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Texto V Nome Empresarial (1). Estabelecimento Empresarial

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1 
DIREITO EMPRESARIAL I 
 
5º período 
 
FDCL – Prof. Adriano Cordeiro 
 
 
Texto V – Nome Empresarial. Estabelecimento Empresarial 
 
 
 
 NOME EMPRESARIAL - arts. 1.155 a 1.168 
 
 
NOME EMPRESARIAL é a firma ou a denominação adotada para o exercício de empresa. 
 
Portanto, todo empresário (pessoa física) ou sociedade empresária (pessoa jurídica) necessita de um 
nome para o exercício da atividade empresária. 
 
Além dos artigos 1.155 a 1.168 do CC, a proteção legal ao nome empresarial também encontra 
respaldo na Lei de Propriedade Industrial, Constituição Federal – art. 5º, XXIX e Lei de registros 
Públicos de Empresas Mercantis (8934/94). 
 
É pela FIRMA (razão individual) ou RAZÃO SOCIAL (firma coletiva) adotada que se demonstra o 
GRAU DE RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DO EMPRESÁRIO OU SOCIEDADE em 
relação ao seu empreendimento a fim de que as pessoas saibam, pela simples apreciação do nome, A 
QUE TIPO DE RESPONSABILIDADE (se limitada ou ilimitada) esta submetido. 
 
 
FORMAÇÃO DO NOME E ESPÉCIES: (arts. 1.156 a 1.158, 1.163 e 1.165, CC). 
 
A formação do nome empresarial obedece a dois princípios, a saber: 
 
a) PRINCÍPIO DA NOVIDADE → esse princípio impõe que o nome empresarial seja diferente 
de qualquer outro já inscrito no registro, não sendo admitida identidade ou semelhança em 
relação a outro na mesma Unidade Federativa (art. 1.163, CC c/c art. 7º, IN nº 15/2013 do 
Departamento de Registro Empresarial e Integração - DREI). 
 
b) PRINCÍPIO DA VERACIDADE → determina que o nome empresarial, quando firma 
individual (razão individual) ou coletiva (razão social), seja constituído pelo patronímico do 
empresário individual ou dos sócios que compõem a sociedade (art. 1.156, 1.157, e § único, 
1.158, §§ 1º e 2º e 1.165 do CC c/c artigos 5º e 6º da Instrução Normativa nº 15/2013 do 
DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração, que substituiu o DNRC). 
 
Os critérios utilizados para apurar a identidade ou semelhança entre os nomes empresariais estão 
definidos através da Instrução Normativa nº 15/2013, do DREI. 
 
 
As espécies de nome empresarial são: 
 
a) FIRMA INDIVIDUAL (RAZÃO INDIVIDUAL) - Empresário Individual → formado pelo 
nome civil, completo ou abreviado, podendo ser acrescido de designação mais precisa da sua 
pessoa ou do gênero - art. 1.156 CC. 
 
 2 
b) FIRMA COLETIVA (RAZÃO SOCIAL) → formado pelos nomes de todos ou alguns 
sócios, acrescidos da expressão "e Cia” (para o caso de não constar o nome de todos; 
constando o nome de todos a expressão não pode ser usada). Ex.: havendo 3 sócios pode usar 
o nome de dois + a expressão „e Cia‟: Silva e Souza e Cia. 
 
 
c) DENOMINAÇÃO → formada conforme a conveniência dos sócios, que podem utilizar 
qualquer palavra ou expressão na composição do nome, desde que observado o princípio da 
novidade. Pode ser utilizado o nome civil de um ou mais sócios ou qualquer expressão de 
fantasia ligada à atividade empresarial – art. 1.158, § 2º, CC. 
 
Ela dá maior liberdade ao nome da sociedade já que não há submissão ao princípio da 
veracidade, ou seja, não exige que seja constituído pelo nome do empresário ou sócios. Ex.; 
Editora Saber Mais S/A; Pés Descalços Calçados Ltda. 
 
