Buscar

aquisição originária de imóveis

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Formas de aquisição da propriedade imóvel
Classificação:
Da ocupação
Carlos Roberto Gonçalves em sua doutrina de Direitos Reais "Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas", 3a. edição., volume.5 São Paulo, Editora Saraiva, define ocupação como sendo o modo originário de aquisição de bem móvel que consiste na tomada de posse de uma coisa sem dono, com a intenção de se tornar seu proprietário.
Através da definição dada por Gonçalves, é importante saber o que são coisas sem dono. De acordo com ele, coisas sem dono são as coisas de ninguém ( res nullius ) ou as abandonadas (res derelicta).
É importante lembrar que o abandono não se presume, devendo resultar claramente da vontade do proprietário de se despojar do que lhe pertence, ou seja, é importante analisar o fato concreto para saber se o proprietário quis realmente se desfazer do objeto.
As modalidades mais comuns de ocupação são a caça e a pesca.
TJ-DF - Agravo de Instrumento AGI 20140020302058 DF 0030760-72.2014.8.07.0000 (TJ-DF) 
Data de publicação: 11/03/2015 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E DIREITO CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ESBULHO. COMPROVAÇÃO. ÁREA RURAL PÚBLICA COM AUTORIZAÇÃO PARA OCUPAÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. EXISTÊNCIA. CONTRATO DE ARRENDAMENTO. EXERCÍCIO DA POSSE HÁ MAIS DE TRINTA ANOS. INVASÃO PELO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NECESSIDADE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA RECURSAL DEFERIDA. CONFIRMAÇÃO NO MÉRITO. ADEQUAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA REFORMADA. 1. De acordo com os elementos constantes nos autos, o agravante possui autorização do Poder Público para a posse da área pública rural esbulhada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, constituída por chácaras localizadas na Colônia Agrícola Ponte Alta, no Gama. 2. Aposse decorre de Contrato Administrativo de Arrendamento firmado há mais de trinta anos, decorrente do processo administrativo nº 003766/1975-FZ, firmado entre o agravante e o Ente Público. 3. Demonstrado nos autos o esbulho praticado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em área que, apesar de pública, está sendo ocupada com a autorização do Poder Público, inclusive por meio do pagamento de taxa, a reintegração de posse se impõe. 4. Agravo de Instrumento conhecido, antecipação de tutela recursal confirmada, e provido. Decisão reformada. 
==================================================================================
Adquire-se a propriedade de forma originária e derivada:
Originária – Quando desvinculada de qualquer relação com titular anterior, não existindo relação jurídica de transmissão. A maioria da doutrina, entende também como originária a aquisição por usucapião e acessão natural, formas de aquisição que veremos adiante.
Derivada – Ocorre quando há relação jurídica com o antecessor. Existe transmissão da propriedade de um sujeito a outro. A regra fundamental dessa modalidade é que ninguém pode transferir mais direitos do que tem “ nemo plus iuris ad alium transferre potest, quam ipse haberet” . Existe transmissão derivada tanto por inter vivos como mortis causa, Nesta última, o fato da morte faz com que o patrimônio do falecido transfira-se a herdeiros. ( Princípio da Saisine )
Da Aquisição por registro do título:
Elencada nos arts. 1245, 1246 e 1247 a aquisição da propriedade imóvel pelo registro do título é a transferência entre vivos da propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis competente.
Enquanto não se registrar o título, que deve ser público, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
O registro torna-se eficaz no momento da apresentação do título ao oficial do registro e assim que este prenotar no protocolo que é a chave do registro geral.
O Artigo 1247, traz a possibilidade de cancelamento de registro caso este não exprima a verdade. Cancelado o registro cabe ação de reivindicação de imóvel independente de boa fé ou justo título. ( Direito de Sequela).
Devem ser igualmente registradas as sentenças proferidas em ações divisórias, inventários, partilhas, as sentenças que adjucarem bens de raiz em pagamentos de dividas de herança, as sentenças de separação, nulidade e anulação de casamento quando houver imóveis na partilha e sentença proferia em ação de usucapião bem como qualquer sentença, transitada em julgado, que transmita, total ou parcialmente a propriedade de um bem imóvel.
