal é primeiro 
filtrar líquido para fora do sangue e para dentro do lúmen do nefron nos capilares glomerulares e depois reabsorver líquido do 
túbulo de volta para o sangue nos capilares peritubulares. As forças que determinam o movimento de liquido no sistema porta 
renal são similares aquelas que determinam 
a filtração da água e moléculas para fora dos 
capilares sistêmicos em outros tecidos. 
 O néfron se torce e se dobra para 
trás sobre si mesmo de forma que o início do 
túbulo contorcido distal passa entre as 
arteríolas aferente e eferente. Essa região é 
conhecida como aparelho justaglomerular. 
A proximidade do ramo ascendente das 
arteríolas permite a comunicação parácrina 
entre estas duas estruturas, uma 
característica fundamental para a autorregulação do rim. Cada aparelho justaglomerular é constituído de três tipos de 
células – células granulares, que são células musculares lisas diferenciadas nas paredes das arteríolas aferentes, células 
mesangiais extraglomerulares e células da mácula densa. As células mesangiais glomerulares ficam entre e ao redor 
dos capilares glomerulares. Possuem feixes citoplasmáticos de filamentos semelhantes a actina que fazem com que 
estas células sejam capazes de contrair e alterar o fluxo de sangue pelos capilares. Além disso, as células mesangiais 
secretam citocinas associadas a processos inflamatórios e imunitários. 
Filtração: os fatores que determinam a filtração glomerular são a permeabilidade seletiva e as pressões efetivas de filtração. 
A primeira barreira para o processo de filtração é o endotélio capilar. Os capilares glomerulares são capilares fenestrados com 
grandes poros que permitem que a maioria dos componentes do plasma seja filtrada através do endotélio. Os poros são 
pequenos o bastante, contudo, para impedir que as células do sangue deixem o capilar. Proteínas negativamente carregadas 
presentes na superfície dos poros também ajudam a repelir proteínas plasmáticas negativamente carregadas. A lâmina basal, 
por sua vez, atua como uma peneira grossa, excluindo a maioria das proteínas plasmáticas do líquido que é filtrado através dela. 
A terceira barreira de filtração é o epitélio da cápsula de Bowman. A porção do epitélio da cápsula que circunda cada capilar 
glomerular consiste em células especializadas denominadas podócitos possuem longas extensões citoplasmáticas denominadas 
pés ou pedicelos que se estendem a partir do corpo principal da célula. Estes processos envolvem os capilares glomerulares e se 
entrelaçam uns aos outros, deixando estreitas fendas de filtração fechadas por uma membrana semiporosa. 
A pressão nos capilares causa a filtração. O processo de filtração é similar de muitas maneiras a filtração de líquidos para fora 
dos capilares sistêmicos, sendo influenciada por três pressões: 
 A pressão hidrostática do sangue fluindo ao longo dos capilares glomerulares fora o líquido através do endotélio 
permeável. A pressão sanguínea nos capilares é em média 60 mmHg e favorece a filtração para dentro da cápsula de 
Bowman. Embora a pressão decline ao longo do comprimento dos capilares, ela permanece mais alta do que as 
pressões contrárias. Consequentemente, a filtração acontece ao longo de quase todo o comprimento dos capilares 
glomerulares. A pressão hidrostática no espaço de Bowman é próxima a 15 mmHg e se opõe a filtração. 
 A pressão coloidosmótica dentro dos capilares glomerulares é maior do que no líquido da cápsula de Bowman. Esse 
gradiente de pressão é devido a presença de proteínas no plasma. O gradiente de pressão osmótica é em média de 30 
mmHg e favorece o movimento de líquido de volta para os capilares, sendo, dessa forma, contra a filtração. A pressão 
coloidosmótica é a única pressão de filtração que se modifica ao longo do capilar glomerular. Conforme a filtração 
ocorre, proteínas concentram-se nos capilares, com aumento da pressão oncótica capilar. Essa pressão pode ser 
próxima a pressão hidrostática capilar e como são forças contrárias, pode haver redução da filtração ao longo do 
capilar. 
A única força de Starling que não entra no cálculo é a pressão coloidosmótica do filtrado porque a mesma é próxima a zero, 
uma vez que proteínas praticamente não são filtradas. 
Dessa forma temos: Pressão hidrostática no capilar glomerular – (pressão coloidosmótica no capilar + pressão hidrostática do filtrado). 
O volume de líquido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo é a taxa de filtração glomerular. A 
TFG média é de 125 ml/min ou 180 L/dia. Essa taxa significa que os rins filtram o volume inteiro do plasma 60 vezes por dia. Se a 
maior parte do filtrado não fosse reabsorvida durante a sua passagem pelo néfron, ficaríamos sem o plasma em apenas 24 
minutos de filtração. A TFG é influenciada por dois fatores: a pressão de filtração resultante e o coeficiente de filtração. A 
pressão de filtração é determinada primariamente pelo fluxo sanguíneo renal e pela pressão sanguínea. O coeficiente de 
filtração possui dois componentes: a área de superfície dos capilares glomerulares disponível para a filtração e a permeabilidade 
da interface entre capilar e cápsula de Bowman. 