A denominação não pode, entretanto: 
 
a) adotar termos que contrariem a moral pública como palavrões que firam o pudor; 
b) nomes ou apelidos de pessoas naturais sem expressa permissão de utilização; 
c) termos ou expressões que possam enganar ou confundir o público; 
d) nomes empresariais já registrados; 
e) termos ou expressões protegidas pelo direito autoral de outra pessoa ou que sejam marca 
registrada; 
f) nome de órgãos públicos. 
 
 
Só podem usar FIRMA (aqueles que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais): 
 
a) Empresário Individual – Art. 1.156 CC; art. 2º …, IN 
15/2013 - DREI; 
b) Sociedade em Nome Coletivo (art. 1039) – Art. 1.157 CC. 
c) Sociedade em Comandita Simples (art. 1.045) – Art. 
1.157. 
 
 
 
 
NOME DE ACORDO COM O TIPO SOCIETÁRIO: 
 
 
1 - SOCIEDADE EM NOME COLETIVO – ART. 1.039, 1.157 : 
 
Usará firma (razão social) composta pelo nome dos sócios, no todo ou em parte. 
 
Quando os nomes de todos os sócios não estiverem presentes, emprega-se a expressão “e 
Companhia‟ ou sua abreviação („e Cia‟ ou „& Cia”), ao final do nome da sociedade. 
Ex.: - José da Silva, Antônio Silva e Manoel Souza, Sociedade Educacional 
 - José Silva e Cia, Sociedade Educacional. 
 
 
2 - SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES – ART. 1.045, 1.157: 
 
Usará firma (razão Social) nos mesmos moldes da sociedade em nome coletivo, embora 
composta apenas pelo nome daqueles que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais 
(comanditados) pessoal e ilimitadamente + expressão „e Companhia‟ ou „e Cia‟. 
 
 3 
O uso do nome de sócio comanditário (que se obriga somente pelo valor de sua quota) 
implica a sua responsabilização pessoal e ilimitada pelas obrigações sociais, mesmo diante de 
previsão contrária no ato constitutivo. 
 
3 - SOCIEDADE LIMITADA – ART. 1.052, 1.158: 
 
Usará firma ou denominação, com acréscimo obrigatório da palavra „limitada‟ por extenso 
ou abreviado (Ltda). 
 
Se optar pelo uso da firma deverá observar o princípio da veracidade, refletindo a razão 
social, ou seja: deverá ser constituído pelo nome dos sócios. 
 
Optando por utilizar a denominação, além de trazer o regime de responsabilidade dos sócios 
(Ltda) deverá trazer o objeto social. 
Ex.: - Silva e Souza Confecções Ltda; 
 - Astro Rei Representações Ltda. 
 
 
4 - SOCIEDADE COOPERATIVA – ART. 1.093, 1.159: 
 
Adotará denominação, com acréscimo obrigatório da palavra „Cooperativa‟, além da 
descrição de seu objeto Social. 
 
Não se admite, na denominação das Cooperativas, o uso da palavra „Banco‟ (nas de crédito) 
ou outro que se assemelhe à razão social. 
Ex.: Cooperativa de Transporte Ltda (art. 1.095) 
 
 
5 - SOCIEDADE ANÔNIMA – ART. 1.088, 1.160: 
 
Usará denominação que além da designação do tipo societário por meio da expressão 
“Sociedade Anônima” ou “S/A” ou “S.A”, colocada em qualquer posição (no início, no meio 
ou no fim do nome) ou da palavra „Companhia‟ ou sua abreviação “Cia” 
. 
Ex.: - Companhia Siderúrgica Nacional. 
 - Cerâmicas Nacionais Reunidas S/A. 
 
Na denominação poderá constar o nome civil do fundador, de um acionista ou mesmo de 
pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa, desde que 
expressamente autorizado pela pessoa ou seus familiares (no caso de sua ausência). 
 
É indispensável à designação do objeto social. 
 
 
Ex.: - Antônio Silva Confecções S.A; 
 - Cia estrela Dalva Tecidos e Confecções; 
 - S/A Estrela Dalva Tecidos e Confecções; 
 - Antônio Silva Cia Tecidos e Confecções. 
 
 
Obs.: A Lei 6404/76, em seu artigo 3º, estabelece que a expressão „Sociedade Anônima‟ pode figurar 
no início ou meio da denominação, vedando o uso da expressão “Companhia” ao final. 
 