	Processo:
	REsp 1106809 RS 2008/0260795-5
	Relator(a):
	Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
	Julgamento:
	03/03/2015 
	Órgão Julgador:
	T4 - QUARTA TURMA
	Publicação:
	DJe 27/04/2015
Ementa
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ESCRITURAS PÚBLICAS DE COMPRA E VENDA E MATRÍCULA DE TERRENOS (LOTES 9 E 10) LOCALIZADOS EM CAPÃO DA CANOA/RS - FALSIDADE DE ASSINATURA NOS TÍTULOS TRANSMISSIVOS DE PROPRIEDADE CONSTANTE DOS REGISTROS IMOBILIÁRIOS REALIZADOS QUANDO EM VIGOR O DIPLOMA CIVILISTA DE 1916 - ARGUIÇÃO, COMO MATÉRIA DE DEFESA, DO IMPLEMENTO DOS REQUISITOS DA USUCAPIÃO ORDINÁRIA NO TOCANTE AO LOTE 10 - TRIBUNAL A QUO QUE MODIFICOU A SENTENÇA A FIM DE JULGAR IMPROCEDENTE A DEMANDA ANULATÓRIA ANTE A DECLARAÇÃO DE QUE OS IMÓVEIS FORAM ABSORVIDOS PELA PRESCRIÇÃO AQUISITIVA - PRONUNCIAMENTO EXARADO DE OFÍCIO RELATIVAMENTE AO LOTE 9 - RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELO AUTOR. Hipótese: Controvérsia que se subsume à possibilidade de se declarar, de ofício, a prescrição aquisitiva da propriedade, no bojo de ação anulatória movida por proprietário que teve sua assinatura forjada por falsários os quais, fazendo uso de títulos que ensejaram as escrituras públicas nº 13540 e 13608, transferiram direito alheio como sendo próprio (venda a non domino).
1. As informações constantes de registro público possuem presunção relativa, nos termos do caput do art. 214 da Lei de Registros Publicos - "as nulidades de pleno direito do registro, uma vez provadas, invalidam-no, independentemente de ação direta" - porém, consoante o § 5º do referido dispositivo "a nulidade não será decretada se atingir terceiro de boa-fé que já tiver preenchido as condições de usucapião do imóvel". A declaração de usucapião é forma de aquisição originária da propriedade e de outros direitos reais, contra o anterior proprietário, consubstanciando o exercício da posse ad usucapionem pelo interregno temporal exigido por lei. A presunção de legitimidade do registro, associada à boa-fé do adquirente, culmina por excepcionar a intransigência da regra geral de que o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, tampouco convalesce pelo decurso do tempo. Na hipótese, é irrefutável a boa-fé dos adquirentes dos lotes 9 e 10, pois, além dessa ser presumida por expressa disposição legal (art. 490, parágrafo único, do Código Civil de 1916), verifica-se que foram enganados por falsários mediante a utilização de título aparentemente justo capaz de iludir qualquer pessoa naquela situação.
2. No ordenamento jurídico brasileiro, existem duas formas de prescrição: a extintiva e a aquisitiva. 2.1 A prescrição extintiva, prescrição propriamente dita, conduz à perda do direito de ação por seu titular negligente, ao fim de certo lapso de tempo. A prescrição aquisitiva, por sua vez, faz com que um determinado direito seja adquirido pela inércia e pelo lapso temporal, sendo também chamada de usucapião. Ambas têm em comum os elementos tempo e inércia do titular, mas enquanto na primeira eles dão lugar à extinção do direito, na segunda produzem a sua aquisição. A legislação que instituiu o § 5º do artigo 219 do Código de Processo Civil não estabeleceu qualquer distinção em relação à espécie de prescrição. Contudo, tal diferenciação é imprescindível sob pena de ocasionar insegurança jurídica, além de violação aos princípios do contraditório e ampla defesa, pois, no processo de usucapião, o direito de defesa assegurado ao confinante é impostergável, eis que lhe propicia oportunidade de questionar os limites oferecidos ao imóvel usucapiendo. O dispositivo constante
do art. 219, § 5º está intimamente ligado às causas extintivas, conforme expressamente dispõe o art. 220 do CPC: "o disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei", sendo que a simples leitura dos arts. 219 e 220 do CPC demonstra a impropriedade de se pretender projetar os ditames do § 5º do art. 219 para as hipóteses de usucapião. Usucapião e prescrição constituem institutos díspares, sendo inadequada a aplicação da disciplina de um deles frente ao outro, vez que a expressão prescrição aquisitiva tem vínculos mais íntimos a fundamentos fáticos/históricos do que a contornos meramente temporais. 