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Resumo IED

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SEMANA AULA 01 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO 
ESTUDO DO DIREITO. 
 
- Finalidades da Introdução ao Estudo do Direito: 
• Fornecer uma visão global do Direito; 
• Demonstrar que as disciplinas jurídicas se complementam, ainda que haja 
autonomia doutrinária; 
• Estabelecer o sentido do vocabulário jurídico. O Direito, por ser uma 
ciência, possui linguagem própria; 
• A IED é o elo entre a cultura geral e a jurídica; 
• Fornecer as noções básicas do método jurídico. 
 
O que é Direito? Qual sua importância na sociedade? 
É o justo, o que está de acordo com a lei. É a capacidade que se tem de praticar 
ou não praticar um ato. O benefício que se tem de exigir de quem quer que seja, 
em proveito próprio, que pratique ou deixe de praticar algum ato. E, do mesmo 
modo, Direito é o conjunto de normas jurídicas em vigor em um país. 
 
O Direito é uma ordem da conduta humana. Uma "ordem" é um sistema de 
regras. O Direito não é, como às vezes se diz, uma regra. É um conjunto de 
regras que possui o tipo de unidade que entendemos por sistema. É impossível 
conhecermos a natureza do Direito se restringirmos nossa atenção a uma regra 
isolada. As relações que concatenam as regras específicas de uma ordem 
jurídica também são essenciais à natureza do Direito. "Apenas com base numa 
compreensão clara das relações que constituem a ordem jurídica é que a 
natureza do Direito pode ser plenamente entendida". 
 
O Direito é um fato ou fenômeno social que não existe senão na sociedade. O 
Direito estabelece os limites de ação de cada um de seus membros. 
 
O estudo da Introdução ao Estudo do Direito é a base que possibilita a 
construção de uma consciência jurídica e familiariza o estudante com a Ciência 
do Direito, introduzindo a terminologia técnico-jurídica necessária para a longa e 
agradável caminhada, rumo à sedimentação de seu conhecimento jurídico. 
 
Todas as leis tem caráter de obrigatoriedade? Não, algumas apenas 
conceituam determinadas situações (ex.: Art. 14, CP), outras apenas permitem 
que façamos alguma coisa, são uma possibilidade, uma faculdade (ex.: Art. 5º, 
IV, CF – livre manifestação do pensamento). 
 
Direito como um fato social 
"O fato social direito é a fonte principal das normas que regulam nosso 
comportamento enquanto vivendo em sociedade." 
 
Ato Jurídico X Fato Jurídico 
- Fato: qualquer acontecimento. 
- Fato jurídico: qualquer acontecimento regulado pelo direito (LEI). É um 
acontecimento especial, porque o direito regulou aquele acontecimento. 
 
- Ato: qualquer acontecimento originado de nossa vontade. 
Ex.: namoro. 
 
- Ato jurídico: qualquer acontecimento originado de nossa vontade e regulado 
pelo direito. 
Ex.: casamento. 
 
 
SEMANA AULA 02 - A SOCIEDADE E O DIREITO - RELAÇÃO DE 
DEPENDÊNCIA. 
 
 
O direito e a moral 
O que é moral? São os valores culturais de cada sociedade, regras de convívio. 
Nem todas as regras morais são regras jurídicas. A semelhança é que ambas 
são formas de controle social. 
A moral é autônoma (surge do próprio indivíduo), enquanto o direito é 
heterônomo (imposto por um indivíduo exterior a ele). 
 
 
 
Uma das notas fundamentais do Direito é a coercibilidade. Entre os processos 
que regem a conduta social, apenas o Direito é coercível. 
 
A via normal de cumprimento da norma jurídica é a voluntariedade do 
destinatário, a adesão espontânea. Ou seja, o certo é que todos cumpram a lei 
espontaneamente. Mas, se isso não acontece, a coação se faz necessária, 
essencial à efetividade da norma. 
 
A Moral, por seu lado, não possui este elemento coativo. É incoercível. Nem por 
isso as normas da Moral social deixam de exercer certa intimidação. Consistindo 
em uma ordem valiosa para a sociedade, é natural que o descumprimento de 
seus princípios provoque uma reação por parte dos membros que integram o 
corpo social. 
 
 
 
Moral X Ética: A moral está mais relacionada aos costumes, sendo um conjunto 
de regras aplicadas no cotidiano, orientando cada indivíduo, norteando seus 
comportamentos e julgamentos. Os valores são pré-estabelecidos pela própria 
sociedade. A ética, por sua vez, está mais ligada a o “modo de ser”, ao “caráter” 
do indivíduo. É um tipo de postura que se refere a um modo de ser, à natureza 
da ação humana. 
 