Estabelecendo o artigo 1.089, do CC, que a S/A rege-se por Lei Especial, aplicando-se o Código 
Civil somente no caso de omissão da Lei, há de se concluir pela proibição da adoção da expressão 
„Companhia‟ ao final do nome, por vedação da lei especial, ou seja, a lei 6404/76, o que é 
 4 
confirmado pela Instrução Normativa nº 15/2016, do DREI, que em seu artigo 5º, II, b, veda a 
utilização da expressa „companhia‟ ao final. 
 
 
6 - SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES – ART. 1.090, 1.161: 
 
 Adotará firma (razão social – dispensada a indicação do objeto social) ou denominação 
(indicando objeto social). 
 
 Seoptar pela firma usará apenas o nome daquele ou daqueles acionistas que têm 
responsabilidade pessoal e ilimitada pelas obrigações sociais (seus diretores). 
 
A utilização do nome de quem não esteja em tal situação implica na sua responsabilidade 
pessoal e ilimitada. 
 
Do nome empresarial deverá constar a expressão “Comandita por Ações” e designar o objeto 
da sociedade. 
 
Ex.: Nome: José da Silva e Companhia Confecções – Comandita por ações. 
 Denominação: Estrela Dalva Confecções Comandita por Ações. 
 
 
7 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - EIRELI 
 
 Poderá usar firma ou denominação, seguidos da expressão EIRELI - § 1º artigo 980-A do 
CC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IDENTIDADE E SEMELHANÇA DO NOME EMPRESARIAL: 
 
 
Os critérios para verificação de identidade e semelhança para os nomes empresariais estão previstos 
no artigo 8º da IN Nº 15/2016, do DREI. 
 
Quanto à firma individual e coletiva → 
 
Dois nomes são idênticos quando forem homógrafos, ou seja, quando tiverem a mesma grafia, 
considerando-se o nome por inteiro. 
 
 5 
Firma individual ou razão individual 
 
 
 
Firma coletiva ou razão social: 
 
 
 
 
 
Quanto à denominação, dois nomes são idênticos → 
 
Tratando-se de denominação, dois nomes serão idênticos quando forem homógrafos (possuírem a 
mesma grafia), considerando o nome por inteiro, quando compostos por expressões comuns, de 
fantasia, de uso generalizado ou vulgar. 
 
J. Silva a A. Souza Alimentos 
Nome por inteiro: são nomes empresariais 
diferentes. 
J. Silva e A. Souza Acessórios 
Nome por inteiro: são nomes empresariais 
idênticos 
J. Silva e A. Souza Acessórios 
Nome por inteiro: são nomes empresariais 
diferentes 
José da Silva e Antônio Souza Acessórios 
José da Silva Alimentos 
Nome por inteiro: são nomes empresariais 
diferentes. 
José da Silva Acessórios 
Nome por inteiro: são nomes empresariais 
idênticos 
José da Silva Acessórios 
Nome por inteiro: são nomes empresariais 
diferentes 
J. da Silva Acessórios 
 6 
A Instrução Normativa DREI nº 15/2013 também indica (art. 9º) termos, palavras ou expressões que 
afastam a exclusividade de seu uso, sem, no entanto, comprometer o atendimento ao princípio da 
novidade do nome empresarial. São eles: 
a. denominações genéricas de atividades (refinaria, indústria, comércio...); 
b. gênero (gênero é entendido como aquilo que diferencia socialmente as pessoas), espécie 
(característica comum que serve para dividir os seres em grupos; qualidade, natureza, 
gênero), natureza, lugar ou procedência; 
c. termos técnicos, científicos, literários e artísticos do vernáculo nacional ou estrangeiro, assim 
como quaisquer outros de uso comum ou vulgar; 
d. nomes civis. 
Incluem-se, também, letras ou conjunto de letras, desde que não configurem siglas. 
 
Conforme esclarece Fábilo Ulhoa (2016. Pág. 90) o Registro de empresas adota o entendimento de 
restringir ao núcleo do nome empresarial a análise da identidade ou semelhança quando se tratar de 
denominação com expressões de fantasia incomuns. 
 
