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Aquisição das propriedades móvel e imóvel

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9. Modo de aquisição 
da propriedade móvel 
e imóvel 
NATURAIS ILHAS 
Interessam ao Direito Civil somente ilhas formadas em rios NÃO 
NAVEGÁVEIS (particulares), por pertencerem ao domínio particular, 
conforme prevê o Código de Águas ( Art. 23 do Decreto nº 24.643/34) 
Art. 20. São bens da União: 
Constituição Federal 
IV as ilhas fluviais (rios) e lacustres (lagos) nas zonas de fronteira; as ilhas 
oceânicas e as costeiras, e as referidas no art. 26, II (bens dos Estados); 
NATURAIS ILHAS 
Maria Silvia Zanella Di Pietro, doutrinadora do Direito Administrativo, 
entende que NÃO HÁ MAIS, sob a égide da CF/88 e da Lei nº 9.433/97, 
ÁGUAS PARTICULARES e, portanto, RIOS PARTICULARES, o que 
impossibilitaria a concepção de ilhas particulares. A água, nessa visão, é 
concebida como um BEM DO DOMÍNIO PÚBLICO, conforme Art. 1º, I, da 
citada lei, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o 
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
“ÁGUAS PARTICULARES” 
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes 
fundamentos: 
I - a água é um BEM DE DOMÍNIO PÚBLICO; 
NATURAIS ILHAS 
Apesar dessa visão do Direito Administrativo, de que a água é um BEM DO 
DOMÍNIO PÚBLICO, permanece para os civilistas a classificação dos rios 
em NAVEGÁVEIS (públicos) e NÃO NAVEGÁVEIS (privados) 
“ÁGUAS PARTICULARES” 
A despeito das ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares, 
estas pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, segundo as três 
regras seguintes: 
1ª 2ª 3ª 
NATURAIS ILHAS “ÁGUAS PARTICULARES” 
1ª As ilhas que se formarem no meio do rio 
consideram-se acréscimos sobrevindos aos 
terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as 
margens, na proporção de suas testadas, até a 
linha que dividir o álveo em duas partes iguais. 
No caso acima a ilha foi formada bem no meio do rio, no traço que 
representa o meio da formação de água ou álveo. Assim, a propriedade da 
ilha será metade do Proprietário X e metade do Proprietário Y. 
Art. 1.249, inciso I, do CC 
NATURAIS ILHAS “ÁGUAS PARTICULARES” 
2ª 
As ilhas que se formarem entre a linha que divide o 
álveo em duas partes iguais e uma das margens 
consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos 
fronteiros desse mesmo lado 
Aqui, se a ilha se formar do lado esquerdo do meridiano, será de propriedade 
de X e, se se formar do lado direito, será de Y. 
Art. 1.249, inciso II, do CC 
NATURAIS ILHAS “ÁGUAS PARTICULARES” 
3ª 
As ilhas que se formarem pelo desdobramento de 
um novo braço do rio continuam a pertencer aos 
proprietários dos terrenos à custa dos quais se 
constituíram 
Art. 1.249, inciso III, do CC 
Já a ilha que se formar pelo desdobramento de um novo braço do rio 
continua a pertencer ao proprietário do terreno à custa do qual se constituiu. 
No caso do desenho acima, será do Proprietário Y. 
ALUVIÃO 
NATURAIS 
O acréscimo paulatino de terras às margens 
de um curso de água, de forma lenta e 
imperceptível; os depósitos naturais ou 
desvios das águas pertencem aos donos dos 
terrenos marginais, segundo a regra de que o 
acessório segue o principal. O instituto é a 
ALUVIÃO PRÓPRIA, em que a “terra vem”. 
No exemplo acima, o Proprietário A tem um imóvel à beira de um rio, destinado às suas 
pescarias. Aos poucos, a sua propriedade vai aumentando, pois o movimento de águas traz 
terra para a sua margem. Eis um exemplo de aquisição originária da propriedade. 
ALUVIÃO 
NATURAIS 
As partes descobertas pelo afastamento das 
águas de um curso, denominadas ALUVIÃO 
IMPRÓPRIA, hipótese em que a “água vai”, 
o rio vai embora. 
Aqui, o Proprietário A percebe que adquiriu propriedade, pois o rio que fazia frente ao seu 
imóvel recuou. Surge, então, um espaço maior para construir, por exemplo, um deck destinado 
as suas pescarias. 
ALUVIÃO 
NATURAIS 
Quando a ALUVIÃO IMPRÓPRIA, hipótese 
em que a “água vai”, o rio vai embora, se 
formar em frente a imóveis pertencentes a 
proprietários diversos, far-se-á divisão entre 
eles, em proporção à testada que cada um 
dos imóveis apresentava sore a antiga 
margem. 
Há de se dividir, portanto, entre os Proprietários A e B, na proporção das testadas dos imóveis 
de cada um. 
AVULSÃO 
NATURAIS 
Segundo estabelece o Art. 1.251, caput, do CC, 
quando, por força natural violenta, uma porção de 
terra se destacar de um imóvel e se juntar a outro, 
o dono deste último adquirirá a propriedade do 
acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, 
sem indenização, se, em um ano, ninguém houver 
reclamado 
No exemplo acima, verifica-se que o Proprietário A ganhou propriedade, enquanto B perdeu 
parte de sua faixa de terra ribeirinha. B poderá pleitear valores indenizatórios, no prazo de 1 
ano 
ÁLVEO ABANDONADO 
NATURAIS ÁLVEO: o rio ou a corrente de água que seca, que desaparece 
Como determina o Art. 1.252 do CC, o álveo 
abandonado pertence aos proprietários 
ribeirinhos das duas margens, sem que 
tenham indenização os donos dos terrenos por 
onde as águas abrirem novo curso, 
entendendo-se que os imóveis marginais se 
estendem até o meio do álveo. 