 
A influência da moral no Direito 
 
Os campos da Moral e do Direito entrelaçam-se e interpenetram-se de diversas 
maneiras. As normas morais tendem a converter-se em normas jurídicas. 
 
A principal diferença entre a Moral e o Direito está objetivamente na sanção 
(punição). 
 
A moral, em razão do fim a que se destina, só permite sanções de foro íntimo 
(remorso, arrependimento, desgosto íntimo, sentimento de reprovação geral). 
Mas, sob o aspecto social, essa sanção não é eficaz, porque não se submetem 
a ela aqueles que não tenham consciência ética. 
 
O Direito, ao contrário, tem na sanção um mecanismo eficaz para coagir os 
indivíduos. Sem esse elemento coercitivo, não existiria segurança nem justiça 
eficazes para a humanidade. 
 
Obs.: Teoria dos Círculos: 
 
 
O Direito como instrumento de controle social 
 
Para que a sociedade sobreviva é necessário que os conflitos sejam resolvidos 
(compostos) e para tanto, os membros dos grupos sociais dispuseram de vários 
meios com o objetivo de estabelecer limites às ações humanas e promover o 
equilíbrio à sociedade. Vejamos dois desses meios: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMANA AULA 03 – A HISTÓRIA DO PENSAMENTO JURÍDICO. 
 
Direito Natural – O Jusnaturalismo 
 
Chama-se jusnaturalismo a corrente de pensamento que reúne todas as ideias 
que surgiram, no decorrer da história, em torno do direito natural. Acredita-se 
que existe uma ordem superior àquela escrita, e que seria a expressão do Direito 
justo. 
 
Direito Natural X Direito Positivo 
 
O Direito Natural é um direito espontâneo, não escrito, que se origina na própria 
natureza social do homem e é revelado pela conjugação da experiência e razão. 
É o direito justo por natureza. É constituído por um conjunto de princípios, e não 
de regras, de caráter universal, eterno e imutável. Ex.: O direito à vida e à 
liberdade. 
 
O Direito Positivo é aquele institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica 
obrigatória em determinado lugar e tempo. Ex.: A Constituição Federal e as leis. 
 
Quando o Direito Positivo é criado sem a observância do Direito Natural é que 
são criadas as leis injustas. O Direito Natural tem como premissa de que o juízo 
de valor prevalece sobre a lei positiva. 
 
O Direito Natural possui três vertentes básicas: 
1) É uma lei estabelecida pela vontade divina – É a concepção teológica 
(religiosa) do Direito Natural. Os deuses seriam os responsáveis pela criação 
das regras de conduta, que irão disciplinar a vida em sociedade, sendo as 
autoridades humanas meras porta-vozes desta vontade superior; 
 
2) É uma lei natural, aplicável universalmente – É a concepção cosmológica do 
Direito Natural. A realidade não é mais vista como uma emanação da vontade 
divina e sim como resultado de uma racionalidade observada no próprio 
funcionamento da natureza, cujos fenômenos podem ser explicados 
racionalmente. 
 
3) É uma lei racional ou individualista – É a concepção racionalista do Direito 
Natural. Como ser dotado de racionalidade, o homem lança mão de seu intelecto 
e da experiência na organização da sociedade política e na produção do Direito 
Positivo, que deve obedecer a parâmetros gerais ditados pela razão humana. 
 
 
O declínio do Direito Natural 
 
No Século XIX deu-se, pela primeira vez, uma separação rigorosa entre o Direito 
e a Moral. Com as revoluções burguesas da segunda metade do Século XVIII, 
principalmente a Revolução Francesa de 1789, afirmaram-se princípios jurídicos 
como legalidade, separação dos poderes e isonomia. Deixaram de lado fontes 
históricas tradicionais,como o Direito Costumeiro e o próprio Direito Natural, 
tidas como casuísticas e irracionais. 
 
Assim, investiu-se na racionalização e sistematização do Direito, cujo documento 
referencial foi o “Código de Napoleão” (Código Civil Francês de 1804), base do 
positivismo jurídico francês. O debate jurídico passou a girar em torno do 
formalismo e do legalismo de correntes do positivismo jurídico. 
 
 
O POSITIVISMO JURÍDICO 
 
Surgiu em decorrência da racionalização e sistematização do Direito, afastando 
as considerações de ordem moral, que impossibilitavam a criação de um direito 
impessoal e igual para todos. 
 
Em seu afã de focalizar apenas os dados fornecidos pela experiência, o 
positivismo despreza os juízos de valor, para se apegar apenas aos fenômenos 
observáveis. 
 
Traço marcante do positivismo é o total ceticismo em relação ao ideal de justiça. 
Para os positivistas, fora o direito reconhecido pelo Estado e em suas leis, não 
há direito. 
 