Chega-se ao núcleo do nome desprezando-se as expressões designativas do tipo societário („e Cia‟, 
Ltda etc.) do ramo de negócio (tecido, acessórios, alimentos etc.) e designações genéricas (Irmãos, 
Filhos etc.). 
 
Denominação: 
 
 
 
 
 
 
 
CRITÉRIO DA SEMELHANÇA: 
 
O critério de verificação utilizado é o da homofonia (mesmo som) = 
 
 
 
Salamargo Tecidos Ltda 
Núcleos diferentes: nomes empresariais 
diferentes. 
 Rastafur Tecidos Ltda 
Núcleos iguais: nomes empresariais idênticos 
Rastafur Confecções Ltda 
Núcleos iguais: nomes empresariais idênticos 
 Rastafur Com. E Ind. Ltda 
 7 
Razão Social: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denominação: 
 
 
 
 
 
 
NOME EMPRESARIAL E MARCA: 
 
 
O nome não se confunde com a marca. 
 
 
Particularidades da Marca: 
 
1. Marca é bem imaterial objeto de um direito de propriedade intelectual; 
2. A marca pode ser alienada por meio de cessão definitiva de seu registro ou de seu uso cedido 
por determinado tempo; 
3. As marcas são sinais colocados nas mercadorias para distinguir o gênero da mercadoria e sua 
procedência; 
4. As marcas são nominativas quando contêm a firma, a razão social, o nome que distingue a 
empresa. São Genéricas quando têm um sinal qualquer que pode ser adotado pelo primeiro 
que dele lança mão, como um animal, um brasão etc.; 
Núcleos (quando se tratar se expressão 
incomum) com o mesmo som = nomes 
semelhantes. 
Local Tecidos S/A 
A. Xavier e Cia Tecidos 
Nome por inteiro com o mesmo som e mesmo 
ramo = são semelhantes. 
A. Chavier e Cia Tecidos 
Nome por inteiro com o mesmo som e ramos 
distintos = nomes diferentes 
A. Chavier e Cia Confecções 
Lokal Confecções S/A 
 8 
5. A marca tem tratamento na Lei de propriedade Industrial (Lei. 9279/96) e submete-se ao 
registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI; sua proteção é nacional – 
Prazo de 10 anos. 
 
 
Particularidades do Nome: 
 
1. Nos termos do CC., nome empresarial é objeto de um direito pessoal do empresário ou de 
sociedade empresária. 
2. O nome empresarial é inalienável – art. 1.164 do CC. 
3. O nome empresarial tem tratamento nos artigos 1.155 a 1.168 do CC., na lei 8934/94, 
Decreto nº 1.800/96 e Dec. 916/50, e submete-se ao registro na Junta Comercial; 
4. Sua proteção é estadual, salvo arquivamento do nome em outros Estados; 
5. Seu prazo ou proteção dura enquanto não cessar a atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL: 
 
 
1. DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: 
 
Em nível Constitucional, a proteção ao nome encontra-se no art. 5º, XXIX, que diz: 
 
“XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégios temporário para sua 
utilização, bem como proteção às industrias, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento 
tecnológico e econômico do País.” 
 
A nível internacional deve ser ressaltada a „Convenção Internacional de Paris‟, da qual o Brasil fez 
parte em 1.883, que atualmente, em decorrência das revisões e retificações, tem vigência no território 
Nacional por força do Decreto nº 635, de 21 de agosto de 1.992. 
 
O nome empresarial é regulado, basicamente, pelo Decreto 916, de 24 de outubro de 1.890, pela Lei 
de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins - Lei nº 8934, de 18 de novembro de 
1.994 – LRP, regulamentada pelo Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1.996 e pelo Código Civil, 
em seus artigos 1.155 a 1.68 e pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI. 
 
O nome empresarial de sociedades também é regido pelas leis: 6404, de 15 de dezembro de 1.976 
(dispõe sobre sociedade por ações); Lei Complementar nº 126/2006 (ME e EPP); Decreto nº 619, de 
29 de julho de 1.992, que promulgou o tratado para estabelecimento de um Estatuto das Empresas 
Binacionais Brasileiro-Argentinas. 
 
