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DAS PERDAS E DANOS

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PERDAS E DANOS 
O que são estas perdas e danos devidas pelo inadimplente ao credor? 
Não se trata de um enriquecimento do credor (403), mas sim de uma 
compensação financeira pelos danos sofridos pelo credor, sejam danos 
materiais, sejam danos morais. 
Os danos materiais correspondem aos lucros cessantes e ao dano 
emergente. Dano emergente é aquilo que o credor efetivamente perdeu e 
lucro cessante é aquilo que o credor razoavelmente deixou de lucrar 
(402). Ex: A bate seu carro num táxi, terá então que indenizar o taxista 
pelo dano emergente (farol quebrado, lataria amassada, pintura 
arranhada, etc – damnum emergens) e pelo lucro cessante (os dias que o 
taxista ficará sem trabalhar enquanto o carro é consertado – lucrum 
cessans). 
 O dano emergente é o desfalque sofrido pelo patrimônio da 
vítima, é a diferença entre o que a vítima tinha antes e depois do ato 
ilícito; lucro cessante é a perda de um lucro esperado, e não um lucro 
presumido ou eventual (403). 
 Mas o dano pode também ser moral (186), que é o dano que 
atinge a honra da pessoa (art. 20), que provoca sofrimento, abalo 
psicológico, perda do sono da vítima, etc. O dano moral ofende os 
direitos da personalidade da pessoa, ou seja, os atributos físicos (o 
corpo, a vida), psíquicos (sofrimento) e morais (honra, nome, 
intimidade, imagem) da pessoa. Enfim, o dano moral não é qualquer 
aborrecimento do cotidiano. O dano moral se desenvolveu muito em 
nosso Direito na última década, mas não pode ser banalizado para não 
ser desmoralizado. Dano moral se justifica, especialmente, quando 
atinge o equilíbrio emocional da vítima, é a dor, angústia, desgosto, 
aflição e humilhação (ex: alguém que perde uma perna ou um filho num 
acidente). 
Inadimplemento fortuito: o devedor não paga diante de um caso 
fortuito ou de força maior, ficando assim, de regra, livre de indenizar o 
credor (393). A obrigação vai se extinguir, as partes retornam ao estado 
anterior, mas sem indenização do 389. Porém, há casos de 
responsabilidade sem culpa, desde que haja dano: 
 - se o devedor está em mora, ele responde pelo caso fortuito 
(399); é um dos efeitos da mora solvendi. Só não responde se provar que 
a coisa iria perecer também nas mãos do credor. 
 - o devedor pode expressamente se responsabilizar pelo caso 
fortuito; isto é comum nos contratos internacionais, então quando se 
exporta açúcar, carne, soja, etc., o devedor se obriga a mandar o 
produto, ou pagar as perdas e danos, mesmo que haja uma greve, uma 
seca, etc. O comprador insere no contrato uma cláusula onde o devedor 
assume a obrigação mesmo diante de um caso fortuito, afinal o 
comprador está muito distante para verificar a seriedade destes 
transtornos. (vide 393, in fine). Obs: nas relações de consumo a 
loja/supermercado não pode se isentar do furto do carro no seu 
estacionamento, apesar de ser um caso fortuito e apesar das placas que 
eles colocam, diante do art. 51, IV, do Código do Consumidor; é por isso 
que os shoppings cobram pelo estacionamento, porque eles têm seguro 
contra furto/roubo do seu carro; a lei dá com uma mão e o mercado tira 
com a outra.

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