O direito identifica-se com o direito estatal, na dependência da vontade do 
legislador, na tradição europeia continental ou nos precedentes jurisprudenciais, 
na tradição anglo-saxônica do Common Law (Direito Comum). Os casos são 
resolvidos com base no texto legal e também com base nas decisões proferidas 
em casos anteriores. 
 
 
As correntes do positivismo jurídico 
 
As ideias positivistas são provenientes de duas escolas principais: Escola da 
Exegese (França) e o Pandectismo Jurídico (Alemanha). 
 
A Escola da Exegese tinha caráter formalista, legalista, codicista e livre de 
qualquer aspecto moral ou fático. Defendia que somente o Estado poderia criar 
o direito. Foi assim intitulada porque o seu objeto de estudo era o Código de 
Napoleão, sendo a palavra “exegese” sinônimo de “interpretação”. Para esta 
escola, o código tinha solução para todos os problemas. 
 
O Pandectismo Jurídico (Jurisprudência Conceitual) se identificava com as 
premissas metodológicas (formalismo, sistematicidade etc) da Escola da 
Exegese mas, diferente desta, era uma escola que se identificava não com o 
Código de Napoleão e sim com a doutrina, representada por grandes juristas. 
Defendia a imperatividade dos conceitos jurídicos como, por exemplo, “direito 
objetivo”, “direito subjetivo”, “propriedade”, “obrigação”, etc, formados a partir da 
generalização dos casos solucionados pela jurisprudência romana da 
Antiguidade. Esta escola deu origem aos fundamentos da Teoria Geral do 
Direito. 
 
 
O NORMATIVISMO JURÍDICO 
 
As tendências de perfil factualista dominavam o debate jurídico das primeiras 
décadas do Século XX, quando surgiu a figura de um autor austríaco, chamado 
Hans Kelsen, que mudará por completo o foco do debate da Teoria Geral do 
Direito, ao questionar tais enfoques, investindo da proposta de construção de 
uma metodologia própria para a Ciência do Direito. 
 
O divisor de águas foi a teoria normativista do austríaco Hans Kelsen, com sua 
“Teoria Pura do Direito”. O normativismo kelseniano consiste basicamente na 
defesa da construção de parâmetros metodológicos próprios para a ciência do 
Direito, expressos na denominada Teoria Pura do Direito, que não fossem uma 
mera importação das ciências sociais e humanas do século XIX, tampouco a 
reprodução dos paradigmas teóricos próprios das ciências naturais e exatas. 
 
Com base na Teoria Geral do Estado para desenvolver uma teoria sobre o 
ordenamento jurídico, Kelsen partiu da premissa de que o direito representa uma 
expressão formal da soberania estatal, não sendo um produto da natureza ou de 
fatos e sim um resultado da vontade política do Estado. 
 
A ordem jurídica formaria uma pirâmide normativa e hierarquizada, onde cada 
norma se fundamentaria em outra e a chamada Norma Fundamental legitimaria 
toda a estrutura normativa. O objeto da Ciência do Direito seria o estudo apenas 
da norma jurídica. 
 
A teoria pura do Direito 
 
Kelsen adotou uma ideologia essencialmente positivista no setor jurídico, 
desprezando os juízos de valor, rejeitando a ideia do Direito Natural, combatendo 
a metafísica. A teoria que criou se refere exclusivamente ao Direito Positivo. O 
Direito seria um grande esqueleto de normas, comportando qualquer conteúdo 
fático e axiológico. 
 
Para Kelsen, justiça é a aplicação da norma jurídica ao caso concreto. A justiça 
seria apenas um valor relativo. 
 
O centro de gravidade da Teoria Pura localiza-se na norma jurídica. A norma 
jurídica expressa, pela versão definitiva de Kelsen, um mandamento, um 
imperativo: “Se A é, B dever ser”, em que “A” constitui um suposto e “B”, a 
consequência. 
 
O conteúdo da norma, para Kelsen, não influencia em sua validade, que observa 
somente a forma de produção. A aferição (medição) da validade da norma 
jurídica não se deveria à prescrição nela contida, mas sim à sua posição 
topográfica na estrutura do ordenamento jurídico e a sua harmonia com as 
demais normas. 
 
A questão do conteúdo da norma somente tem relevo na Teoria Pura do Direito 
para fins de aferição de validade normativa, em função de um parâmetro de 
autoridade hierárquica das normas: o conteúdo das normas superiores no 
ordenamento é determinante do conteúdo das normas inferiores. 
 
A pirâmide jurídica e a Norma Fundamental 
 
A estrutura normativa, objeto da ciência do Direito, apresenta-se hierarquizada. 
As normas jurídicas formam uma pirâmide apoiada em seu vértice, estando no 
ápice a Norma Fundamental (Norma Hipotética). 
 
