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1 NOME EMPRESARIAL 1 .CONCEITO O nome empresarial é o elemento de identificação do empresário ou da sociedade empresária. Nome empresarial é a expressão pela qual o empresário (pessoa física ou pessoa jurídica) se apresenta no mercado para contrair obrigações e exercer direitos. Além de identificar o sujeito serve também para distingui-lo perante os demais. O nome empresarial tem natureza de bem incorpóreo, integrante do estabelecimento, e que permite ao empresário ser sujeito de direitos e obrigações. É gênero, que se subdivide em duas espécies: firma e denominação. Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Obs.: O que o parágrafo único está dizendo é que, embora as sociedades simples (como também associação e fundações) não exercitem atividade empresa, elas exercitam atividade econômica (realizam contratos, negócios e etc) para isso, farão também jus a nome e tal nome também terá proteção legal. Terá apenas “nome”, (atividade é simples não podemos chamar nome “empresarial”). Tipos de Nome Empresarial: a) Firma � Firma Individual (para empresário individual) � Firma Social = Firma Coletiva (para sociedade empresária) Na firma pode ser usado o nome todo, apenas as iniciais, ou algum apelido que designe a pessoa do empreendedor sem erro. Ex.: VP Transportadora (a sigla “VP” são as iniciais do nome desse empreendedor); Manu & Cris Spa (firma com duas sócias, Manuela e Cristina); Irmãos Rodrigues Decorações; Monteiro e Alves Consultoria de Marketing; Eugênio José Modas. Em todos os exemplos citados consta o nome civil dos envolvidos, seja empresário individual ou sócios de uma sociedade empresária que optaram por firma social ou firma coletiva. Obs.: Não existe mais, no atual Código Civil, a expressão “razão social”. Isso gera confusão na prática, pois formulários de repartição pública costumam ter esta expressão, e em provas o candidato fica tentado a marcar a opção que menciona esta expressão. Contudo, esta denominação não foi considerada pelo legislador de 2002, e por isso não deve ser considerada em concursos. A antiga “razão social” foi substituída pela “firma coletiva” b) Denominação � Denominação é o mesmo que firma social, porém na denominação você insere um nome fantasia. � Firma social = Firma coletiva = Denominação – Só podem ter as sociedades. 2. COMPOSIÇÃO a) Firma Individual (apenas para empresário individual) 2 Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. O elemento obrigatório na firma é o nome civil dos participantes. O objeto (mesmo nome de “atividade”) é facultativo, mas o nome civil da pessoa que exerce a atividade, ou dos sócios que optaram por “firma social” ou “firma coletiva”, é obrigatório. O nome do empresário individual pode estar completo ou abreviado: João da Silva ou J. Silva, Álvaro Dias, ou A. Dias, por exemplo. Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Havendo nome igual já registrado ou para aqueles casos em que o empresário tem nome muito comum, pode-se aditar ao nome designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de negócio que o diferencie do outro já existente: 1. José da Silva, rei do mel, José da Silva Zangão ou José da Silva, apicultor. 2. J. S. rei do mel – EIRELI; J. Silva Zangão – EIRELI ou José da Silva, apicultor - EIRELI. Obs.: Não pode ser abreviado o último sobrenome, nem ser excluído qualquer dos componentes do nome. Não constituem sobrenome e não podem ser abreviados: FILHO, JÚNIOR, NETO, SOBRINHO etc., que indicam uma ordem ou relação de parentesco. Exemplos: 1. José Carlos da Silva Filho ou J. Carlos da Silva Filho ou José C. da Silva Filho ou José Carlos da Silva Filho Mercearia. 2. Nathalie Rocha Barreto ou N R Barreto ou N. R. Barreto ou Nathalie R Barreto 3. Não é necessária a indicação de pontos nas abreviaturas, o uso, entretanto, não invalida a informação. Exemplo: N R Barreto ou N. R. Barreto EIRELI b) Firma Social (ou firma coletiva) Só para sociedades O nome da sociedade empresária será criado usando-se o nome de um sócio ou os nomes dos sócios. Pode ser completo ou abreviado, igualzinho estudado na firma individual. Pode-se também abreviar o nome de um sócio e, quanto ao nome dos demais sócios, ao invés de colocá-los usa-se a expressão “e companhia”, ou “e Cia” (significando que há outros sócios na sociedade). Exemplos: 1. Pedro Simão e André Barroso ou P. Simão e A. Barroso. 2. Pedro Simão e Companhia. 3. Pedro Simão e Cia. Obs.: Quando a expressão Companhia está no início do nome significa que aquela é uma sociedade anônima. Exemplo: Companhia Vale do Rio Doce (companhia está no início do nome). É, portanto, uma S.A. Mas no exemplo acima “e Cia” está no fim, significando que, além do Pedro há outro (s) sócio (s). Podemos perguntar: é obrigatório acrescentar mais alguma coisa? A gente está falando de firma social. Na mesma proporção que acontece com a firma individual, acontece aqui. O acréscimo não é obrigatório. É facultativo. E o que vai acrescentar? Uma designação mais precisa do objeto social, vai indicar qual é o tipo de sociedade explorada por aquela sociedade: 1. Pedro Simão e André Barroso Apicultura ou P. Simão e A. Barroso Comandita simples. 