2.2 Na prescrição aquisitiva, ou usucapião, é indispensável que o postulante alegue seu direito, quer por via de ação própria, quer por exceção de domínio, nos termos da súmula 237/STF, "o usucapião pode ser arguido em defesa", não sendo dado ao magistrado declará-lo de ofício mediante a invocação do art. 219, § 5º, do CPC. O momento para a arguição da prescrição aquisitiva, sob pena de preclusão, é na contestação, uma vez que ante o princípio da igualdade das partes no processo, consoante o art. 128 do CPC, deve o juiz decidir a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. 2.3 No caso, apenas no tocante ao lote 10 houve pedido para a declaração do direito à usucapião, o que denota a impossibilidade da declaração de ofício, pelo Tribunal de origem, a respeito da prescrição aquisitiva do lote 9. No que concerne ao lote 10, em razão de existir a alegação, na contestação, do direito à usucapião, imprescindível a esta Corte Superior promover a verificação dos requisitos legais utilizados pelo Tribunal de origem para a constatação da prescrição aquisitiva, especificamente o prazo legal (art. 551 do CC/1916) a ser aplicado na hipótese, uma vez que a presente ação foi proposta em 31/10/1995, o prazo legal utilizado pela Corte a quo foi o de 10 anos e a data considerada como termo inicial da posse dos réus 13/12/1983. Tribunal a quo que não observa ter o legislador civilista de 1916, no artigo 551, previsto prazos de prescrição aquisitiva distintos para as hipóteses de estarem as partes ausentes (15 anos) ou presentes (10 anos). Necessidade de retorno dos autos ao Tribunal de origem para a verificação da adequada ocorrência de prescrição aquisitiva relativa ao lote 10. 3. Recurso especial parcialmente provido para declarar incabível a aplicação da prescrição aquisitiva de ofício, com a consequente procedência da ação anulatória no tocante ao lote 9, e, relativamente ao lote 10, determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que analise detidamente a efetiva ocorrência da prescrição aquisitiva alegada como matéria de defesa.
Acórdão
Ministro MARCO BUZZI (1149)
=====================================================================================
Da Aquisição por Acessão:
Acessão é o aumento do volume ou do valor da coisa principal, em virtude de um elemento externo. A Acessão é modalidade de aquisição de propriedade dividida em cinco espécies:
Acessão por formação de ilhas: O artigo 1249 do Código Civil dispõe: “As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.”
Vale lembrar , que de acordo com o código das águas, se as correntes forem navegáveis, trata-se de águas públicas, e portanto a regras do código civil que dizem respeito a aquisição de propriedade por acessão aplicam-se aos rios não navegáveis.
	Processo:
	AC 1103 TO 2004.43.00.001103-5
	Relator(a):
	DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO BATISTA MOREIRA
	Julgamento:
	13/02/2012 
	Órgão Julgador:
	QUINTA TURMA
	Publicação:
	e-DJF1 p.384 de 02/03/2012
Ementa
BENS PÚBLICOS. AÇÃO POSSESSÓRIA. AGRAVO RETIDO. REITERAÇÃO. AUSÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. CONSÓRCIO LAJEADO. RIO TOCANTINS (DA UNIÃO). CONCESSÃO DE USO PARA APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO E SISTEMA DE TRANSMISSÃO. FECHAMENTO DO LAGO. FORMAÇÃO DE ILHA. BEM DA UNIÃO. ESBULHO. AÇÃO POSSESSÓRIA. LEGITIMIDADE DA CONCESSIONÁRIA. ASSISISTÊNCIA DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
1. Não se conhece do agravo retido se a parte agravante não requer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo tribunal (art. 523, § 1º, CPC).
2. De acordo com o art. 21, XII, b, da Constituição compete à União "explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão", "os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água ...".
3. No exercício dessa competência, a União concedeu à Autora o uso de trecho do Rio Tocantins para a construção de hidrelétrica.
4. Nessa construção foram ocupadas terras adquiridas a particulares. Parte delas ficou submersa e parte deu origem a uma ilha. Essa ilha, bem ou mal, tornou-se propriedade da União, como o são, conforme corrente doutrinária ora acolhida, as ilhas situadas em rios interiores da União.
5. No mínimo, houve desapropriação indireta, que dá ensejo apenas a indenização ao antigo proprietário ou posseiro, ou seja, a área é insuscetível de retorno ao anterior proprietário ou posseiro.
6. A Autora, como concessionária do uso do rio, tem a posse direta, inclusive, dessa ilha, de modo que ostenta legitimidade para a ação.