O Código de Propriedade Industrial (Lei 9.279, de 14 de maio de 1.996) afasta de sua proteção o 
nome Empresarial. Todavia, objetivando a repressão à concorrência desleal tipifica como crime fatos 
relacionados ao nome empresarial, título de estabelecimento ou insígnia (art. 195, V e VI). 
 
O DREI por meio de suas Instruções Normativas. 
 
 9 
2. A proteção ao nome empresarial, concedido a determinado empresário individual ou sociedade 
empresária, decorre de sua inscrição no RPEM acargo das Juntas Comerciais, que „poderá’ recusar 
o arquivamento de atos de empresas com nome idêntico ou semelhante a outro já existente. 
 
O Prejudicado tem dois caminhos para buscar a anulação da inscrição do nome: 
 
1º → Via administrativa. 
2º → Judicialmente = Ação Anulatória da Inscrição do nome empresarial semelhante ou 
idêntico acatado pela Junta Comercial. 
 
Assim, o titular de um nome tem direito à exclusividade. 
 
No caso de identidade/semelhança de nome empresarial o empresário que primeiro haja feito a 
inscrição pode obrigar o outro acrescentar ou modificar totalmente o nome. 
 
A proteção, pois, decorre tão-somente do registro dos atos constitutivos e não da utilização do nome 
por maior lapso temporal. 
 
Ex.: dois empresários possuem o mesmo nome empresarial: ”A. Silva”, sendo que o primeiro utiliza 
este nome por oito anos sem registro e o segundo registrou firma idêntica recentemente. Neste caso, 
fará jus à proteção ao nome o segundo empresário, o único que possui registro do nome. 
 
A proteção se dá no âmbito da Unidade Federativa de jurisdição da Junta Comercial em que o 
empresário individual ou sociedade empresária efetuou sua inscrição, podendo ser estendida a outros 
Estados: 
 
- a requerimento de abertura de estabelecimento secundário (filial, agência, sucursal); 
- Se registrado na forma da lei Especial (Registro Público de Empresas Mercantis – Lei 
8934/94), estenderá a proteção a todo o território Nacional – art. 1.166, § único, do CC. 
 
 
 
 
3. PERDA DA PROTEÇÃO 
 
A perda da proteção dar-se-á: 
 
1. pelo pedido de baixa do registro por encerramento das atividades por meio de 
requerimento à junta Comercial; 
2. por força do advento do termo final da sociedade constituída por tempo determinado 
(art. 1.168, c/c art. 61, § 3º, do Dec. Nº 1.800/96), desde que não haja comunicação 
por parte do interessado sobre a continuação do funcionamento; 
3. pela presunção de inatividade = se no prazo de 10 anos não se proceder qualquer 
arquivamento (contado do último arquivamento) e não haja comunicação à junta do 
desejo de manter-se em funcionamento, a empresa será considerada inativa, 
promovendo a junta o cancelamento do registro (art. 48, Dec. 1.800/96). 
 
Todavia, antes do cancelamento pela junta a empresa deverá ser notificada, mediante comunicação 
direta ou edital. 
 
Na ocorrência de paralisação temporária das atividades, se a empresa comunicar o fato à junta 
Comercial tal paralisação não implicará na perda do registro e da proteção ao nome. 
 
 
 
 
 10 
4. PRESCRIÇÃO 
 
Após a revogação da Súmula 142 do STJ, que previa o prazo prescricional de 20 anos para as ações 
anulatórias, tem se entendido que a prescrição é de 10 anos. 
 
Contudo, tal entendimento deve se limitar à hipótese de „presunção de inatividade‟, já que o artigo 
1.167 do CC não estabelece prazo, ao contrário, é claro ao afirmar que o prejudicado poderá, a 
qualquer tempo, intentar ação para anular a inscrição do nome feita com violação da lei. 
 
É que sendo o nome direito da personalidade ele é imprescritível, intransmissível e irrenunciável 
(arts. 11 e 16 a 19 do CC e 88 da CF). 
 
