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DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL UNIDADE 3 - RESUMO

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UNIDADE 3 - RESUMO
Sustentabilidade
Talvez nunca tenhamos nos perguntado, mas quais são os limites da exploração dos recursos naturais pelo ser humano? Quais são as fronteiras entre a existência do humano e a sobrevivência da natureza? Estamos produzindo um futuro para as próximas gerações humanas? Ou, ao contrário, o legado que deixaremos é o da escassez da biodiversidade e dos recursos do meio ambiente? Talvez a questão fundamental seja: como produzir modos de vida sustentáveis e que garantam, às gerações futuras, a continuidade da existência?
Ao longo deste capítulo, abordaremos dois temas principais: a sustentabilidade e a economia solidária.
O QUE É SUSTENTÁVEL? CONCEITOS, VERTENTES E IMPLICAÇÕES
Você estudará a temática da sustentabilidade, seus conceitos, suas vertentes e implicações. Além disso, acompanhará o desenvolvimento histórico da temática e saberá como surgiram, no cenário internacional, os debates a respeito do assunto e como eles acabaram por desencadear uma série de medidas políticas e um conjunto de acordos internacionais para o combate à degradação do meio ambiente e a preservação da biodiversidade.
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PARA UM CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE
Os efeitos colaterais dos processos de globalização e integração socioeconômica das nações parecem devastadores. A reprodutibilidade de modos de existência com exigências cada vez mais alinhadas à ferocidade dos modos de produção capitalista provoca, em toda parte, acaloradas discussões a respeito das possibilidades de vida das gerações futuras. Fenzl (2009, p. 13) elenca alguns dos efeitos mais críticos desse processo: 
Impactos ambientais de dimensões planetárias, por exemplo, desgaste da camada de ozônio, aceleração contínua do efeito estufa etc.; 
Níveis de injustiça social crescentes; 
Voracidade desenfreada em relação aos recursos naturais. 
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: 
O conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade; 
A noção de “limitações” que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1991, p. 46). 
Conceito de sustentabilidade: de um lado, a ambiental, que trata substancialmente dos problemas ambientais concernentes à exploração desequilibrada dos recursos naturais. De outro, a abordagem com enfoque ético e social, que consiste fundamentalmente na percepção das diferenças de distribuição, no campo social e humano, das riquezas como produtos diretos do desenvolvimento insustentável dos modelos econômicos e sociais atuais.
Contudo, a análise dos problemas ambientais e sociais, no sentido estrito apresentado acima, não representam o todo da pesquisa em torno do tema da sustentabilidade. 
Acselrad nos apresenta outras cinco matrizes que, segundo ele, compõem o conjunto da discussão a respeito do tema:
Matriz da eficiência: a proposta central consiste: no combate ao desperdício da base material do desenvolvimento; 
No estabelecimento de uma “racionalidade econômica na escala do planeta”; e 
Na manutenção do mercado como instituição reguladora do bem-estar dos indivíduos. 
Matriz da escala: pretende delimitar quantitativamente o crescimento econômico e a pressão exercida sobre os recursos naturais, de acordo com a “capacidade de suporte” do planeta. 
Matriz da equidade: com base na afirmação de que “os pobres são as principais vitimas da degradação ambiental”, procura articular analiticamente os princípios de justiça e ecologia.
Matriz da autossuficiência: apregoa a desvinculação de economias nacionais e sociedades tradicionais dos fluxos do mercado mundial como estratégia para assegurar a capacidade de autorregulação comunitária das condições de reprodução da base material do desenvolvimento.
Matriz ética: inscreve o uso social do mundo material e a atitude humana correspondente no debate ético sobre os valores de bem e mal, alinhando o uso desequilibrado da base material do desenvolvimento com as condições de continuidade da vida das gerações futuras.
SOBRE A HISTÓRIA DO DEBATE
Em 1971, o matemático e economista Nicholas Georgescu-Roegen publicou um trabalho profundamente pioneiro, intitulado The Entropy Law and the Economic Process, e iniciou os debates a respeito da insustentabilidade do modelo econômico vigente. Embora não utilize o termo “desenvolvimento sustentável”, a análise do pesquisador trata da temática de forma absolutamente nova para aquele período.
o desenvolvimento humano, em algum momento, precisará compatibilizar-se com a “retração”, isto é, com o “decréscimo do produto”
Por essa razão, o desenvolvimento humano e o ritmo do processo produtivo precisam alinhar-se, em um curto espaço de tempo, à conservação da natureza.
CHECHIN: O desenvolvimento humano e os processos produtivos possuem duas fontes básicas para sua reprodução material: 
Os estoques terrestres de minerais e energia concentrada 
O fluxo solar.
Os estoques terrestres de minerais e energia concentrada são limitados e finitos. Nesse sentido, a proporção de sua utilização implicaria, para o futuro, na sua indisponibilidade. 
O fluxo solar, por sua vez, embora nos pareça praticamente ilimitado, é altamente limitado, sobretudo se considerado em relação à taxa com que chega à Terra.
