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Psicodiagnóstico 2

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Universidade Estácio de Sá
Psicologia
Psicodiagnóstico
Rio de Janeiro
Novembro / 2017 
Universidade Estácio de Sá – UNESA
Psicologia
Psicodiagnóstico
Trabalho apresentado ao professor
Francisco Takahashi na disciplina 
Psicodiagnóstico,
ministrado no curso
de Psicologia do 7° período.
Acadêmico Willian da Silva Santos 
Matrícula 201408017288
Rio de Janeiro
Novembro / 2017
Reconhecimento da aplicação do psicodiagnótico
O psicodiagnóstico, de forma geral, consiste no processo de identificação de forças e fraquezas no funcionamento psicológico referente ou não à existência de psicopatologia, comparando-as, por conseguinte, com os critérios da normalidade. Este processo caracteriza-se como ciência, visto que se levantam, previamente, hipóteses testáveis, utilizando técnicas e administração de testes psicológicos para se avalizar aspectos específicos de dado fenômeno psicológico. Define-se, também, como um método limitado no tempo devido ao plano de avaliação, que, a partir dos dados iniciais, pode-se estimar um número aproximado de sessões de exame (CUNHA, 2000, p. 26).
O processo de avaliação psicológica, por sua vez, refere-se ao procedimento clínico que se compreende instrumentos diversificados, como “princípios teóricos, métodos e técnicas de investigação tanto da personalidade como de outras funções” (ARAUJO, 2007, p. 131). Desta forma, as estratégias de avaliação, segundo Cunha (2000, p. 19), aplicam-se a uma variedade de abordagens teóricas, e cada teoria aborda de forma particular o processo psicodiagnóstico e técnicas diferentes (ANCONA-LOPES, 2013, p 15).
O presente trabalho destaca dois enfoques teóricos no psicodiagnóstico, caracterizando-os sem designar juízo entre tais. A primeira abordagem teórica refere-se à psicanálise, que, segundo Araújo (2007, p. 131), valoriza a relação de transferência e a de contratransferência, utilizando, como fundamental instrumento, a entrevista clínica, a aplicação de testes e técnicas projetivas, como, por exemplo, o Z-teste, que representa “um conjunto de variáveis por meio das quais se podem quantificar aspectos funcionais e dinâmicos da personalidade” (WEINER, 1994 apud VILLEMOR-AMARAL et. al., 2009, p. 660). Desta forma, o psicodiagnóstico é uma análise clínica entranhada sobre a personalidade, sendo esta constituída de aspecto consciente e outro inconsciente, e que cada indivíduo possui uma personalidade única e inconfundível (ARZENO, 1995, p. 13).
A psicanálise, conforme Arzeno (1995, p. 14-15), configura-se em sete etapas no processo psicodiagnóstico, sendo que a primeira ocorre desde a solicitação da consulta até o encontro com o profissional. O segundo passo é o esclarecimento do conteúdo latente e o motivo manifesto da consulta, bem como as ansiedades e as defesas, que se verificam nas primeiras entrevistas. O terceiro configura-se como o momento de reflexão sobre os materiais colhidos e a análise das primeiras hipóteses e o planejamento sobre o decurso do caso. O quarto passo é a aplicação da estratégia diagnóstica e o quinto é a análise e integração dos dados. A sexta etapa refere-se à devolutiva da informação e, por fim, a sétima é a elaboração do laudo psicológico constituído pela hipótese diagnóstica e o prognóstico.
O psicodiagnóstico visa à identificação de psicopatologias ou não na avaliação psicológica (CUNHA, 2000, p. 26). Não obstante, o conceito de normalidade requer uma permanente crítica e reflexão, visto que alguns critérios são inválidos, como a normalidade caracterizada como ausência de doença, ou como um completo bem-estar. A abordagem fenomenológica, por sua vez, descreve a normalidade como o exercício da liberdade existencial (DALGALARRONDO, 2000, p. 26-27), ou seja, o ser normal tem a capacidade de superar os conflitos (AUGRAS, 2002, p.12 apud DE ALMEIDA, 2003, P. 95-96).
O psicodiagnóstico fenomenológico-existencial interventivo reposiciona o cliente situando-o como um parceiro ativo, corresponsável pelo trabalho desenvolvido na avaliação. Igualmente, o psicólogo não mais detém o saber e as respostas, e o arcabouço teórico e as experiências clínicas apenas representam outro ponto de vista, aceitando, assim, as colocações dos clientes. O psicólogo, portanto, busca promover novas possibilidades existenciais no trabalho de transformação do projeto, utilizando recursos instrumentais, como a observação lúdica de crianças e entrevistas e aplicação de testes, (ANCONA-LOPES, 2013, p. 32-36) sendo a concepção do uso de teste diferenciada, porquanto se valoriza a análise qualitativa, não o empregando para categorizar, classificar ou definir patologias, mas com o intuito de articular os testes com as experiências de vida do cliente, sendo a avaliação compartilhada e construída em conjunto pelo psicólogo e o cliente (CORRÊA, 2004, p. 379 apud ANCONA-LOPES, 2013, p. 58-59).
A abordagem interventiva considera-se como um processo, cuja intervenção ocorre, simultânea e complementarmente, ao diagnóstico. A devolutiva da informação acontece durante o processo e não no final, e enfatiza a experiência dos envolvidos e redefine o papel de poder ou o detentor do saber (ARAUJO, 2007, p. 133).
O campo da avaliação incorpora uma pluralidade de práticas diagnósticas, sendo assim, conforme expõe Araújo (2007, p. 138) não se deve estabelecer juízo, valorizando uma vertente psicológica em detrimento de outra, mas respeitar as especificidades e buscar qualidade e, constantemente, atualização e reflexão crítica sobre o processo de psicodiagnóstico.
REFERÊNCIAS
ANCONA-LOPES, S. Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. São Paulo: Cortez, 2013.
ARAUJO, Maria de Fátima. Estratégias de diagnóstico e avaliação psicológica. Psicol. teor. prat., São Paulo , v. 9, n. 2, dez. 2007 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872007000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 abr. 2015.
CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico – V. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas; 2000. 
DE ALMEIDA, Nemésio Dario Vieira. Aspectos fenomenológicos do psicodiagnóstico.Psic, São Paulo , v. 4, n. 1, jun. 2003 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-73142003000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 15 abr. 2015.
VILLEMOR-AMARAL, Anna Elisa de; MACHADO, Maria Aparecida dos Santos; NORONHA, Ana Paula Porto. O Zulliger no sistema compreensivo: um estudo de fidedignidade. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 29, n. 4, p. 656-671, 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932009000400002&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Apr. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932009000400002.

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