A pressão hidrostática nos capilares glomerulares é 
influenciada por muitos fatores. Podemos descrever a 
situação utilizando a analogia de um vazamento na 
mangueira do jardim. Se houver uma mudança na pressão 
da água no cano ao qual está ligada a mangueira, a 
pressão na mangueira e, portanto, a intensidade do 
vazamento serão alteradas. As resistências na mangueira 
também afetam o vazamento. Se a torcermos antes do 
vazamento, a pressão nessa região diminuirá e haverá 
menor vazamento de água. Entretanto, se a torcermos 
depois, isso aumentará a pressão na região do vazamento, 
com consequente aumento da quantidade do vazamento. 
Esses mesmos princípios se aplicam a pressão hidráulica 
do capilar glomerular e à taxa de filtração glomerular. Em primeiro lugar, uma mudança na pressão arterial renal causará uma 
modificação na pressão hidráulica do capilar glomerular no mesmo sentido. Quando a resistência permanece constante, a 
pressão hidráulica aumenta quando se aumenta a PA e diminui quando se tem uma queda na pressão arterial. Em segundolugar, mudanças na resistência das arteríolas aferentes e eferentes exercem efeitos opostos sobre a pressão hidráulica do 
capilar glomerular. Um aumento na resistência na arteríola aferente diminui a pressão. Um aumento na resistência da arteríola 
eferente aumenta a pressão. 
A pressão oncótica no plasma no início dos capilares glomerulares é a pressão oncótica do plasma arterial sistêmico. Por conse-
guinte, uma diminuição na concentração plasmática arterial de proteínas, como a que ocorre, por exemplo, na doença hepática, 
reduz a pressão oncótica arterial e tende a aumentar a taxa de filtração glomerular (TFG), enquanto uma elevação na pressão 
oncótica arterial tende a reduzir a TFG. Todavia, convém lembrar que a pressão oncótica no capilar glomerular é igual a pressão 
oncótica arterial somente no início dos capilares glomerulares; em seguida, a pressão oncótica aumenta ligeiramente ao longo 
dos capilares glomerulares, a medida que o líquido isento de proteínas flui para fora dos capilares, concentrando as proteínas 
que permanecem dentro do capilar. Isso significa que a pressão efetiva de filtração (PEF) e, portanto a filtração diminuem 
progressivamente ao longo da extensão dos capilares. 
 Quando o fluxo sanguíneo renal está baixo, o processo de filtração remove uma fração relativamente maior de plasma, 
deixando um volume menor de plasma nos glomérulos, que ainda contém todas as proteínas plasmáticas. Isso diminui 
a PEF média e, portanto, a TFG. Em contrapartida, um fluxo sanguíneo renal alto causa uma elevação menos acentuada 
na pressão oncótica nos capilares glomerulares e alcança um valor final na extremidade dos capilares que é menor do 
que o normal, o que aumenta a TFG. 
Entre 80 mm/Hg e 180 mm/Hg a TFG se mantem constante por alterações nas arteríolas aferente e eferente, mecanismo 
conhecido como autorregulação. Um aumento na pressão de entrada nos rins é contrabalanceado por um aumento na 
resistência vascular que quase compensa a elevação da pressão. A resposta miogênica é de ação muito rápida (dentro de um 
segundo) e protege os glomérulos das flutuações de curto prazo da pressão arterial. 
 A resposta miogênica da arteríola aferente é similar à autorregulação em outras arteríolas sistêmicas. Quando o 
músculo liso da parede da arteríola estira devido ao aumento da pressão sanguínea, se abrem canais iônicas sensíveis 
ao estiramento, e as células do músculo despolarizam. A despolarização abre canas de Ca controlados por voltagem, e o 
músculo liso vascular se contrai. A vasoconstrição aumenta a resistência ao fluxo com redução da TFG (através da 
contração da arteríola aferente). Se a pressão diminui, o nível tônico de contração arteriolar desaparece, e a arteríola 
se torna maximamente dilatada. Contudo, a vasodilatação não é tão eficaz em manter a TFG como a vasoconstrição 
devido ao fato de que normalmente a arteríola aferente está bastante relaxada. Consequentemente, quando a pressão 
média diminui para menos de 80 mmHg, a TFG diminui. Este decréscimo é adaptativo, pois se menos plasma é 
filtrado, o potencial para perda de líquido na urina diminui. Em outras palavras, um decréscimo na TFG ajuda o corpo 
a conservar o volume de sangue. 
Além disso, existe um mecanismo de sinalização parácrina conhecido como retroalimentação tubuloglomerular, uma via de 
controle local na qual o fluxo de líquido no túbulo influencia a TFG. A configuração torcida do néfron faz a porção inicial do 
túbulo contorcido distal passar entre as arteríolas 
aferente e eferente. Modificações na parede do túbulo 
formam o aparelho justaglomerular, contendo células da 
mácula densa e células granulares secretoras de renina. 
Quando o NaCl que passa pela mácula densa aumentado 
como resultado da TFG aumentada, as células da mácula 
densa enviam sinais parácrinos à arteríola aferente vizinha 
que se contrai, diminuindo a TFG. 
Quando a pressão ultrapassa os limites de 80 mmHg e 
180 mmHg começam a atuar mecanismos hormonais e 
simpáticos. 
O controle neural da TFG é mediado pelos neurônios simpáticos que inervam as arteríolas aferente e eferente. A inervação 
simpática via receptores alfa no músculo liso vascular causa vasoconstrição. Se a atividade simpática é moderada, há um 
pequeno efeito na TFG. Entretanto, se a pressão sistêmica sanguínea cai abruptamente, como ocorre em uma hemorragia ou 
em uma desidratação grave, a vasoconstrição das arteríolas induzida pelo simpático diminui a TFG e o fluxo sanguíneo renal. 