2. Pedro Simão e Companhia Sociedade em nome coletivo. 3. Pedro Simão e Cia, confecção de uniformes, Ltda. 3 c) Denominação Vimos que firma social é composta pelo nome dos sócios. Na denominação, a regra geral é usar na composição do nome empresarial, um elemento fantasia. Exemplos: Globex, Pingo de Ouro, Pena Branca, Alta tensão, Primavera, etc. Quando você se depara com elemento fantasia é porque, com certeza, aquele nome é da modalidade denominação. Em todos os exemplos de denominação deve existir o objeto e pode ser acrescentado um elemento fantasia. O elemento obrigatório na denominação é o objeto social. A denominação precisa apontar o objeto, o ramo em que aquela atividade vai ser desenvolvida Exceção: Na Lei Complementar n° 123/2006 (lei das microempresas e empresas de pequeno porte), o art. 72 diz que estas empresas que adotarem firma ou denominação estão dispensadas de incluir o objeto social (a não ser que queira). Art. 72. As microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos da legislação civil, acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões “Microempresa” ou “Empresa de Pequeno Porte”, ou suas respectivas abreviações, “ME” ou “EPP”, conforme o caso, sendo facultativa a inclusão do objeto da sociedade. É pergunta típica de concurso: o examinador dá um nome fantasia e pergunta algo: “A Companhia Secos e Molhados é: firma social (firma coletiva)? firma individual? ou denominação?.” Ora, ‘Secos e Molhados’ está presente o elemento fantasia, só pode ser denominação. Então, para identificar a denominação iremos observar a existência do elemento fantasia. Obs.: Na S.A. poderemos ter nome de sócio (firma), mas como medida excepcional. E quais são as hipóteses que nós podemos citar o nome do sócio? Quando for para homenagear aquele sócio que contribuiu para o sucesso da sociedade, homenagear outra pessoa ou o acionista fundador. Então, como forma de honraria, como forma de homenagem, nós vamos colocar o nome do sócio, é uma medida excepcional, exemplo: Mendes Júnior Engenharia S.A.; Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou"companhia", por extenso ou abreviadamente. Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. E a designação do objeto social? É facultativa ou é obrigatória? É isso que cai na prova. Aqui é obrigatória! Quando se tem uma denominação, a designação do objeto social é obrigatória. Você tem que colocar o ramo de atividade: Globex utilidades S.A. (Ponto Frio); Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar). FIRMA SOCIAL DENOMINAÇÃO Composição: � Nome (s) do (s) Sócios Composição: � Regra geral: Elemento fantasia � Exceção: Nome (s) do (s) sócio (s) Só se aplica firma social quando a sociedade tem sócio com responsabilidade ilimitada. Exemplo: sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples Exceção: sociedade limitada Só se aplica denominação quando a sociedade tem sócio com responsabilidade limitada. Sociedade Anônima e Sociedade Limitada. Não é obrigatória a designação do objeto social. Deve conter a designação do objeto social A assinatura será a reprodução do nome empresarial. A assinatura será a assinatura pessoal do representante legal. 4 Assinatura: O administrador de uma sociedade que tem firma social. Na hora de assinar o contrato de locação em nome da sociedade, como ele deve assinar esse documento? A sociedade se chama “Álvaro Dias e Renato Gomes Ltda.” A assinatura tem que ser a reprodução do nome, da mesma forma na firma individual. Na denominação, não. Na hora de assinar, o administrador usará sua assinatura pessoal em cima da denominação impressa. 3. PRINCÍPIOS QUE REGEM O NOME EMPRESARIAL Art. 34 da Lei 8.934/94. Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. Princípio da Novidade Também aparece no art. 1.163 do CC. Isso significa que o nome empresarial deve se diferenciar de qualquer outro nome inscrito naquele registro. Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. Princípio da Veracidade O nome empresarial deve ser compatível com o objeto e, caso indique o nome dos sócios, tem que ser o dos sócios que efetivamente participam do empreendimento. Portanto, este princípio é verificado sob dois aspectos: (i) veracidade quanto ao objeto e (ii) veracidade em relação ao quadro de sócios. A veracidade quanto ao objeto proíbe, por exemplo, que uma farmácia tenha o nome “Bar da embriagados Ltda.”. A veracidade quanto ao nome dos sócios pode ser verificado, por exemplo, no art. 1.165 do CC. Se um sócio falece ou se retira da sociedade, o nome dele deve ser retirado da firma, por respeito à veracidade. Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. Exceções ao Princípio da Veracidade (existem duas exceções): 1. Em relação à Sociedade Anônima: É possível que na Sociedade Anônima seja inserido o nome civil do fundador, ou de uma pessoa que tenha contribuído para aquele êxito, ou o nome de um arquiteto famoso que tenha construído a sede do empresário. Isso é visto como uma forma de homenagem, e vale apenas para a Sociedade Anônima. 2. Em relação aos Advogados: Os nomes dos escritórios de advocacia são firmas coletivas, formados pelo nome dos sócios, e mudar nome de escritório pode ser uma situação dramática. É possível, conforme o Estatuto da OAB, e desde que haja previsão no estatuto social, que, caso um sócio faleça, o nome dele seja mantido na firma, para não ter que mudar o nome do escritório. ACRÉSCIMOS LEGAIS AO NOME EMPRESARIAL É preciso indicar o tipo adotado. Ou seja, ao final da firma ou da denominação, deve ser incluído “Limitada”, “S.A.”, “Eireli”, “Cooperativa” (ou as abreviações). Em havendo enquadramento na LC n° 123/2006, deve-se acrescentar ao final “microempresa”, ou “empresa de pequeno porte” (ou as abreviações, que são ME ou EPP, respectivamente). Ex.: Bar dos Silvas Ltda. EPP. Ocasionalmente, ocorrem outras designações. Ex.: Bar dos Silva Ltda. em recuperação judicial (conforme lei 11.101/2005); ou massa falida de Bar dos Silva Ltda. (para empresários com falência decretada); ou Bar dos Silva Ltda. em liquidação (para empresários que entraram em dissolução e serão liquidados para serem extintos). 5 4. PROTEÇAÕ AO NOME EMPRESARIAL A Lei 8.934/94, que é a Lei de Registros Públicos de Empresas Mercantis, no seu art. 33, diz o seguinte: Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. “A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do registro do empresário ou da sociedade empresária na Junta Comercial.” Quando o empresário ou a sociedade empresária faz o registro na junta comercial, automaticamente, o nome empresarial está sendo protegido. Tal proteção é no âmbito estadual, pois a junta comercial é órgão estadual. Isso está no art. 1.166, do Código Civil: Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Obs.: Nome empresarial não é a mesma coisa que marca. O nome empresarial está identificando o empresário individual ou a sociedade empresária. Já a marca, não identifica o empresário ou a sociedade empresária, a marca identifica o produto ou o serviço. O registro da marca é feito no INPI, que é órgão federal. Quando você protege uma marca, você a está protegendo em todo território nacional porque o órgão registrador é federal. � Nome empresarial – proteção no âmbito estadual � Marca – proteção no âmbito federal 4. TÍTULO DO ESTABELECIMENTO Nome empresarial é diferente de titulo de estabelecimento. O nome empresarial, como vimos, identifica o empresário ou a sociedade empresária. O título de estabelecimento é um apelido comercial dado a um estabelecimento empresarial. Exemplos: Pão de Açúcar; Ponto Frio, Faceburguer. Companhia Brasileira de Distribuição é um nome empresarial. É uma sociedade anônima (olha a expressão ‘companhia’ no início). Só que essa sociedade tem vários estabelecimentos: “Pão de Açúcar”. É o título de estabelecimento. O nome da sociedade é Companhia Brasileira de Distribuição. Outro exemplo: Globex Utilidades S.A. é o nome empresarial. É uma denominação pela presença do elemento fantasia e porque é S.A. (S.A. só pode ter denominação). Qual é o apelido dado a este estabelecimento? Ponto Frio. A Pessoa Jurídica é Globex S.A, Ponto Frio é o nome do estabelecimento. Outro exemplo: espalhado por vários estados brasileiros temos várias lanchonetes com o título do estabelecimento “Faceburguer”, porém, ao ver a firma individual ou razão social, constataremos que o título do estabelecimento é o mesmo para sujeitos diferentes. No Rio de Janeiro há Faceburguer de Campo Grande (para a firma individual Rafaella V. Villela Coutinho), já em Anápolis temos Faceburguer Sanduicheiria (para a firma individual Delurdes Maria da Silva Gomes). Vimos que o nome empresarial se protege com registro do empresário individual ou da sociedade empresária na Junta Comercial e que a marca se protege com registro no INPI. E o título de estabelecimento, tem proteção legal? Não. Não temos como proteger o título de estabelecimento. 