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Direito Administrativo I

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01/03
1) Direito Administrativo
1.1) Evolução histórica
1.1.1) Como ramo autônomo:
-o Direito administrativo tem conceitos próprios, tem ramos próprios
Ramos do Direito (critério de distinção, Diógenes Gasparini)
a) Direito Público: predomínio do interesse do Estado
-no ramo do Direito Público prevalecem os interesses públicos sobre os particulares
-o direito administrativo está inserido no ramo do direito público
-há sempre a prevalência do interesse público ao particular
-existe um ator ou uma atriz com prerrogativa de autoridade (a lei a legitimou)
b) Direito Privado: prevalecem os interesses dos particulares
*Direito Administrativo é sub-ramo do Direito Público: prevalência do interesse público e do
sujeito da relação jurídica com prerrogativas de autoridade
1.1.2) Autonomia e formação do Direito Administrativo (Di Pietro)
a) Momento: fins do Séc. XVIII até início do Séc. XX: fase do Estado Moderno:
formação dos Estados modernos estruturados sob os fundamentos do Estado de
Direito e dos princípios da legalidade e da separação dos poderes
-não há como falar de Direito Administrativo dissociado do Estado, pois no Direito
Administrativo você tem como foco central o estudo do Estado (suas relações)
-a formação do Estado Moderno estruturado em dois grandes pilares, o estado de
direito e os princípios da legalidade e da separação de poderes
-a lei é o grande delimitador do Estado
*Influência da Revolução Francesa e suas consequÊncias (1789) e de
Montesquieu (Espírito das Leis, 1869, trilogia das funções do Estado)
-como era o Estado francês antes, durante e depois da Revolução Francesa
-simbologia da queda da bastilha como a queda de um regime
-a queda da bastilha representava a queda do antigo regime
-a revolução francesa foi considerada uma revolução de índole popular
-o poder, antes da revolução francesa, estava centralizado nas mãos do rei
juntamente com a igreja (reis coroados pelo papa) (Deus agindo na terra, não se
contestava os atos)
-Napoleão se auto coroou, mostrando uma separação entre o Estado e a igreja
-em 1869 foi publicado a obra Espírito das Leis, de Montesquieu. Nela foi colocada
no papel a trilogia das funções do Estado
-a vontade do povo sendo manifestada por um outro poder, o parlamento
-antes da revolução francesa os poderes executivo, legislativo e judiciário estavam
presentes na mão do rei
-após a revolução, a soberania do rei é dividida entre as 3 funções estatais típicas
b) Influência do Dir. Francês: caso Blanco (1873)
-o sistema de jurisdição administrativa não é a divisão entre os 3 poderes (judiciário,
legislativo e administrativo)
-um caminhão, a serviço do Estado, atropelou e matou uma criança
-a família da criança decidiu ajuizar uma ação de indenização
-o autor do dano teria sido o Estado
-quem vai julgar a causa, sendo que uma das partes é o próprio Estado?
-passou a existir os tribunais administrativos franceses
*Sistemas administrativos: jurisdição administrativa (contencioso
administrativo = dual, francês) e jurisdição comum (uno, inglês)
-o sistema administrativo adotado pelo Brasil é o uno
-temos 2 sistemas administrativos de jurisdição
-o sistema de jurisdição administrativa, também chamado de contencioso
administrativo,
-poder judiciário francês dividido em 2
-o tribunal administrativo julga as causas em que o poder público seja parte
-tribunal administrativo com função jurisdicional
-jurisdição comum
-o sistema inglês é considerado uno, pois nesse sistema, ainda que uma das partes
processantes seja o Estado, essas causas serão julgadas única e exclusivamente
perante o poder judiciário
-no Brasil, todos o 3 poderes dizem o direito, entretanto somente o poder judiciário
tem o exercício da função jurisdicional
-no Brasil nós temos tribunais administrativos, mas eles não exercem a função
jurisdicional propriamente dita
-no sistema contencioso administrativo, os tribunais administrativos possuem função
jurisdicional, diferentemente do sistema administrativo de jurisdição uno, onde toda e
qualquer causa é dirimida pelo poder judiciário como um todo
02/03
c) Influência do Dir. Alemão
-fundado a partir de um modelo construído pelo Dir. Civil
*Contemporaneidade do Dir. Adm. em relação ao Dir. Civil
-muitas das fontes do direito administrativo provém do direito civil
-com os óculos do direito administrativo nós sempre vemos a prevalência do
interesse público sobre o particular
d) Influência do Dir. Italiano
-síntese do alemão e do francês
-o direito italiano é público quando precisa ser e privado quando precisa ser
e) Influência do Dir. Anglo-americano
-sistema do common law (dir. não escrito, dir. não legislado, baseado em costume,
no uso e nas decisões judiciais, Cretella) em face do sistema românico (statute law,
dir. legislado); uso da equidade; dir. regulatório forte (“agencificação”)
*Dir. Adm. brasileiro: sofre influência dos sistemas de base romanística e da
common law
-dentre os grandes sistemas de direito contemporâneo, qual o adotado no Brasil? O
nosso direito é legislado, positivado, escrito
-sistema romano germânico
f) Para Celso Antônio Bandeira de Mello: autonomia dependente da existência de
um sistema que compõe o denominado regime jurídico administrativo fundado na
supremacia do interesse público sobre o privado e na indisponibilidade, pela
Administração, dos interesses públicos
-a autonomia do direito administrativo é dependente da existência de um sistema
que compõe um denominado regime jurídico administrativo
-a expressão regime jurídico administrativo está fundada em dois grandes alicerces:
na chamada supremacia do interesse público pelo privado e na indisponibilidade
pela administração dos interesses públicos
-o direito público é indisponível
-o agente público que está atuando em nome do estado não pode dispor (não tem a
livre disposição dos bens)
1.2) Conceito
1.2.1) Ramo do Dir. Público que disciplina o exercício da função administrativa e os
órgãos que a compõem (Celso Antônio Bandeira de Mello):
-o direito administrativo é um ramo do direito público que disciplina o exercício da função
administrativa e os órgãos que a compõem
a) Função do Estado:
a.1) Função pública no Estado Democrático de Direito:
-finalidade
-alcançar o interesse público, mediante instrumentos conferidos pela ordem jurídica
-a função pública no Estado Democrático de Direito, é e deve ser alçar o interesse público
-alcançaremos o interesse público utilizando-se de instrumentos conferidos pela ordem
jurídica
-todos os Estados de Direito são Democático de Direito? Não.
-para que se afirme que o estado é democrático de direito, a lei precisa ser oriunda da
vontade popular
-Democrática de Direito: é oriunda de eleições livres, democráticas, periódicas
a.2) Trilogia das funções do Estado:
-legislativa, administrativa (ou executiva) e jurisdicional
-construção política consagrada juridicamente
1.2.2) Definição clássica de Hely Lopes Meirelles:
-conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
atividades públicas tendentes a realizar de forma concreta, diretamente e imediatamente os
fins desejados pelo Estado
-o direito administrativo tem como foco os órgãos públicos
1.2.3) Outras definições:
a) Diógenes Gasparini:
a.1) É sistema de normas de Direito
-o direito administrativo é um sistema de normas de direito
-essas normas de direito, destinam-se a ordenar a estrutura e o pessoal (órgãos e agentes)
e os atos e atividades da Administração Pública, praticados ou desempenhados enquanto
poder público
-algumas vezes, de forma rara, o administrador público se comporta como particular
b) José dos Santos Carvalho Filho:
-conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as
relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a
que devem servir
c) Manuel Maria Diez: (administrativista argentino, citado por José dos Santos Carvalho
Filho)
-o direito administrativo apresenta três características principais: é um direito novo; espelha
um direito mutável; é um direitoem formação
08/03
1.3) Princípios
-são proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações
subsequentes (José Cretella), do direito administrativo e da administração pública (art. 37,
caput, da CF: coincidentes, no caso
-os princípios são alicerces do ponto de vista da interpretação
-são proposições básicas, fundamentais, que vão estruturar tudo aquilo que vem pela frente
-outros princípios (art. 2º da lei 9.784/99- lei do processo administrativo federal; Gasparini e
Di Pietro
-art. 37, caput, da CF
1.3.1) Legalidade
-princípio da legalidade
-ínsito ao Estado de Direito
-a vontade da administração pública decorre da lei, não há espaço para a vontade pessoal,
privada do agente público
-a legalidade é o trilho jurídico ao qual o Estado não pode se descarrilar
-estado democrático de direito - a legalidade na qual nós nos referimos é proveniente da
atuação do parlamento e esse parlamento é composto de representantes eleitos pelo povo
1.3.2) Publicidade
-art. 5º, XXXIII, LX, XXXIV, “a“, da CF
-o princípio da publicidade
-a publicidade não é apenas a publicação oficial do atos administrativos e normativos nos
veículos oficiais de informação, vai além disso
-XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
-LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
-a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
-o direito de petição é ínsito ao estado democrático de direito, onde o cidadão pode
contestar
-o Estado não é contestável
1.3.3) Impessoalidade (finalidade)
-princípio da impessoalidade
-prática de atos voltados unicamente ao interesse público
-art. 37, § 1º, da CF - § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
-art. 2º, p. único, III, da Lei 9.784/99 - Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de: III - objetividade no atendimento do interesse
público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
1.3.4) Continuidade dos serviços públicos
-os serviços não podem ser interrompidos
-greve dos serviços públicos? É legítimo? Não, são ilegítimas as greves do servidor público
-art. 37, VII -VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica
-servidor público “civil”; direito ao exercício nos termos e limites definidos em lei específica,
ainda não editada), em face do art. 9º e § 1º (empregados em geral, previsão na Lei
7.783/1989); art. 42, §1º (membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares =
militares dos Estados e do DF e Territórios, art 42, caput) e 142, § 3º, IV
-é errónea a expressão servidor público civil e militar
-ao militar são proibidas a sindicalização e a greve
-o militar não tem sequer o direito à greve, diferente do servidor civil, que possui o direito
mas ainda não pode o exercer
-a greve afeta a continuidade do serviço público, os serviços públicos são interrompidos
09/03
1.3.5) Princípio da Indisponibilidade
-princípios, bens direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição
dos órgãos públicos ou do agente público (mero gestor da coisa pública)
1.3.6) Autotutela
-instrumentos: revogação (atos inconvenientes e inoportunos) e invalidação (ilegítimos).