 
 
ALIENAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL: 
 
Segundo estabelece o art. 1.164 do Código Civil o nome empresarial não pode ser objeto de 
alienação. Contudo, quando da venda do estabelecimento, é possível se assegurar o direito de seu uso 
ao adquirente, nos moldes do § único. 
 
Desta forma, alienado o estabelecimento, poderá o adquirente usar o nome do alienante, precedido de 
seu próprio nome e a indicação da qualidade de “sucessor”. 
 
Ex.: A. Silva (adquirente) sucessor de Antônio Souza (alienante). 
 
Tal vedação não se limita aos casos de firma individual ou dos tipos societários que se obrigam ao 
princípio da veracidade, já que, por ser direito de caráter personalíssimo, mesmo que se trate de 
denominação, o nome empresarial (cujas espécies são firma ou denominação – art. L.155) não é 
passível de cessão/alienação (inteligência do artigo 1.155 c/c 1.164, CC). 
 
O título do estabelecimento (nome de fantasia) entendido nesse caso como aquele registrado como 
marca no INPI, poderá ser alienado independentemente da alienação do estabelecimento. 
 
 
 
ALTERAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL: 
 
O nome pode ser alterado a qualquer momento pelo empresário ou pela pessoa física ou jurídica, 
desde que observadas as previsões legais. 
 
A alteração pode ser voluntária ou obrigatória. 
 
Alteração voluntária → 
- pelo empresário individual = observado o princípio da veracidade; 
- pela sociedade = livremente, pela vontade dos sócios com + de 50% do capital. 
 
Alteração obrigatória → 
- saída, retirada, exclusão ou morte do sócio cujo nome conste na firma social (art. 
1.158, § 1º e art. 1.165, CC); 
- alteração da categoria do sócio quanto à responsabilidade solidária na sociedade, se 
o nome dele integra o nome empresarial (art. 1.157, § único). Ex.: comanditados x 
comanditários. 
- alienação do estabelecimento por ato entre vivos (não se aplica às S/A – art. 1.160, 
§ único e art. 3º LSA). 
 11 
- lesão a direito de outro empresário. Pelo sistema de proteção ao nome empresarial, 
através de determinação administrativa (junta comercial) ou judicial (com decisão 
com trânsito em julgado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
 
 
Conceito → por definição do art. 1.142, do CC, é todo complexo de bens organizado para exercício 
da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. 
 
É o local, a base onde é realizada a atividade econômica organizada para a produção e 
comercialização dos bens e serviços. Todavia, o local é apenas um dos elementos do 
estabelecimento, já que este é composto também de outros bens materiais e imateriais. 
 
Em outras palavras, é uma reunião de bens singulares por seu titular com um fim único: o exercício 
da empresa. 
 
Conforme estatui o artigo 1.142, o estabelecimento será assim identificado quando para o exercício 
da empresa, por empresário ou por sociedade. Não será estabelecimento se a atividade não constituir 
empresa. 
 
Ex.: mesmo que um médico reúna bens de forma organizada para o exercício de sua profissão não 
será ele considerado empresário, tampouco o complexo de bens será considerado um 
estabelecimento. 
 
 
 
COMPOSIÇÃO DO ESTABELECIMENTO: 
 
O estabelecimento é composto por bens: 
 
1 – Corpóreos móveis e imóveis → Mercadorias, balcões, veículos, instalações, imóveis etc. 
 
2 – Incorpóreos (compreendem coisas intangíveis) → 
nome empresarial, título do estabelecimento, marcas, Know how, ponto comercial 
(direito a renovação judicial do contrato de locação), contratos, créditos, aviamento 
(sua capacidade ou possibilidade de gerar lucro em razão da boa conjunção e 
organização dos elementos que a integram), a clientela e sua proteção contra 
concorrência desleal, os privilégios industriais, as patentes de invenções, modelos e 
desenhos industriais. 
 
 
NATUREZA JURÍDICA: 
 
A doutrina majoritária entende que a natureza jurídica do estabelecimento empresarial é: 
 
Uma universalidade de fato → 
 12 
que representa o conjunto de bens singulares corpóreos e incorpóreos ligados entre 
si pela vontade humana para a consecução de um fim. 
Ela decorre da vontade de seu proprietário ou titular que pode aliená-la ou dá-la, quer 
na sua totalidade, quer fracionada. 
Ex.: uma biblioteca, um rebanho, uma galeria de quadros. 
 