A graduação da pirâmide pode ser assim demonstrada: Norma Fundamental, 
constituição, lei, sentença, atos de execução. 
 
Crítica: O que seria Norma Fundamental? Estado e Direito são iguais? 
 
 
A TEORIA TRIDIMENSIONAL DE MIGUEL REALE 
 
Para Miguel Reale, o direito é a síntese histórica de dois elementos pertencentes 
a realidades diferentes: fato (econômico, geográfico, demográfico etc.) e valor 
(justiça, ordem, garantia etc.), concretizados dialeticamente na norma jurídica. 
 
Assim, o fenômeno jurídico, qualquer que seja a sua forma de expressão, requer 
a participação dialética do fato, valor e norma, ou seja, “um elemento de fato, 
ordenado valorativamente em um processo normativo”. 
 
 
 
O Direito é uma realidade cultural, porque é o resultado da experiência do 
homem. A bilateralidade é essencial ao Direito. A bilateralidade-atributiva é 
específica do fenômeno jurídico, de vez que apenas ele confere a possibilidade 
de se exigir um comportamento. 
 
 
SEMANA AULA 04 – O DIREITO COMO CIÊNCIA E SUA METODOLOGIA. 
 
DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO 
 
Direito Natural: considerado expressão da natureza humana ou dedutível dos 
princípios da razão, o direito natural foi sempre concebido, pelos defensores 
desta teoria, como superior ao direito positivo, como sendo absoluto e universal 
por corresponder à natureza humana. O direito natural consiste na permanente 
aspiração de justiça que acompanha o ser humano. 
 
Direito Positivo: o direito positivo é assim denominado porque é o que provém 
diretamente do estado (do latim jus positum: imposto, que se impõe), vem a ser 
também, a base da unidade do sistema jurídico nacional. 
 
Diferenças entre o Direito Positivo e o Direito Natural: o primeiro é o 
ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa determinada 
época; o segundo, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior 
e suprema. 
 
DIREITO SUBSTANTIVO E DIREITO ADJETIVO 
 
O Direito Substantivo (material) é o conjunto das regras criadas pelo estado 
que normatiza a vida em sociedade definindo relações jurídicas, constitui o 
chamado direito material. 
 
O Direito Adjetivo (processual) consiste nas regras de direito processual que 
regulam a existência dos processos, bem como o modo destes se iniciarem, se 
desenvolverem e terminarem. O direito formal ou "adjetivo" diz respeito à 
processualística, ou seja, à forma pela qual se aplicao direito material. 
 
Direito objetivo é composto pelas normas jurídicas, as leis, que devem ser 
obedecidas rigorosamente por todos os seres humanos que vivem na sociedade 
que adota essas leis. O seu descumprimento dá origem a sanções. 
 
O Direito subjetivo, também chamado facultas agendi (faculdade de agir), é o 
poder de exigir uma determinada conduta de outrem, conferido pelo direito 
objetivo, pela norma jurídica. 
 
Direito Absolutos e Relativos 
 
Os direitos absolutos são aqueles que se opõem de forma erga omnes (geral), 
irradiando efeitos em todos os campos e impondo à coletividade o dever de 
respeitá-los. Direitos relativos os que se opõem ou obrigam apenas os sujeitos 
da relação jurídica. 
 
Direito Patrimonial é aquele onde é possível a averiguação econômica do 
direito pretendido, como por exemplo, um dano a um veículo que gera danos 
materiais. Por outro lado, Direito Extrapatrimonial é aquele impossível de se 
aferir um valor econômico, pois inexistem critérios objetivos para tanto, como por 
exemplo, os direitos da personalidade (direito à imagem e direito à honra). 
 
Direitos Disponíveis são aqueles onde o titular poderá deles “abrir mão”, ou 
seja, não invocá-los, sendo até mesmo passíveis de transação (Ex.: Ter direito 
a uma reparação por danos morais e abrir mão desse direito ou então “trocá-lo” 
por outro). Direito Indisponíveis são aqueles tutelados pelo Estado e, mesmo 
que o titular não o queira, dele não poderá abrir mão (Ex.: Pagar alimentos aos 
filhos menores). 
 
Direitos Transmissíveis e Intransmissíveis – são os que podem ou não passar 
de um titular para outro, seja por absoluta impossibilidade do fato ou por 
determinação legal. Ex.: direitos reais e personalíssimos. 
 
Direito público e privado - os romanos utilizaram o critério da utilidade. Quando 
o objeto do direito era voltado para o interesse da coletividade este era tido como 
direito público, se o interesse era do particular este seria direito privado. 
 
 
REPÚBLICA = RES PUBLICA = COISA PÚBLICA 
 
O primeiro é o critério do conteúdo ou objeto da relação jurídica, também 
chamado de teoria dos interesses em jogo. Nesse critério, quando prevalece o 
interesse geral o direito é público, quando prevalece o particular o direito é 
privado. 
 
O segundo critério é relativo à forma da relação jurídica, ou teoria da natureza 
da relação jurídica. Assim, se a relação é de coordenação (partes envolvidas no 
mesmo patamar), trata-se, em regra, de direito privado. Se a relação é de 
subordinação trata-se, em regra, de direito público. O Estado é o subordinante 
(em regra) e a outra parte é o subordinado. 
 
Ramos do direito público: direitos constitucional, financeiro, tributário, 
internacional privado, administrativo, processual, ambiental, penal etc. 
 
Ramos do direito privado: direito civil, empresarial. 
 
 
1 - Supondo-se que o salário mínimo é fixado como obrigatório por lei, imagine-se um 
contrato de trabalho pelo qual trabalhador e empresário convencionam que o primeiro 
ganhará 2/3 do salário mínimo, visto que ele não tem mulher nem filho. É válido o 
acordo? Obviamente, não. O patrão terá que pagar de qualquer forma o salário mínimo, 
por se tratar de uma norma de ordem pública, de proteção ao trabalhador. Por outro 
lado, se recebo, por empréstimo, dois sacos de arroz, a lei (Código Civil) diz que sou 
obrigado a restituir esse gênero, na qualidade e quantidade recebidas. No entanto, 
quem me emprestou aceita que eu faça a devolução em sacos de milho. 
Os exemplos acima revelam uma diferença importante entre o Direito Público e o Direito 
Privado. Aponte-a e explicite-a. 
 
Sugestão de gabarito: Se recebo, por empréstimo, dois sacos de arroz, a lei diz 
(Código Civil) diz que sou obrigado a restituir esse gênero, na qualidade e quantidade 
recebidas. No entanto, quem me emprestou aceita que eu faça a devolução em sacos 
de milho. É válido o acordo? Sim, porque aqui estamos no terreno do Direito Privado, 
onde o particular pode exigir ou deixar de exigir o cumprimento da lei. A lei lhe dá a 
faculdade de agir, ou seja, o direito subjetivo dá-lhe a possibilidade de agir, deixando-
lhe, porém, iniciativa da ação. 
O Direito Público disciplina aos interesses gerais da coletividade, e se caracteriza pela 
imperatividade de suas normas, que não podem nunca ser afastadas por convenção 
dos particulares. Já o Direito Privado versa sobre as relações dos indivíduos entre si, 
tendo na supletividade de seus preceitos a nota característica, isto é, vigora apenas 
enquanto a vontade dos interessados não disponha de modo diferente que o previsto 
pelo legislador. 
 
2 - Partindo-se da afirmação de que o Direito Natural é o direito justo por excelência, 
fundado na natureza humana e/ou que tem origem na vontade divina, qual seria uma 
função possível do Direito Natural em relação ao Direito Positivo? 
 
Sugestão de gabarito - Direito Natural é o direito justo por excelência, fundado na 
natureza humana e ou que tem origem na vontade divina. O Direito Natural teria assim 
por função dar legitimidade ao Direito Positivo (ordenamento jurídico) que, por sua vez, 
para ser respeitado como válido deve conformar-se com os princípios do Direito Natural, 
entendido como aquilo que é devido como justo em virtude da natureza das coisas (Lei 
Natural);as normas emanadas da vontade divina; os direitos subjetivos que todos os 
homens, enquanto pessoas, devem desfrutar (Direitos Fundamentais, Direitos 
Humanos). 
 
 
SEMANA AULA 05 – TEORIA DA NORMA JURÍDICA. 
 
Norma jurídica: A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às 
ações dos indivíduos, das pessoas jurídicas e demais entes. É uma regra de 
conduta social; sua finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas 
relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a 
alguém, que é seu destinatário. 
 
Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social 
imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens. 
Paulo Nader conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de 
organização social. Segundo Orlando Secco, trata-se das regras imperativas 
pelas quais o Direito se manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de 
organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando-se ao 
estabelecimento da harmonia, ordem e da segurança da sociedade. 
 
As palavras “norma” e “regras jurídicas” são sinônimas. Existe distinção entre 
norma e lei. Esta é apenas uma das formas de expressão das normas, que se 
manifestam também pelo direito costumeiro e, em alguns países, pela 
jurisprudência. 
 
Considerando-se, todavia, as categorias mais gerais das normas jurídicas, 
verifica-se que estas apresentam alguns caracteres que, na opinião dominante 
dos doutrinadores, são: bilateralidade, generalidade, abstratividade, 
imperatividade, coercibilidade e heteronomia. 
 