Esta é uma resposta adaptativa que ajuda a conservar o volume de líquido. Vários hormônios também influenciam a resistência 
arteriolar. Entre os mais importantes estão a angiotensina II, um potente vasoconstritor da arteríola eferente, e as 
prostaglandinas, as quais atuam como vasodilatadores. 
Reabsorção: a cada dia, 180 L de líquido filtrado passam pelos capilares glomerulares para dentro dos túbulos, embora apenas 
cerca de 1,5 L seja excretado na urina. Assim, mais de 99% do líquido que entram nos túbulos precisam ser reabsorvidos para o 
sangue à medida que o filtrado percorre os néfrons. A maior parte dessa reabsorção acontece no túbulo proximal, com uma 
quantidade menor de reabsorção nos segmentos distais do néfron. A reabsorção regulada no néfron distal permite aos rins 
devolver íons e água ao plasma seletivamente – quando necessário para manter a homeostase. Uma questão: “por que se 
preocuparem filtrar 190 L/dia e depois reabsorver 99% disso? Por que não simplesmente filtrar e excretar o 1% que precisa ser 
eliminado?”. Existem duas razões. Primeira, muitas substâncias exógenas são filtradas nos túbulos, mas não são reabsorvidas 
para o sangue. A taxa diária de filtração ajuda a retirar estas substâncias do plasma muito rapidamente. Segunda, filtrar íons e 
água para dentro dos túbulos simplifica sua regulação. Se uma porção do filtrado que alcança o néfron distal não é necessária 
para manter a homeostase, ela passa para a urina. Com uma alta TFG, esta excreção pode ocorrer de forma bastante rápida. 
Contudo, se os íons e a água são necessários, eles são reabsorvidos. 
A reabsorção de água e solutos do lúmen do túbulo para o líquido extracelular depende de transporte ativo. O filtrado que flui 
da cápsula de Bowman para o túbulo proximal tem a mesma concentração de solutos do líquido extracelular. Portanto, para 
transportar soluto para fora do lúmen, as células tubulares precisam usar transporte ativo para criar gradientes de concentração 
ou eletroquímico. A água segue osmoticamente os solutos à medida que eles são reabsorvidos. A reabsorção envolve o 
transporte transepitelial, no qual as substâncias cruzam as membranas apical e basolateral das células epiteliais tubulares, e a 
via paracelular, na qual as substâncias passam através das junções entre duas células adjacentes. O caminho seguido pelo soluto 
depende da permeabilidade das junções epiteliais e do gradiente eletroquímico para o soluto. 
 Para os solutos que se movem através das células epiteliais, seus gradientes de concentração ou eletroquímico 
determinam seus mecanismos de transporte. Solutos que se movem a favor do seu gradiente de concentração usam 
canais de vazamento ou carreadores de difusão facilitada para cruzarem a membrana celular. Moléculas que precisam 
ser movidas contra seu gradiente de concentração são transportadas por transporte ativo primário ou secundário. O 
sódio está direta ou indiretamente envolvido em muitos exemplos de transporte ativo e passivo. 
Transporte ativo de sódio: o transporte ativo é Na é a principal fora que impulsiva a maior parte da reabsorção renal. Como já 
mencionado, a composição do filtrado que entra no túbulo proximal é similar à composição iônica plasmática, com uma 
concentração maior de Na do que a encontrada nas células. Assim,o Na do filtrado pode entrar nas células tubulares passiva-
mente se movendo a favor do seu gradiente eletroquímico. O movimento apical do Na usa várias proteínas transportadoras de 
simporte a antiporte ou canais de vazamento. No túbulo proximal, o transportador do antiporte Na-H desempenha papel princi-
pal na reabsorção de Na. Uma vez dentro da célula tubular, o Na é ativamente transportado para fora da membrana basolateral 
pela enzima Na-K-ATPase. 
Transporte ativo secundário – simporte com sódio: o transporte ativo secundário ligado ao sódio é responsável pela reabsorção 
de muitas substâncias no néfron, incluindo glicose, aminoácidos, íons e vários metabólitos orgânicos. A membrana apical 
contém o contransportador Na-glicose (SGLT) que leva a glicose para o citoplasma contra o seu gradiente de concentração 
aproveitando a energia do movimento de Na a favor do seu gradiente eletroquímico. Na superfície basolateral da célula, o Na é 
bombeado para fora pela Na-K-ATPase, enquanto a glicose se difunde para fora com auxílio de um transportador de difusão 
facilitada GLUT. 
A respeito do transporte de sódio, podemos resumir que o seu transporte no túbulo contorcido proximal se dá principalmente 
por uma bomba trocadora de Na-H. Na alça de Henle, o transporte é mediado principalmente pelo transporte de Na-K-2Cl, 
sendo esse o sítio ativo dos diuréticos de alça, que inibem a reabsorção de Cl. No túbulo contorcido distal, o Na é transportado 
com um trocador de K, sendo alvo dos diuréticos tiazídicos. Por fim, no ducto coletor, o Na também é trocado com K, existindo 
uma bomba Na-K-ATPase na membrana basolateral. Os diuréticos poupadores de potássio atuam nesse local, bem como a al-
dosterona, hormônio que aumenta a atividade do canal de Na-K e aumenta a atividade da enzima Na-K-ATPase, gerando 
reabsorção de sódio e secreção de potássio. 