No exemplo, a distribuição deve ser igual entre os Proprietários A e B, uma vez que a 
distância de suas margens ao centro do rio é a mesma. 
ARTIFICIAIS 
PLANTAÇÕES 
CONSTRUÇÕES 
Decorrem da atuação humana (Artigos 1.253 a 1.259 do CC) 
Exemplo: Ponte sobre córrego 
Exemplo: Cana de açúcar 
CONSTRUÇÕES e PLANTAÇÕES 
 
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se 
feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário (presunção relativa). 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
As construções e plantações têm natureza acessória, uma vez que constituem 
bens imóveis por acessão física artificial, nos termos do Art. 79 do CC, segundo 
o qual: 
PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA 
Refere-se simplesmente à lógica de que O ACESSÓRIO DEVE SEGUIR, EM 
REGRA, O PRINCIPAL. 
Em questão de concurso para juiz do Tribunal de Justiça do Amazonas, a 
banca da Cespe (http://www.cespe.unb.br/concursos/TJ_AM_15_JUIZ/) 
trouxe como correta a seguinte assertiva: 
“Pelo PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA, a propriedade dos bens 
acessórios segue a sorte do bem principal, podendo, entretanto, haver 
disposição em contrário pela vontade da lei ou das partes”. 
VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será 
OBRIGADO A RESTITUIR O INDEVIDAMENTE AUFERIDO, feita a atualização 
dos valores monetários 
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, QUEM 
A RECEBEU É OBRIGADO A RESTITUÍ-LA, e, se a coisa não mais subsistir, a 
restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido 
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado 
OUTROS MEIOS PARA SE RESSARCIR DO PREJUÍZO SOFRIDO 
1ª REGRA. Aquele que semeia, planta ou edifica em TERRENO PRÓPRIO com 
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica 
obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de 
má-fé. 
TERRENO PRÓPRIO 
SEMENTES, PLANTAS OU MATERIAIS ALHEIOS 
ADQUIRE A PROPRIEDADE DESTES 
Mas FICA OBRIGADO A PAGAR-LHES O VALOR 
Além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. 
Exemplo da 1ª REGRA: alguém está guardando, por ato de amizade, cimento de 
outro em sua propriedade. Certo dia, se utiliza do cimento e constrói um galpão ali. 
Aquele que se utilizou do cimento terá a propriedade do que foi construído, mas 
por óbvio terá que pagar ao outro o cimento; sem prejuízo de danos, pois 
claramente agiu de má-fé, por saber perfeitamente que o cimento não era seu. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que 
impede a aquisição da coisa 
2ª REGRA. Aquele que semeia, plantaou edifica em TERRENO ALHEIO perde, 
em proveito do proprietário, as sementes, plantas ou construções 
Se a construção ou a plantação EXCEDER CONSIDERAVELMENTE O VALOR DO 
TERRENO, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do 
solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver 
acordo 
Se procedeu de BOA-FÉ: terá direito a indenização 
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do 
proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a 
indenização 
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do 
terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante 
pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo 
Do artigo 1.255, e do seu parágrafo único, podem ser retiradas duas situações: 
1ª (MÁ-FÉ). Alguém está ocupando a casa de um parente que se encontra viajando para o 
exterior por um ano. Aproveitando a ausência do familiar, esse alguém constrói, com material 
próprio, uma piscina no fundo da casa. O ocupante não terá qualquer direito, pois agiu de má-fé, 
eis que sabia que a propriedade não seria sua 
2ª (BOA-FÉ). Se realizada alguma construção ou mesmo eventual plantação em valor superior 
ao do imóvel, aquele que construiu ou plantou adquirirá a propriedade do imóvel, tendo apenas 
que pagar uma indenização a ser fixada judicialmente, se não houver acordo entre as partes 
Nesta segunda hipótese, considera-se a construção ou a plantação como principal e o 
imóvel como acessório, em uma consagração do que se denomina como ACESSÃO 
INVERSA OU INVERTIDA, de acordo, inclusive, com o Princípio da Função Social da 
Propriedade. 
3ª REGRA. Se de ambas as partes houver má-fé, adquirirá o proprietário as 
sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. Presume-
se má-fé do proprietário quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua 
presença e sem impugnação sua 
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e 
construções, devendo ressarcir o valor das acessões 
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou 
lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. 
EXEMPLO: imagine-se a situação em que o proprietário de um imóvel permite que alguém 
construa, com material próprio, pensando esse alguém que poderá adquirir o domínio do bem 
principal. Nesse caso, há má-fé recíproca ou bilateral, pois ambos pretendem o enriquecimento 
sem causa 
CONCLUSÃO: o proprietário ficará com o que foi construído, mas deverá indenizar quem 
construiu pelos valores gastos com a construção 
Em complemento... 
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de NÃO 
PERTENCEREM AS SEMENTES, PLANTAS ou MATERIAIS A QUEM DE BOA-FÉ 
OS EMPREGOU EM SOLO ALHEIO. 
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do 
proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do semeador, 
plantador ou construtor. 
De acordo com o caput 
do Art. 1.257, as 
sementes, plantas ou 
materiais, além de 
aplicados em solo alheio, 
não pertencem a quem 
ali os empregou. 