Existe, contudo, corrente minoritária que sustenta que sua natureza jurídica é: 
 
Uma universalidade de direito → 
que representabens singulares corpóreos heterogêneos ou incorpóreos que a norma 
jurídica dá valor econômico que são unitariamente considerados. 
Ex.: o patrimônio, a herança... 
 
Ao definir estabelecimento como o complexo de bens organizado pelo empresário para o exercício da 
atividade o Código Civil consagra a natureza jurídica como uma universalidade de fato. 
 
 
NEGÓCIOS COM O ESTABELECIMENTO: 
 
O estabelecimento, sendo uma universalidade de fato, pode ser objeto de direitos e negócios 
jurídicos, sejam translativos (compra, venda ou doação) ou constitutivos (hipoteca, penhor, usufruto). 
 
A transferência onerosa (a venda) do estabelecimento empresarial é juridicamente chamada de 
TRESPASSE: 
 
 
Alienante/vendedor = trespassante. 
Adquirente = trespassatário. 
 
Trespasse e venda da sociedade diferenciam-se: 
 
Trespasse → há troca da titularidade do estabelecimento, ou seja, há modificação do titular 
que pode, inclusive, ser outra sociedade. 
 
Venda da sociedade → é a venda/alienação das cotas do capital; há a troca do quadro 
societário (entra novos sócios). 
 
 
 
 
TRESPASSE: 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIEDADE 
“A” 
 
Ana Zana Nana 
Estabelecimento 
“C” 
 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Houve a modificação do titular do estabelecimento 
 
 
 
 
 
 
VENDA DA SOCIEDADE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIEDADE 
“B” 
 
Sara Zora Nora 
 
SOCIEDADE 
“A” 
 
Ana Zana Nana 
 
SOCIEDADE 
“A” 
 
Ana Zana Nana 
 
SOCIEDADE 
“B” 
 
 
Sara Zora Nora 
Estabelecimento 
“C” 
Estabelecimento 
“C” 
 14 
 
 
 
 
__________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Houve a troca do quadro societário 
 
 
 
 
 
Particularidades da alienação do estabelecimento: 
 
A alienação do estabelecimento comercial está sujeita à observância de cautelas específicas, criadas 
para assegurar os interesses dos credores. 
 
Condições para alienação do Estabelecimento: 
 
Pagar todos os credores ou obter deles o consentimento expresso ou tácito, sendo que o tácito 
decorre do silêncio destes após 30 dias de sua notificação, judicial ou extrajudicial, para o 
caso de não restarem bens suficientes para que possa o alienante solver o passivo- art.1.145, 
CC. 
 
É conveniente inserir no contrato disposições sobre o ativo e o passivo. 
 
 
SOCIEDADE 
“B” 
 
Sara Zora Nora 
 
SOCIEDADE 
“B” 
 
Sara Zora Nora 
 
SOCIEDADE 
“A” 
 
 
Sara Zora Nora 
Estabelecimento 
“C” 
 15 
Caso não haja pactuação sobre o passivo fica entendido que o adquirente/comprador sucede o 
alienante pelo pagamento dos débitos anteriores, desde que regularmente contabilizados – art. 1.146, 
CC, inclusive quanto a: 
 
a) credores trabalhistas ( art. 448 da CLT - responsabilidade subsidiária); 
b) credor tributário, conforme art. 133 do CTN, que prevê responsabilidade subsidiária ou 
integral do adquirente e 
c) salvo disposição contratual específica, a transferência de estabelecimento não libera o 
alienante, que poderá ser demandado pelos credores, solidariamente com o adquirente, pelo 
prazo de um ano a contar dos vencimentos dos créditos já vencidos ou do vencimento 
daqueles a vencer quando do trespasse. 
 
 
A cláusula de não restabelecimento – art. 1.147, CC, é implícita em qualquer contrato de alienação de 
estabelecimento. Quer dizer que: o alienante, presume-se, não poderá estabelecer-se na mesma praça, 
em idêntico ramo de atividade comercial, nos cinco anos subsequentes, salvo autorização expressa no 
contrato. 
 