 
Reabsorção passiva – ureia: quando o Na e outros solutos são reabsorvidos no túbulo proximal, a transferência de partículas 
osmoticamente ativas torna o líquido extracelular mais concentrado do que o filtrado que permanece no lúmen. Em resposta ao 
gradiente osmótico, a água se move por osmose através do epitélio. Até esse ponto, nenhuma molécula de ureia foi 
transportada para fora do lúmen porque não havia nenhum gradiente de concentração da ureia. Agora, contudo, quando a água 
deixa o lúmen, a concentração da ureia no filtrado aumenta porque a mesma quantidade de ureia está contida em um volume 
menor. Uma vez que há um gradiente de concentração para a ureia, ela usa transportadores de difusão facilitada para se 
difundir o lúmen para o líquido extracelular. 
Transcitose – proteínas plasmáticas: mesmo sendo pequenas, as proteínas filtradas são muito grandes para serem reabsorvidas 
pelos transportadores ou por canais. Ao invés disso, elas entram nas células do túbulo proximal por endocitose mediada por re-
ceptor na membrana apical. Uma vez nas células, as proteínas podem ser digeridas e liberadas como aminoácidos ou transpor-
tadas intactas para o líquido extracelular via transcitose. 
O transporte renal pode atingir saturação: a maior parte do transporte no néfron usa proteínas de membrana e exibe as três 
características do transporte mediado: saturação, especificidade e competição. 
 Saturação: refere-se à taxa de transporte máximo que ocorre quando todos os transportadores disponíveis estão ocu-
pados pelo substrato. Em concentrações do substrato iguais ou acima do ponto de saturação, o transporte ocorre a 
uma taxa máxima. A taxa de transporte no ponto de saturação é o transporte máximo. A reabsorção de glicose no né-
fron é um excelente exemplo das consequências da saturação. Em concentrações normais de glicose no plasma, toda 
glicose que entra no néfron é reabsorvida antes de alcançar o final do túbulo proximal. O epitélio tubular é bem su-
prido de transportadores para capturar a glicose a medida que o filtrado flui. Em situações em que há excesso de 
glicose, essa substância é filtrada mais rapidamente do que os transportadores podem reabsorvê-la. Esses transporta-
dores tornam-se saturados e são incapazes de reabsorver toda a glicose que flui ao longo do túbulo. Como resultado, 
alguma glicose escapa da reabsorção e é excretada na urina. A carga filtrada é maior do que a capacidade de 
reabsorção, uma vez que a carga filtrada = TFG x [substrato]plasma. 
As pressões nos capilares peritubulares favorecem a reabsorção: de que maneira o líquido reabsorvido entra no capilar? A 
resposta é que a força motriz para a reabsorção do líquido intersticial para dentro dos capilares é a baixa pressão hidrostática 
que existe ao longo de todo o comprimento dos capilares peritubulares. Esta baixa pressão favorece a reabsorção. 
Secreção: secreção é a transferência de moléculas do líquido extracelular para o lúmen do néfron. A secreção, como a 
reabsorção, depende principalmente de sistemas de transporte de membrana. A secreção de K e de H pelo néfron é importante 
na regulação homeostática destes íons. Além disso, muitos compostos orgânicos são secretados. Esses compostos incluem 
metabólitos produzidos no corpo e substâncias trazidas para dentro do corpo. A secreção torna o néfron capaz de aumentar a 
excreção de uma substância. Se uma substância filtrada não é reabsorvida, ela é excretada com muita eficácia. Se, entretanto, a 
substância filtrada para dentro do túbulo não é reabsorvida, e ela ainda é secretada para dentro do túbulo a partir dos capilares 
peritubulares, a excreção é muito mais eficaz. A secreção é um processo ativo porque requer transporte de substratos contra 
seus gradientes de concentração. A maioria dos compostos orgânicos é transportada através do epitélio tubular para dentro do 
lúmen por transporte ativo secundário. 
 
A competição diminui a secreção de penicilina. A penicilina era rapidamente secretada pelos néfrons, por essa razão, foi criada a 
probenecide, uma substância que compete com a penicilina no sítio de secreção renal. O transportador remove o probenecide 
preferencialmente, prologando atividade da penicilina no corpo. 
 
Excreção: a produção de urina é o resultado de todos os processos que acontecem no rim. Quando o líquido chega ao final do 
néfron, ele guarda pouca semelhança com o filtrado que iniciou na cápsula de Bowman. Glicose, aminoácidos e metabólitos 
úteis desaparecem, tendo sido reabsorvidos para dentro do sangue, e os resíduos orgânicos estão mais concentrados. A 
concentração de íons e água na urina é extremamente variável, dependendo do esta do corpo. Apenas a taxa de excreção de 
uma substância não nos diz nada sobre como o rim maneja essa substância. A taxa de excreção de uma substância depende de 
sua taxa de filtração e se a substância é reabsorvida, secretada, ou ambas, quando passa pelo túbulo. 
 A depuração nos auxilia a determinar o 
manejo renal. Uma vez que conhecemos a TFG de 
uma pessoa, podemos determinar como o rim 
maneja qualquer soluto medindo a concentração do 
soluto no plasma e sua taxa de excreção. Se 
assumirmos que o soluto é livremente filtrado no 
glomérulo, sabemos que carga filtrada de X = 
[X]plasmática x TFG. Comparando a carga filtrada do 
soluto com sua taxa de excreção, podemos dizer 
como o néfron manejou essa substância. Por 
exemplo, se aparece menos de uma substância na 
urina do que foi filtrado, ocorreu reabsorção. Se 
aparece mais do que foi filtrado, deve ter havido 
secreção. 