Já no parágrafo único, 
quando não for indenizado 
pelo plantador, o 
proprietário das sementes 
poderá cobrar do 
proprietário do solo a 
indenização devida 
Semeador Proprietário 
das sementes 
Proprietário 
do solo 
4ª REGRA. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo 
alheio em proporção não superior à 20ª parte deste, adquire o construtor de boa-
fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o 
dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área 
perdida e a desvalorização da área remanescente (texto do Art. 1.258, caput) 
Tartuce traz o exemplo de alguém que constrói em sua 
propriedade uma churrasqueira com cobertura que 
invade o terreno alheio em percentual NÃO 
SUPERIOR A 5% deste (um vigésimo ou 1/20 avos). 
Se a construção foi de boa-fé, ou seja, se o 
construtor não sabe da invasão, poderá adquirir a 
parte invadida, desde que o valor da construção 
exceda o que se invadiu. Todavia, o construtor 
deverá indenizar o vizinho pela área perdida e por 
eventual desvalorização do imóvel restante 
5ª REGRA. Está na previsão do parágrafo único do Art. 1.258. 
Prevê a indenização quando ocorre a construção em pequena parte do terreno vizinho, sendo 
maior a indenização na hipótese de MÁ-FÉ. O dispositivo pretende resolver os conflitos 
surgidos nos grandes centros urbanos onde, não raro, é frequente a invasão de pequena parte 
do terreno vizinho pelo construtor. FERE O BOM SENSO MANDAR DERRUBAR TODA UMA 
CONSTRUÇÃO, ÀS VEZES ENVOLVENDO UM PRÉDIO DE ATÉ VINTE ANDARES, 
ATINGINDO ADQUIRENTES DE BOA-FÉ 
Art. 1.258. Parágrafo único. Pagando em DÉCUPLO as perdas e danos previstos neste artigo, 
o CONSTRUTOR DE MÁ-FÉ adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em 
proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa 
parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. 
6ª REGRA. Art. 1.259. Invasão SUPERIOR a 5% 
Em uma primeira situação, se a invasão superior a um vigésimo for de boa-fé, o construtor 
invasor adquire a propriedade do que foi invadido, mas responde por perdas e danos 
correspondentes ao valor que a invasão acrescer à sua construção, ao valor da área perdida e 
ao correspondente à desvalorização da área remanescente. Todos esses danos materiais 
devem ser provados por quem os alega, nos termos do Art. 402 do CC e do Art. 373, I, do CPC. 
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio EXCEDER A VIGÉSIMA 
PARTE DESTE, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e 
danos que abranjam O VALOR QUE A INVASÃO ACRESCER À CONSTRUÇÃO, mais o da 
área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de MÁ-FÉ, é obrigado a demolir o 
que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro 
Em complemento... 
Em uma primeira situação, se a invasão superior a um vigésimo for de boa-fé, o construtor 
invasor adquire a propriedade do que foi invadido, mas responde por perdas e danos 
correspondentes ao valor que a invasão acrescer à sua construção, ao valor da área perdida 
e ao correspondente à desvalorização da área remanescente. TODOS ESSES DANOS 
MATERIAIS DEVEM SER PROVADOS POR QUEM OS ALEGA, nos termos do Art. 402 
do CC e do Art. 373, I, do CPC 
O dispositivo (Art. 1.259) determina que, se a invasão superior a um vigésimo ou 5% tiver sido de 
má-fé, o proprietário do imóvel invadido poderá requerer a sua demolição, sendo cabível, do ponto 
de vista processual, a ação demolitória. Além disso, poderá pedir as perdas e danos em dobro. 
Consagra-se, neste dispositivo, o CARÁTER PUNITIVO DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
USUCAPIÃO 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que ABANDONOU O LAR, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural 
Art. 1.240-A 
USUCAPIÃO DE 
COISAS MÓVEIS 
■ Aquisição originária da propriedade pelo possuidor da COISA MÓVEL, que a 
possuir como sua, durante 3 anos (usucapião ORDINÁRIA), com JUSTO TÍTULO 
e BOA-FÉ, contínua e incontestadamente (Art. 1.260). 
■ Se a posse se prolongar por 5 anos, também haverá aquisição por usucapião 
(EXTRAORDINÁRIA), independentemente de título ou boa-fé (Art. 1.261). 
O JUSTO TÍTULO é um DOCUMENTO que faça o possuidor acreditar que é dono e a BOA-
FÉ é o seu estado de espíritode sentir-se proprietário 
► Em síntese: vê-se nos casos acima, no primeiro (■), a usucapião 
ORDINÁRIA de bem móvel, e, no segundo (■), a EXTRAORDINÁRIA 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA (1.260) 
● Posse mansa, pacífica e com intenção de dono (animus domini) por 3 (TRÊS) ANOS 
● JUSTO TÍTULO e boa-fé. Para caracterização do que seja justo título, aplica-se o 
enunciado nº 86 do CJF/STJ, segundo o qual a expressão justo título, contida nos artigos 
1.242 e 1.260 do CC, abrange TODO E QUALQUER ATO JURÍDICO HÁBIL, EM TESE, A 
TRANSFERIR A PROPRIEDADE, INDEPENDENTEMENTE DE REGISTRO 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (1.261) 
● Posse mansa, pacífica e com intenção de dono (animus domini) por 5 (CINCO) ANOS 
USUCAPIÃO DE VEÍCULOS 
► Em OUTRO CASO, o TJRS entendeu que, havendo 
inércia em situação envolvendo a alienação fiduciária 
em garantia, o veículo pode ser adquirido pelo devedor 
fiduciante, por meio da usucapião EXTRAORDINÁRIA 
“Apelação - Ação de usucapião de bem móvel - Art. 