7. De outro lado, é legítima a intervenção da União como assistente da Autora, seja em razão da titularidade do bem, seja em razão de sua competência para o aproveitamento energético dos cursos de água. Daí, a competência da Justiça Federal.
8. De acordo com o art. 71 do Decreto-Lei nº 9.760/46, "o ocupante de imóvel da União, sem assentimento desta, poderá ser sumariamente despejado e perderá, sem direito a qualquer indenização, tudo quanto haja incorporado ao solo".
9. Para que seja justa a posse sobre bem público é insuficiente que não seja violenta, clandestina ou precária, exigindo-se em qualquer hipótese assentimento da entidade competente, numa das formas legais.
10. Apelação a que se nega provimento.
Acórdão
A Turma, por unanimidade, não conheceu do agravo retido e negou provimento à apelação.
=====================================================================================
Acessão por aluvião: Art. 1.250:.”Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem”
O que caracteriza o aluvião é o fato do é o fato de o acréscimo feito pelo rio à margem ser de tal modo lento que se torna impossível precisar a quantidade acrescida no momento anterior.
Por analogia, se resolve o problema do aluvião com a regra de que o acessório acompanha o principal.
Conceito Jurídico – código das águas - “Art. 16. Constituem "aluvião" os acréscimos que sucessiva e imperceptivelmente se formarem para a parte do mar e das correntes, aquém do ponto a que chega o preamar médio, ou do ponto médio das enchentes ordinárias, bem como a parte do álveo que se descobrir pelo afastamento das águas.”
Dados Gerais
	Processo:
	AC 1166352 PR 0116635-2
	Relator(a):
	Eugenio Achille Grandinetti
	Julgamento:
	18/12/2002 
	Órgão Julgador:
	4ª
Câmara Cível
	Publicação:
	6301
Ementa
AÇÃO DECLARATÓRIA CONSTITUTIVA DE DIREITO DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE NA FORMA DE ACESSÃO POR ALUVIÃO. NECESSIDADE DE CITAÇÃO DE TODOS OS INTERESSADOS. ART. 942, CPC. NULIDADE DA R. SENTENÇA EXARADA. IRRELEVÂNCIA DA QUESTÃO TER SIDO EXAMINADA, POIS NÃO HÁ PRECLUSÃO EM SE TRATANDO DE CONDIÇÕES DA AÇÃO, A QUAL PODE SER CONHECIDA A QUALQUER TEMPO E GRAU DE JURISDIÇÃO. "EM SE TRATANDO DE CONDIÇÕES DA AÇÃO E DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS, NÃO HÁ PRECLUSÃO PRA O MAGISTRADO, MESMO EXISTINDO EXPRESSA DECISÃO A RESPEITO, POR CUIDAR-SE DE MATÉRIA INDISPONÍVEL, INAPLICÁVEL O ANUNCIADO Nº 424 SÚMULA STF A MATÉRIA DEVERÁ SER APLICADA DE OFÍCIO (STJ-4º TURMA, RESP Nº 43.138-SP, REL. MIN. SÁLVIO DE FIGUEIREDO, J. 19.08.97, NÃO CONHECERAM)".RECURSO PROVIDO.
Acórdão
Acordam os Desembargadores e Juizes da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Acessão por avulsão: “Verifica-se avulsão quando a força súbita da corrente arranca uma parte considerável e reconhecida de um prédio, arrojando-a sobre outro prédio” – código das águas – art.19
Art. 1251 do código civil “Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida”
O Diferencial da acessão por avulsão, está na indenização ao primeiro proprietário para aquisição do acréscimo no período de um ano, ou sem indenização se após o prazo ninguém houver reclamado. Entretanto o primeiro proprietário não é obrigado a aceitar a indenização, podendo optar pela remoção da parte acrescida a terreno de outrem.
Acessão por álveo abandonado. Definição de álveo – leito do rio – “Álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto”.Art.9 Código das águas.
Art. 1.252 do C.C. “O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo”
Porém se a mudança do curso das águas se der de forma artificial, cabe indenização ao proprietário ofendido.