Suponha que a glicose esteja presente no plasma a 
uma concentração de 100 mg de glicose/dL de 
plasma, e a TFG é calculada a partir da depuração 
da creatinina como sendo 125 mL de plasma/min. 
Temos que a carga filtrada de glicose = 125 mg glicose/min. Se há zero glicose na urina, entendemos que a substância foi filtrada 
a uma taxade 125 mg/min, mas excretada a uma taxa de 0 mg/min, sendo totalmente reabsorvida. 
 A depuração da ureia e da glicose é menor doo que da inulina, o que nos diz que a ureia e a glicose foram reabsor-
vidas. A depuração da penicilina é a maior de todas. 
 Método prático de medir a taxa de filtração glomerular: a depuração da creatinina: as unidades de depuração são 
expressas em volume por tempo. O volume refere-se ao volume de plasma que fornece a quantidade a ser excretada 
em determinado tempo. Por exemplo. Suponha que cada litro de plasma contenha 10 mg de uma substância X e que 1 
mg dessa substância seja excretado em 1 hora. Isso significa que 0,1 L de plasma fornece 1 mg a ser excretado, isso é, a 
depuração renal é de 0,1 L/h. Para avaliação de rotina da TFG em pacientes, dispõe=se de um método muito fácil: a 
depuração da creatinina. A creatinina é o produto final do metabolismo da creatina e é liberada continuamente no 
sangue pelo músculo esquelético. A taxa é proporcional à massa muscular esquelética e, tendo em vista que a massa 
muscular de determinado indivíduo é constante, a produção de creatinina também é constante. Ela é livremente 
filtrada e não é reabsorvida. Entretanto, uma pequena quantidade é secretada pelo túbulo proximal. Por conseguinte, 
a creatinina que aparece na urina representa um componente filtrado e um componente muito menor secretado. 
 Além da creatinina, a inulina também é um marcador ideal da função renal. Podemos calcular a depuração renal da 
seguinte maneira: ([substância na urina] x volume urinário)/concentração plasmática da substância. A inulina se 
encontra no plasma a uma concentração 2 mmOl/L, na urina a 250 mmOl/L e o volume urinário é de 2 mL/min. Dessa 
forma, 250 x 2 = 500; 500/4 = 125 mmOl/min. A taxa de excreção da inulina = carga de filtração. Podemos calcular 
ainda a fração de excreção, que é igual a taxa de excreção/carga filtrada. No caso da inulina, fração de excreção é = 1. A 
insulina, por exemplo, tem uma fração de excreção < 1 porque boa parte da mesma é reabsorvida. 
 
Equilíbrio da água 
A ingestão e a excreção diárias de água são 
equilibradas. Para manter um volume constante 
de água no corpo, devemos ingerir a mesma 
quantidade de água que excretamos. Em média, 
um adulto ingere um pouco mais do que 2 L de 
água na comida e na bebida durante um dia. O 
metabolismo normal, especialmente a respiração 
aeróbia, adiciona cerca de 0,3 L de água, levando 
o ganho total de água diário para 
aproximadamente 2,5 L. Cerca de 1,5 L de água 
são perdidos diariamente na urina, 100 mL nas 
fezes e adicionalmente, a água deixa o corpo pela 
perda insensível de água. Essa perda de água 
ocorre normalmente quando não estamos 
cientes dela, através da superfície da pele e 
durante a exalação de ar umidificado, o que 
resulta numa perda diária próxima a 900 mL. Assim, os 2,5 L de água que entram são equilibrados pelos 2,5 L de água que 
deixam o corpo. Apenas a água perdida na urina pode ser regulada. 
A perda patológica de água rompe a homeostase de duas maneiras. A depleção do volume do compartimento extracelular 
diminui a pressão do sangue. Se a pressão não pode ser mantida pelas compensações homeostáticas, os tecidos não recebem 
oxigênio adequadamente. Também, se a perda de líquido é hiposmótica para o corpo (como é o caso da sudorese excessiva), os 
solutos deixados no corpo elevam a osmolaridade, alterando potencialmente a função celular. 
Normalmente, o equilíbrio de água acontece automaticamente. Alimentos salgados nos fazem sentir sede e beber 1200 mL de 
refrigerante significa uma ida extra ao banheiro. Os rins são órgãos que atuam conservando a água, de forma que em um 
excesso de líquido, a TGF aumenta, assim como a excreção de água na urina. Em uma situação de hipovolemia ou baixa pressão 
arterial, a TGF para. 
A medula renal produz urina concentrada. Os rins controlam a concentração da urina variando a quantidade de água de Na+ 
reabsorvida no néfron distal (túbulo distal e ducto coletor). Para produzir urina diluída, o rim precisa reabsorver solutos sem 
permitir que a água os siga por osmose. Isso significa que as membranas apicais das células tubulares não devem ser permeáveis 
a água. Por outro lado, para concentrar a urina, o néfron precisa ser capaz de reabsorver água, mas deixar os solutos no lúmen 
do túbulo. Como o rim pode reabsorver água sem primeiro reabsorver soluto? A água é reabsorvida apenas por osmose através 
de poros de água (aquaporinas). O mecanismo para reabsorver água sem solutos acaba sendo simples: tornar as células do 
ducto coletor e o líquido intersticial mais concentrados do que o fluido dentro do túbulo. Assim, se as células tubulares possuem 
poros de água, a água pode ser reabsorvida a partir do lúmen sem reabsorver os solutos primeiro. Devido ao arranjo peculiar de 
vasos sanguíneos e túbulos renais, a medula renal mantém uma alta concentração osmótica em suas células e no líquido 
intersticial. Essa alta osmolaridade intersticial medular permite que a urina seja concentrada à medida que flui pelo ducto 
coletor. 