1.261 do CC. Independentemente de justo título e boa-fé 
é possível deferir pretensão de AQUISIÇÃO 
ORIGINÁRIA DA PROPRIEDADE quando já 
implementado o prazo de CINCO ANOS de posse direta 
decorrente de contrato de alienação fiduciária. A 
inércia da instituição financeira em reaver o bem de sua 
propriedade (resolúvel) enseja o reconhecimento da 
posse ad usucapionem. Apelação desprovida. Unânime” 
(TJRS, Processo 70009337395, Porto Alegre, 13.ª Câmara Cível, 
relatora: Walda Maria Melo Pierro, 23.05.2006) 
► Para o mesmo TJRS não haveria razão para se falar em usucapião mobiliária em caso de vigência de um 
contrato de arrendamento mercantil inadimplido, eis que a posse, em tal situação, é tida como precária: 
“Apelação cível - Ação de usucapião - Posse ordinária de bem móvel - Arrendamento mercantil - Posse 
precária - Não preenchimento dos requisitos do Art. 1.260 do CC. Em que pese ter o apelante a posse do 
veículo por mais de três anos, não passa de uma posse precária, porquanto existente contrato de 
arrendamento mercantil entre as partes e inadimplido. De modo que não teria ele como exercer a posse 
com animus domini, porquanto possui apenas e tão somente a posse direta do veículo por força do 
contrato de arrendamento mercantil, na simples condição de arrendatário. Donde se conclui que não se 
pode reconhecer a usucapião. Recurso conhecido e improvido. Unânime” (TJRS, Processo 70013344296, Caxias 
do Sul, 13.ª Câmara Cível, relator: Sergio Luiz Grassi Beck, 08.06.2006) 
► A mesma premissa de impossibilidade de aquisição do bem por usucapião foi aplicada pelo STJ, em 
julgado publicado no informativo nº 425, em que o veículo objeto de alienação fiduciária foi transferido a 
terceiro, conforme consta no REsp 844.098/MG : 
“Usucapião. Veículo. Alienação fiduciária. (...) o CERNE DA QUESTÃO é saber se o automóvel que conta 
com GRAVAME DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA e transferido a terceiro pode ser adquirido 
por usucapião. Para o Min. Relator, a transferência a terceiro de veículo GRAVADO COMO PROPRIEDADE 
FIDUCIÁRIA, À REVELIA DO PROPRIETÁRIO (credor fiduciário), constitui ATO DE CLANDESTINIDADE, 
incapaz de induzir posse (Art. 1.208 do CC), sendo, por isso mesmo, IMPOSSÍVEL A AQUISIÇÃO DO BEM 
POR USUCAPIÃO. De fato, em contratos com alienação fiduciária em garantia, sendo inerentes ao 
próprio contrato o desdobramento da posse e a possibilidade de busca e apreensão do bem, conclui-se que 
a transferência da posse direta a terceiros - porque modifica a essência do contrato, bem como a garantia do 
credor fiduciário - DEVE SER PRECEDIDA DE AUTORIZAÇÃO. Diante disso, a Turma conheceu do recurso 
e lhe deu provimento para julgar improcedente o pedido deduzido na inicial. 
REsp 844.098/MG, DJe 06.04.2009” (STJ, REsp 881.270/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 02.03.2010) 
► QUESTÃO POLÊMICA se refere à USUCAPIÃO DE VEÍCULO FURTADO, havendo acórdãos do STJ 
pela sua impossibilidade em caso envolvendo a USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1.260): 
“Recurso especial – Usucapião ORDINÁRIO de bem 
móvel – Aquisição originária – Automóvel furtado. Não 
se adquire por usucapião ORDINÁRIO veículo 
furtado. Recurso especial não conhecido”. 
(STJ, REsp 247.345/ MG, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
j. 04.12.2001, DJ 25.03.2002, p. 272) 
► Entretanto, há quem entenda pela admissão da USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA, uma vez que CESSA 
A VIOLÊNCIA no momento posterior à prática do ilícito, tendo início a partir daí a contagem do prazo legal 
(FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direitos reais..., 2006, p. 344) 
“a apreensão física da coisa por meio de CLANDESTINIDADE (FURTO) ou VIOLÊNCIA (ROUBO) 
SOMENTE INDUZ A POSSE APÓS CESSADO O VÍCIO (Art. 1.208 do CC), de maneira que o exercício 
ostensivo do bem é suficiente para caracterizar a posse mesmo que o objeto tenha sido proveniente de 
crime. As peculiaridades do caso concreto, em que houve EXERCÍCIO DA POSSE OSTENSIVA de bem 
adquirido por meio de financiamento bancário com emissão de registro perante o órgão público 
competente, AO LONGO DE MAIS DE 20 ANOS, são suficientes para assegurar a aquisição do 
direito originário de propriedade, sendo irrelevante se perquirir se houve a inércia do anterior 
proprietário ou se o usucapiente conhecia a ação criminosa anterior à sua posse” 
(STJ, REsp 1.637.370/RJ, 3.ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, j. 10.09.2019, DJe 13.09.2019) 
► Adotando essa posição, à qual se filia Flávio Tartuce, há julgado do STJ (REsp 1637370) 
de 2019, no seguinte sentido: 
► ESPECIFICAÇÃO (Artigos 1.269 a 1.271) 
Transformação da coisa em uma espécie nova, como consequência do trabalho do 
especificador, quando não é mais possível o retorno à forma anterior (Art. 1.269) 
Espécie de ATO JURÍDICO LÍCITO (Art. 185) por meio do qual é possível adquirir aquilo que 
resulta da especificação, ato que, diferente da acessão, não atribui ao proprietário da coisa 
principal o que lhe advier como acessório 
► Na ESPECIFICAÇÃO, a aquisição se dá porque se cogita da MANIPULAÇÃO DE 
MATÉRIA-PRIMA que, depois de trabalhada, já não pode retornar ao estado anterior e, por 
isso, faz desaparecer a coisa que, como no caso do Art. 1.269, era parcialmente alheia e faz 
surgir outra, fruto do trabalho do especificador 
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em 
matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie 
nova, desta será proprietário, se não se puder 
restituir à forma anterior 
► Regras de ESPECIFICAÇÃO: 
O trabalho de alteração é considerado PRINCIPAL, enquanto a matéria-prima é ACESSÓRIA, 
razão pela qual A ATUAÇÃO DO ESPECIFICADOR DEVE PREVALECER 
■ De todo modo, conforme Art. 1.271, o especificador deve INDENIZAR O VALOR DA 
MATÉRIA-PRIMA AO SEU DONO 
❶ a espécie nova surgida SERÁ DE PROPRIEDADE DO ESPECIFICADOR, se não for 
possível retornar à situação anterior (Art. 1.269). 