A escolha da humanidade, segundo Georgescu, portanto, circunscreve-se a dois caminhos possíveis: 
Esgotar aceleradamente os estoques de recursos terrestres e influir drasticamente na reprodutibilidade material das próximas gerações, assumindo uma espécie de predileção por uma “vida curta, porém excitante” (CECHIN, 2010, p. 86); ou 
Evitar o uso desequilibrado e desnecessário dos recursos, a fim de prolongar sua vida útil. 
SUSTENTABILIDADE: ECONOMIA SOLIDÁRIA E MERCADO DE TRABALHO
Você estudará a economia solidária e os modos de organização e funcionamento das empresas que operam nesse regime. Você também verá as diferenças entre elas e as organizações que operam em uma economia capitalista.
ECONOMIA SOLIDÁRIA: FUNDAMENTOS
A constatação de que outra economia é possível talvez seja o fundamento básico e o motor das proposições da economia solidária. Essa outra economia, contudo, difere da clássica e tradicional, pois possui outro princípio: a centralidade da associação para o trabalho e não para o lucro.
modo de produção capitalista só visa lucro, produz profundas desigualdades, na medida em que aumenta, por meio da relação exploratória, a distância entre os proprietários dos meios de produção do trabalho e os trabalhadores, em geral, empobrecidos.
Paul Singer, em seu livro Introdução à Economia Solidária, as desigualdades e a competição jamais poderão tornar-se “naturais”, no sentido de pertencerem intrinsicamente à natureza humana. Ao contrário, desigualdade e competição, sobretudo no contexto do mercado, resultam dos modos de organização das atividades econômicas humanas que, ao longo da história, foram constituindo diversos modos de produção (SINGER, 2002). As desigualdades e a competição são, portanto, frutos dos modos de produção.
A economia solidária resulta, portanto, de uma plena consciência das relações entre padrões de consumo e produção, sobretudo se analisados a partir da ótica da sustentabilidade, e pretende ainda equacionar, nos moldes associativos, as soluções possíveis para o prolongamento da existência do homem e do meio ambiente.
ECONOMIA SOLIDÁRIA E REPARTIÇÃO DE GANHOS
Na empresa de economia solidária, contudo, não existem empregados e empregadores. Todos são sócios e não recebem salário, e sim retirada, que pode variar conforme a receita obtida. 
A igualdade/desigualdade das retiradas é decidida em assembleia, podendo ocorrer decisão unânime pela desigualdade das retiradas, em conformidade com o escalonamentodas empresas de economia capitalista. Nesses casos, no entanto, a distância entre a menor e a maior retirada – admitida, em geral, em função do caráter do trabalho realizado (se manual ou intelectual, por exemplo) – é delimitada por máximos, a fim de não criar entre os cooperados uma sensação de diferença acentuada.
Outra característica marcante da distinção entre os dois modelos de economia diz respeito à repartição do excedente anual. Nas empresas capitalistas, tais excedentes são chamados de lucro, enquanto nas empresas de economia solidária, são denominados sobra. As distinções, no entanto, não são apenas de nomenclatura. Nas empresas de economia solidária, o destino do excedente – as sobras – é decidido na assembleia de sócios.
ECONOMIA SOLIDÁRIA E AUTOGESTÃO
No campo das teorias da Administração, o modelo de autogestão se caracteriza como uma das diferenças constitutivas cruciais entre as empresas de economia solidária e as de economia capitalista.
Capitalista: prevalece uma administração de tipo hierárquica, com um rígido nivelamento das autoridades, cuja estrutura obedece, a rigor, à lógica piramidal.
Na empresa de economia solidária, o modelo de autogestão pratica a gestão democrática das empresas. Não pretende romper com a estrutura organizacional dos níveis administrativos, mas abole seu caráter hierárquico correspondente, assumindo postura essencialmente democrática.
SINTESE
O tema da sustentabilidade nasce como um contraconceito, na medida em que funciona como antítese do conceito de insustentabilidade, elaborado a partir da constatação da falência dos modelos econômicos vigentes na preservação dos recursos naturais essenciais para a manutenção da vida humana. 
• A definição clássica de desenvolvimento sustentável foi proposta pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas, representando aquele desenvolvimento que “[...] atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1991, p. 46). 
• Segundo Acselrad (2009), existem diversos âmbitos do desenvolvimento sustentável. São eles: âmbito da eficiência, da escala, da equidade, da autossuficiência e da ética. 
• Em 1971, Nicholas Georgescu-Roegen publicou The Entropy Law and the Economic Process, inaugurando os debates em torno da temática do desenvolvimento sustentável e da ineficiência dos modelos econômicos vigentes em gerir os recursos naturais. 
• A economia solidária consiste em um novo modelo econômico. Nele, o trabalho assume caráter distintivo, em detrimento do antigo paradigma da obtenção irrestrita do lucro. 
• Na economia solidária, as empresas são autogestionárias, ou seja, sua gestão é compartilhada entre os sócios. Os ganhos de todos são decididos em assembleia, podendo haver repartição igual ou desigual, sempre pautadas em critérios discutidos entre os sócios. 
• A compreensão dos temas da sustentabilidade e da economia solidária ampliará as possibilidades de nossa atuação profissional. Por um lado, nos fará mais conscientes com relação às questões sociais e ambientais e, por outro, abrirá um imenso leque de possibilidades para organizar a economia, sobretudo a partir dos paradigmas da autogestão e da repartição dos ganhos.

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