Características gerais da norma jurídica 
1) Generalidade: Temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que 
obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da 
norma deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais 
perante a lei. 
 
2) Abstratividade: As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão 
de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como 
ocorrem, via de regra, no seu denominador comum. Se abandonassem a 
abstratividade para regular os fatos em sua casuística, os códigos seriam muito 
mais extensos e o legislador não lograria seu objetivo, já que a vida em 
sociedade é mais rica que a imaginação do homem. 
 
3) Bilateralidade: O Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, 
conferindo poder a uma parte e impondo um dever à outra. Bilateralidade 
expressa o fato de a norma possuir dois lados: um representado pelo direito 
subjetivo e o outro pelo deverjurídico, de tal modo que um não pode existir sem 
o outro, pois regula a conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de 
outro(s) sujeito(s). 
 
4) Imperatividade: Revela a missão de disciplinar as maneiras de agir em 
sociedade, pois o direito deve representar o mínimo de exigências, de 
determinações necessárias. Assim, para garantir efetivamente a ordem social, o 
Direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Tal 
caráter significa imposição de vontade e não simples aconselhamento. 
 
5) Coercibilidade: Possibilidade de uso da coação. Essa possui dois elementos: 
psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das 
penalidades previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas. O 
elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário 
da regra não a cumpre espontaneamente. As noções de coação e sanção não 
se confundem. Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a 
sanção é considerada, geralmente, medida punitiva para a hipótese de violação 
de normas. 
 
Lei em sentido formal e em sentido formal-material: em sentido formal é a 
que atende apenas aos requisitos de forma (processo regular de formação), 
faltando-lhe caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância 
jurídica. Ex.: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da lei que 
declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma. Em sentido formal-
material, a lei deve preencher os requisitos de substância e de forma. 
 
Lei Substantiva - Reúne normas de conduta social que definem os direitos e 
deveres das pessoas em suas relações. Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial, etc. 
 
Lei Adjetiva - Aglutina regras de procedimento no andamento de questões 
forenses. Ex.: Lei de Direto Processual Civil, Direito Processual Penal, etc. 
 
OBS.: As Leis substantivas são, em regra, principais; As adjetivas são de 
natureza instrumental. 
 
 
AS DIVERSAS CLASSIFICAÇÕES DA NORMA 
 
As normas jurídicas podem ser classificadas levando-se em consideração 
diversos aspectos, dentre eles: 
 
Quanto ao TIPO DE COMANDO – leva em consideração o tipo de comando nela 
contido. Dividem-se em: 
 
a) Norma imperativa ou cogente: É aquela que exige de seu destinatário 
uma conduta positiva ou uma ação, sendo antijurídica qualquer atitude 
diferente da prescrita na lei ou a omissão. Ex.: Lei que exige o 
recolhimento do imposto de renda. 
b) Norma proibitiva: Pressupõe uma omissão por parte do destinatário da 
prática da conduta prevista pela norma. Neste caso o que se exige é um 
“não agir” por parte do destinatário da norma. Ex.: Não matar – art. 121 
do CP. 
c) Norma supletiva: Este tipo de norma compreende aquelas situações em 
que a ordem jurídica cria um padrão de agir, mas permite ao destinatário 
optar por uma atuação diferente, de acordo com o princípio da autonomia 
privada. Ex.: Elaboração de legados ou testamentos. 
 
Quanto à AMPLITUDE – se refere ao alcance fático da hipótese contida na 
norma. Dividem-se em: 
 
 
Quanto ao ELEMENTO ESPACIAL – Na tipologia das normas, adota-se também 
um critério de abrangência territorial ou espacial, que está intimamente ligado às 
competências políticas em termos legislativos, fixadas pela Constituição e pelo 
Direito Internacional: 
 
a) Norma de Direito Internacional: As relações entre os Estados na ordem 
internacional contam com normas estabelecidas com base em tratados, 
convenções e costumes internacionais, cujo fundamento se encontra no 
princípio da “autolimitação da soberania”, segundo o qual, os Estados se 
submetem voluntariamente às regras de direito internacional, a elas 
aderindo e recepcionando no direito interno, de acordo com os pro-
cedimentos previstos na legislação de cada país. 
b) Norma de Direito Interno: De modo geral, a norma jurídica é associada 
à norma de direito interno, que é criada pelo Estado, no exercício do seu 
poder soberano, e que se impõe a todos que se encontram em seu 
território. A Constituição brasileira adotou a forma federativa de Estado, 
na qual são atribuídas competências legislativas aos entes públicos: 
União, Estados e Municípios. 
 