❷ SE TODA MATÉRIA-PRIMA FOR ALHEIA e não se puder reduzir à forma precedente, 
SERÁ DO ESPECIFICADOR DE BOA-FÉ A ESPÉCIE NOVA (Art. 1.270). 
EXEMPLO: ESCULTOR ENCONTRA PEDRA SABÃO E REALIZA UMA ESCULTURA. Após 
elaborar o trabalho, o escultor (especificador) vem a descobrir que a pedra é de terceiro. 
Nesse caso, A ESCULTURA SERÁ SUA, POIS AGIU DE BOA-FÉ. Entretanto, o escultor 
deverá indenizar o dono da pedra pelo seu valor, o que veda o enriquecimento sem 
causa, em relação à matéria-prima. 
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271) 
Regras de especificação: 
3ª REGRA: Sendo possível a redução ao estado anterior, ou quando impraticável, se A 
ESPÉCIE NOVA SE OBTEVE DE MÁ-FÉ, PERTENCERÁ AO DONO DA MATÉRIA-PRIMA 
(Art. 1.270, § 1º, do CC). Como a má-fé induz à culpa, não poderá o especificador que 
age por ela guiado adquirir a propriedade do produto da transformação. Desse modo, o 
dono da coisa nova será o proprietário da matéria-prima. 
Para o caso em que é impraticável a volta ao estado anterior, prevê o Art. 1.271 que O 
ESPECIFICADOR DE MÁ-FÉ NÃO TERÁ DIREITO SEQUER À INDENIZAÇÃOPELO 
TRABALHO. 
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271) 
Regras de especificação: 
4ª REGRA: EM QUALQUER CASO, inclusive no da pintura em relação à tela, da escultura, 
escritura e qualquer outro trabalho gráfico em relação à matéria-prima, A ESPÉCIE NOVA 
SERÁ DO ESPECIFICADOR, SE O SEU VALOR EXCEDER CONSIDERAVELMENTE O DA 
MATÉRIA-PRIMA (Art. 1.270, § 2º, do CC). Esse excesso considerável deve ser analisado 
caso a caso, levando-se em conta o valor de mercado da matéria-prima (que também pode 
ser relevante) e a gravidade do trabalho efetuado. Também aqui, pelo que consta no Art. 
1.271, o especificador que adquire a coisa nova deve indenizar o dono da matéria-prima 
pelo seu valor. 
DA CONFUSÃO, DA COMISTÃO (ou COMISSÃO) e DA ADJUNÇÃO (Arts. 1.272 a 1.274) 
Os três institutos jurídicos por igual constituem formas derivadas de aquisição da 
propriedade móvel e estão presentes quando coisas pertencentes a pessoas 
diversas se misturam de tal forma que é impossível separá-las. 
CONFUSÃO 
Mistura entre coisas líquidas (ou mesmo gases), em que não é possível a 
separação. Exemplo: ÁLCOOL E GASOLINA. 
As espécies confundidas podem ser iguais ou não 
COMISTÃO ou COMISSÃO 
Mistura entre coisas sólidas ou secas, não sendo possível a separação. Exemplo: 
AREIA E CIMENTO. 
Serve também de exemplo a mistura de cereais de safras 
diferentes, em que não é possível identificar a origem. 
ADJUNÇÃO 
Justaposição ou sobreposição de uma coisa sobre 
outra, sendo impossível a separação. Exemplo: TINTA 
EM RELAÇÃO À PAREDE. 
Quanto à CONFUSÃO, COMISTÃO (ou COMISSÃO) e ADJUNÇÃO, 4 
REGRAS são extraídas dos artigos 1.272 a 1.274 do CC, vide slides 
seguintes. 
1ª REGRA: As COISAS PERTENCENTES A DIVERSOS DONOS, confundidas, 
misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, 
SENDO POSSÍVEL SEPARÁ-LAS SEM DETERIORAÇÃO. (Art. 1.272, caput, do CC) 
2ª REGRA: NÃO SENDO POSSÍVEL A SEPARAÇÃO DAS COISAS, ou exigindo 
DISPÊNDIO EXCESSIVO, permanece o estado de indivisão, cabendo a cada um dos 
donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou 
agregado. (Art. 1.272, § 1º, do CC) 
Sendo possível retornar ao estado anterior (status quo ante), sem que isso desvalorize 
as coisas misturadas, esse é o caminho a ser percorrido. 
Cada um dos proprietários dos bens móveis terá direito ao valor que corresponder ao 
seu quinhão. COMO NÃO É POSSÍVEL DETERMINAR O QUINHÃO REAL, 
PROCURA-SE UM QUINHÃO IDEAL. 
Ainda quanto à 2ª REGRA: Se uma das coisas puder ser considerada principal, o 
dono desse principal o será do todo, indenizando os demais pelos valores que 
corresponderem aos seus quinhões (Art. 1.272, § 2º, do CC) 
Exemplo: Havendo mistura de areia e cimento e sendo 
impossível o retorno ao estado anterior, o dono da parte mais 
valiosa, no caso, do cimento, considerado principal, ficará 
com o todo, devendo indenizar o dono do acessório, no 
caso, o dono da areia. 
Aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA 
3ª REGRA: Se a CONFUSÃO, a COMISTÃO (ou COMISSÃO) ou a ADJUNÇÃO se 
operou de má-fé, À OUTRA PARTE QUE ESTIVER DE BOA-FÉ CABERÁ 
ESCOLHER ENTRE: 
● Adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização 
que lhe for devida; 
● Renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado de forma integral 
(Art. 1.273 do CC 2002); 
OU 
A norma tem a sua razão de ser, punindo o proprietário que agiu de má-fé no ato de 
misturar, o que induz à sua culpa. Por isso é que são colocadas à disposição do 
proprietário de boa-fé DUAS OPÇÕES, de acordo com a sua livre vontade. 
4ª REGRA: Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à CONFUSÃO, 
COMISTÃO (ou COMISSÃO) ou ADJUNÇÃO, aplicam-se as normas dos artigos 1.272 e 1.273, 
conforme prevê o Art. 1.274 do CC. 
Para Flávio Tartuce, como o caso se iguala à ESPECIFICAÇÃO, houve um erro no Código Civil 
ao mencionar os artigos 1.272 e 1.273. Para o autor, em razão de tal igualação, HÁ DE SE 
APLICAR OS TERMOS DOS ARTIGOS 1.270 E 1.271. 
USUCAPIÃO DE 
BENS IMÓVEIS 
USUCAPIÃO 
A expressão vem do latim 
usucapio (tomar/adquirir pelo uso) 
Situação de aquisição do domínio, ou mesmo de outro direito real (usufruto/ 
servidão), pela posse prolongada, permitindo a lei que uma DETERMINADA 
SITUAÇÃO DE FATO ALONGADA (posse ad usucapionem ou usucapível) por 
certo intervalo de tempo se transforme em uma situação jurídica: 
Art. 1.208. Não induzem posse os ATOS DE MERA PERMISSÃO ou TOLERÂNCIA assim como não 
autorizam a sua aquisição os ATOS VIOLENTOS, ou CLANDESTINOS, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade 
Importante lembrar: 
A AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA DA PROPRIEDADE 
Conforme Art. 1.208 do CC, EM SEDE DE PRINCÍPIO não é possível alegar 
usucapião na vigência de um contrato em que a posse é transmitida, por exemplo, 
como na locação e no comodato. 
* POLÊMICA surge quanto aos atos de mera permissão e tolerância em relação, 
por exemplo, ao BEM EM CONDOMÍNIO, particularmente nos casos envolvendo 
herdeiros 
Recurso Especial 
1631859 
Posse 
exclusiva 
Maria Helena Diniz sintetiza a referida polêmica a respeito da possibilidade 
de usucapião no condomínio. Segundo ela: 
Para que se torne possível a um condômino usucapir contra os demais, NECESSÁRIO SERIA DE 
SUA PARTE UM COMPORTAMENTO DE PROPRIETÁRIO EXCLUSIVO, ou a INVERSÃO DA SUA 
POSSE, abrangendo o todo e não apenas uma parte. 
O condômino para pretender a usucapião deverá TER SOBRE O TODO 
POSSE EXCLUSIVA, de maneira a cessar o estado de comunhão. 
POSSE EXCLUSIVA 
Mediante aplicação do PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA, particularmente a 
SUPRESSIO, que é a perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não 
exercício no tempo, o julgado (REsp 214680) possibilitou, de forma indireta, a 
usucapião de uma área comum em um condomínio edilício – parte do corredor 
que dava acesso a alguns apartamentos. 
Art. 1.208. MERA PERMISSÃO ou 
TOLERÂNCIA de uso por parte dos 
condôminos, não haveria que se 
falar em usucapião. 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS da posse ad usucapionem ou usucapível 
● POSSE COM A INTENÇÃO DE DONO (animus domini) 
A intenção do usucapiente de SE TRANSFORMAR EM DONO DA COISA. Neste particular, é fundamental 
tomar conhecimento e destacar-se a possibilidade de ALTERAÇÃO NA CAUSA DA POSSE (interversio 
possessionis), por meio da qual se admite a usucapião em casos excepcionais, como na hipótese em que 
um locatário permanece no imóvel por cerca de trinta anos, não pagando os alugueis por cerca de vinte 
anos, tendo o locador desaparecido. 
No julgamento do REsp 154733, o STJ, mediante relatoria do Ministro Cesar Asfor Rocha, 
decidiu que: “NADA IMPEDE QUE O CARÁTER ORIGINÁRIO DA POSSE SE MODIFIQUE, 
motivo pelo qual o fato de ter havido no início da posse da autora um vínculo locatício, não é 
embaraço ao reconhecimento de que, a partir de um determinado momento, essa mudou de 
natureza e assumiu a feição de posse em nome próprio, sem subordinação ao antigo dono e, 
por isso mesmo, com força ad usucapionem. 
● POSSE MANSA E PACÍFICA 
É aquela exercida sem qualquer manifestação em contrário de quem tenha legítimo interesse, ou seja, 
sem a oposição do proprietário do bem. Pois, se em algum momento houver contestação dessa posse 
pelo proprietário, desaparece o requisito da mansidão e, assim, a posse ad usucapionem. 
● POSSE CONTÍNUA E DURADORA 
Somente possibilita a usucapião a posse sem intervalos, ou seja, sem interrupção. O Art. 1.243 do CC, 
contudo, admite a soma de posses sucessivas. 
