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DEFESA Infanticídio

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DEFESA
Estamos diante de um fato atípico e muito delicado onde deve-se analisar toda a sistemática dos fatos ocorridos.
São vários os aspectos que interferem para que haja conhecido o estado puerperal no caso em questão. Aspectos psicológicos, uma gravidez indesejada, complicações obstétrica e de saúde da gestante, desemprego, conflitos conjugais, baixo nível socioeconômico e fatores hormonais típicos desse período tão intenso. Esses são alguns dos fatores delicados que por si sós já são de difícil compreensão para o ser humano em geral.
Sabemos, uns por meios de experiência, outros por meio de conhecimento, que a mulher passa por uma enxurrada de emoções desde o momento do conhecimento da gravidez que se prolonga por 42 semanas de gestação. Tendo em vista todos os fatores aqui já citados, obviamente que essas emoções irão se intensificar à medida que se aproxima a data do nascimento da criança. De fato, só a mulher que passa por todo esse processo delicado poderia dizer claramente, muito embora seja impossível descrever, devida a gravidade da situação, o que de fato ocorre no seu interior.
Dentro da normalidade, as mulheres ao se conhecerem grávidas sentem-se felizes e realizadas, àquelas que, por motivos e circunstâncias alheias a sua vontade, apresentam emoções negativas e de rejeição, desenvolvem um aterrorizante sentimento de culpa, deixando de procurar ajuda profissional, consequentemente agravando todos os sintomas de uma possível conduta adversa à gravidez e ao infante.
Para uma mulher, em seu estado normal, emocionalmente equilibrada e estabilizada, sem dúvidas é um momento desejado e esperado, contudo, somos pessoas com vidas e situações vividas diferentes e únicas, e por isso deve-se pensar também na vida dessa mulher, que tão prejudicada emocionalmente, ainda carregará consigo essa condenação interior de não ter tido condições psicológicas de agir de maneira consciente e suas atitudes terem levado à fatalidade do falecimento do menor. 
Com base clínica, e não meramente supostas, a mulher que se encontra em estado de desespero, abandono, psicologicamente comprometida, está amplamente exposta aos fatores de risco que podem a levar ao extremo de uma depressão intensa, até os mais diversos sintomas de psicopatia de dissociação com a realidade.
Lindinalva, em seu ápice de distúrbio, apresentou cada um desses sintomas. 
Levando em conta a argumentação do Ministério Publico onde diz que “a acusada não avisou sobre a gravidez, tão pouco sobre ter colocado o recém-nascido no lixo”, há de ses considerar que de fato não é uma conduta esperada de uma mulher em estado pruerperal. 
Diante da conduta da acusada, identifica-se todos os severos sintomas de distúrbios psíquicos e psiquiátricos que a levaram à dissociação da realidade, alterações de pensamento e perda total de senso da realidade e moral. Para Lindinalva naquele momento, a dor nas costas não estava de fato associado a gravidez, e ao ir ao banheiro e dar a luz ao menor, viu-se em situação de total desespero, onde a única solução para o momento seria deixa-lo no local e evadir-se dali.

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