O córtex renal tem uma osmolaridade intersticial de cerca de 200 mOsM, mas entrando na medula, a osmolaridade intersticial 
aumenta continuamente até chegar a cerca de 1200 mOsM onde os ductos coletores desembocam na pelve renal. A reabsorção 
no túbulo proximal é isosmótica e o filtrado que entra na alça 
de Henle tem uma osmolaridade de aproximadamente 300 
mOsM. O líquido que deixa a alça de Henle, entretanto, é 
hiposmótico, com uma osmolaridade de cerca de 100 mOsM. 
Este líquido hiposmótico é criado quando as células da porção 
grossa do ramo ascendente da alça transportam Na, K e Cl 
para fora do lumen do túbulo. Estas células são incomuns 
porque sua superfície apical é impermeável à água. A alça de 
Henle é o local principal onde o rim cria um líquido 
hiposmótico. 
Quando o líquido hiposmótico deixa a alça de Henle, ele passa 
para o néfron distal. Aqui a permeabilidade à água das células 
do túbulo é variável e sob controle hormonal. Quando a 
membrana apical das células do néfron distal não é permeável 
a água, a água não pode sair do túbulo, e o filtrado permanece 
diluído. Uma pequena quantidade de soluto adicional pode ser 
reabsorvida quando o líquido passa pelo ducto coletor, 
tornando o filtrado ainda mais diluído. Quando isso acontece, 
a concentração da urina pode ser tão baixa quanto 50 mOsM. 
Quando a membrana dos ductos coletores é permeável a água, a osmose leva a água do lúmen para o líquido intersticial. 
Quando a permeabilidade à água é máxima, a remoção de água do túbulo deixa a urina concentrada com uma osmolaridade que 
pode ser tão alta quanto 1200 mOsM. Por outro lado, quando o corpo precisa conservar água reabsorvendo-a, o epitélio tubular 
do néfron distal precisa tornar-se permeável à água. As células fazem isso inserindo poros de água nas suas membranas apicais. 
A vasopressina controla a reabsorção de água. Quando a vasopressina atua nas células-alvo, os poros de água são inseridos na 
membrana apical, permitindo à água mover-se para fora do lúmen por osmose. A água move-se por osmose porque a 
concentração de solutos na célula e no líquido intersticial da medula renal é maior que a do líquido no túbulo. Na ausência de 
vasopressina, o ducto coletor é impermeável à água. A aquaporina 2 (AQP2), canal de água regulado por vasopressina pode ser 
encontrada em dois locais do ducto coletor: na membrana apical, voltada para o lumen do túbulo, e na membrana das vesículas 
de armazenamento do citoplasma. Quando a vasopressina proveniente da neuro-hipófise chega ao seu alvo, ela se liga a seu 
receptor V2 na superfície basolateral da célula. Essa ligação ativa uma proteína G e o sistemade segundo mensageiro do AMPc. 
A fosforilação subsequente de proteínas intracelulares faz as vesículas de AQP2 se moverem para a membrana apical e fun-
direm-se com ela. A exocitose insere os poros de AQP2 na membrana apical. Este processo, no qual partes da membrana celular 
são alternadamente adicionadas por excotiose e removidas por endocitose é conhecido como reciclagem de membrana. 
O volume e a osmolaridade sanguíneos ativam osmorreceptores. Os estímulos que controlam a secreção de vasopressina são a 
osmolaridade do plasma, o volume sanguíneo e a pressão do sangue. O estímulo mais potente para a liberação da vasopressina 
é um aumento na osmolaridade plasmática. A osmolaridade é monitorada por osmorreceptores, neurônios sensíveis ao 
estiramento que aumentam sua frequência de disparos quando a osmolaridade aumenta. Os principais osmorreceptores que 
regulam a liberação da vasopressina se encontram no hipotálamo. Quando a osmolaridade plasmática está abaixo do valor 
limiar de 280 mOsM, os osmorreceptores não disparam, e a liberação de vasopressina na hipófise cessa. Se a osmolaridade no 
plasma aumenta acima de 280 mOsM, os osmorreceptores estimulam a liberação da vasopressina. A redução da pressão e do 
volume sanguíneos são estímulos menos poderosos para a liberação de vasopressina. Os principais receptores que detectam a 
redução do volume são receptores sensíveis ao estiramento presentes nos átrios. A pressão do sangue é monitorada pelos 
mesmos barorreceptores carotídeos e aórticos que iniciam as repostas cardiovasculares. Quando a pressão ou o volume do 
sangue são baixos, estes receptores sinalizam para o hipotálamo secretar vasopressina e conservar líquido. Em adultos, a 
secreção de vasopressina também apresenta um ritmo circadiano, com secreção aumentada durante a noite. Como resultado 
desse aumento, menos urina é produzida durante a noite do que durante o dia. 