TJ-MG : 100000022478490001 MG 1.0000.00.224784-9/000(1) 
	Número do processo: 
	1.0000.00.224784-9/000 (1) 
	Relator: 
	CÉLIO CÉSAR PADUANI 
	Relator do Acórdão: 
	CÉLIO CÉSAR PADUANI 
	Data do Julgamento: 
	11/04/2002 
	Data da Publicação: 
	05/06/2002 
	Inteiro Teor: 
	
	EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA. ÁLVEO ABANDONADO. NÃO COMPROVAÇÃO. EXTINÇÃO DO FEITO, SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, POR IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 26 DO DECRETO N.º 24.643, DE 10.7.34 (Código de Águas) DESPROVIMENTO DO RECURSO. 1. No caso de mudança da corrente pública por obra do homem, o leito velho, ou o álveo abandonado, pertence ao órgão público (atribui-se"a propriedade do leito velho a entidade que, autorizada por lei, abriu para o rio um leito novo"), conforme expressa disposição contida no Código de Águas, art. 27. 2. Desprovimento do recurso. 
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.224.784-9/00 - COMARCA DE ITAJUBÁ - APELANTE (S): ANTÔNIO RUELLI E S/M - APELADO (S): MUNICÍPIO ITAJUBÁ, ESTADO MINAS GERAIS - RELATOR: EXMO. SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI 
ACÓRDÃO 
Vistos etc., acorda, em Turma, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO. 
Belo Horizonte, 11 de abril de 2002. 
DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI - Relator 
NOTAS TAQUIGRÁFICAS 
O SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI (CONVOCADO): 
VOTO 
Cuidam os autos de recurso de apelação interposto por Antonio Ruelli e sua esposa em face da r. sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da 1.ª Vara Cível da Comarca de Itajubá que, em ação declaratória por eles proposta em face do Município de Itajubá, julgou extinto o feito (fl. 157, TJ), sem apreciação de mérito, por impossibilidade jurídica do pedido, com fulcro no artigo 267, VI, do Código de Processo Civil, condenando-os, via de conseqüência, no pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, pro rata, arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa. 
Irresignados com a decisão que lhes foi desfavorável, dela recorreram os autores através das razões expendidas às f. 160/162, TJ, insistindo em sua tese de que a área que se pretende ver declarada como de propriedade dos recorrentes constituiu-se, na realidade, em álveo abandonado, pertencente, portanto, aos proprietários ribeirinhos das suas margens, sendo um dos casos de acessão, previsto no inciso IV do art. 536 do Código Civil e art. 26 do Código de Águas (Decreto n.º 24.643, de 10/07/1934). 
A apelação foi recebida em ambos os efeitos (f. 164, TJ). 
Em contra-razões ao recurso (f. 165/167, TJ), o Município de Itajubá pugnou por seu desprovimento. 
Também em contra-razões, alegou o Estado de Minas Gerais que somente pertencem à União os rios que estejam em terreno de seu domínio, banhem mais de um Estado ou sirvam de limite com outros países ou provenham ou se estendam a território estrangeiro, na forma preconizada no artigo 20 da Constituição da República e art. 29, I, do Código de Águas. 
Em sua manifestação, o ilustre representante do Ministério Público junto à comarca de origem manifesta-se no sentido de improvimento do recurso interposto. 
Subiram os autos. 
Cientificação do preparo recursal às f. 183, TJ. 
Ouvida a douta Procuradoria-Geral de Justiça, esta manifestou-se pelo desprovimento do apelo (fl. 188/190, TJ). 
É o relatório. 
Decido. 
Conheço do recurso, por estarem presentes os pressupostos de sua admissibilidade, passando a um breve relato dos fatos para maior compreensão da matéria. 
Pelo que deflui dos autos, ingressaram os ora apelantes com ação declaratória, objetivando a declaração de propriedade da área descrita na peça de ingresso, a qual constitui-se em área limítrofe do antigo Rio Sapucaí, correspondente a 50% (cinqüenta por cento) do leito do rio abandonado, alcançando uma área total de 1.652,52m2 (hum mil, seiscentos e cinqüenta e dois metros quadrados e cinqüenta e dois centímetros), decorrente de um acréscimo natural formado pelo álveo abandonado do Rio Sapucaí que aumentaria a área do imóvel para 5.652,25m², afirmativa que repetem nas razões recursais, quando dizem que o aumento decorre da "acessão por álveo abandonado", a teor do disposto no art. 26 do Código de Águas. 
Devidamente citado, o Município de Itajubá, sob a forma de contestação, manifestou-se nos autos requerendo a intervenção do Ministério Público, sob pena de nulidade e, no mérito, no sentido de inexistência de interesse na demandam diante do ofício constante às f. 23, TJ, onde se verifica que "na planta de"levantamento de área de terreno"(...) existe a indicação hachurada do antigo leito do Rio Sapucaí que foi retificado pelo 4.º Batalhão de Engenharia no ano de 1950". 