 
 
PROTEÇÃO AO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: 
 
O direito Civil e o penal compreendem normas pertinentes à proteção dos bens corpóreos; 
O direito industrial – legislação extravagante - tutela a propriedade da marca, invenções e etc..; 
A lei de Locações protege o ponto explorado pelo comerciante; 
O direito Empresarial tradicionalmente se preocupou com a tutela dos bens incorpóreos. 
 
 
PONTO COMERCIAL: 
 
Conceito de Ponto comercial: 
 
O "ponto" é o local específico em que o empresário se encontra, nele se estabelecendo. Em sendo 
locado rege-se pelas previsões do art.51 da LL ( locação empresarial - Lei 8245/91). 
 
 
Requisitos da Locação empresarial: 
 
Para ser considerada empresarial e fazer jus à ação renovatória a locação deverá preencher os 
seguintes requisitos: 
 
a. Contrato anterior por escrito e tempo determinado; 
b. O locatário deve ser empresário; 
c. Contrato anterior ou soma do prazo de contratos anteriores de no mínimo 5 anos 
ininterruptos (aceita-se a soma de prazos, inclusive dos sucessores); 
d. Exploração do mesmo ramo de atividade econômica e ininterrupta por 3 anos, à data 
da propositura da ação renovatória. 
 
Preenchidos os requisitos acima o locatário pode pedir judicialmente a renovação do contrato de 
aluguel. 
 
A ação judicial cabível é chamada renovatória e deve ser aforada de 6 meses a um ano antes do termo 
final do prazo contratual ( nos primeiros seis meses do último ano), sob pena de decadência do 
direito. 
 
 
 16 
Indenização do Ponto Comercial: 
 
Há casos onde o empresário locatário deverá ser indenizado pelo valor que acresceu ao bem como, 
por exemplo, na hipótese prevista no artigo art. 52, § 3º, da Lei 8245/91, quando o locador pede o 
imóvel e não dá a destinação alegada, devendo responder pelos danos emergentes e lucros cessantes 
decorrentes da mudança. 
 
O locador pode retomar sua propriedade nas seguintes hipóteses (fundadas no direito de 
propriedade): 
 
 insuficiência da proposta de renovação ( LL, art. 72, II). 
 
 proposta melhor de terceiro ( LL, art. 72, III, c/c art. 75, para exploração de ramo 
que não poderá ser o mesmo do locatário - art. 72, IV, § 2º LL, cabendo indenização 
ao locatário. 
 
 reforma substancial no prédio locado. 
 
 Pedindo o proprietário para uso próprio, sendo vedada a exploração do mesmo ramo 
do locatário - Art. 72, IV c/c 52, II, Lei 8245/91. 
 
 transferência de estabelecimento empresarial existente a mais de 1 ano, cuja maioria 
do capital seja de sua titularidade ou de seu cônjuge, ascendente ou descendente, 
sendo vedada a exploração do mesmo ramo do locatário (salvo se a locação também 
envolver as instalações e pertences. Ex.: posto de gasolina). Art. 72, IV c/c 52, II, Lei 
8245/91. 
 
A má-fé na utilização de tais prerrogativas, o emprego de subterfúgios especulativos por parte do 
locador, acarretará o dever de indenizar o locatário. 
 
 
 
 
 
 
 
FREGUESIA E CLIENTELA – DISTINÇÃO 
 
FREGUESIA → é o conjunto de pessoas que adquirem produtos ou serviços de determinado 
estabelecimento por razões subjetivas de conveniência, tais como: localização, vizinhança, horário de 
funcionamento. 
 
CLIENTELA → é o conjunto de pessoas que adquirem produtos ou serviços de determinado 
estabelecimento por razões subjetivas da qualidade da empresa ou de seu titular, tais como: 
atendimento personalizado, produtos exclusivos... 
 
A proteção à clientela está prevista no Código de Propriedade Industrial (art. 195, III, Lei 9279/96), 
que prevê que pratica crime de concorrência desleal quem emprega meio fraudulento para desviar, 
em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem.

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