A alça de Henle é um multiplicador de contracorrente. Sistema de troca por contracorrente. O sistema de troca por 
contracorrente requer vasos de sangue arterial e sangue venoso que passam muito perto um do outro, com seu fluxo de líquido 
movendo-se em direções opostas. Esse arranjo anatômico permite a transferência passiva de calor ou moléculas de um vaso 
para o outro. Um sistema de troca por contracorrente de calor ocorre, por exemplo, nas extremidades de membros quando o 
calor do sangue arterial é transferido para o sangue venoso, mais frio. A alça de Henle funciona da mesma forma, exceto pelo 
fato de que transfere água e solutos, ao invés de calor. Os solutos não são perdidos para o meio externo e se concentram no 
LEC. Este processo é ajudado pelo transporte ativo de solutos para fora do ramo ascendente, o qual torna a osmolaridade do LEC 
ainda maior. Um sistema de troca por contracorrente no qual a troca é aumentada pelo transporte ativo de solutos é chamado 
de multiplicador de contracorrente. 
Multiplicador de contracorrente renal. O sistema tem dois componentes: a alça Henle que deixa o córtex, mergulha no meio 
mais concentrado da medula, e depois sobre para o córtex novamente, e os capilares peritubulares conhecidos como vasos 
retos. Esses capilares, do mesmo modo que a alça de Henle, mergulham na medula e depois voltam para o córtex. 
Funcionalmente, o sangue flui nos vasos retos na direção oposta ao fluxo do filtrado nas alças de Henle. Quando o filtrado chega 
na ponta da alça de Henle, após passar pelo seu ramo descendente, alcança uma concentração de até 1200 mOsM (a água é 
reabsorvida no ramo descendente). No ramo ascendente, o epitélio tubular é impermeável à água, ao passo que transporta 
ativamente Na, K e Cl. A perda de soluto do lúmen faz com que a osmolaridade diminua continuamente, desde 1200 mOsM na 
curva da alça até 100 mOsM no ponto onde o ramo ascendente deixa a medula e entra no córtex. O resultado final do 
multiplicador da contracorrente no rim é produzir líquido intersticial hiperosmótico na medula e filtrado hiposmótico saindo no 
final da alça. 
Normalmente, cerca de 25% de toda reabsorção de Na e K acontecem no ramo ascendente da alça. O transportador do simporte 
NKCC usa a energia armazenada no gradiente de concentração do Na para transportar Na, K e 2 Cl do lúmen para dentro das 
células epiteliais do ramo ascendente. A Na K ATPase remove Na da célula na superfície basolateral do epitélio, enquanto K e Cl 
deixam a célula juntos por meio de uma proteína cotransportadora ou através de canais abertos (de vazamento). O transporte 
mediado por NKCC pode ser inibido por medicamentos conhecidos como diuréticos de alça como furosemida. 
Os vasos retos removem a água. A água ou os solutos que deixam o túbulo se movem para dentro dos vasos retos se um 
gradiente de concentração ou osmótico existir entre o interstício medular e o sangue nos vasos retos, o que faz com que o 
interstício não fique diluído quando há reabsorção de água. No ponto no qual os vasos retos entram na medula, o sangue tem 
300 mOsM, sendo isosmótico com o córtex. À medida de que o sangue flui cada vez mais para dentro da medula, ela perde água 
e captura os solutos que foram transportados para fora do ramo ascendente da alça de Henle, carregando estes solutos mais 
para dentro da medula. Quando o sangue chega ao fundo da alça dos vasos retos, ele possui uma osmolaridade alta, semelhante 
à do líquido intersticial circundante (1200 mOsM). 
Então, confere o sangue nos vasos retos flui de volta em direção ao córtex, a alta osmolaridade do plasma atrai a água que está 
sendo perdida do ramo descendente. O movimento desta água para dentro dos vasos retos diminui a osmolaridade do sangue, 
enquanto simultaneamente impede a água de diluir o líquido intersticial medular. 
A ureia aumenta a osmolaridade do interstício medular. Há transportadores de membrana para ureia nos ductos coletores e na 
alça de Henle. Esses transportadores de ureia ajudam a concentrar a ureia no interstício medular, onde ela contribui para a alta 
osmolaridade intersticial. 
Equilíbrio do sódio e do volume do LEC. Nossa 
concentração normal de Na no plasma, mensurada 
em amostras de sangue venoso, é de 135 a 145 
miliosmoles de Na por litro de plasma. Como o Na se 
distribui livremente entre o plasma e o líquido 
intersticial, este valor também representa nossa 
concentração de Na no LEC. A adição de NaCl no 
corpo aumenta a osmolaridade. Esse estímulo 
desencadeia duas respostas: secreção de 
vasopressina e a sede. A vasopressina liberada faz os 
rins conservarem água (por reabsorção de água do 
filtrado) e concentrarem a urina. O aumento da 
ingestão de líquido diminui a osmolaridade, mas a 
combinação de ingestão de sal e água aumenta tanto 
o volume do LEC como a pressão sanguínea. Esses aumentos disparam outra série de vias de controle, as quais trazem o volume 
do LEC, a pressão sanguínea e a osmolaridade total de volta para a faixa normal excretando o sal e água extras. 
Os rins são os responsáveis pela maior parte da excreção de Na, e normalmente apenas uma pequena quantidade de Na deixa o 
corpo nas fezes e na transpiração. Contudo, em situações de vômito, diarreia e sudorese intensa, podemos perder quantidades 
significativas de Na e Cl por rotas não renais. 