Diante de tal fato, o Representante do Ministério Público junto àquela vara e comarca emitiu pronunciamento, no sentido de ser o Município de Itajubá parte ilegítima para compor o pólo passivo, pertencendo o álveo do rio Sapucaí ao Estado de Minas Gerais, em face do disposto no artigo 29, II, do já citado Código de Águas, pugnando pela realização de prova pericial. 
Nomeado o perito, o respectivo laudo foi juntado aos autos às f. 57/64, TJ, determinando-se, em seguida, a citação de todos os confrontantes e alienantes do imóvel. 
Cumprida a diligência, vieram estes aos autos para contestar o pedido, informando a ocorrência de equívoco por parte dos autores/apelantes, esclarecendo
que o álveo seco do rio Sapucaí de fato existe, por ter sido retificado em princípio de 1956, o qual se deu por trabalho humano e não por força da natureza, e por realização do DER-MG, para criação da avenida, hoje margeada pelo Distrito Industrial de Itajubá, e que, à época, impedia a construção de nova estrada. 
Procedendo o DER à retificação do leito do rio em terras pertencentes aos contestantes, a estes coube, a título de indenização, o antigo leito do rio consistente na área objeto do litígio e juntando a documentação de f. 83/104, TJ. 
Face a tanto, designou-se nova audiência de conciliação, a qual mostrou-se frustrada conforme Termo de Audiência de f. 116, TJ. 
Às f. 124, TJ, chamando-se o processo à ordem, determinou-se a citação do Estado de Minas Gerais e da União Federal, a qual manifestou-se pela ausência de interesse na lide (f. 149, TJ), quedando-se inerte o Estado de Minas Gerais, culminando o processado com a decisão de fl. 157, TJ. 
Fiz esta pequena digressão para melhor elucidação dos fatos e também para justificar a competência deste egr. Tribunal para julgamento do feito, em face de possível interesse da União Federal no Estado, o que inocorreu na espécie. 
Pois bem: após detida análise dos autos, tenho que a decisão, embora sucinta, não está a merecer reparos. 
Recorrendo, pretendem os autores a procedência do pedido, ao entendimento de que referida área se originou da mudança natural do álveo de um rio público. 
Contudo, o que ressai dos autos é que a mudança da corrente se deveu a obras realizadas pelo DER/MG - Departamento de Estradas de Minas Gerais, para abertura de estrada que dá acesso ao Município de Itajubá, compensando-se os antigos proprietários de terrenos onde passaria o novo leito do rio, com o seu leito antigo. 
Tal fato é comprovado pelo documento de f. 92, TJ, onde se verifica a realização de acordo entre o órgão estadual e um dos proprietários dos terrenos, para construção da Rodovia Itajubá - Poços de Caldas, cuja realização se deu no ano de 1955. 
A meu modesto sentir, não ocorreu a incidência do art. 26 do Código das Águas: isto porque a norma que dali ressai - prevendo a aquisição de propriedade - pressupõe o abandono do álveo por obra da natureza. 
O parágrafo único do referido artigo demonstra a correção desta exegese, à medida que, prevendo o retorno do rio ("Retornando o rio ao seu antigo leito..."), deixa evidente que tal fato se dá naturalmente, sobre não prever nenhuma atuação humana. 
Mesmo porque, a norma do art. 27, que prevê o desvio do álveo pelo Poder Público - que ocorreu in casu -, exclui a incidência da do art. 26. 
Diz a regra contida no artigo 27 do Decreto 24.643, de 10.7.34 (Código de Águas) que: 
"Art. 27 - Se a mudança da corrente se fez por utilidade pública, o prédio ocupado pelo novo álveo deve ser indenizado, e o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense da despesa feita". 
À ausência de comprovação, pois, de todos os requisitos de fato estabelecidos pelo art. 26, inacolho a pretensão recursal, com base nele formulada. 
Assim já se posicionou o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do RESP 20762/SP , publicado no DJ 07/08/2000, RT 783/234, Relator Min. NILSON NAVES:(1992/0007812-5) 
"Águas. Código (Decreto nº 24.643/34). Rio. Mudança da corrente (álveo abandonado). Indenização prévia (desnecessidade, no caso). Propriedade (pública). 