Súmula 346 e 473 do STF
-a administração pública é tutora de si própria, ela não precisa de um tutor nem de um
curador para agir, ela age de ofício
-a administração pública age em face da necessidade pública, ela age de ofício, possui
imperatividade, autoexecutoriedade
-ex: o detran não precisa pedir autorização para a presidência do tribunal de justiça do DF,
nem à câmara legislativa para realizar uma blitz
-a autotutela é trabalhada, instrumentalizada com dois instrumentos que são basilares no
direito administrativo (revogação e anulação)
-na revogação existe o juízo de conveniência, de oportunidade (ex: é oportuno a suspensão
das atividades físicas de 12h a 15h nos períodos mais secos do ano, e quando as chuvas
voltam aquele ato é revogado)
-a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos - Súmula 346
-a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial - Súmula 473
1.3.7) Supremacia do interesse público sobre o particular
-ex: desapropriação para construção de um hospital
-o interesse público vem acima do interesse particular
1.3.8) Igualdade
-CF, art. º, caput; 3º, III e IV; 5º, I e 7º, XXX e XXXI
-o princípio da igualdade é um princípio fundamental e deve ser observado pela
administração pública
-a igualdade não é apenas tratar igualmente os iguais, é também tratar os desiguais
conforme a sua desigualdade
1.3.9) Eficiência
-imposição à adm. pública. de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento
-é uma imposição, um dever da administração pública de realizar as suas atribuições com
rapidez, perfeição, rendimento…
-otimização
-aplica-se a eficiência aos três poderes
1.3.10) Motivação (ato administrativo)
-mencionar as razões de fato e de direito que levaram a adm. à prática do ato
-art. 93, X, da CF
-a administração não pode ficar praticando o ato sem possuir razão e direito
-”fazer pq quer”
-os atos administrativos precisam ser motivados
1.3.11) Razoabilidade
-sentido comum
-art. 2º, VI, da Lei 9.784/99
-a razoabilidade exige a proporcionalidade dos meios
-adequação entre os meios e os fins
-o desforço imediato também pode ser realizado pelo funcionário público
-uso proporcional para a defesa da propriedade
-não pode existir o abuso de poder, de autoridade
-proporcionalidade
-o desforço imediato é a possibilidade que tem o proprietário, utilizando-se de meios
moderados, proporcionais ao agravo, para a defesa da propriedade
15/03
1.3.12) Hierarquia
-relação de coordenação e subordinação entre os órgãos da Administração
-EC 45/2004 (art. 103-A; art. 102, §2º, da CF)
-DL 200/67 (foi recepcionado pela CF de 88)
-a quem entenda que com esses dois dispositivos acima criou-se uma hierarquia os órgãos
da administração pública em face do Supremo (não há uma ofensa a hierarquia)
-a hierarquia é um dos pilares da organização administrativa brasileira
-a hierarquia é um instrumento para alcançar eficiência
-a hierarquia é uma relação de coordenação e subordinação entre os órgãos da
administração pública
-os órgãos da administração devem ser conexos um com os outros e deve haver hierarquia,
subordinação
-ex: imagina se todos os órgãos pudessem emitir CNH (gera o caos)
-obs: no direito público o que não está previsto não é permitido
1.3.13) Presunção de legitimidade ou de veracidade dos atos da Administração
-em conformidade com a lei
-o poder público é o trem que não pode se descarrilar do trilho jurídico (lei)
-a lei é o grande delimitador da atuação do Estado
-não pode afrontar, bandar a lei
-toda emanação estatal, seja ela formalizado por um ato administrativo formal
-o Estado não mente
-temos que confiar e entender que toda e qualquer manifestação estatal é verídica
-o ônus da prova não cabe ao estado
-a quem cabe o ônus da prova? Cabe a quem o contesta
-o estado não precisa provar que está agindo em conformidade com a lei
1.3.14) Especialidade
-descentralização administrativa
-a República Federativa do Brasil é um estado descentralizado
-essa descentralização é proveniente do DL 200/67-descentralização administrativa = administração indireta
-administração centralizada = administração direta
-a administração direta é composta pela presidência da república, pelas secretarias
integrantes na estrutura da presidência da república e pelos ministérios
-um exemplo de administração indireta é a presença de uma sociedade de economia mista
(BB SA)
-a administração indireta se especializa
-se especializa criando autarquias, sociedades de economia mista, componentes da
administração descentralizada
-presume-se que a política nacional de energia elétrica nesse país será melhor gerida por
uma agência nacional de energia elétrica
1.3.15) Moralidade administrativa
-moral institucional (não é a minha nem a sua)
-art. 5º, LXXIII, da CF, caput; art. 2º, caput, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/99
-o estado é um ser pensante, composto por agentes públicos, mas não é a moral desses
agentes
-é como se o estado tivesse a sua própria moral
-ex: desenhar no céu de Brasília (é penta) > ação popular
1.3.16) Segurança jurídica
-art. 2º, caput, parágrafo único, XIII, da lei 9.784/99
-onde há harmonia o direito não tem espaço
-não admitimos um estado que nos transmite uma insegurança jurídica
-instabilidade jurídica
-a interpretação da norma administrativa deve ocorrer da melhor forma que garanta o
atendimento ao fim público ao que se almeja
-é vedada a interpretação em malam partem
1.3.17) Proteção à confiança
-origem: direito alemão
-boa-fé dos cidadãos que acreditam e esperam que os atos praticados pelo Poder Público
sejam lícitos e, portanto, serão mantidos e respeitados pelo próprio Estado e por terceiros
-é coerente em relação à legitimidade e veracidade dos atos administrativos
-nós devemos confiar que toda e qualquer emanação estatal é verídica e está em
conformidade com a lei
-a proteção à confiança traduz na boa-fé dos cidadãos
-os cidadãos devem agir de boa-fé com o estado, que acreditam e esperam que os atos
praticados pelo poder público sejam lícitos, em conformidade com a lei
1.3.18) Boa-fé
-art. 2º, caput, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/99, c/c o art. 4º, II, da mesma lei
-a boa-fé tanto para o poder público quanto para o cidadão
1.4) Fontes
1.4.1) Definição
-conjunto de modos pelos quais o ramo do Direito é formalizado (Gasparini)
1.4.2) Espécies
*Escritas: lei (conceito genérico)
*Não escritas: jurisprudência, costumes e princípios gerais de direito
a) Lei
-a principal fonte escrita é a lei, principalmente em um sistema romanico germanico como o
nosso
-mais importante fonte do Direito Administrativo
-a lei é a fonte mais importante do direito administrativo, pois o direito administrativo
privilegia sempre o princípio da legalidade restrita
-sentido amplo (desde a Constituição até os atos normativos, incluindo as quatro esferas de
Governo
-Vigência: art. 59 da CF, c/c o art. 8º da LC 95/98 e a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro (Decreto-lei 4.657/42, redação dada pela Lei 12.376/2010)
-o processo legislativo brasileiro compreende a elaboração da lei
-vigência e eficácia da lei
b) Jurisprudência
-conjunto de decisões no mesmo sentido, proferidas no momento da aplicação de preceito
jurídico na solução de casos iguais
-súmula vinculante: art. 103-A, da CF (EC 45/2004)
-a jurisprudência é fonte do direito administrativo? Existe a chamada jurisprudência
administrativa? Sim
-jurisprudência administrativa (oriunda de órgãos administrativos não jurisdicionais)
-a jurisprudência estrangeira é vinculante? Não. Pelo princípio da soberania dos Estados
-a jurisprudência estrangeira é importante no sentindo do direito comparado (a título de
argumentação)
16/03
c) Costume
-reiteração uniforme de um comportamento tido como obrigação legal
-supressão da legislação quando omissa
-não é uma obrigação legal pois não está tido em lei
-o costume pode ser utilizado para suprimir a lacuna na legislação
-é raro a sua utilização, pois o nosso sistema não é consuetudinário
d) Princípios gerais de direito
-proposições básicas, vide princípios do direito administrativo já debatidos anteriormente
-são aplicados
1.5) Codificação
1.5.1) Codificar (em Direito)
-reunir em conjunto metódico, sistemático e harmônico as normas que disciplinam uma
determinada matéria
-codificar no direito é reunir de forma lógica, estruturada, metódica e sistematizada e
harmônica as normas que disciplinam determinada matéria
1.5.2) Exemplos no Direito Administrativo
-código de águas, código de mineração, código brasileiro de aeronáutica….
1.5.3) Discussão
-não-codificação, codificação, codificação parcial?