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à 
sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos 
do art. 1.242, com justo título e de boa-fé. 
De acordo com o enunciado 497 da V Jornada de Direito Civil, e o disposto no Art. 493 do CPC,“o prazo, 
na ação de usucapião, pode ser completado no curso do processo, ressalvadas as hipóteses de má-fé 
processual do autor”. 
● POSSE JUSTA 
A posse usucapível deve se apresentar sem violência, clandestinidade ou precariedade. Se a 
situação fática for adquirida por meio de atos violentos ou clandestinos, não induzirá posse para 
os fins de usucapião, enquanto não cessar a violência ou a clandestinidade. 
● POSSE DE BOA-FÉ E COM JUSTO TÍTULO 
Para a usucapião ORDINÁRIA, seja de bem móvel ou 
imóvel, a lei exige a boa-fé e o justo título (Arts. 1.242 e 1.260). 
► A noção de JUSTO TÍTULO está intimamente ligada à 
boa-fé e nela se exterioriza, ganha solidez, isto é, o 
documento que faz crer a todos transferir a propriedade é 
justo título, de modo que caberá ao impugnante provar a 
existência de má-fé, tendo em vista que a BOA-FÉ SE 
PRESUME. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o 
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que 
impede a aquisição da coisa. 
 
Parágrafo único. O possuidor com JUSTO 
TÍTULO tem por si a PRESUNÇÃO DE BOA-
FÉ, salvo prova em contrário, ou quando a lei 
expressamente não admite esta presunção. 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1.242 e § único) 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e 
incontestadamente, com JUSTO TÍTULO e BOA-FÉ, o possuir por DEZ ANOS 
Parágrafo único. Será de CINCO ANOS o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido 
adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, 
cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua 
moradia, ou REALIZADO INVESTIMENTOS DE INTERESSE SOCIAL E ECONÔMICO 
São DUAS MODALIDADES de USUCAPIÃO ORDINÁRIA 
● REGULAR ou COMUM (Art. 1.242, caput) 
Requisitos: 
▪ Posse mansa, pacífica e ininterrupta com animus domini por 10 ANOS 
▪ Justo título (todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, INDEPENDENTEMENTE DE REGISTRO) 
▪ Boa-fé (Art. 1.201); 
● POSSE-TRABALHO (Art. 1.242, § único) 
Posse qualificada pelo cumprimento de uma função social, em sentido positivo, por 5 ANOS 
► Flávio Tartuce entende como DISPENSÁVEL o requisito ao lado da posse-trabalho, isto é, 
a existência de um DOCUMENTO HÁBIL registrado e cancelado posteriormente, como, por 
exemplo, um compromisso de compra e venda. Para o autor bastaria apenas a POSSE-
TRABALHO, suficiente para se PRESUMIR A EXISTÊNCIA DA BOA-FÉ (boa-fé objetiva, no 
plano da conduta) e do justo título 
Neste contexto... USUCAPIÃO ORDINÁRIA 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (Art. 1.238) 
Art. 1.238. Aquele que, por QUINZE ANOS, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu 
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, INDEPENDENTEMENTE DE TÍTULO E BOA-FÉ; 
podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o 
registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a DEZ ANOS se o possuidor 
houver ESTABELECIDO NO IMÓVEL A SUA MORADIA HABITUAL, ou nele realizado obras 
ou serviços de caráter produtivo. 
São DUAS MODALIDADES de USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA 
● USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA REGULAR ou COMUM (Art. 1.238, caput) 
Requisitos, em regra: 
Posse mansa, pacífica e ininterrupta, com animus domini e sem oposição por 15 ANOS; 
● USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA POR POSSE-TRABALHO (Art. 1.238, § único) 
O prazo cai para 10 ANOS se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia 
habitual ou houver realizado obras ou serviços de caráter produtivo, ou seja, se a função 
social da posse estiver sendo cumprida pela presença da posse-trabalho. 
Percebe-se, nos dois casos, que NÃO HÁ necessidade de se provar a BOA-FÉ e o JUSTO 
TÍTULO, por haver PRESUNÇÃO ABSOLUTA da presença de tais elementos 
Art. 1.228. (...) PODERES INERENTES À PROPRIEDADE. 
 
§ 4o O proprietário também PODE SER PRIVADO DA COISA se o imóvel reivindicado consistir em EXTENSA 
ÁREA, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de CINCO ANOS, de CONSIDERÁVEL NÚMERO DE 
PESSOAS, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, OBRAS E SERVIÇOS 
CONSIDERADOS PELO JUIZ DE INTERESSE SOCIAL E ECONÔMICO RELEVANTE. 
 
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, 
valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
A propósito da POSSE-TRABALHO 
POSSUIDORES PROPRIETÁRIA 
Ação dominial 
REIVINDICATÓRIA 
DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL 
e INDENIZAÇÃO devida pelos 
possuidores à proprietária 
USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL 
(Art. 191 da CF e Art. 1.239 do CC) 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por 
CINCO ANOS ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a 
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua 
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os IMÓVEIS PÚBLICOS NÃO 
SERÃO ADQUIRIDOS POR USUCAPIÃO. 
1 hectare = 10.000 m² 
Também conhecida como USUCAPIÃO AGRÁRIA ou ESPECIAL RURAL 
Requisitos para a USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL, 
AGRÁRIA ou ESPECIAL RURAL 
● Área não superior a 50 hectares (50 ha), localizada na zona rural. 
50 hectares = 500.000 m² 
● Posse de 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição e 
com ANIMUS DOMINI. 
Animus domini: uma 
vontade exercida sobre a 
coisa, elemento anímico, a 
intenção de tê-la para si, 
como proprietário. 