1. De uso comum do povo, o rio é bem público (Cód. Civil, art. 66, I). 
2. No caso de mudança da corrente pública pela força das águas ou da natureza, o álveo abandonado é regido pelo disposto no art. 26 do Cód. de Águas. 
3. Mas, no caso de mudança da corrente pública por obra do homem, o leito velho, ou o álveo abandonado pertence ao órgão público (atribui-se"a propriedade do leito velho a entidade que, autorizada por lei, abriu para o rio um leito novo"). Cód. de Águas, art. 27. 
4. Em tal caso de desvio artificial do leito, a acessão independe do prévio pagamento de eventuais indenizações. Conforme o acórdão estadual," Não é premissa dessa aquisição que o poder público indenize previamente o proprietário do novo álveo ". 
5. Recurso especial pela alínea a (alegação de ofensa aos arts. 26 e 27), de que a 3ª Turma não conheceu. 
Por isso, empresto minha adesão à posição assumida pelo Ministério Público desde o início. E não sei, diante da clareza dos fatos e do texto legal, porque os requerentes insistem no pedido. 
As restrições feitas pelos apelantes à atuação do Ministério Público são destituídas de fundamento, pois a dita atuação está amparada na sua função de fiscal da correta aplicação da lei. 
Isto posto, nego provimento ao apelo. 
Custas," ex lege ". 
É como voto. 
O SR. DES. HYPARCO IMMESI: 
VOTO 
De acordo. 
O SR. DES. BADY CURI: 
VOTO 
De acordo. 
SÚMULA : NEGARAM PROVIMENTO. 
Construções e plantações: Elencadas nos artigos 1253 a 1259 do código civil, as construções e plantações são acessões decorrentes da conduta humana.
As construções e plantações são consideradas acessórios do solo. Não se leva em conta o conceito de valor. A presunção é que pertencem ao proprietário do solo, embora não seja essa presunção absoluta. Como é possível semear, plantar e construir com sementes e materiais não pertencentes ao proprietário do solo, distinguem-se as hipóteses nas quais isso pode ocorrer:
1-Semeadura, plantação ou construção em terreno próprio com material alheio – com solução no art. 1254 – “Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.”
2- Semeadura, plantação ou construção em terreno alheio com material próprio - com solução no art.1255 – “Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Se o semeador, plantador ou construtor agiu de má fé, poderá ser constrangido a repor as coisas no estado em que se estavam e a pagar pelos prejuízos, No entanto se ambos estão de má fé o art. 1256 determina que o proprietário adquira os acréscimos e pague o valor das acessões.
Presume-se a má fé do proprietário quando este sabia do trabalho de construção ou lavoura e não o impugnou. Locupletando-se a custa de outrem, este adquirirá a propriedade da acessão mas ficará com encargo de indeniza-la ao construtor ou plantador.
3 - Semeadura, plantação ou construção em terreno alheio com material alheio com solução no art. 1257 – “O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor”
Observe que o parágrafo único, obriga primeiramente a cobrança do plantador ou construtor, para posteriormente, caso não consiga receber, cobrar o proprietário.
	Processo:
	APL 90855786020098260000 SP 9085578-60.2009.8.26.0000
	Relator(a):
	Rebello Pinho
	Julgamento:
	17/11/2014 
	Órgão Julgador:
	20ª Câmara de Direito Privado
	Publicação:
	06/03/2015
Ementa
POSSESSÓRIA Provadas a posse anterior da autora e a privação da posse sobre o lote objeto da ação, em razão de esbulho praticado pelos réus, de rigor, a manutenção da r. sentença, quanto ao acolhimento dos pedidos formulados pela autora de reintegração de posse e de cominação de multa diária, no valor de R$100,00 (cem reais) em caso de nova turbação ou esbulho. CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES - Além de não vislumbrar enriquecimento, sem causa, da autora, na
espécie, visto que privada da posse do imóvel há vários anos, existindo vedação expressa na legislação para o direito de retenção e de indenização ao possuidor de má-fé, descabida a condenação da ré ao pagamento de indenização - Por força do disposto no art. 1.220, do CC, e, por aplicação analógica do art. 1.255, caput, do CC/2002, por considerando que para efeitos de direito de retenção e de indenização não se deve dar tratamento diferenciado entre benfeitorias e acessões, é de reconhecer que os réus não têm direito à retenção, nem a indenização das acessões, constituídas pela edificação e plantações, por eles introduzidas na área objeto da ação, pelos réus, porque: (a) as acessões em questão não constituem benfeitorias necessárias, nem a ela podem ser equiparadas, uma vez que não eram indispensáveis para conservação do imóvel, nem para evitar a deterioração do objeto da ação; e (b) as acessões em questão foram introduzidas, pelos réus: (b.