-no direito administrativo nós temos a codificação parcial, temos códigos isolados
-não se pode afirmar que o direito administrativo é codificado totalmente
1.6) Interpretação
1.6.1) Interpretar (em Direito)
-alcançar o sentido jurídico de alguma coisa
-é apreender a significação
1.6.2) Espécies
-legislativa, doutrinária, popular e administrativa
1.6.3) Busca da mens legis (vontade da lei) fundada nos seguintes princípios:
a) Administração Pública age em desigualdade em relação aos administrados
-ex: se o guarda fizer um sinal você vai ter que parar
-não pode chegar a um abuso de poder
b) Prestigiada por poderes discricionários
-é agir sob os fundamentos da oportunidade, da conveniência, voltado sempre para o
interesse público
-discricionariedade não se confunde com a arbitrariedade
-discricionariedade significa atuação do poder público tendo em vista razões de
conveniência, voltado ao interesse público
c) Presunção da legitimidade dos atos administrativos
-presunção relativa ou de fato - juris tantum - admite prova em contrário
-veracidade
-essa presunção é relativa, pois admite prova em contrário
-o ônus da prova cabe ao administrando, ele é que tem que provar que o poder pública está
agindo com ofensa a lei
-o ônus da prova não cabe ao estado, pois se presume a veracidade em seus atos
-sempre vamos presumir que a administração pública está agindo em conformidade com a
lei
Organização Administrativa Brasileira
1) Estado
-exemplo concreto: CF, art. 1º: República Federativa do Brasil
-o art. 1º já nos indica a forma de governo e a forma de estado
-a república federativa do brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados Municípios e
do DF
-a união faz parte dos entes da federação? Não, pois não está contido no art. 1º
a) República
-forma de governo
b) Federação
-forma de Estado
*art. 18, CF: organização político-administrativa da RFB, que compreende a União, os
Estados, o DF e os Municípios, todos autônomos
1.1) Rápida evolução histórica
-surgimento de organizações humanas e suas sucessões
-necessidade de maior integração dos grupos sociais
-se integrar a um grupo social é uma necessidade básica do ser humano
Estado: é o resultado de lenta e gradual evolução organizacional de poder (Alexandre de
Morais)
-não podemos separar o poder do Estado
-o Estado precisa ter poder para agir
-quem legitima o poder do Estado é o povo
-organização remete a ideia de sistema
22/03
1.2) Teorias justificadoras da existência do Estado
*Hobbes: legitimidade da criação do mais forte
-Hobbes defendeu que o Estado existe pois precisamos legitimar a criação do mais forte
-o mais forte é legitimado
-em qualquer agrupamento social naturalmente surgem os líderes
-acabamos legitimando aquele que rege e vida social, que é o Estado
-o Estado é mais forte pois damos força a ele
-o povo legitima a força estatal
-a legitimidade presume-se na conformidade da lei
*Rousseau e Kant: pacto social (laços jurídico-sociológicos)
-para eles o que existe é um grande pacto social e as cláusulas são os laços jurídicos
sociológicos
-a sociedade legitima o Estado, elege os seus representantes, mas em contrapartida a
sociedade quer segurança
-o Estado existe pelo pacto social
-as causas para o pacto social são os laços jurídico-sociológicos
*Santo Agostinho: vontade divina
-foi um grande jurista
-a criação e a legitimação do Estado é uma vontade divina
-Deus que quer assim
-Deus que quer a presença do rei, do soberano
-ex: quemcoroava o rei era o Papa
-se o rei é Deus na terra, Deus não era, sendo assim não pode ser contestado
-o rei agia a mando de Deus, era incontestável
*Platão, Aristóteles e Hegel: necessidade moral
-o Estado se justifica pela necessidade moral (moralidade institucional)
-alguém tem que “colocar ordem”
-a moralidade institucional exige um elemento condutor
1.3) Definições:
-Pontes de Miranda: “conjunto de todas as relações entre os poderes públicos e
indivíduos ou daqueles entre si”
-conjunto pressupõe a existência de seus componentes organizados
-conjunto pressupõe harmonia
-Alexandre de Morais, reportando-se a Jellinek: “forma história de organização jurídica
limitada a um determinado território e com população definida e dotada de soberania.
Poder supremo (plano interno; poder independente (plano internacional)”
-um processo histórico
-Estado juridicamente organizado
-limitado a um determinado espaço físico
-o povo é um elemento humano
-Hely Lopes de Meirelles (definição jurídica): “é a pessoa jurídica de Direito Público
Interno”
1.4) Atuação
-esse Estado atua nos campos do Direito Público e do Direito Privado
-personalidade única de Direito Público
-ex de atuação no direito privado: direito de vizinhança; direito do Estado adentrar na sua
residência
-apesar de o Estado atuar também no campo do direito privado ele tem personalidade única
de direito público
-o fato do Estado também atuar no campo do direito privado não leva a conclusão que esse
estado tem personalidade dupla
-a personalidade do Estado é de direito público
1.5) Duas grandes qualidades do Estado Constitucional (Alexandre de Morais):
-falar em Estado Constitucional é dizer que esse Estado possui duas grandes qualidades:
estado de direito e estado democrático
*Estado de Direito
-supremacia da legalidade
-a legalidade é o trilho jurídico do qual o Estado não pode descarrilar
-Estado juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis
-o Estado de Direito que não é democrático não é um Estado constitucional
*Estado democrático de direito
-regido por normas democráticas, por eleições livres, periódicas e pelo povo, bem como
pelo respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias fundamentais
-o estado democrático de direito pressupõe que é regido por normas democráticas
-não basta ter na constituição um rol de direitos e garantias fundamentais se não são
observadas pelo próprio Estado
1.6) Elementos (originários e indissociáveis)
-são elementos que já nascem com o Estado
-não podem se desintegrar
*Povo: componente humano
*Território: base física
*Governo: elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de
autodeterminação e auto-organização emanado do povo (soberania)
-o poder é oriundo do povo
1.7) Poderes do Estado
-teoria de Montesquieu - espírito das leis
-legislativo, executivo e judiciário
-expressões: “le pouvoir arrête le pouvoir”; equilíbrio entre os poderes; checks and
balances; freios e contrapesos
-o mais correto é falar em um equilíbrio entre os poderes, não em uma separação dos
poderes
-a ideia é um poder condicionando o outro
-art. 2º, CF
-os atos internos, típicos de cada um dos poderes não devem sofrer interferência, a não ser
que haja uma ilegalidade
-atos interna corporis, não podem ser tratados por poder distinto
23/03
2) Governo
2.1) Definições:
a) Sentido formal: conjunto de Poderes e órgãos constitucionais
-o fundamento é a constituição
b) Sentido material: complexo de funções estatais básicas
-o governo desempenha funções estatais
-saneamento, energia elétrica, segurança, saúde…
c) Sentido operacional: condução política dos negócios públicos
-política > administração da cidade/estado grega
-negócios públicos = polícia pública
*Ponto comum das definições
-expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de
manutenção da ordem pública vigente. Atuação mediante atos de soberania ou, pelo
menos, de autonomia política na condução dos negócios públicos
-administração da cidade
-o governo tem que ser proativo
3) Administração pública
3.1) Administrar (sentido lato):
-gerir interesses (gestão)
-na administração pública: gestão de bens e interesses em prol da comunidade, nos 4
âmbito de atuação (federal, estadual, municipal e distrital)
3.2) Expressões
*Administração Pública: entidades e órgãos administrativos
*administração pública: função ou atividade administrativa
3.3) Definições
a) Sentido formal: conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do
Governo
b) Sentido material: conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral
c) Visão global: todo o aparelho do Estado preordenado à realização de serviços, visando
à satisfação das necessidades coletivas
3.4) Natureza da administração pública
-múnus público para quem a exerce. Encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos
bens, serviços e interesses da coletividade
-múnus = encargo
3.5) Fins da administração pública
-alcançar o bem comum da coletividade administrativa
-defender o interesse público
3.6) Quadro comparativo (Governo X Administração Pública)
Governo Administração Pública
Atividade Política e discricionária Neutra, vinculada à lei ou à
norma técnica
Conduta Independente Hierarquizada
(atua com sua autonomia,
independente do governo
anterior)
(é estruturada sobre uma
hierarquia)
Relação de
comando
Responsabilidade
constitucional e política
Responsabilidade técnica e
legal
A Administração Pública é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática
as opções políticas do Governo
-a Administração Pública é utilizada pelo Estado
Governo e Administração atuam por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas,
de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes (elemento humano, pessoas
físicas investidas em cargos e funções)
4) Entidades
-as entidades são pessoas jurídicas, públicas ou privadas
-órgão é elemento despersonalizado incumbido da realização das atividades da entidade a
que pertence, mediante seus agentes
4.1) Classificação das entidades
a) Estatais
-pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura constitucional (sua previsão
está na constituição) do Estado e tem poderes políticos e administrativos
-CF, art. 18
-Exs: União, Estados-membros, Municípios e o DF
-União é soberana, os demais têm autonomia política, administrativa e financeira
b) Autárquicas
-pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza administrativa, criadas por lei específica,
para realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que a
criou (CF, art. 37, XIX)
-as autarquias são a longa manus do Estado
-existe a necessidade de lei específica para a criação de uma autarquia
c) Fundacionais
-pessoas jurídicas de Dir. Público ou de Dir. Privado, devendo a lei definir respectiva área de
atuação, nos termos do art. 37, XIX, da CF
-a origem da fundação é do direito privado, então trouxemos do direito privado essa criação
para o direito público
-podemos classificar as fundações como pessoas jurídicas de direito público ou privado
-obs: a universidade de brasília foi criada sob a forma fundacional
-as fundações têm como finalidade o atingimento de um interesse social
d) Empresariais
-pessoas jurídicas de Direito Privado, instituídas sob a forma de sociedade de economia
mista ou empresa pública, com a finalidade de prestar serviço público que possa ser
explorado do modo empresarial ou de exercer atividade econômica de relevante interesse
coletivo
-ex: banco do brasil sa
e) Paraestatais
-pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a prestar serviços ou
realizar atividades de interesse coletivo ou público
-ex: serviços sociais autônomos, as organizações sociais (lei 9.648/98)
-grupo S
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5) Órgãos Públicos
-centro de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, mediante seus
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem
-são unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições do Estado - Celso
AntônioBandeira de Mello
-art. 1º, § 2º, da Lei 9.784/99
-órgão público como o centro irradiador de tomada de decisões
-o órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta
-o órgão é despersonalizado, quem tem personalidade jurídica própria é a entidade
5.1) Classificação:
5.1.1) Quanto à estrutura
a) Simples
-singulares
-decisões individuais dos seus agentes
-tomada de decisões decorrente da forma individual
-monocrática
b) Colegiais
-colegiadas
-decisões tomadas pelo conjunto de agentes
-ex: cade
-as decisões são tomada por um colegiado
5.1.2) Quanto às funções que exercem
a) Ativos
-expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins das pessoas jurídicas
-ideia de proatividade
b) De controle
-prepostos a fiscalizar e controlar a atividade de outros órgãos ou agentes
-TCU (é um órgão auxiliar do congresso nacional no exercício do controle externo)
-órgão de controle
c) Consultivos
-de aconselhamento e elucidação para que sejam tomadas as providências pertinentes
-órgão de consulta, vai opinar, vai sugerir
-o consultor jurídico do presidente da república é a AGU
6) Reforma Administrativa de 1967 (DL 200/67 e posteriores alterações)
6.1) Princípios fundamentais
6.1.1) Planejamento
-estudo e estabelecimento de diretrizes e metas
6.1.2) Coordenação
-visa entrosar as atividades da Administração, evitando a duplicidade de atuação
6.1.3) Descentralização
-atribuir a outrem poderes da administração
6.1.4) Delegação de competência
-transferência de atribuições decisórias aos subordinados, mediante ato próprio, indicando,
com clareza, a autori delegante, a delegada e o objeto da delegação
-ex: art. 84, parágrafo único da CF
6.1.5) Controle
-é a manifestação do exercício do poder hierárquico
-escalonamento que traduz a hierarquia
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7) Centralização X Descentralização X Desconcentração
-traduzem como a administração brasileira está estruturada
7.1) Centralização
-atuação direta do Estado por meio de seus órgãos
-falar sobre administração centralizada é falar sobre a administração direta
-a administração centralizada traduz-se na atuação direta do Estado
-trata-se da atuação direta da presidência da república, dos ministérios...
7.2) Descentralização
-falar sobre administração descentralizada é falar sobre administração indireta
-atividade administrativa exercida por pessoas distantes do Estado (atuação direta)
-pressupõe pessoas jurídicas diversas
-é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica - Di Pietro
-definição legal (art. 10, § 1º, do DL 200/67): confusão terminológica
-a descentralização pressupõe que essa atividade administrativa está sendo exercida por
pessoas distintas do Estado (ex: anvisa, terracap, banco do brasil..)
7.2.1) Espécies
7.2.1.1) Política
-ente descentralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do ente central
-ex: estados membros da federação
7.2.1.2) Administrativa
-atribuições que os entes descentralizados exercem só tem valor jurídico que lhes empresta
o ente central
-ex: estado unitário (França)
a) Territorial (geográfica)
-entidade local, geograficamente delimitada, é dotada de personalidade jurídica própria de
direito público, com capacidade jurídica genérica
-ex: território federal
b) Por serviços, funcional ou técnica
-poder público (União, Estados, DF e Municípios) cria PJ de direito público ou privado e a
ela atribui a titularidade e execução de determinado serviço público
-ex: autarquia, sociedade de economia mista (SA), empresas públicas e fundações
c) Por colaboração
-por meio de contrato ou ato administrativo unilateral se transfere a execução de
determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado
-ex: concessionárias e permissionárias
-a natureza do serviço continua sendo pública, ainda que executada por uma pessoa
jurídica de direito privado
7.3) Desconcentração
-é a distribuição interna de competência (dentro da mesma pessoa jurídica)
-pressupõe a hierarquia
8) Administração pública direta e indireta
-ficção legal (DL 200/67 e alterações)
-distinção de pessoas privadas e pessoas públicas (vontade, fins, finalidade, controle)
-lei 13.460/2017 (direitos dos usuários dos serviços públicos)
-CC, art. 41
-administração pública em sentido subjetivo:
8.1) Estruturação
-art. 4º do DL 200/67, com redação da lei 7.596/87
-estrutura atual dos órgãos da presidência da república e dos ministérios: lei 13.844/2019 e
posteriores alterações
8.1.1) Administração direta
-serviços integrados da estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios
-presidência da república, órgãos que integram a presidência da república e os ministérios
8.1.2) Administração indireta
-entidades dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias
b) Empresas públicas >
c) Sociedades de economia mista > são pessoas jurídicas de direito privado
d) Fundações públicas >
Obs: consórcios públicos na administração indireta (lei 11.197/2005)
8.1.3) Estado individualizado
a) Autarquias
a.1) Expressão: autós (próprio) + arquia (comando, direção, governo) = auto-governo
-a autarquia se auto-governa, se auto-administra
a.2) Características
-criação por lei específica (art. 37, XIX, CF, c/c DL 200/67)
-personalidade jurídica própria
-natureza jurídica: autárquica
-autoadministração
-se auto administra
-especialização dos fins ou atividades
-sujeição a controle ou tutela
-a autarquia não está livre e solta, está sujeita a um controle
a.3) Casos específicos
OAB
-serviço público independente: STF; ADI 3026/DF # autarquia profissional ou corporativa
-a OAB não é uma autarquia corporativa como é o conselho regional de medicina (apesar
de exercerem atividade de fiscalização de profissões)
-a OAB fiscaliza o exercício da profissão de advogado
-a OAB não é uma autarquia corporativa, apesar de exercer uma atividade de fiscalização
de uma profissão
-a OAB é um serviço público independente
-obs: a OAB não é uma autarquia corporativa, mas para fins tributários pode cobrar como se
fosse uma autarquia
Universidades federais e estaduais não estruturadas sob a forma de fundação
-existem outras universidades que não estão organizadas sob a forma de fundação
-autarquia fundacional
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b) Empresas públicas e sociedades de economia mista
-lei 13.303/2016
b.1) Traços comuns:
*Criação e extinção autorizadas por lei
-CF, art. 37, XIX
-tanto uma empresa pública como uma sociedade de economia mista são criadas e extintas
mediante autorização por lei
-não precisa de lei específica como a autarquia, aqui basta a previsão normativa
*Pessoas jurídicas de direito privado
-as empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito
privado
*Sujeição a controle estatal
-ambas sujeitam-se a controle estatal do ministério respectivo
*Derrogação parcial do regime de direito privado por norma de direito público (regime
híbrido)
-por elas se sujeitarem ao controle estatal afasta-se parte do regime privado e aplica-se a
norma de direito público
-se não afastasse parte do regime privado toda regência seria de direito privado
*Vinculação aos fins definidos na lei instituidora
*Desempenho de atividade econômica (arts. 173 e 175, CF)
-o art. 173 é uma exceção a regra geral a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado
-art. 175 - necessidade de licitação
b.2) Traços distintivos
-as diferenças entre uma empresa pública e uma sociedade de economia mista
Sociedade de Economia
Mista
Empresa Pública
Forma de organização Sociedade anônima (SA) Quaisquer das formas
admitidas em direito
Composição do capital
(patrimônio)
Público (majoritário) e
privado
Público
-elas se diferem na forma de organização e na composição do capital
-a sociedade de economia mista é organizada sob a forma de uma sociedade anônima
(várias ações e não sabemos quem são os acionistas)
-uma empresa pública não é uma sociedade de capitais
-na empresa pública todo patrimônio é público
-o capital majoritário de uma sociedade de economia mista é público
-em uma empresa pública não há dese falar sequer em capitais, todo patrimônio é público
b.3) Exemplos:
b.3.1) Sociedades de economia mista: banco do brasil sa
b.3.2) Empresas públicas: empresa brasileira de correios e telégrafos
c) Fundações Públicas
c.1) Natureza jurídica
-lei 7.596/87: altera o art. 4º do DL 200/67 para incluí-las no rol da administração indireta
como pessoas jurídicas de direito privado
-a lei 7596 reincluiu no rol da administração indireta as fundações públicas, só que ao
fazê-lo as considerou como pessoa jurídica de direito privado (não é o que acontece na
prática)
c.2) Características e definições
*Dotação patrimonial total ou parcialmente pública
-deslocamento do patrimônio
*Personalidade jurídica, pública ou privada, atribuída por lei
-a lei que vai definir
*Desempenho de atividade atribuída ao Estado no âmbito social
-as fundações públicas desempenham essa atividade de forma muito mais evidente
*Capacidade de autoadministração
-ex: não é o ministério da educação que vai determinar de forma imperativa que se cria um
departamento de física da Unb
*Sujeição ao controle administrativo ou tutela por parte da administração indireta ou direito
-as fundações não estão livres no mundo jurídico, estão sujeitas a uma tutela
Privilégios próprios das autarquias e das fundações públicas
*Processo especial de execução: CF, art. 100
-quando estamos lidando com a fazenda pública a execução será feita sobre a modalidade
do precatório
*Impenhorabilidade dos bens
-os bens públicos são inalienáveis
*Juízo privativo
-art. 114 ou 109? justiça federal ou do trabalho
*Prazos dilatados em juízo
-autarquia, fundação pública, órgão da administração direta
-início da contagem com dias distintos
-prazo em dobro
-o prazo só começa a contar da juntada do mandado de citação/intimação
*Imunidade tributária
-está na constituição
-os entes da federação não podem cobrar tributos um dos outros
*Duplo grau de jurisdição
*CPC, arts. 231; 496, I, etc
Ato Administrativo
1) Considerações gerais:
1.1) Pressuposto jurídico
-ato administrativo é ato jurídico, pois produz efeitos jurídicos
-o ato jurídico pressupõe a produção de efeitos jurídicos
1.2) Fato jurídico
-evento não prescritivo que o Direito atribui consequências jurídicas
1.3) Ato jurídico
-declaração prescritiva
*A administração pública produz tanto fato jurídico quanto ato jurídico
1.4) Fato administrativo
-quando um fato descrito na norma produz efeito no âmbito do Direito administrativo
-em princípio não anulável, nem revogável
-um simples fato administrativo pode ter consequências jurídicas, ou não
1.5) Ato administrativo
-anulável, revogável e goza da presunção de legitimidade e veracidade
-incide, também, vontade discricionária
-ex: uma portaria pode ser revogada
-o ato administrativo nada mais é do que a fala do Estado, a forma como ele se comunica
-a todo momento o Estado está produzindo atos administrativos
1.6) Atos da administração
-todos os atos praticados no exercício da função administrativa - Di Pietro # CABM
CABM: à administração pública pratica atos que não interessa considerar como ato
administrativo, tais como:
a) Atos regidos pelo Direito Privado
-muitas das vezes a administração pública se comporta como um particular e pratica atos
regidos pelo direito privado
-ex: as vezes a administração pública se comporta como locatária
b) Atos materiais
-ex: operação tapa buraco
c) Atos políticos ou de governo praticados com discricionariedade e obediência à lei
-ex: ato de nomeação de um ministro de estado pelo presidente da república (ato político)
2) Definição (CABM)
2.1) Conceito (de ato administrativo)
- “declaração do Estado, ou de quem faça as vezes, manifestada mediante providências
jurídicas complementares da lei, para lhe dar cumprimento e sujeitas ao controle de
legitimidade pelo Poder Judiciário”
2.2) Características do conceito
a) É declaração jurídica - ok
-produz efeitos jurídicos
b) Provém do Estado - ok
-é emanada do Estado
c) Exercida com prerrogativas públicas
-regência do Direito Público
d) São providências jurídicas complementares à lei
-são atos infralegais, para lhe dar fiel cumprimento
e) Sujeitas ao exame pelo poder judiciário
-essas emanações do Estado são sujeitas ao exame pelo poder judiciário
3) Atributos (qualidades, características)
-os atributos não se confundem com os requisitos
-atributos são qualidades, são características
3.1) Presunção de legitimidade e veracidade
-conformidade com a lei (princípio da legalidade) e pressupõe ser uma manifestação estatal
verdadeira
-presumem-se legais
-um ato administrativo se prezume sempre legítimo, em conformidade com a lei, e verídico
-não se admite um Estado mentiroso
3.2) Imperatividade
-imposição a terceiros, independente da sua concordância
-se traduz na imposição
-goste você ou não
3.3) Autoexecutoriedade
-posto em prática pela administração pública sem necessidade de intervenção do Poder
Judiciário
-expressões do Direito Administrativo francês: “privilege d’action d’office” ou "privilège du
préalable”
-é autoexecutável
-a administração age de ofício
-não é necessário a anuência de um outro poder
-o detran não precisa de autorização para fazer uma blitz
3.4) Tipicidade
-é a correspondência a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir
determinado resultado
-subsunção da norma ao fato
-ex: não é típico o ato administrativo de punição com prisão pelo militar não ter dado
continência ao seu superior (art. 142, § 2º)
12/04
4) Requisitos (elementos)
-os requisitos são elementos
-para que se possa existir são necessários os elementos
-art. 2º, da Lei 4.717/1965 (regula ação popular)
4.1) Sujeito
-aquele que pratica o ato
-aquela a quem a lei atribui competência para a prática do ato
-no direito administrativo, além da capacidade, é necessário possuir competência
4.1.1) Competência (no Direito Administrativo)
a) Conceito: conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixado pelo
direito positivo
b) Características:
- Decorre da lei (direito positivo)
- É inderrogável (não pode deixar de ser exigido)
- Pode ser objeto de delegação ou avocação (vide art. 11 da lei 9.784/1999) (quem pode
mais pode menos) (avocar é trazer para si)
-a competência está dentro do elemento subjetivo, pois não adianta o sujeito não possuir
competência no direito administrativo
4.2) Objeto
-conteúdo
-efeito jurídico imediato que o ato produz
-deve ser lícito (a administração pública não pode conviver com uma ilegalidade), possível,
certo (deve ser claro, objetivo, não deve gerar dúvidas - segurança jurídica) e moral (não
tem sentido a prática de um ato administrativo visando que esse objeto seja imoral)
4.3) Forma
-revestimento externo do ato
-ex: o alvará de funcionamento é a forma
-ex: portaria de nomeação
4.4) Finalidade
-é resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato
-tem que ser pública
-a finalidade diz respeito a teleologia
-ex: eu vou asfaltar as suas de vicente pires pois elas ficam alagadas
-o resultado que a administração quer alcançar é o bem estar coletivo e não individual
4.5) Motivo
-pressuposto de fato ou de direito que serve de fundamento ao ato administrativo
-motivo é diferente de motivação
-a motivação é nada mais que os motivos formalizados
4.5.1) Teoria dos Motivos Determinantes: a validade do ato se vincula aos motivos
elencados como seu fundamento
-a administração pública precisa dar satisfação de porque comprou e porque se desfez de
seus bens
-os motivos não podem ser contraditórios
-a administração pública não pode elencar motivos para a prática de um ato e simplesmente
mudar de ideia pouco tempo depois
-mantidos os mesmos motivos que levaram a prática do ato a administração tem que se
vincular a esses motivos
-a administração pública não pode ser contraditória
-se ela diz que tem necessidade de fazer a compra de tomógrafos computadorizados ela
tem que disponibilizar, providenciar a instalação
-se decidiu pela criação das ciclovias não pode simplesmente retirar tudo, somente se algo
supervenientediga que não
-a validade está ligada a aquilo que ela elencou como seu fundamento
5) Classificação dos atos administrativos
5.1) Quanto às prerrogativas
5.1.1) Atos de império
-o imperador é o poder público
-imperatividade, autoexecutoriedade
-ex: quando o agente alfandegário pede para que abra a bagagem
5.1.2) Atos de gestão
-em princípio, o poder público está se comportando como se particular fosse
-ex: INSS locando uma casa para utilizar como ponto de serviço
-os atos de gestão são aqueles praticados em princípio pelo poder público mas como se
particular fosse, ele não precisa da imperatividade e nem da autoexecutoriedade
5.2) Quanto à vontade
5.2.1) Ato administrativo propriamente dito e puro
-é uma declaração de vontade e efetivação dessa declaração de vontade
-ex: demissão, tombamento
5.2.2) Mero ato administrativo
-declaração de opinião (parecer), de conhecimento (certidão) ou desejo (voto num órgão
colegiado)
5.3) Quanto à formação da vontade
5.3.1) Simples
-vontade oriunda de um único órgão singular ou colegiado
5.3.2) Complexo
-temos que ter uma vontade conjunta
-vontade oriunda de dois ou mais órgãos singulares ou colegiados
-ex: decreto do PR que também é assinado pelo Ministro de Estado da área respectiva
-há duas ou mais vontades para a formação de um ato único
5.3.3) Composto
-manifestação da vontade de 2 ou mais órgãos, sendo que a vontade de um é instrumental
em relação ao outro, que edita o ato principal
-ex: nomeação do PGR
-são praticados 2 atos (um principal e acessórios)
5.4) Quanto aos destinatários
5.4.1) Gerais
-atingem a todos que se encontram na mesma situação
-ex: ato normativos
5.4.2) Individuais
-a produção de efeitos jurídicos no caso concreto
-ex: concessão da licença gestante às servidoras que engravidaram
-não é para todos, mas apenas para aqueles que se encaixam em determinado caso
concreto
5.5) Quanto à exequibilidade
-diz se está apto a produzir efeitos jurídicos
5.5.1) Perfeito
-está em condições de produzir efeitos jurídicos
5.5.2) Imperfeito
-não está em condições de produzir efeitos jurídicos porque não completou seu ciclo de
formação
5.5.3) Pendente
-está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos
-se já completou seu ciclo de formação ou não
5.5.4) Consumado
-já exauriu todos os seus efeitos
5.6) Quanto aos efeitos
5.6.1) Constitutivo
-a administração pública cria, modifica ou extingue um direito ou situação do administrado
-ex: concessão de férias
5.6.2) Declaratório
-apenas se reconhece um direito que já havia antes do ato
-no ato administrativo declaratório não se constitui um direito ou uma relação, apenas se
reconhece algo que já vinha antes desse ato
-ex: certidão de tempo de serviço de estágio
5.6.3) Enunciativo
-encerram juízo, conhecimento ou opinião
-vai produzir um juízo, uma opinião, um conhecimento
-ex: parecer jurídico
13/04
6) Atos administrativos em espécie
6.1.1) Quanto ao conteúdo
6.1.1.1) Autorização
-a autorização tende a ser unilateral e discricionário
-unilateral e discricionário pelo qual a Adm. Pública faculta ao particular o desempenho de
atividade material ou prática de ato que, sem consentimento, seria ilegal
-unilateral pois quem vai conceder a autorização é o poder público, de forma unilateral
-ex: na CF: art. 21, VI (material bélico); art, 176, §§ 1º, 3º e 4º (recursos naturais)
6.1.1.2) Licença
-unilateral e vinculado pelo qual a administração pública faculta àquele que preenche os
requisitos legais o exercício de uma atividade
-vinculado a lei, ao ordenamento jurídico
-ex: licença para construir e dirigir veículos automotores
6.1.1.3) Admissão
-unilateral e vinculado pelo qual a administração pública reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público
-ex: admissão nas escolas públicas e hospitais
-vinculado a lei
-é semelhante a licença, contudo, a admissão estaria mais voltada para a prestação de um
serviço público
-também tem a ideia de entrada física em uma repartição
6.1.1.4) Permissão
-unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso pelo qual a administração pública
faculta ao particular a execução de serviço público ou utilização privativa de bem público
-é precária pois a qualquer momento pode ser revogada
-ex: bancos nas repartições públicas
6.1.1.5) Aprovação
-unilateral e discricionário pelo qual a administração pública se exerce o controle a priori ou
a posteriori do ato administrativo
-ideia de fazer um juízo a respeito de
-ex: art. 52, incisos III, IV e XI, da CF
6.1.1.6) Homologação
-unilateral e vinculado pelo qual a administração pública reconhece a legalidade de um ato
jurídico
-ex: homologação na licitação
-art. 43, VI, da lei 8666/1993
6.1.1.7) Parecer
-ato pelo qual os órgãos consultivos da administração pública emitem opiniões sobre
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência
-em um parecer nada se decide
-é um ato administrativo enunciativo
-o grande consultor jurídico do presidente da república é a AGU
6.1.1.8) Visto
-unilateral pelo qual a administração pública atesta a legitimidade formal de outro ato
jurídico
-é um ato unilateral pelo qual se atesta a legitimidade formal de um outro ato jurídico
-ex: visto do chefe imediato para processamento do pedido de férias
6.1.2) Quanto à forma (outras formas de manifestação)
-como esse ato está exteriorizado
-decreto, resolução, portaria, circular, despacho, alvará, etc.
19/04
7) Extinção dos atos administrativos (CABM)
-o ato administrativo pode ser extinto:
7.1) Pelo cumprimento de seus efeitos
-cumpriram-se os efeitos do ato administrativo
7.1.1.1) Esgotamento de seu conteúdo
-ex: as férias que foram gozadas
7.1.1.2) Execução material
-ex: realizou-se a cirurgia; a poda de determinada árvore
7.1.1.3) Implemento de condição resolutiva ou termo final
-condição resolutiva é aquela que resolve algo (extingue)
-termo (passagem do tempo)
-ex: pagamento da obrigação
7.2) Pelo desaparecimento do sujeito ou do objeto
-ex: o agente público faleceu
-ex: o órgão público não mais existe pois foi extinto
7.3) Pela retirada
7.3.1) Revogação
-por razões de conveniência e oportunidade
7.3.2) Invalidação (ou anulação)
-por razões de ilegalidade ou ilegitimidade
7.3.3) Cassação
-quando o destinatário descumpre condições que deveriam permanecer atendidas para que
o ato permanece válido
7.3.4) Caducidade
-superveniência de norma jurídica que tornou inadmissível situação antes permitida pelo
direito e outorgada pelo ato precedente
-um ato administrativo superveniente para dizer que aquela situação não é mais permitida
7.3.4.5) Contraposição
-emissão de novo ato com efeitos contrapostos ao ato anterior
-ex: um ato de nomeação é contraposto com um ato de exoneração
7.4) Renúncia
-o próprio beneficiário abre mão de uma vantagem que desfrutava
-a renúncia não deve ser a regra geral no direito administrativo, ela deve ser a exceção,
pois os direitos dos bens públicos são a princípio irrenunciáveis
7.3.1 e 7.3.2) Casos específicos da revogação e invalidação (ou anulação)
Sujeito Motivo Extinção dos
Efeitos
Revogação Administração
Pública (autoridade
no exercício da
função pública dos 3
poderes)
Conveniência e
oportunidade
(interesse público)
Ex nunc
Invalidade ou
Anulação
Administração
Pública (dos 3
poderes) na função
administrativa (e
Poder Judiciário na
função
administrativa e
jurisdicional)
Ilegitimidade
(ilegalidade)
Ex tunc (e/ou)
ex nunc
Revogação
*Sujeito
-todos os 3 poderes no exercício da sua função precípua, ou não, podem revogar um ato
administrativo
*Motivo
-o motivo que leva a revogação é a conveniência e a oportunidade
-algo conveniente e oportuno consubstancia o interesse público
-vinculado a um juízo de conveniência e oportunidade
*Efeito
-ex nunc
-é dali em diante
-não retroage, pois o passado é legítimo
Invalidação ou anulação
*Sujeito
-quem pode anular? A administração pública dos 3 poderes, na função administrativa, e o
poder judiciário na função administrativa e jurisdicional
*Motivo
-se houve um descarrilamento daqueletrilho jurídico pelo qual o Estado não pode tombar
-deve seguir a lei
-vinculado à legalidade
*Efeito
-ele retroage, pois o passado não deveria ter existido
8) Silêncio da Administração Pública
8.1) Considerações necessárias: dificuldade: se o silêncio não é ato jurídico, não
poderia ser ato administrativo, em princípio;
-esse ato ainda que omisso, tem consequências jurídicas
8.2) Conceito
-quando a administração pública não se pronuncia qundo deveria fazê-lo = silêncio
administrativo ou omissão administrativa
-quando a administração deixa de produzir um ato administrativo quando ela deveria
produzir
8.3) Consequências:
8.3.1) Em relação ao sujeito administrativo que se omitiu:
-CF, art. 5º, XXXIV e alíneas; art. 116, e incisos, da Lei 8.112/1990; arts. 48 e 49 da Lei
9.784/1999;
8.3.2) Em relação ao administrado:
-idem, idem da legislação supracitada
20/04
Poderes Administrativos
1) Considerações gerais
1.1) Poder (Dir. Adm) # Dir. Civil (faculdade
-é poder-dever; irrenunciável
1.2) Impropriedade dos termos Poderes Vinculado e Discricionário (Di Pietro):
-“não são poderes autônomos, quando muito, são atributos de outros poderes ou
competências da Administração”;
2) Definição:
2.1) Conceito:
-são prerrogativas especiais de que dispõe a Administração Pública, exercidas nos limites
da lei (princípio da legalidade restrita), e necessárias à satisfação dos fins públicos, cuja
persecução o ordenamento jurídico lhe impõe
2.2) Características do conceito:
a) São inerentes à Administração Pública
b) Finalidade precípua
-sobrepor a vontade da lei à vontade individual, vale dizer, o interesse público ao interesse
privado
-interesse público sobreposto ao direito privado
-não é a vontade individual do governante
c) Encerram prerrogativas de autoridade
d) Exercidas nos limites da lei
-nova lei do abuso de autoridade (Lei 13.869/2019)
-não é irrestrito, deve ser exercido nos limites da lei
3) Espécies (modalidades):
3.1) Poder Normativo (ou Regulamentar): é a possibilidade de o chefe do poder executivo
(da União, dos Estados, do DF e dos Municípios) editar normas complementares à lei para
sua fiel execução
-ideia de complementaridade da lei
-a lei é insuficiente para dar fiel execução, sendo assim nós precisaremos, por exemplo, de
um decreto para regulamentar a lei
-ex: os atos administrativos da anvisa que determinam qual será o próximo grupo a ser
vacinado
3.1.1) Espécies de regulamento:
a) Executivo (ou de execução):
-complementa a lei
-Art. 84, IV, da CF
-não pode ser contra legem ou ultra legem
-não pode ir nem contra nem fora da lei
b) Independente ou autônomo
-inova na ordem jurídica porque não pressupõe a necessidade de lei prévia versando sobre
a matéria objeto do decreto:
b.1) Brasil:
-existência a partir da EC 32/2001 que modificou o art. 84, VI, da CF
-a alínea b, do inciso VI, do art. 84, possibilita o presidente da república extinguir uma
função ou um cargo público quando vago
-apesar de um decreto não poder modificar uma lei, nossa CF diz que nesse caso será
possível
b.2) Paralelismo com atribuições semelhantes à CD (art. 51, IV, da CF), ao SF (art. 52,
XIII) e os tribunais (art. 96, I, b, da CF)
-é o poder normativo sendo visto no âmbito da câmara dos deputados, do senado federal e
dos tribunais
-paralelismo do poder normativo do executivo ao judiciário
3.1.2) Outros meios de expressão:
-possibilidade de exercer o poder normativo mediante resoluções, portarias, deliberações,
instruções normativas, etc
-vide regulamentação a respeito do COVID 19
a) Poder normativo do Ministro de Estado:
-art. 87, parágrafo único, inciso II, da CF c/c art. 76, também da CF
-o Ministro de Estado é um grande auxiliar do presidente da república no exercício do poder
executivo
b) Omissão do Poder Executivo:
-suprível mediante mandado de injunção (art. 5º, LXXI, da CF) e ação direta de
inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 2º, da CF)
-é sanável, pois temos remédios constitucionais
03/05
3.2. Poder Disciplinar:
-cabível à Administração Pública para apurar e aplicar sanções aos servidores públicos e
demais pessoas sujeitas à disciplina normativa (Di Pietro). Não confundir com o poder
punitivo do Estado (jus puniendi) exercido pelo Poder Judiciário e que diz respeito à
repressão dos crimes e contravenções tipificados nas leis penais (Marcelo Alexandrino e
Vicente Paulo)
-cabível a administração pública, não somente para apurar, mas também para punir os
servidores públicos e as demais pessoas sujeitas à disciplina normativa
-o poder disciplinar engloba também, por exemplo em uma licitação, a aplicação da pena a
uma pessoa jurídica não idônea
-não podemos confundir esse poder punitivo com o poder punitivo do Estado
-o estado administrador pune, inclusive no âmbito do poder judiciário (um servidor do
judiciário pode ser punido, pode responder um processo administrativo disciplinar)
3.2.1. Características:
a) Comporta certo grau de discricionariedade
-significando que a Adm. Pública pode levar em consideração na escolha da pena, a
natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público
-Exs: Lei 8.112/1990, art. 128 e LINDB (Decreto-lei 4.657/1942, alterado pela Lei
13.655/2018), art. 22, § 2º;
-a discricionariedade jamais se confunde com arbitrariedade
-um ato discricionário não deve ser arbitrário
-a administração pública pode levar em consideração a natureza da pena, a gravidade da
infração e os danos que dela provierem para o serviço público
-pelo fato do servidor público ter cometido uma infração administrativa o serviço público não
ficou indisponível
b) tendo conhecimento da infração administrativa, a Adm. Pública tem o dever de apurar
e punir, se for o caso. Se não o fizer: possível incidência do crime objeto do art. 320 do
Código Penal (condescendência criminosa) e da configuração de ato de improbidade
administrativa (art. 11, inciso II, da Lei 8.429/1992)
-a administração pública não pode passar a mão
-é necessário que comuniquem o furto de uma resma de papel, que era material de
expediente
-no serviço público não cabe indulgência, não pode passar a mão na cabeça
-a improbidade administrativa é uma infração administrativa punível na via administrativa, e
de tão grave que ele é na maioria das vezes também é tipificado como crime da legislação
penal
-é errônea a expressão crime de improbidade administrativa
-a lei da improbidade administrativa não é uma lei extravagante penal, ela não tipifica
crimes, contudo, os atos ali consideramos como de improbidade administrativa, de tão
graves que são, também podem ser considerados como crime
-a lei de improbidade administrativa não é uma lei extravagante penal, ela não tipifica crimes
c) jamais deixar de aplicar o contido no art. 5º, incisos LIV e LV, da CF.
-não se pode punir qualquer servidor sem conferir a ele a ele a ampla defesa e o
contraditório com todos os meios a eles inerentes
-observância do devido processo legal
04/05
3.3. Poder Hierárquico:
- é o que dispõe a Adm. Pública “para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre
os servidores do seu quadro de pessoal” (HLM).
-organizar, gerir interesses de forma coordenada
-relação de subordinação
3.3.1. Características:
a) Pressuposto: a organização administrativa está fundada na distribuição de
competências e na hierarquia >>> relação de coordenação e subordinação (previsão no
Decreto-lei 200/1967);
-a organização administrativa está fincada em dois grande pilares, a distribuição de
competência e a hierarquia
b) Relação hierárquica: vínculo que coordena e subordina uns aos outros órgãos da Adm.
Pública, graduando a atividade de cada um (Mário Masagão);
c) Poderes decorrentes da hierarquia:
-poderes inerentes à hierarquia
-sub-poderes do poder central da hierarquia
c.1) editar atos normativos (Poder Normativo);
-possibilidade de poder editar atos normativos
-poder se utilizar do poder normativo
c.2) dar ordens, implicando pois o dever deobediência do subordinado, salvo ordens
manifestamente ilegais;
-se um servidor recebe ordens ilegais ele não pode cumprir
c.3) controlar a atividade dos órgãos inferiores;
-exercício do sistema de controle externo e interno
-instrumentos: anulação e revogação;
-quando se anula um ato se controla
-quando se revoga um ato se controla
c.4) aplicar sanções (Poder Disciplinar);
c.5) avocar atribuições;
-trazer para si
-quem pode mais pode menos
c.6) delegar atribuições.
d) Em relação aos Poderes Legislativo e Judiciário:
-poder executivo em relação aos demais poderes
d.1) Pressuposto: não há hierarquia no sentido de relação de coordenação e
subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais;
-não deve haver hierarquia entre os poderes
-art. 2º da CF
-os poderes são harmônicos mas são independentes
-não deve haver uma relação de coordenação e subordinação
d.2) Poder Judiciário:
-Di Pietro: com a EC 45/2004 (Reforma do Poder Judiciário) teria sido criada uma
“hierarquia parcial entre o STF e todos os demais órgãos do Poder Judiciário” e da
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, municipal e distrital
(art. 102, § 2º e art. 103-A, ambos da CF);
-há em diga que a reforma do poder judiciário tenha criado uma certa hierarquia parcial
entre o STF e todos os demais órgãos do Poder Judiciário e da administração pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual, municipal e distrital
-ex: o STF declarando a inconstitucionalidade de um determinado tributo do estado de
Minas Gerais
d.3) Poder Legislativo:
-absoluta independência funcional entre uma e outra Casa do Congresso (CD e SF)
-temos a chamada absoluta independência funcional entre uma e outra casa do Congresso
Nacional
-a Câmara dos Deputados pode dizer X e o Senado dizer Y; isso se resolve mediante a
aplicação dos princípios, regimento interno e processo legislativo
3.4. Poder de Polícia:
3.4.1. Considerações iniciais:
a) Existência de um regime jurídico-administrativo a que se submete a Administração
Pública, traduzido por:
a.1) Prerrogativas concedidas à Administração Pública;
-as prerrogativas são privilégios concedidas ao poder público
a.2) Sujeições:
-limites opostos à atuação administrativa
-contraponto às prerrogativas
b) Cidadão X Administração Pública
↓ ↓
quer exercer precisa condicionar o
plenamente exercício dos direitos
seus direitos dos cidadãos ao bem-
estar-coletivo
-o cidadão quer exercer plenamente os seus direitos
-ex: condiciona o direito de um proprietário constituir um prédio com mais de 6 andares no
setor noroeste de Brasília para que seja preservado o padrão arquitetônico de Brasília
-ex: o detran realizando uma blitz, limitando o direito de ir e vir dos cidadãos
-interesse público
-bem estar coletivo
>>> configuração de um estado de tensão Cidadão X Adm. Pública
3.4.2. Evolução histórica:
a) Grécia: do grego politeia: todas as atividades da cidade-Estado (polis);
b) Idade Média em diante (figura do Príncipe), que exercia o jus politae: tudo o que fosse
necessário à boa ordem da sociedade civil;
c) Estado de Direito: com o princípio da legalidade, o governante se submete ao primado
da lei;
d) Estado Liberal (intervenção mínima estatal, só podendo limitar o exercício dos direitos
individuais para assegurar a ordem pública);
e) Estado Intervencionista: o Estado também intervém na ordem econômica e social e
pode impor obrigações de fazer e não-fazer.
Resumo parcial (do Poder de Polícia):
a) trata-se de uma limitação da liberdade do administrado, em benefício do interesse
público;
b) fundamento: princípio da predominância do interesse público sobre o particular, que dá
à Administração posição de supremacia sobre os administrados.
-é legitimado
3.4.2. Conceito do Poder de Polícia:
a) Hely Lopes Meirelles (HLM): “faculdade de que dispõe a Adm. Pública para condicionar
e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da
coletividade ou do próprio Estado”;
b) Di Pietro: “atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais
em benefício do interesse público”;
c) Celso Antônio Bandeira de Mello (CABM): “atividade estatal de condicionar a liberdade e
a propriedade, ajustando-as aos interesses coletivos”
d) Legal: art. 78 do CTN, c/c o art. 145, II, da CF.
-
3.4.4. Características:
a) Diógenes Gasparini (elementos):
a.1) Editado pela Adm. Pública ou quem lhe faça às vezes;
-o poder de polícia é editado, é proveniente é oriundo da administração pública [
-é a administração pública agindo
-faça às vezes - ex: comissário de bordo faz as vezes do poder público na vigilância e na
repressão da lei que proíbe o fumo a bordo de aeronaves
a.2) Fundamento em um vínculo geral;
a.3) Presença inafastável do interesse público e social;
a.4) Incidência sobre a propriedade ou liberdade.
b) HLM (atributos):
b.1) Discricionariedade;
-o momento e a oportunidade cabe ao poder público
-ex: não precisar avisar que vai realizar uma blitz, o momento é discricionário
b.2) Autoexecutoriedade;
-não precisa pedir autorização
-é auto implementável
-é auto aplicável
-não se precisa da anuência de um outro poder
b.3) Coercibilidade.
-é coativo, é coercitivo
-ex: o PM determina que todos saiam do carro para realizar uma revista individual
3.4.5. Formas de atuação (Di Pietro):
-como o poder de polícia atua
a) Pela edição de atos normativos;
-o poder de polícia atua inclusive em concomitância com outro poder, com o poder
normativo
-ex: norma de restrição do funcionamento de estabelecimentos comerciais durante a
pandemia
b) Pela edição de atos administrativos e operações materiais (medidas preventivas e
repressivas).
3.4.6. Polícia administrativa e judiciária:
POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA
CARÁTER Em princípio, preventiva Em princípio, repressiva
ILÍCITO Puramente administrativo Penal
REGIME Direito Administrativo Direito Processual Penal
INCIDÊNCIA Bens, direitos e atividades Pessoas
-ambas são polícias estatais, são manifestações do poder público
-o caráter da polícia administrativa é, em princípio, preventiva, pois também pode ser
repressiva ex: fiscalização sanitária
-a polícia judiciária em princípio é repressiva ex: instituto médico legal, instituto de
identificação
-na polícia administrativa o regime jurídico é de direito administrativo, enquanto na polícia
judiciária o regime é de direito processual penal
-a polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades ex: fiscalização sanitária em
uma padaria
-a polícia judiciária tem como incidência as pessoas, o foco é a pessoa ex: para saber quem
é o autor eu preciso coletar a impressão digital
3.4.7. Limites (HLM: condições de validade):
a) Competência: exercício de atribuições previstas na norma pertinente;
b) Finalidade: sempre atender ao interesse público; caso contrário, haverá desvio de
poder;
c) Forma (procedimento): observância do previsto na norma pertinente;
d) Objeto: não ir além do necessário: princípio da proporcionalidade dos meios aos fins
almejados;
e) Prazo prescricional de 5 anos na aplicação de “sanções de polícia” no âmbito
federal: Lei 9.873/1999 alterada pela Lei 11.941/2009 (Di Pietro).
11/05
Licitação
-à luz da vigência “concomitante” das Leis 8.666/1993 e da Lei 14.133/2021
1) Considerações preliminares
1.1) Liberdade de contratar do particular (procura de melhor proposta para certo negócio, no
Dir. Privado rege o princípio da autonomia de vontade) X Não-liberdade da Administração
Pública (licitação obrigatória, em princípio)
-ex: a Administração Pública terá que adquirir a caneta com o vencedor da licitação, não
tem a liberdade de contratar como um particular
1.2) Licitação:
-é certame, ideia de competição
-é uma corrida
-ideia de competitividade
2) Definição:
2.1) Di Pietro:
a) Procedimento administrativo:
-a licitação trata de um procedimento administrativo
-série de atos preparatórios do ato final objetivado pela Administração ( vontade contratual);-com a licitação a administração pública escolhe o futuro contratado
-a licitação objetiva o ato final que é o contrato administrativo
-é uma série de atos preparatórios
b) Presença do ente público no exercício da função administrativa:
-licitação inclusive para as entidades públicas de direito privado: CF, art. 22, XXVII; 37,
caput, c/c, inciso XXI; 137, §1º, III e 175, caput;
-falar em licitação é falar na presença sempre de um ente público no exercício da função
pública
-a licitação é aplicável inclusive para as entidades públicas de direito privado
-vai ter licitação, ainda que se possa utilizar de um regulamento próprio, exclusivo previsto
nos regulamentos internos
-compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre normas gerais de licitação
(competência legislativa)
c) Abertura a todos os interessados que se sujeitem às condições fixadas no
instrumento convocatório
-a licitação consubstancia uma abertura a todos os interessados (democrática)
-instrumento convocatório = edital
-Edital: lei da licitação no caso concreto e do contrato administrativo
-o edital é a administração pública gritando “quem quer vender um serviço a administração
pública”
-o contrato administrativo também vai estar atrelado ao edital
d) Possibilidade de os interessados formularem propostas dentre as quais a
Administração selecionará a mais conveniente para a celebração do contrato;
-a mais conveniente pode não ser a mais barata
Dir. Privado:
-no direito privado rege a autonomia da vontade
Dir. Público/ Dir. Administrativo:
-oferta dirigida a toda a coletividade de pessoas que preencham os requisitos legais e
regulamentares do edital
-afasta a liberdade presente no direito privado
-a administração terá que adquirir a caneta unicamente com o vencedor da licitação
>>> “ Licitação é procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício
da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições
fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas,
dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do
contrato”.
2.2) Diógenes Gasparini:
- “Procedimento administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada
seleciona, em razão de critérios objetivos previamente estabelecidos, interessados que
tenham atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de
seu interesse”.
-mais vantajoso não quer dizer necessariamente o melhor preço
-o mais vantajoso pode ser um que tenha um preço maior mas que ofereça um serviço ou
produto melhor
a) Pessoa obrigada a licitar: licitante
b) Pessoa que participa do procedimento visando a ser contratada: proponente ou
licitante particular
2.3) Celso Antônio Bandeira de Mello - CABM:
Finalidades da licitação: atendimento a três exigências públicas impostergáveis
(imprescindíveis, que não pode deixar de ser considerável):
2.3.1) Proteção aos interesses públicos e recursos governamentais
-busca da oferta mais satisfatória
-obs: não necessariamente a mais barata é a mais satisfatória
2.3.2) Respeito aos princípios da isonomia e da impessoalidade
-CF, arts. 5º e 37, caput > abertura de disputa do certame
2.3.3) Obediência aos reclamos da probidade administrativa
-CF, art. 37, caput e 85, V
2.4) Objetivos previstos na Lei 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos = NLLC), art. 11
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso
para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
-ex: não contratar asfalto farofa
-ex: não comprar produtos próximos a data de vencimento
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
-caráter da competitividade
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e
superfaturamento na execução dos contratos;
-evitar o superfaturamento
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável pela governança
das contratações e deve implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos
e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os
respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste
artigo, promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das
contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência,
efetividade e eficácia em suas contratações.
3) Legislação aplicável
3.1) Competência privativa da União para legislar sobre normas gerais de licitações e
contratação: CF, art. 22, XXVII
-e competência legal suplementar para os Estados, DF e Municípios: CF, art. 24, §2º e
30, II
-sobre normas que não são gerais os Estados, os Municípios e o DF podem legislar sobre
licitação
-normas geria sobre licitação é competência privativa da União
-os Estados, os Municípios e o DF podem legislar acerca das licitações em casos
específicos
-a professora Di Pietro defende a inconstitucionalidade da lei 8.666, entende que ela foi
além de normas gerais
-diferente da posição da professora Di Pietro, porque a lei 8.666, e 14.133, não seriam
consideradas inconstitucionais para a União? Pois para a União pode legislar sobre normas
que não são gerais
17/05
3.2) Obrigatoriedade da licitação:
a) Genérica:
-CF, art. 37, XXI, regulamentado pela Lei 8.666/93 (LLCAA = lei antiga) e posteriores
alterações, com destaque para a Lei 12.462/2011 (alterações legislativas visando à Copa do
Mundo de Futebol de 2014 e às Olimpíadas de 2016, Obs: com impugnação mediante ADI
no STF, acompanhar); e lei 14.133/2021 (NLLCA)
-a regra geral é sempre a licitação
-o afastamento da licitação ocorre em casos justificados, como por exemplo na pandemia
da Covid
Obs: Vigência concomitante da lei 8.666/1993 (LLCCA) e da Lei 14.133/2021 (NLLCA):
-conforme os seguintes artigos na nova lei 14.133/2021 (NLLCA): 184 ao 194
-a lei 8.666 deixou de ser uma lei extravagante penal, portanto foi criado um novo capítulo
do CP
-se um contrato foi assinado com fundamento da lei antiga ele vai continuar em vigor com a
lei antiga até o seu término
-a administração poderá, até 2023, optar em licitar ou contratar de acordo com a nova lei
com de acordo com a antiga lei
a.1) Alterações específicas em decorrência da COVID19: vide sobretudo a Lei
14.035/2020 e posteriores alterações (acompanhar evolução legislativa e jurisprudencial),
certo que elas são anteriores à Lei 14.133/2021
-ex: caso de dispensa de licitação para a aquisição de cilindros de oxigênio
b) Específica:
-CF, art. 175, c/c, art. 173, § 1º, II; Lei Complementar 123/2006, arts. 42 a 49 (Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte); Lei 11.488/2007, art. 34 (sociedades
cooperativas); Lei 8.987/95 (concessão e permissão de serviço público e de obra pública);
Lei 11.079/2004 (parceria público-privada); Lei 12.232/2010 (contratos de serviços de
publicidades); etc
18/05
4) Princípios:
4.1) O da própria licitação:
-a licitação se torna um próprio princípio diante da necessidade daquela regra geral, básica,
intransponível, que é a obrigatoriedade da licitação
-de tão relevante, a licitação se tornou um próprio princípio
-quando falamos no princípio da licitação estamos nos referindo da regra geral da
obrigatoriedade da licitação
-sempre partimos da regra geral da licitação
4.2) Aqueles contidos no art. 3º da Lei 8.666/93 e no art. 5º da lei 14.133/2021 (NLLCA);
*art. 3º da Lei 8.666
-princípio constitucional da isonomia
-seleção da proposta mais vantajosa
-promoção do desenvolvimento nacional sustentável
- legalidade
-impessoalidade
-moralidade
-igualdade
-publicidade
-probidade administrativa
-vinculação ao instrumento convocatório (edital)
-julgamento objetivo
-e dos que lhe são correlatos
*art. 5º da lei 14.133/2021
-legalidade
-impessoalidade
-moralidade
-publicidade
-eficiência
-interesse

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