Quanto ao ELEMENTO TEMPORAL: leva-se em consideração seu período de 
vigência: 
 
 
Quanto aos EFEITOS SOBRE O FATO: Matéria que é objeto de discussão 
aprofundada no ponto sobre aplicação da lei no tempo, a incidência da norma 
jurídica sobre os fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor, também inspira 
uma classificação própria: 
 
 
 
 
 
Quanto às FONTES: a Teoria da Norma Jurídica é resultado de um tratamento 
genérico das diferentes fontes de direito e pretende identificar traços em comum 
entre elas, a fim de dar-lhes um tratamento padronizado. 
 
A classificação da norma segundo as fontes faz o caminho inverso, ao distinguir 
as normas em função da maneira como o direito se manifesta (lei, costume, 
analogia, princípios de direito, jurisprudência etc.). 
 
 
OS PLANOS DA VIGÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA DA NORMA 
 
Vigência 
É a porta de entrada de uma norma no ordenamento jurídico. 
 
Pra que a norma disciplinadora do convívio social ingresse no mundo jurídico e 
nele produza efeitos, indispensável é que apresente validade forma, isto é, que 
possua vigência. Esta significa que a norma social preenche os requisitos 
técnico-formais e imperativamente se impõe aos destinatários. 
 
A sua condição não se resume a vacatio legis, ou seja, ao decurso de tempo 
após a publicação. Assim, não basta a existência da norma emanada de um 
poder, pois é necessário que satisfaça a determinados pressupostos extrínsecos 
de validez. Se o processo de formação da lei for irregular, não tendo havido, por 
exemplo, tramitação perante o Senado Federal, as normas reguladoras não 
obterão vigência. 
 
Note-se que nem todas as leis possuem vacatio legis, pois ela poderá 
entrar em vigor tão logo seja publicada. Obs.: o Código Civil brasileiro de 
2002 teve um período de vacatio legis de 1 ano. 
 
Validade 
 
O campo da validade da norma jurídica situa-se em uma posição média entre a 
questão formal e material do direito. 
 
Levando-se em consideração que a norma inicialmente se incorpora à ordem 
jurídica (plano da vigência), a aferição da validade normativa consiste em 
verificar a compatibilidade da norma com o restante das normas do ordenamento 
jurídico. 
 
São hipóteses de invalidade das normas: 
 
 
Eficácia 
 
As normas jurídicas não são geradas por acaso, mas visando a alcançar certos 
resultados sociais. Como processo de adaptação social que é, o Direito se 
apresenta como fórmula capaz de resolver problemas de convivência e de 
organização da sociedade. 
 
O atributo eficácia significa que a norma jurídica produz, realmente, os efeitos 
sociais planejados. Para que a eficácia se manifeste, indispensável é que seja 
observada socialmente. 
 
A lei que institui um programa nacional de combate a determinado mal e que, 
posta em execução, não resolve o problema, mostrando-se impotente para o fim 
a que se destina, carece de eficácia. A rigor, tal lei não pode ser considerada 
Direito, pois este é o processo de adaptação social; é instrumento que acolhe a 
pretensão social e a provê de meios adequados. 
 
 
O desuso das leis e as leis anacrônicas 
 
Essas seriam situações excepcionais, em que uma norma jurídica é vigente, 
formalmente válida, mas não é socialmente aceita ou simplesmente não é 
aplicada no dia a dia. 
 
São leis em desuso ou leis anacrônicas, que têm o mesmo efeito em termos 
práticos (a ineficácia social da norma), mas que se diferenciam pelo aspecto 
temporal. 
 
 
 
 
 
 
SEMANA AULA 06 – TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
 
Ordenamento Jurídico - um conjunto hierarquizado de normas jurídicas que 
disciplinam coercivamente as condutas humanas, com a finalidade de alcançar 
a harmoniae a paz social. O legislador procura, por meio da criação de normas 
jurídicas, proteger os interesses juridicamente relevantes. 
 
Na atualidade, o sistema jurídico possui uma estrutura predominantemente 
dinâmica – hierarquização normativa e interdependência entre as normas – com 
traços estáticos – importância dos valores da norma. 
 
As normas jurídicas não existem isoladamente, tampouco atuam de forma 
solitária. Ao revés, fazem parte de um “sistema”, devendo ser analisadas e 
interpretadas sempre levando em consideração todo o ordenamento, de forma 
harmônica. 
 
Para Paulo Nader, o ordenamento jurídico compreende “o sistema de legalidade 
do Estado, formado pela totalidade das normas vigentes, que se localizam em 
diversas fontes”. 
 
Obs.: Princípio da plenitude (completude) do ordenamento jurídico – O 
ordenamento não pode deixar de oferecer solução a nenhum litígio ou conflito 
capaz de abalar o equilíbrio, a ordem e a segurança da sociedade. Dessa forma, 
para que isso não ocorra, poderá suprir as lacunas do próprio ordenamento com 
outras fontes do Direito. 
 
 
HIERARQUIA E CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS 
 
As normas de um ordenamento não estão todas em um mesmo plano. Há 
normas superiores e inferiores. As normas inferiores dependem das superiores. 
Subindo das normas inferiores até aquelas que se encontram mais acima na 
estrutura do ordenamento, chega-se enfim a uma norma suprema, que não 
depende de nenhuma outra norma superior, e sobre a qual repousa a unidade 
do ordenamento: a Norma Fundamental. 
 
 
 
Podemos situar as normas do ordenamento jurídico em diferentes graus de 
hierarquia. Eis uma das mais citadas concepções de hierarquia das normas do 
ordenamento jurídico brasileiro: 
 
1) Normas constitucionais: ocupam o grau mais elevado da hierarquia das 
normas jurídicas. Todas as demais devem subordinar-se às normas presentes 
na Constituição Federal, isto é, não podem contrariar os preceitos 
constitucionais. Quando contrariam, costuma-se dizer que a norma inferior é 
inconstitucional. 
 
2) Normas complementares: são as leis que complementam o texto 
constitucional. A lei complementar deve estar devidamente prevista na 
Constituição. Isso quer dizer que a Constituição declara, expressamente, que tal 
ou qual matéria será regulada por lei complementar. 
 
3) Normas ordinárias: são as normas elaboradas pelo Poder Legislativo em sua 
função típica de legislar. Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Tributário 
etc. 
 
4) Normas regulamentares: são os regulamentos estabelecidos pelas 
autoridades administrativas em desenvolvimento da lei. Exemplo: decretos e 
portarias. 
 
5) Normas individuais: são as normas que representam a aplicação concreta das 
demais normas do Direito à conduta social das pessoas. Exemplo: sentenças, 
contratos etc. 
 
Obs.: Há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária? O STF entende 
que não. Contudo, o STJ entende que a lei complementar é 
hierarquicamente superior em razão do seu quórum de aprovação. 
 
 
NORMAS, REGRAS E PRINCÍPIOS 
 
As normas jurídicas (gênero) se caracterizam por serem regras ou princípios 
jurídicos (espécies). 
 
As regras disciplinam determinada situação, podendo ser vislumbradas como 
“modos de agir” (padrão de comportamento). Quando tais fatos ocorrem, há 
incidência da norma. Não há meio termo. Ou existem ou não existem. 
 
Por sua vez, a palavra “princípio” exprime a ideia de começo, onde tudo se inicia. 
Princípios são as diretrizes gerais do ordenamento jurídico, sendo 
caracterizados como juízos abstratos de valor que orientam a interpretação e a 
aplicação do Direito. Violar um princípio é muito mais grave que violar uma 
norma. 
 
A diferença marcante entre as regras e os princípios, portanto, reside no 
seguinte: a regra cuida de casos concretos e os princípios norteiam uma 
multiplicidade de situações. O princípio da presunção de inocência, por exemplo, 
cuida da forma de tratamento do acusado bem como de uma série de regras 
probatórias (o ônus da prova cabe a quem faz a alegação, a responsabilidade 
do acusado só pode ser comprovada constitucional, legal e judicialmente etc.). 
 
Os princípios desempenham funções estratégicas, a saber: fundamentadora, 
interpretativa e supletiva ou integradora: por força da função fundamentadora 
dos princípios, é certo que outras normas jurídicas neles encontram o seu 
fundamento de validade. Os princípios, ademais, não só orientam a interpretação 
de todo o ordenamento jurídico, senão também cumprem o papel de suprir 
eventual lacuna do sistema (função supletiva ou integradora). 
 
Obs.: Art. 4º da LINDB – “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.” 
 
 
 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
Trata-se do poder de elaborar e modificar normas constitucionais. Portanto, é o 
poder de estabelecer uma nova Constituição de um Estado ou de modificar uma 
já existente. É a expressão da vontade suprema do povo, social e juridicamente 
organizado. São duas as espécies de poder constituinte: originário e derivado. 
 
O poder constituinte originário ou de primeiro grau é o poder de elaborar uma 
nova ordem constitucional, ou seja, de criar uma Constituição, quando o Estado 
é novo (poder constituinte originário histórico), ou de substituí-la por outra, 
quando o Estado já existe (poder constituinte originário revolucionário). Portanto, 
é um poder inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
 
Por sua vez, o poder constituinte derivado, instituído pelo poder constituinte 
originário, é subordinado e condicionado. Subdivide-se em reformador, 
decorrente e revisor. O reformador modifica as normas constitucionais por meio 
das emendas, respeitando as limitações impostas pelo poder constituinte 
originário (artigo 60 da CF).

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