1) de má-fé, uma vez que cientes da ocupação do imóvel objeto da ação, após aquisição da posse do imóvel contaminada pela vício da clandestinidade, e (b.
2) em oposição à manifestação da autora para desocupassem o imóvel, circunstância esta que afasta o reconhecimento de má-fé da apelante Manutenção da r. sentença, quanto à rejeição do pedido formulado pelo réu de indenização pelas plantações e construções introduzidas no imóvel objeto da ação. Recurso desprovido.
=============================================================================================
Especificação: ocorre quando alguém manipulando matéria prima de outrem (ex: pedra, madeira, couro, barro, ferro) obtém espécie nova (ex: escultura, carranca, sapato, boneco, ferramenta). Esta coisa nova pertencerá ao especificador/artífice que pelo seu trabalho/criatividade transformou a matéria prima de outrem em espécie nova. Mas o especificador/artífice terá que indenizar o dono da matéria prima. Se a matéria prima é do especificador não há problema. A lei faz prevalecer a inteligência/criatividade/o trabalho intelectual/manual sobre a matéria prima (§ 2º do 1270). - 
Confusão, comistão e adjunção: são três modos diferentes e raros de aquisição da propriedade, tratados pelo CC numa seção única. Tratam-se da mistura de coisas de proprietários diferentes e que depois não podem ser separadas. A confusão é a mistura de coisas líquidas (ex: vinho com refrigerante, álcool com água - obs: não confundir com a confusão de direitos do 381 pois aqui a confusão é de coisas). A comistão é a mistura de coisas sólidas (ex: sal com açúcar; sal com areia). E a adjunção é a união de coisas, não seria a mistura, mas a união, a justaposição de coisas que não podem ser separadas sem estragar (ex: selo colado num álbum, peça soldada num motor, diamante incrustado num anel). As coisas sob confusão, comistão ou adjunção, obedecem a três regras: a) as coisas vão pertencer aos respectivos donos se puderem ser separadas sem danificação (1272, caput); b) se a separação for impossível ou muito onerosa surgirá um condomínio forçado entre os donos das coisas (§ 1o do 1272); c) se uma das coisas puder ser considerada principal (ex: sal com areia mas queainda serve para alimento do gado; diamante em relação ao anel), o dono desta será dono do todo e indenizará os demais (§ 2o do 1272). Estas regras são supletivas, ou seja, tais regras não são imperativas (= obrigatórias) e podem ser modificadas pelas partes, pois no direito patrimonial privado predomina a autonomia da vontade. Ressalto que tal fenômeno tem que ser involuntário (= acidental, ex: caminhão de açúcar que virou em cima da areia de uma construção), pois se for voluntário, os donos das coisas têm que disciplinar isso em contrato (ex: experiência para fazer nova bebida da mistura de vinho com cerveja). Se ocorrer má-fé (ex: virar o caminhão de propósito em cima da areia), aplica-se o 1273.
USUCAPIÃO
Usucapião é um modo de aquisição da propriedade e ou de qualquer direito real que se dá pela posse prolongada da coisa, de acordo com os requisitos legais, sendo também denominada de prescrição aquisitiva. 
ACESSÃO NATURAL
É modo originário de aquisição do domínio, através dos acréscimos ou incorporação, natural ou artificial, de bem inesperadamente. Assim, são acréscimos que a coisa sofre no seu valor ou no volume em razão de elemento externo, normalmente pela natureza. A formação da ilha é considerada uma acrescência aos terrenos ribeirinhos, para dividi-los fraciona-se a ilha dividindo o rio pelo álveo em duas partes, art. 1.248 a 1.250 do CC.
ALIENANTE
É o indivíduo que está cedendo o seu bem a outrem. É o sujeito que transfere aquilo que estava em seu domínio para um terceiro. 
Uma pessoa ou empresa, cede um bem (exemplo: máquina) para outra pessoa ou empresa, bem que será devolvido. 
ACORDÃO
É a decisão judicial proferida em segundo grau de jurisdição por uma câmara/turma de um Tribunal. Os julgados recebem este nome por serem proferidos de forma colegiada e refletirem o acordo de mais de um julgador. Este acórdão pode ser unânime ou não unânime.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais