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Prof. Fábio Cruz MSc. Ciências Ambientais IFMG Campus Governador Valadares AMB - 206 Aula 02 – Fundamentos do gerenciamento integrado de recursos hídricos A disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas não é estática mas obedece aos ciclos anuais de estiagem e cheias (sazonalidade) apresentando –se variável; Este fenômeno é cíclico e natural, não apresentando impactos às comunidades humanas nem repercussões em âmbito sócio-econômico para as regiões onde não há comunidades humanas dependendo destes recursos; As secas e enchentes apenas passam a ter conotação vinculada ao âmbito social quando o homem através das transformações que promovem na paisagem das bacias hidrográficas (desmatamento, ocupação das várzeas, impermeabilização do solo do meio urbano, etc…) e das alterações inferidas nos recursos hídricos no aspecto qualitativo (lançamento de esgotos) e quantitativo (desperdício da água) geram mudanças nestes processos naturais. A crise da água Fonte: plantandoconsciencia.wordpress.com Fonte: livrepensar.wordpress.com Fonte: unimed.com.br Fonte: meioambiente.culturamix.com Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com Fonte: - tocadacotia.com No Brasil, particularmente, apesar de haver uma substancial disponibilidade hídrica percapta (38 mil m3/hab/ano) quando comparada a demanda, há uma desproporcionalidade gritante entre as regiões brasileiras; 80% da descarga dos rios ocorrem em regiões ocupadas por 5% da população, enquanto que os 20% restante devem atender as demandas de 95% do contingente populacional, sendo que 75% deste contingente encontra-se nos centros urbanos; Entretanto a característica de renovabilidade da água, intrínseca dos processos físicos relativos ao ciclo hidrológico, torna-se cada vez mais comprometida em função do crescimento da demanda e da degradação de sua qualidade Fonte: engenhariamundorural.blogspot.com Fonte: betilili.blogspot.com Fonte: coladaweb.com Fonte: fenafiltros.com.br A estimulação da urbanização e das atividades econômicas, pelas políticas de governo, e a carência de ações efetivas de gestão e controle ambiental acabam por gerar uma difícil situação de incompatibilidade entre demanda e disponibilidade hídrica; Este panorama por fim acaba gerando um quadro de graves conflitos pelo acesso a água em quantidade e qualidade compatíveis com os usos; Usos estes que nem sempre podem ser harmonizados de maneira simples dado suas naturezas distintas. Ex: geração de energia elétrica e navegação Essas situação conflituosas geradas pelos fatores anteriormente descritos produziram o que se convencionou chamar de “Crise da Água”. Foi este panorama problemático e conflituoso que fomentou o desenvolvimento dos mecanismos e instrumentos de gestão, ou gerenciamento, de recursos hídricos. O gerenciamento integrado de recursos hídricos O gerenciamento de recursos hídricos resultou da consolidação de uma visão mais ampla, não somente voltada a objetivos setoriais; Um dos pilares desse novo paradigma de gestão é a constatação de que há interdependência entre o desenvolvimento econômico e os componentes ambientais e físicos das bacias hidrográficas; Fonte: observatorioambiental.iff.edu.br O novo paradigma de gestão tem caráter integrado uma vez que busca uma gestão que harmonize disponibilidade hídrica tanto em nível quantitativo quanto qualitativo, compatível com os diversos usos múltiplos; Quantidade e qualidade dá água são indissociáveis; Neste sentido a implementação deste novo processo de gestão possui os seguintes elementos fundamentais: Descentralização da gestão em nível de bacia; Promoção e implantação de instrumentos legais e de ação através da organização institucional em nível de bacia; Proteção do ciclo hidrológico e dos mananciais; Purificação e tratamento de águas (efluentes industriais e efluentes domésticos); Conservação da biodiversidade e dos habitats na bacia; Gerenciamento conjunto da quantidade e da qualidade da água; Proteção do solo, prevenção da contaminação e da eutrofização; Gerenciamento de conflitos e otimização dos usos múltiplos; Monitoramento sistemático e permanente da qualidade e da quantidade da água; Promoção de avanços tecnológicos na gestão integrada; monitoramento em tempo real, indicadores biológicos de contaminação; Ampliar a capacidade preditiva do gerenciamento por bacia hidrográfica e dar condições para a promoção de orientações estratégicas para a prospecção e a procura de alternativas. REFERÊNCIAS REBOUÇAS, A. da C. Água na região Nordeste: desperdício e escassez. Estudos Avançados. v. 11, n. 29. p. 127-154. 1997. TUNDISI, J. G. Ciclo hidrológico e gerenciamento integrado. Gestão das águas. Pag. 31 – 33. TUNDISI, J. G. Recursos hídricos. Parcerias estratégicas. n. 20, 689-708. Junho. 2008 BRAGA, B.; BARBOSA, P. F. S.; NAKAYAMA, P. T. Sistemas de suporte à decisão em recursos hídricos. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. V. 3, n. 3, Jul/Set. pag. 73 -95. 1998.
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