6 Não há como registrar isso. Diferente do que acontece com o nome e a marca, que têm órgãos próprios para registro, título de estabelecimento não é registrável. Não tem proteção legal. O máximo que a lei faz para o título do estabelecimento é entender que o uso indevido do título pode gerar crime de concorrência desleal. Caso o empresário queiraproteger nacionalmente seu nome, basta que requeira a extensão desta propriedade, como diz o parágrafo único do artigo acima. Garantindo esta regra, o artigo 5°, XXIX da CRFB assim dispõe: (...) XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. (...) A Lei 9.279/96, no artigo 124, adiante transcrito, estabelece previsão relevante sobre este tema; o artigo 36 da Lei 8.934/94, dispõe que: Art. 36 da Lei 8.934/94: Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder. E, por fim, os artigos 61 e 62 do Decreto 1.800/96 assim mencionam: Art. 61. A proteção ao nome empresarial, a cargo das Juntas Comerciais, decorre, automaticamente, do arquivamento da declaração de firma mercantil individual, do ato constitutivo de sociedade mercantil ou de alterações desses atos que impliquem mudança de nome. § 1º A proteção ao nome empresarial circunscreve-se à unidade federativa de jurisdição da Junta Comercial que procedeu ao arquivamento de que trata o caput deste artigo. § 2º A proteção ao nome empresarial poderá ser estendida a outras unidades da federação, a requerimento da empresa interessada, observada instrução normativa do Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC. § 3º Expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perderá a proteção do seu nome empresarial.” Art. 62. O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e identificará, quando assim o exigir a lei, o tipo jurídico da sociedade. § 1º Havendo indicação de atividades econômicas no nome empresarial, essas deverão estar contidas no objeto da firma mercantil individual ou sociedade mercantil. § 2º Não poderá haver colidência por identidade ou semelhança do nome empresarial com outro já protegido. § 3º O Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC, através de instruções normativas, disciplinará a composição do nome empresarial e estabelecera critérios para verificação da existência de identidade ou semelhança entre nomes empresariais.” Obs.: O Registro Empresarial, o DREI - órgão que substituiu o Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC). Assim, a proteção se atém aos limites do registro, da mesma classe, pois do contrário não há, em regra, potencial de confusão no mercado, muito menos para a clientela, que mal tem acesso ao nome empresarial. Por isso, se for caso de proteção, prevalecerá aquele que foi registrado antes, pelo princípio da anterioridade, que aqui tem vigência. Veja, então, que a semelhança, homógrafa ou homófona, pode ser admitida, e quando for, coexistirão os nomes semelhantes ou iguais; mas esta coexistência só é admitida quando a atividade for diversa, e se for acrescentada alguma característica distintiva ao nome (de preferência, aludindo 7 à atividade diversa) do que veio ao registro por último. Esta é a aplicação do princípio da especialidade. A ação cabível contra aquele que usa o nome empresarial é de abstenção de uso, ordinária de não fazer, cumulada com pedido de indenização. 5. ALIENAÇÃO DO NOME O caput do art. 1.164 diz de forma veemente que o nome empresarial não pode ser alienado. Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. O parágrafo único do art. 1.164 do CC, contudo, pode trazer confusão. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. Venda de estabelecimento é ato de trespasse. Contudo, apesar do acima escrito, com a venda do estabelecimento, ainda assim, não se pode vender o nome empresarial. Explica-se: o caput usou o gênero, dizendo que o nome social não pode ser objeto de alienação. Dentro do nome empresarial estão incluídos “firma” e “denominação”; logo, nenhum dos dois pode ser vendido. Mas se houver trespasse, havendo a venda do estabelecimento, pode ser feita cessão de uso do nome (pode-se constatar isso no trecho “usar o nome do alienante”). Ou seja, o parágrafo único do art. 1.164 permite, em caso de trespasse, não a venda do nome empresarial, mas sim a cessão do mesmo (permite-se o uso do nome empresarial). 6. AÇÃO DE ANULAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL Até quando pode se entrar com uma ação de anulação do nome empresarial, caso alguém se sinta prejudicado ou constante violação? Resposta: a qualquer tempo. O legislador não estipulou um prazo para que se ingresse com ação de anulação do nome empresarial. Art. 1.167, CC. Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. 7. CANCELAMENTO DO NOME EMPRESARIAL Hipóteses: art. 1.168, CC: vai ser cancelado se houver requerimento de qualquer interessado ou se a sociedade se liquidar (após a baixa no registro). Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu. Na Lei de Registro Público de Empresas Mercantis (lei 8.934/94), seu art. 60 traz a possibilidade da Junta Comercial cancelar, de ofício, o nome empresarial. Se a pessoa jurídica passar 10 anos consecutivos sem fazer averbação no órgão de registro, a Junta entende que a sociedade está inativa, e não faz jus à proteção. Obviamente que tal ato deve ser precedido de notificação, para saber se a sociedade ainda se encontra em atividade. Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento. § 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial. § 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo. § 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias. § 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição. Como a proteção ao nome empresarial decorre do registro, se este é cancelado, perde-se a proteção. 8 Podemos usar como regra o seguinte: na existência de responsabilidade ilimitada haverá uso da FIRMA na existência de responsabilidade limitada usa-se a DENOMINAÇÃO. Porém teremos quatro exceções: EIRELI, embora seja responsabilidade limitada pode optar entre firma e denominação 980-A §1º do CC. LTDA, embora seja responsabilidade limitada pode optar entre firma e denominação, artigo 1158 do CC. Cooperativa só pode usar denominação, artigo 1159 do CC. S.A. permite-se o uso de firma para homenagear alguém, parágrafo único do artigo 1160 do CC. Tipo societário (ou empresário individual) Firma Denominação Responsabilidade dos Sócios ou do Sujeito Composição capital social Empresário individual (art.1156 CC) Sim Não Responsabilidade ilimitada do empresário individual Todo seu patrimônio Sociedade simples (pura) Terá apenas nome - atividade é simples tal sociedade não tem nome empresarial (parágrafo único do 1155 CC) Sim Sim Responsabilidade limitada para cada sócio Cotas/quotas Sociedade LTDA (artigo 1.158, CC) Sim Sim Responsabilidade limitada para cada sócioCotas/quotas Cooperativa (artigo 1.159 CC) Não Sim Responsabilidade limitada para cada cooperado, porém podem assumir responsabilidade ilimitada caso os cooperados assim o desejem artigo 1095 do CC Cotas/quotas Sociedade anônima ou S.A. (art. 1160 CC) Não Sim Responsabilidade limitada para cada sócio Ações Sociedade em conta de participação (art.1162) Não tem nome Não tem personalidade jurídica, por isso não tem nome empresarial objeto social é exercido unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade Sociedade em comandita por ações (art.1161) Sim Sim Responsabilidade limitada para cada acionista e Resp. ilimitada para o acionista diretor Ações Sociedade em nome coletivo (art.1162) Sim Não Responsabilidade ilimitada para cada sócio (só pode ser pessoa física) Cotas/quotas Sociedade comandita simples (art.1157) Sim Não Responsabilidade limitada comanditário e Resp. ilimitada para sócio comanditado (só pode ser pessoa física) Cotas/quotas EIRELI 980-A §1º Sim Sim Responsabilidade limitada do empresário individual Patrimônio da EIRELI 9 DO NOME EMPRESARIAL (artigos do CC) Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando- lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. § 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. § 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. § 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade. Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa". Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação. Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial. Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu. 10 LEI Nº 9.279/96. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Art. 124. Não são registráveis como marca: I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação; II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva; III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e veneração; IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o registro pela própria entidade ou órgão público; V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos; VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva; VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda; VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo; IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que possa falsamente induzir indicação geográfica; X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina; XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza; XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no art. 154; XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do evento; XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país; XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores; XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico singular ou coletivo, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores; XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou associação, salvo comconsentimento do autor ou titular; 11 XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação com o produto ou serviço a distinguir; XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia; XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestirem de suficiente forma distintiva; XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico; XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro; e XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com aquela marca alheia.
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