Aldosterona controla o equilíbrio do sódio. A regulação dos níveis de Na no sangue ocorre por meio de uma das vias endócrinas 
mais complicadas do corpo. A reabsorção de Na no túbulo distal e nos ductos coletores do rim é regulada pelo hormônio 
esteroide aldosterona: quanto mais aldosterona, mais reabsorção de Na. Como um objetivo da aldosterona é aumentar a 
atividade da Na-K-ATPase, a aldosterona também causa secreção de K. O sítio primário da ação da aldosterona é o último terço 
do túbulo distal e a porção do ducto coletor que percorre o córtexdo rim. O alo primário são as células principais. Essas células 
são arranjadas de forma muito parecida a outras células epiteliais transportadoras polarizadas, com bombas de Na-K-ATPase na 
membrana basolateral e vários canais e transportadores na membrana apical. Nas células principais, a membrana apical contém 
canais de vazamento para Na e para K. 
A aldosterona entra nas células P por difusão simples. Combina-se com um receptor citoplasmático e na fase inicial da resposta, 
os canais apicas de Na e K aumentam seu tempo de abertura sob influência de uma molécula sinalizadora. A medida que os 
níveis de Na intracelular aumentam, a Na-K-ATPase acelera, transportando Na citoplasmático para o LEC e trazendo K do LEC 
para dentro das células P. O resultado líquido é um rápido aumento na reabsorção de Na e secreção de K que não requer a 
síntese de um novo canal ou proteínas ATPses. Na fase mais lenta da ação da aldosterona, novos canais e bombas são 
sintetizados e inseridos nas membranas celulares epiteliais. A reabsorção de Na no túbulo proximal é automaticamente 
seguida pela reabsorção da água, pois o epitélio do túbulo proximal é sempre livremente permeável a água. A reabsorção de 
Na e água no néfron distal, por sua vez, são reguladas separadamente, dependentes de aldosterona e vasopressina. 
A pressão sanguínea baixa estimula a secreção da aldosterona. Concentrações elevadas de K atuam diretamente no córtex da 
suprarrenal e um reflexo que protege o corpo da hipercalemia. O decréscimo da pressão sanguínea ativa uma via complexa que 
resulta na liberação de angiotensina II, que estimula a secreção de aldosterona. Além disso, um aumento na osmolaridade do 
LEC atua diretamente nas células do córtex suprarrenal inibindo a secreção de aldosterona durante a desidratação, e uma 
redução anormalmente grande de Na no plasma pode estimular diretamente a secreção de aldosterona. 
Sistema renina-angiotensina-aldosterona. A via SRAA inicia quando as células granulares justaglomerulares nas arteríolas 
aferentes de um nefron secretam uma enzima chamada de renina. A renina converte o angiotensinogênio em angiotensina I. 
Quando a angiotensina I está no sangue, encontra a enzima conversora de angiotensina que converte angiotensina I em 
angiotensina II. A angiotensina II estimula a síntese e a liberação de aldosterona. Finalmente, no néfron distal, a aldosterona 
inicia uma série de reações intracelulares que causam reabsorção de Na no túbulo. 
As células granulares são diretamente sensíveis à pressão do sangue. Os neurônios simpáticos ativados pelo centro de controle 
cardiovascular quando a pressão do sangue diminui, terminam nas células granulares e estimulam a secreção de renina. A 
retroalimentação paráccrina da mácula densa no túbulo distal para as células granulares estimula a secreção de renina. Quando 
o fluxo de líquido no túbulo distal é relativamente alto, as células da mácula densa liberam substâncias parácrinas, as quais 
inibem a liberação de renina. A reabsorção e sódio não eleva diretamente a pressão do sangue, mas a retenção de Na aumenta 
a osmolaridade, estimulando a sede. Quando a pessoa bebe mais líquido, o volume do LEC aumenta. Quando o volume do 
sangue aumenta, a pressão também aumenta. 
A angiotensina II tem muitos efeitos. A angiotensina II aumenta a pressão sanguínea direta e indiretamente por meio de quatro 
vias adicionais: a angiotensina II aumenta a secreção de vasopressina, estimula a sede, é um dos mais potentes vasoconstritores 
conhecidos e a ativação dos receptores de angiotensina II no centro de controle cardiovascular aumenta a estimulação simpática 
do coração e dos vasos sanguíneos. 
O peptídeo natriurético atrial promove a excreção de Na e de água. O peptídeo natriurético atrial é um hormônio peptídeo 
produzido em células especializadas do miocárdio no átrio cardíaco. Ele é sintetizado como parte de um grande pró-hormônio 
que é clivado em vários fragmentos de hormônio ativo. Ocorre liberação cardíaca desse hormônio quando as células miocárdicas 
estiram mais do que o normal, como ocorre quando o volume sanguíneo aumenta. Em níveis sistêmicos, os peptídeos 
natriuréticos aumentam a excreção de água e Na, mas o mecanismo exato ainda não está conhecido. Sabe-se que eles 
aumentam a TFG e diminuem diretamente a reabsorção de NaCl e água no ducto coletor. Também atuam inibindo a liberação 
da renina, aldosterona e vasopressina. Agem diretamente no centro de controle cardiovascular do bulbo para diminuir a pressão 
sanguínea. 
O BNP é agora reconhecido como um importante marcador biológico para insuficiência cardíaca porque a produção dessa 
substância aumenta com a dilatação ventricular e com o aumento da pressão ventricular.

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