● Utilização do imóvel para subsistência ou trabalho, que pode ser na 
agricultura, na pecuária, no extrativismo ou em atividade similar. 
O fator essencial é que a pessoa ou família esteja tornando produtiva a terra, por 
força de seu trabalho. 
● Não ser proprietário de outro imóvel, seja ele rural ou urbano. 
NÃO HÁ, na usucapião constitucional, qualquer previsão quanto ao JUSTO 
TÍTULO e à BOA-FÉ, pois tais elementos se presumem de forma absoluta pela 
destinação que se dá ao imóvel, com o atendimento à sua FUNÇÃO SOCIAL. 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA PRO MISERO 
(Art. 183 da CF, Art. 1.240 do CC e Art. 9º da Lei nº 10.257/01) 
Art. 183 da CF. Art. 183. Aquele que POSSUIR COMO SUA área urbana de até 250 m², por 5 ANOS, 
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, 
DESDE QUE NÃO SEJA PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL URBANO OU RURAL. 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, 
independentemente do estado civil. 
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA POR ABANDONO DE LAR 
(Art. 1.240-A do CC) 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m² CUJA PROPRIEDADE DIVIDA COM EX-CÔNJUGE ou 
ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Conforme Art. 10 do Estatuto da Cidade, com redação dada pela Lei no 13.465/2017, Os 
núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total 
dividida pelo número de possuidores seja INFERIOR A 250 m² por possuidor são suscetíveis 
de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de 
outro imóvel urbano ou rural. 
USUCAPIÃO URBANA COLETIVA 
(Lei nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade) 
Paraisópolis, São Paulo. 
Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por 10 ANOS consecutivos, trecho de 
terra INFERIOR A 50 HECTARES, adquirir-lhe-á a propriedade plena. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por 
grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de propriedadecoletiva de 
grupo tribal. 
USUCAPIÃO ESPECIAL INDÍGENA 
(Art. 33 da Lei nº 6.001/73 - Estatuto do Índio) 
A sentença DECLARA a usucapião, QUALQUER MODALIDADE DE USUCAPIÃO. O direito é 
obtido pelos requisitos de tempo e posse e mais boa-fé e justo título. Independe da 
sentença. O JUIZ LIMITA-SE A DECLARAR SITUAÇÃO JURÍDICA PREEXISTENTE. Fosse a 
sentença necessária para completar o direito, teria efeito constitutivo. Não é o que ocorre. 
Completado o prazo com os demais requisitos, o usucapiente já é proprietário. A sentença é 
decreto judicial que reconhece direito preestabelecido. A transcrição da sentença no 
registro imobiliário, com muito maior razão, também é mero requisito regularizador da situação 
jurídica do imóvel. Com o registro da sentença, terá o titular a situação do imóvel pacificada 
com relação a terceiros, obtendo o efeito erga omnes. Não tem o mesmo sentido da 
transcrição da transferência do negócio jurídico de alienação, necessário para a 
aquisição da propriedade. 
Art. 1.238. (...) podendo requerer ao juiz 
que assim o DECLARE POR SENTENÇA, a 
qual servirá de título para o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis. 
USUCAPIÃO IMOBILIÁRIA ADMINISTRATIVA 
decorrente da legitimação da posse 
(Lei nº 13.465/2017) 
Art. 25. A legitimação de posse, instrumento de uso exclusivo para fins de regularização fundiária, constitui ato 
do poder público destinado a conferir título, por meio do qual fica reconhecida a posse de imóvel objeto da 
REURB (regularização fundiária urbana), com a identificação de seus ocupantes, do tempo da ocupação e da 
natureza da posse, o qual é conversível em direito real de propriedade, na forma desta Lei 
Art. 27. O título de legitimação de posse poderá ser cancelado pelo poder público emitente quando constatado que as 
condições estipuladas nesta Lei deixaram de ser satisfeitas, sem que seja devida qualquer indenização àquele que 
irregularmente se beneficiou do instrumento. 
► O Novo CPC ampliou a possibilidade da usucapião extrajudicial para todas as modalidades de usucapião 
imobiliária, DESDE QUE SEGUIDOS OS PROCEDIMENTOS NELE CONSAGRADOS. 
§ 1º A legitimação de posse poderá ser transferida por causa mortis ou por ato inter vivos 
§ 2º A legitimação de posse não se aplica aos imóveis urbanos situados em área de titularidade do poder 
público. 
► O Art. 1.071 do CPC remete ao Art. 216-A da Lei nº 
6.015/73 (Lei de Registros Públicos), segundo o qual: 
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, É ADMITIDO O PEDIDO DE RECONHECIMENTO 
EXTRAJUDICIAL DE USUCAPIÃO, que será processado diretamente perante o cartório do registro 
de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, 
representado por advogado, instruído com: 
I - ATA NOTARIAL lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, 
conforme o caso e suas circunstâncias; 
II - PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de 
anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares 
de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na 
matrícula dos imóveis confinantes; 
III - CERTIDÕES NEGATIVAS dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do 
requerente; 
IV - JUSTO TÍTULO ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e 
o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. 
§ 1º O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o acolhimento ou a 
rejeição do pedido 
§ 5º Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas diligências pelo 
oficial de registro de imóveis 
§ 4º O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande circulação, onde 
houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) 
dias 
§ 3º O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, 
pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de 
recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido 
§ 2º Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos 
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse 
será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para 
manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como discordância 
§ 6º Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência de diligências na forma do § 5º deste 
artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da concordância expressa dos titulares de 
direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula 
dos imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições 
apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso 
§ 7º Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta Lei 
§ 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imóveis rejeitará 
o pedido 
§ 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião 
§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresentada por 
qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel 
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum terceiro 
interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do 
imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum

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