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10S - DPA - Direito Publico Aplicado

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Direito Público Aplicado
Profa. Amanda Alves Almozara
1. Considerações Iniciais:
	1.1 Prova Regimental: caso prático. As notas ficarão disponíveis por 2 dias no blog dela e, caso haja, algum problema, enviar mensagem imediatamente a ela comentando.
	1.2 Contato: www.professoraamanda.com.br. Por lá, acessa-se ao blog e área de mensagens (contato).
	1.3 Conteúdo programático:
		- Princípios do Dir. Público;
		- Agentes públicos;
		- Atos administrativos;
		- Contratos administrativos (Lei 8.666/93);
		- Mandado de Segurança.
	1.4 Bibliografia: dentre todos que ela citou, selecionei os abaixo:
		- Direito Processual Constitucional
		Paulo Hamilton.
		- Direito Constitucional ao Alcance de Todos
		Uadi Lammêgo Bulos
		- Direito Constitucional Esquematizado
		Pedro Lenza
		- Curso de Direito Constitucional Positivo
		José Afonso da Silva
		- Direito Administrativo
		Maria Silvia Zanella
1. Considerações Iniciais
	O art. 1º da CF traz o nome oficial do país: República Federativa do Brasil, indicando para todos a sua soberania, possuindo como forma de governo, a República, e como forma de estado, a Federação.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:...
	O art. 18, da CF traz a organização do Estado, composto pelos Entes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. São pessoas titulares de direitos e deveres. São Pessoas Jurídicas de Direito Público, pois seu nascimento ocorreu na Constituição, que é um documento público, ou seja: nasceu de um ato público. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
	O art. 37 da CF, mais precisamente no inciso XIX, o Estado permite que os entes da Administração Pública criem pessoas para auxiliá-los.
	Assim, o Estado passa a ter dois tipos de administração: a Administração Pública Direta que são os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e a Administração Pública Indireta, que são as pessoas criadas pelo próprio Estado para auxiliá-lo (autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundações públicas).
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
	1.1 Personalidade jurídica vs. natureza jurídica: são diferentes.
		a) Personalidade jurídica refere-se a pessoa e o que a define é a forma do nascimento. No Direito é a resposta à pergunta: “que tipo de pessoa é”? Por exemplo: pessoa jurídica de direito público interno;
		b) Natureza jurídica: é a resposta à pergunta: “o que isso é para o Direito?” Por exemplo: uma garrafa de água é um objeto, mas para o Direito, a natureza jurídica da garrafa de água é um bem móvel.
	O nascimento de uma Pessoa Jurídica ocorre:
	a) por lei específica (monotemática), que é uma lei ordinária, para criar uma autarquia ou autorizar a criação da empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação pública, e;
	
	b) por meio do registro dos seus atos constitutivos;
	A CRIAÇÃO é dar vida somente mediante um ato constitutivo (lei), que é ato público, logo, a autarquia é uma Pessoa Jurídica de Direito Público. 
	A AUTORIZAÇÃO é apenas a concepção da empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação pública, enquanto o verdadeiro nascimento se dá por meio de atos constitutivos de cartório, logo, são Pessoas Jurídicas de Direito Privado.
	Em outras palavras:
- Autarquia: a lei específica cria diretamente - a partir de sua publicação, a autarquia já tem sua existência;
- Empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação pública: a lei específica somente autoriza – a partir de sua publicação inicia-se uma série de atos para sua existência. O Executivo (seja ele, federal, estadual ou municipal) promove, nos termos da legislação civil, a lavratura da escritura pública de instituição e a competente inscrição no Registro Civil de Pessoa Jurídicas, nos termos do CC, arts 62 a 69.
	CUIDADO: a Profa. Amanda sustenta que a Fundação Pública é Pessoa Jurídica de Direito Privado, mas há corrente doutrinária que sustenta ser Público. Atenção em provas de Concurso e OAB.
	Há as Fundações criadas por lei (ato público) e são chamadas de Fundação Autárquica ou Autarquia Fundacional. Por exemplo, o PROCON.
	Petrobrás é uma sociedade de economia mista. É possível comprar ações, tornar-se sócio.
	Em relação às imunidades, o Correios deve pagar IPTU? 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
	Os Correios são uma empresa pública que presta serviço público com monopólio. O STF entende que os Correios possuem imunidade em impostos, logo, não deve pagar o IPTU, em razão da prestação de serviço público e em caráter de monopólio. Nesta situação, ocorre a concessão de imunidade para Pessoa Jurídica de Direito Privado.
	A Caixa Econômica Federal (CEF) é uma empresa pública que explora atividade econômica não prestando serviço público, logo, não está no mesmo patamar que o Correios.
	
	A CEF e o Banco do Brasil, são concessionários de serviço público (exploram serviço público para obtenção de lucro). São excluídos da lista de imunidades por não prestarem serviço público.
2. Administração Pública: 
	É uma atividade que pretende exercer atividades públicas.
	“É a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos” (2011, p. 57).
	Administração Pública é o conjunto de pessoas, órgãos e agentes.
	2.1 Pessoas: são a União, Estado, Município, DF, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundações. 
	2.2 Órgão é o componente interno responsável por um determinado assunto. Compõe a pessoa jurídica – não são outra pessoa jurídica. É um setor do Estado responsável por uma tarefa (como em uma empresa privada, que tem o departamento de RH, Vendas, Compras, etc).
	2.3 Agentes Públicos: são aqueles que trabalham para o Estado em nome da Administração Pública. Agem em nome do Estado. Incorporam o Estado, personificando-o. São pessoas físicas.
	2.4 Quanto ao sentido, a Administração Pública divide-se em:
	a) Sentido subjetivo, formal ou orgânico: “é o conjunto de órgãos e de 	pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado” (2011, p. 58); 
	b) Sentido objetivo, material ou funcional: “é a atividade concreta e 	imediata que o Estado desenvolve, sob o regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos” (2011, p.57). 
	2.5 Quanto aos entes, a Administração Pública pode ser:
	a) Administração Direta ou Centralizada: exerce diretamente a atividade (União, Estados, DF e Municípios). É o exercício das atividades concentradas no Estado, também chamada de Administração Pública Direta.
	São “todos os órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas (União, 	Estados, Municípios e Distrito Federal), aos quais a lei confere o exercício 	de funções administrativas” (2011, p. 58).
	
	Pelo Decreto-lei nº 200/67 que dispõe sobre a Administração Federal, 	tem-se que:
Art. 4° A AdministraçãoFederal compreende:
 I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
Como, em sentido objetivo, a Administração Pública é predominantemente desenvolvida pelo Poder Executivo, ela pode ser entendida como sinônimo de Governo.
	b) Administração Indireta ou Descentralizada: São as personalidades jurídicas de direito público ou privado, às quais a lei conferiu a execução indireta de atividades administrativas. No Decreto-lei nº 200/67, inciso II, tem-se que a “Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria”:
	Entidade				Regime
 a) Autarquias				Direito Público
 b) fundações públicas			Direito Privado (há 					corrente que defende ser Público)
 c) Empresas Públicas			Direito Privado
 d) Sociedades de Economia Mista	Direito Privado
	
	E, não presentes neste artigo, mas igualmente entes da Administração Indireta:
			e) Agências reguladoras		Direito Público
			f) Fundações privadas		Direito Privado
	“Descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa física ou jurídica” (1 – p. 420). Em outras palavra, é a criação de uma nova pessoa. Decorre do princípio da eficiência, quanto mais setoriza, em tese, melhor será o serviço.
	
	2.6 Outros conceitos:
		a) Desconcentração: ocorre sempre que um ente da Administração Pública 	(União Estados, DF e Municípios) distribui, especializa atividades dentro de 	sua estrutura, criando departamentos/setores novos. Cada um é responsável por 	um assunto Não há criação de uma nova pessoa, cria-se um setor com tarefa 	específica e são chamados de órgãos públicos.
		Não se confunde com descentralização. Esta “pressupõe a existência de, 	pelo menos, duas pessoas jurídicas, entre as que se repartem as competências”, já a 	desconcentração é ‘uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa 	jurídica” (2011, p. 420).
		O órgão desconcentrado não possui personalidade jurídica própria. Por 	exemplo, é como dizer “meu coração não é uma pessoa”. Por não ser uma pessoa 	não pode compor o polo de uma ação: aciona-se o ente ao qual está ligado. 	Exemplos de órgãos: secretaria, superintendência, divisão.
		b) Teoria do órgão ou imputação: Pessoa Jurídica do Estado não tem 	vontade nem ação própria, portanto, não pode agir diretamente, mas apenas por 	meio de seus agentes, que ao desempenharem suas atividades, desempenha a 	atividade da própria Pessoa Jurídica como se os dois fossem um só. Quando o 	agente age é o órgão que age.
	
		Na doutrina: “a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de órgãos, de 	tal modo que quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como 	se o próprio Estado o fizesse”. (2011, p. 520.
3. Regime Jurídico
	É o conjunto de regras para atingir um propósito. Instituído pelo Estado. Deve-se atender o interesse público.
	É composto de normas de interesse que representam o coletivo. 
	Por exemplo, regime jurídico dos consumidores é o CDC, dos trabalhadores privados, é a CLT.
	a) Regime Jurídico Administrativo: é a Administração Pública, que são as regras aplicáveis ao Estado. Fala-se precipuamente da atividade executiva (atividade da Administração). Surgimento do Estado de Direito. Aplica-se ao Direito Público.
	b) Regime Jurídico da Administração Pública: é qualquer norma que possa ser aplicada no Estado. Engloba todo e qualquer regime a que a Administração está submetida, seja de direito público ou privado, por exemplo, o CC.
4. Elementos integrativos do sistema: 
	Havendo omissão na lei, utiliza-se os elementos integrativos do sistema:
	a) Analogia: não serve perfeitamente, mas é parecido;
	b) Costumes: é até mais forte que a lei. Por exemplo, a fila, não há norma dizendo que quem chega antes será atendido antes, respeitando a fila, mas há um costume que faz isso.
	c) Princípios Gerais do Direito: é utilizado quando não há nenhuma regra parecida.
	Princípios são vetores de interpretação do sistema jurídico e, ao mesmo tempo, são os valores que estruturam esse sistema.
	4.1 Positivismo e Neopositivismo
		a) Positivismo:
		- Norma e regra são iguais, são normas de conduta;
		 - Princípio é sinônimo de valor. No entanto, criada a regra pelo Estado, prevalece a regra e não o princípio.
		b) Neopositivismo:
		É um positivismo diferenciado. No neopositivismo, a norma é gênero de que são espécies a regra e o princípio.
		Para Robert Dworking e Robert Alexy, a regra se diferencia do princípio (ambas decorrem do direito) por dois critérios:
	1º Grau/dimensão de abstração: 
	- Quanto mais abstrato, mais se aproxima do princípio.
	Exemplo: CF, art. 1º, III – Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, é abstrato, pois se aplica a todo e qualquer situação, então é princípio
	- Quanto menos abstrato, mais se aproxima da regra. 
	Exemplo: CF, art242, I, é menos abstrato, está mais para regra.
Art. 242. § 2º - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
	2º Grau/dimensão da importância do valor: 
- Quanto mais importante socialmente: princípio.
- Quanto menos importante socialmente: regra.
Para Norberto Bobbio, havendo conflito aparente de normas (lei conflita com outra): utilizam-se os critérios de hierarquia, especialidade e posterioridade, para solucioná-lo
4.2 Conflito e Colisão:
Na colisão as normas (regras e princípio) são idênticas, mas se estabelece valor diferente entre elas. Exemplo: a regra é o casamento entre homem e mulher, mas hoje segue-se em boa parte das decisões o princípio da dignidade da pessoa humana.
A autorização do casamento com pessoas de mesmo sexo pelo STF, ensejou um conflito entre a regra (previsto na CF, casamento entre homem e mulher) e o princípio (da dignidade da pessoa humana).
A Lei da Ficha Limpa é inconstitucional, pois fere o princípio da não culpabilidade que é direito e garantia fundamental. O princípio decorre que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado. A Lei foi aprovada pelo clamor social, apesar da inconstitucionalidade.
O conflito aparente de normas é resolvido através do princípio da proporcionalidade/razoabilidade.
Perguntas: A Administração pública é pautada por princípio, pode o administrador público invocar um princípio para ir contra a lei (regra)? 
Leitura: 1) Neopositivismo; 2) Quais os critérios que permitem a solução da colisão entre regras e princípios.
5. Princípios (art. 37, caput, da CF):
	O caput do art. 37 da CF trata expressamente dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, que devem ser seguidos por toda a Administração Pública, seja a direta quanto a indireta.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
	Os incisos do art. 37 tratam de alguma forma dos princípios previstos no caput.
	Os princípios da supremacia do interesse público e o da indisponibilidade do interesse público são princípios implícitos na Constituição Federal, no entanto, o do interesse público está expresso na Constituição Estadual de São Paulo.
Constituição Estado de São Paulo, artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação e interesse público.
	5.1 Princípio da Legalidade (37, caput, da CF): decorrência do regime jurídico de direito público. Atualmente fala-se em juridicidade, segundo qual a atuação do Estado deve estar em harmonia com o Direito, afastando a noção de legalidadeestrita, passando a compreender regras e princípios, não apenas as leis, mas a Lei e o Direito, o que inclui os princípios, os costumes, a jurisprudência e a doutrina.
	Nas relações particulares vigora o Princípio da Autonomia da Vontade, que permite aos entes fazerem tudo o que a lei não proíbe; já na Administração Pública, não há essa autonomia, só podendo esta fazer “se”, “quando” e “como” a lei permitir. Assim, para a Administração Pública, a um só tempo esse princípio afirma que se deve seguir a lei, bem como quais as leis que devem ser seguidas. Está presente na CF, art. 5º, inciso II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Em outras palavras, todos se submetem a lei – inclusive o Estado.
	Pode ocorrer com que o ato administrativo seja:
		a.1) vinculado: administrador público está adstrito à norma que não deixa margem para opções ou escolha.
		a.2) discricionário: o administrador escolhe dentre as opções que a lei estabelece, com base no interesse público. 
		Exemplo, a lei diz que pode escolher entre verde ou amarelo. O administrador pode escolher entre as duas cores, não pode escolher azul, pois não está na lei, mas a lei permite essa discricionariedade de poder optar entre um ou outro.
	Obs. 2: ato administrativo:
	O ato administrativo é o ato praticado pelo administrador público que deve obedecer os seguintes requisitos: competência, forma, finalidade, motivo e objeto (COFOFIMO). 
	São sempre vinculados: competência, forma e finalidade.
	São geralmente discricionários: motivo e objeto.
	Obs. 3: Ordenamento jurídico
Norma Hipotética Fundamental
Constituição
Atos normativos primários:
CF, art. 59
Atos Normativos secundários:
Decorrem da lei.
	Atos normativos primários:
	Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
	Controle de constitucionalidade é a verificação de compatibilidade ou adequação entre um ato jurídico qualquer (atos normativos e entre eles a lei) e a Constituição, no aspecto formal e material.
	5.2 Supremacia do Interesse Público sobre o interesse particular ou Princípio da finalidade pública: pode ser encarado sob dois aspectos: 1) o legislador e administrador, na elaboração e aplicação das leis, levam em consideração o interesse público. 2) havendo conflito entre o interesse público e o interesse privado, prevalece o interesse público. O objetivo do Estado é o bem comum ;
	5.3 Indisponibilidade do Interesse Público: Ligado ao Princípio da Supremacia do Interesse Público, incorpora a noção de que ninguém, seja particular ou da Administração Pública, poderá dispor do interesse público, pois este é da coletividade, na figura do Estado. Cabe à Administração Pública sua guarda ou realização. Não poderá, portanto, agir como se o interesse fosse propriedade dela, ou seja, doá-lo, aliená-lo por decisão própria. Deve, sim, seguir critérios expressos em lei para o uso e disponibilização do mesmo.
	Entre o interesse de qualquer um e o do coletivo, a vontade do Estado prevalece.
	5.4 Principio da jurisdicização: é o novo nome dado à legalidade. O Administrador deve respeitar/agir de acordo com o direito (além da lei, somente), conforme parágrafo único, I do art. 2º, da Lei 9.784:
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
	O termo “o Direito” é a jurisdicização, pois além do respeito a lei, deve-se respeitar o Direito.
	5.5 Princípio da Impessoalidade: expresso no art. 37, caput e presente no art. 37, § 1º, ambos da CF. É a decorrência direta do princípio da legalidade. Tanto a administração, quanto o administrador devem agir de forma neutra, sem predileções, sem prejuízo a ninguém, sem favorecimento. Por essa razão, é o princípio mais difícil de ser seguido. Este princípio exige que os atos praticados pelo administrador público sejam sempre com finalidade pública.
	O art. 37, § 1º fala-se em publicidade sem promoção pessoal, intimamente ligado ao princípio da impessoalidade e não da publicidade.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
	5.6 Princípio da Moralidade: o padrão de moral é relativo. O que é certo para um, não é certo para o outro.
	O art. 37, § 4º trata dos efeitos decorrentes do ato de improbidade (desonestidade). 
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
		a) Improbidade	
A Lei nº 8.429/92 traz 3 situações de desonestidade, previsto nos art. 9º ao 11.
O art. 9º trata do enriquecimento sem causa (não é causa legal, permitida). Possui a pena mais grave de todas as modalidades.
O art. 10º dispõe do dano ao erário. Não dá para provar que a pessoa enriqueceu, entretanto, é possível provar o dano.
Por fim, o art. 11, quando o ato atenta contra os princípios aplicáveis à Adm. Pública. Não há um dano patrimonial. Possui a pena menos grave.
a.1) Penalidades: suspensão de direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens, ressarcimento ao erário.
	
		a.2) Natureza jurídica dos atos de improbidade: cível, administrativa.
a.3) Aplicabilidade: entendimento pacificado no STF que autoridade, Presidente da República, Governador não praticam atos de improbidade, pois a Lei nº 8.429/92 não é aplicável a eles. Há existência de lei específica: Lei de Crimes e Responsabilidades.
Diferente dos Prefeitos, que responde pelos atos de improbidade. Como a Lei de Crimes e Responsabilidade não abrange os prefeitos, logo, é aplicável a Lei 8.429/92.
		b) Súmula vinculante nº 13 do STF: trata de nepotismo.
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a constituição federal.
A súmula vinculante veda o nepotismo até o 3º grau para cargos em comissão ou funções de confiança ocupados por cônjuge, companheiro, parente em linha reta ou colateral, consanguíneos ou afins.
		b.1) Cargo x função
O cargo é diferente de função. Esta agrega algo, uma atividade ao cargo, enquanto aquela é o posto, a posição que se ocupa.
- Cargo efetivo é aquele que decorre de concurso público de provas ou de provas e títulos (CF, art. 37, II), detém estabilidade;
Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego públicodepende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
- Cargo em comissão, exercido por servidores de carreira em percentuais definidos por lei que deverão ser ocupados por agente	de carreira (cargo efetivo) e o restante, por qualquer pessoa. 
	6. Agentes Públicos:
Antes da CF 88, todos os agentes públicos eram funcionários públicos.
		Depois da CF 88 tem-se os agentes públicos (espécie), que se 	dividem em honoríficos , delegados, militares, políticos e administrativos.
	6.1 Agentes honoríficos: “São cidadãos convocados, designados ou 	nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado 	em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória 	capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou 	estatutário e, normalmente, sem remuneração como contraprestação pelo 	serviço prestado.” (H.L.Meirelles).
		A natureza jurídica de tal prestação de serviço corresponde a um 	munus público, ou seja, um encargo de cidadania. Uma atribuição do ente 	cívico na plenitude de seus direitos políticos e sociais.
		Exemplos: os mesários e escrutinadores eleitorais e os membros do 	júri popular.
	6.2 Agentes políticos: são agentes vocacionados à satisfação do 	interesse 	público e legitimados pelos mesmos. “São os componentes do Governo nos 	seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou 	comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o 	exercício de atribuições constitucionais.”
		Nesta categoria de agentes encontramos os seguintes agentes 	públicos:
• Chefes do Executivo (C.F/88, Arts.76, 28, 29, 32);
• Membros do Legislativo (C.F/88, Arts. 45, 46, 53, 54, 55, 56, 27, 29, 32);
• Membros do Judiciário (C.F/88, Arts. 92, 93, 95);
• Membros do Ministério Público (C.F/88, Arts. 127, 128, 129);
• Membros dos Tribunais de Conta (C.F/88, Arts. 70 - 75
		O cargo político pode ser ocupado de três formas: eleição, indicação 	ou livre nomeação e por concurso público.
		Não existe nepotismo no cargo político: pode-se nomear parentes.
	6.3 Agentes administrativos: são os agentes que se vinculam 	profissionalmente à Adm. Público. Podem ser por três espécies: 	cargo, 	emprego e função.
			Cargo: é o servidor público, ocupado por meio de concurso e 		regido por um estatuto – CF, art. 39. É o vínculo de trabalho que 		liga a espécie de agente público servidor público à 				Administração. São as mais simples e indivisíveis unidades de 			competência a serem titularizadas por um agente. 
			Emprego: é o empregado público, ocupado por meio de 			concurso e regido pela CLT. É o vínculo estabelecido entre a pessoa 		natural e a Administração Pública Indireta (empresas públicas e 			sociedades de economia mista). São núcleos de encargos de trabalho 		permanentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para 			desempenhá-los;
			Função: é o contratado temporário, ocupado por 				contratação, por motivo de urgência ou situação extraordinária. O 		termo 	função, neste caso, se refere ao vínculo de trabalho entre uma 		pessoa 	física e a Adm. Pública. Por outro lado, a expressão função 		pública, também designa as atividades que todo agente público 			exerce, suas atribuições, as tarefas desenvolvidas por eles.
			Logo, o servidor público aprovado em concurso público, com 		vínculo estatutário, tem cargo e exerce função e os servidores 			públicos regidos pela CLT exercem função, mas não ocupam cargos.
		6.4 Agentes delegados: são os particulares que exercem função pública por 		delegação. É o caso dos concessionários e permissionários de serviços 			públicos (registradores e notários). Não são DA Administração pública, mas 		prestam serviços DE utilidade pública.
		6.5 Agentes militares: policiais militares, p. ex.
7. Cargo em comissão e função de confiança – CF, art. 37, V:
Art. 37, V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento
	Ambos os cargos são criados por lei e se destinam apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento na administração pública e são respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeação pela autoridade competente, na contrapartida das respectivas livre exoneração sem caráter punitivo (“a pedido”, pelo agente e, “ex officio”, pelo Poder Público) e dispensa (com caráter punitivo, pelo Poder Público).
 
	A diferença reside no fato de que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, enquanto os cargos em comissão podem ser preenchidos por servidores que já detenham cargos efetivos de carreira, de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criação. Isto significa que, devendo ser ocupados por um percentual mínimo legal de servidores de carreira, pode-se ter então as vagas restantes dos cargos em comissão ocupadas por pessoas sem vínculo definitivo com a administração.
7.1 Semelhanças:
		1) São de livre nomeação e exoneração.
		A exoneração é a extinção do vínculo estatutário a pedido do 	servidor ou Poder Público e ocorrerá, neste caso, quando o sujeito (i) 	não entrar em exercício, 	depois de tomar posse ou (ii) não 	forem satisfeitas as condições do 	estágio probatório (art. 34 e 35 	da lei n. 8.112/90).
		2) destinam-se apenas a funções de direção, chefia e 	assessoramento.
7.2 Diferenças:
		1) Cargo em comissão: exercido por servidores de carreira 	em percentuais definidos por lei que deverão ser ocupados por agente 	de carreira (cargo efetivo) e o restante por qualquer pessoa. Exemplo: 	no TJ-SP metade dos assessores têm de ser escreventes e a outra 	metade, qualquer pessoa.
		Neste caso, o ocupante troca de cargo, por um cargo novo.
		2) Função de confiança: exclusivamente ocupada por quem 	exerce cargo efetivo. Neste caso, o ocupante da função de confiança 	a acumula com o cargo em que está anteriormente investido.
7.3 Quadro comparativo:
	Cargo em comissão
	Função de confiança
	Qualquer pessoa, observado o percentual mínimo reservado ao servidor de carreira.
	Exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.
	Sem concurso público, ressalvado o percentual mínimo reservado ao servidor de carreira.
	Com concurso público, já que somente pode exercê-la o servidor de cargo efetivo.
	É atribuído posto (lugar) num dos quadros da Administração Pública, conferida atribuições e responsabilidade àquele que irá ocupá-lo
	Somente são conferidas atribuições e responsabilidade
	Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento
	Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento
	De livre nomeação e exoneração
	De livre nomeação e exoneração 
8. Autotutela:
	É a possibilidade de revisitação de atos praticados no âmbito administrativo e em todas as esferas e poderes. Quem revisa o ato é a Própria Pessoa Jurídica (na figura do Órgão) que o praticou.
	Exemplo 1: é comum na troca de governos, pois a nova Administração exerce a autotutela revisitando os atos praticados pela Administração anterior.
	Exemplo 2: TJ-SP concede gratificação aos seus funcionários e depois volta atrás.
	Em resumo são seus requisitos:
		a) Atividade eminentemente administrativa, e;
		b) Revisitação do ato pela própria Pessoa que o praticou.
	8.1 Limites:
	a) Revogação: de atos discricionários. Cessa os efeitos do ato praticado. Adstrito a conveniência e oportunidade, depende do caso concreto. Não há vício no ato, somente não se deseja que o atocontinue. Efeitos em nunc.
	Para compreensão, a professora utilizou a analogia do “divórcio”.
	b) Anulação: de atos vinculados. Há um vício de legalidade. Não produz efeito desde a prática do ato. É necessária a declaração expressa que o ato é ilegal. Efeitos ex tunc.
	Para compreensão, a professora utilizou a analogia do “anulação do casamento”.
	Se não ocorrer a revogação ou a anulação não é autotutela.
	8.2 Ato Administrativo:
	a) Requisitos: Competência, forma, finalidade, motivo, objeto (COFOFIMO)
	b) Atributos: presunção de legitimidade, auto executoriedade, tipicidade e imperatividade (“PATI”).
	8.3 Súmula 473, STF:
STF, súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
	Da súmula 473 do STF depreende-se que se o ato for ilegal, não se pode alegar direito adquirido. Por exemplo, no caso de servidores públicos que recebem gratificações. Sendo constatada a ilegalidade do pagamento de tal gratificação, não se poderá alegar direito adquirido, entretanto, não devolverá o que recebeu, tendo em vista a natureza alimentar.
	Já no caso de ato legal, em caso de revogação, por motivo de conveniência e oportunidade, deve-se respeitar o direito adquirido. O ato é legal, no entanto, a Administração não quer mais concedê-lo.
	Em ambos os casos é garantida a apreciação judicial.
9. Poder de Polícia:
	O poder de polícia é gênero em que são espécies:
	a) Polícia de Segurança: trata da segurança pública, previsto no rol taxativo no art. 144 da CF.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
	A guarda civil não é polícia, pois não está prevista no rol do art. 144. Protege somente o patrimônio público e não a segurança pública. Assim, pode, p. ex., prender os ambulantes, em razão da infração patrimonial praticada por eles.
	b) Polícia Administrativa: chamada também de Polícia de Fiscalização. Responsável pela fiscalização de atividades de interesse público, em outras palavras, responsável pelo exercício de poder de polícia, que está definido no art. 78 do CTN.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
	Recurso mnemônico: LIDI DILI IP:
	LImitar ou DIsciplinar Direitos, Interesses e LIberdades, em nome do Interesse Público.
	Toda limitação e regramento é poder de polícia. A administração pública por meio dos fiscais fiscalizam a limitação imposta na lei.
	9.1 Etapas do poder de polícia:
	a) legislação/normatização: estabelece os limites do exercício dos direitos individuais. Pode ser constitucional, legal ou regulamentar.
	b) ato autorizado / licença: possibilita ao particular o exercício de atividade controlada pelo Poder Público.
	c) fiscalização: verificação do cumprimento das normas e das condições estabelecidas na permissão de polícia.
	d) multa/punição/sanção: aplicação de penalidades àqueles que descumprirem as normas e as condições da permissão de polícia.
	9.2 Possibilidade de delegação:
		a) Pessoa física: nunca, exceto para os capitães de embarcações.
		b) Pessoa jurídica:
		- Direito Privado fora da estrutura da Administração Pública: não.
		- Direito Público e Direito Privado dentro da Administração Pública 	Direta e Indireta: o STJ diferenciou a situação.
		Por meio de decisão pacificada pelo STJ, não é possível delegar o que for 	poder de império (atividades típicas da Administração Pública).
Em outras palavras, é possível delegar autorização/licença e fiscalização, 	pois não realizam poder coercitivo. Entretanto, é indelegável a 	legislação/normatização e multa/punição/sanção.
		Assim, pessoa jurídica de direito público, por exemplo, autarquia, agências 	reguladoras, podem legislar/normatizar e aplicar multa/punição/sanção. Por 	exemplo, a ANATEL pode aplicar multa na Vivo.
	9.3 CET
	A CET é uma sociedade de economia mista que visa a obtenção de lucro. A aplicação de multas pela CLT são ilegais, uma vez que, a delegação de multa/punição/sanção pelo Poder Público à CET é ilegal. 
10. OAB (ADIN 3026-4)
	A OAB é um conselho representativo de classe. Possui natureza de autarquia, sendo pessoa jurídica de direito público.
	10.1 Introdução
	Todos os conselhos de classe são autarquias (CRF, CRECI, CREA).
	A autarquia é pessoa jurídica de direito público, pertencente à Administração Pública Indireta. Assim, deve respeitar os dispositivos do art. 37 da CF, pertencente ao cap. VII (da Administração Pública).
	A Administração Pública direta é composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios (entes da Federação) e, para investidura no cargo, é necessário a realização de concurso público de provas ou de provas e títulos (art. 37, II).
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
	Os entes da federação (a Administração Pública Direta) criam a entidades da Administração Pública indireta, as autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas para auxiliá-los em temas específicos.
	Toda autarquia é pessoa jurídica de direito público, mas nem todas as pessoas jurídicas de direito público são autarquias.
			 Autarquia	 		 Pessoa Jur. de Dir. Público
	Configura-se a autarquia quando o Estado atribui essa natureza na sua criação.
	10.2 Responsabilidade civil
	O art. 37, § 6º trata da responsabilidade objetiva do Estado, excluindo as Pessoas Jurídicas de Direito Privado que explorem atividade econômica. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	
	Por exemplo, a Caixa Econômica (empresa pública) não possui imunidade tributária, pois a torna desigual em relação aos bancos privados. No entanto, para a investidura de cargo realiza concurso público (respeitando o art. 37, II da CF). Assim, aquilo que for interno (realização de concurso público) pode ser diferente em relação a um banco privado (que não há necessidade de realização de concurso público), no entanto, aquilo que for externo (imunidade tributária) nãopoderá fazer jus a tal benefício, visto que não se pode ter essa desigualdade em relação aos bancos privados, sob pena de concorrência desleal.
	10.3 Regime jurídico
	O art. 79, § 1º do Estatuto da OAB dispõe que na OAB há dois tipos de regimes trabalhistas para seus agentes (servidores): uns são regidos pela CLT e outros pela lei nº 8.112/90, e que aos servidores regidos pela Lei 8.112 poderão optar pelo regime trabalhista celetista sendo assegurado o pagamento de indenização.
	Ao dispor sobre indenização na alteração do regime jurídico estatutário para o trabalhista, o próprio Estatuto reconhece que há um dano ao servidor.
Art. 79. Aos servidores da OAB, aplica-se o regime trabalhista. (Vide ADIN 3026-4)
§ 1º Aos servidores da OAB, sujeitos ao regime da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, é concedido o direito de opção pelo regime trabalhista, no prazo de noventa dias a partir da vigência desta lei, sendo assegurado aos optantes o pagamento de indenização, quando da aposentadoria, correspondente a cinco vezes o valor da última remuneração.
	A ADIN 3026-4 ajuizada pelo Procurador Geral de República (PGR) alegou que não se poderiam coexistir dois tipos de vínculos na OAB (trabalhista e estatutário), tendo em vista que sendo a OAB uma autarquia deveria respeitar o art. 39 da CF que determina o Regime Jurídico Único.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.  (Vide ADIN nº 2.135-4)
	10.4 Atribuições OAB
	A OAB diferente de outros conselhos de classe, possui legitimidade para propor ADI, exerce papel social, além de proteger o advogado, protege a sociedade como um todo (através das comissões com várias frentes).
	10.5 ADIN 3026-4
	
	Pela ADIN 3026-4, a OAB presta serviço público independente. Não é uma agência reguladora, pois não é uma autarquia, não está sujeita a controle da administração, não possui vinculação formal e materialmente necessária. Possui finalidade institucional (existência de várias comissões – animais, consumidor, entre outros).
	A OAB possui todos os bônus por ser pessoa jurídica de direito público da Administração Pública Indireta, entretanto, não possui nenhum ônus da Administração Pública Indireta. Dessa forma, a OAB não precisa realizar concurso público, não há necessidade de licitação, não é submetido a fiscalização do Tribunal de Contas, não há a aplicabilidade do art. 37 para a OAB. O único controle seria da oposição da Presidência da OAB.
	
	Assim, a OAB é uma entidade “sui generis”. Um verdadeiro Quinto Poder.
BIBLIOGRAFIA:
1. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24.ed., São Paulo: Atlas, 2011.
2. http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20110124112142478&mode=print
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