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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CURSO PSICOLOGIA PSICODIAGNÓSTICO - SUPERVISÃO MANAUS – AM 2020 TALIA COSTA DE SOUZA RA: N176679 REVISÃO DE LITERATURA DO PSICODIÁGNOSTICO Trabalho solicitado pela Prof. Luciana Ferreira, na disciplina de Psicodiagnóstico para obtenção de nota parcial NP1. Turma: PS7A34 MANAUS – AM 2020 1. INTRODUÇÃO Uma breve revisão sobre o Psicodiagnóstico que é uma disciplina metodológica que tem por objetivo colocar à disposição da psicologia aplicada uma série de instrumentos capazes de registrar as características psicologicamente relevantes de determinados "portadores de características" e suas mudanças e de integrar tais dados em um quadro diagnóstico com o fim de oferecer uma base suficientemente sólida para a previsão do desenvolvimento futuro de tais características, servindo assim de auxílio na tomada de decisões e na avaliação destas. (AMELANG, MANFRED. 2006) O Psicodiagnóstico é uma modalidade de avaliação psicológica, freqüentemente solicitada por profissionais que trabalham em parceria com psicólogos. No início de sua criação, entre os séculos XVIII e XIX, o processo possuía como objetivo identificar características da personalidade, forças e fraquezas do funcionamento psicológico, com objetivos comparativos quanto à normalidade do sujeito em relação a uma determinada população (Cunha, 2003b). O Psicodiagnóstico, como práticas de um serviço socialmente regulamentado, ou seja, em sua dimensão pública, articulam-se com instituições e organizações que se situam "fora" do conjunto delimitado pelo terapeuta e pelo paciente na sociedade à qual pertencem. Essa articulação começa pela pré-definição institucionalizada dos papéis de cada um dos sujeitos que se engajam na relação. Esses papéis, complementares entre si, definem uma assimetria hierarquizada bidirecional em que, por um lado, um (o diagnosticador/psicoterapeuta) detém o saber especializado, "científico", e o outro (o diagnosticado/paciente) é objeto/beneficiário desse saber, e, pelo lado oposto, o outro (o cliente/consumidor) compra/recebe o serviço e o um (o terapeuta/prestador de serviço) vende/presta esse serviço. (BASTOS, 2014) Ocampo et al. (2005) e Arzeno (2003) sistematizaram o procedimento do psicodiagnóstico dentro do referencial psicanalítico, desenvolvendo uma concepção ampla e enriquecedora, que valoriza a entrevista clínica (em vez da tradicional anamnese descritiva), a relação transferencial/contratransferencial e a devolução, ao final do processo. (OCAMPO, 2005) https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_aplicada https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_aplicada 2. ABORDAGENS TEÓRICAS, INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO, ESTRUTURA, POSSIVÉIS ENCAMINHAMENTOS E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Duas estratégias diagnósticas amplamente utilizadas pela Psicologia Clínica: o Psicodiagnóstico, procedimento clínico estruturado que utiliza testes psicológicos, e a entrevista clínica diagnóstica, que adota procedimentos menos estruturados de investigação da personalidade, como o jogo, o brincar livre e espontâneo, o desenhar e contar estórias. Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos, em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados, na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. Caracterizamos o Psicodiagnóstico como um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos predeterminados e com objetivos precisos. Tal processo é limitado no tempo, baseado num contrato de trabalho entre paciente ou responsável e o psicólogo, tão logo os dados iniciais permitam estabelecer um plano de avaliação e, portanto, uma estimativa do tempo necessário. O plano de avaliação é estabelecido com base nas perguntas ou hipóteses iniciais, definindo-se não só quais os instrumentos necessários, mas como e quando utilizá-los. Pressupõe-se, naturalmente, que o psicólogo saiba que instrumentos são eficazes quanto a requisitos metodológicos. As perguntas mais elementares que podem ser formuladas, em relação a uma capacidade, um traço, um estado emocional, seriam: “Quanto?” ou “Qual?”. Um exemplo comum de exame com tal objetivo seria o de avaliação do nível intelectual, que permitiria uma classificação simples. O examinando é submetido a testes, adequados a sua idade e nível de escolaridade. São levantados escores, consultadas tabelas, e os resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente. O diagnóstico psicológico pode ser realizado: a) pelo psicólogo, pelo psiquiatra (e, eventualmente, pelo neurologista ou psicanalista), com vários objetivos (exceto o de classificação simples), desde que seja utilizado o modelo médico apenas, no exame de funções, identificação de patologias, sem uso de testes e técnicas privativas do psicólogo clínico; b) pelo psicólogo clínico exclusivamente, para a consecução de qualquer ou vários dos objetivos, quando é utilizado o modelo psicológico (psicodiagnóstico), incluindo técnicas e testes privativos desse profissional; c) por equipe multiprofissional (psicólogo, psiquiatra, neurologista, orientador educacional, assistente social ou outro), para a consecução dos objetivos citados e, eventualmente, de outros, desde que cada profissional utilize o seu modelo próprio, em avaliação mais complexa e inclusiva, em que é necessário integrar dados muito interdependentes (de natureza psicológica, médica, social, etc.). O Psicodiagnóstico compreende várias etapas: A primeira ocorre desde que o consultante faz a solicitação da consulta até o encontro pessoal com o profissional; O segundo ocorre na, ou nas primeiras entrevistas nas quais tenta-se esclarecer o motivo latente e o motivo manifesto da consulta, as ansiedades e defesas que a pessoa que consulta pode mostrar, bem como a fantasia de doença. O terceiro momento é dedicado a refletir sobre o material colhido e sobre as hipóteses iniciais para planejar os passos a serem seguidos e os instrumentos a serem utilizados tais como: hora do jogo, entrevistas familiares diagnósticas, testes gráficos e testes projetivos. O quarto momento consiste na realização da estratégia diagnóstica planejada, porém pode haver modificações durante o processo. O quinto momento é dedicado ao estudo do material colhido para obter um quadro, o mais claro possível, sobre o caso em questão, e O sexto momento do processo psicodiagnóstico a entrevista de devolução, que geralmente é realizada uma com o indivíduo protagonista da consulta, e outra separadamente para os solicitantes desta avaliação (pais ou responsáveis). Podem ser encaminhados para fazer Psicodiagnóstico: Crianças; Adolescentes que apontam problemas de atenção, seguidos de problemas de interação social, de ansiedade e depressão Os pacientes encaminhados para o Psicodiagnóstico geralmente apresentam, entre outros motivos: Problemas de aprendizagem, tais como problemas afetivos, de agressividade, são mais frequentes em adolescentes (Cunha e Benetti 2009; Santos 2006), e adultos que costumam apresentar problemas de relacionamento familiar (Louzada, 2003; Maravioski Serralta, 2011). Também pode ser necessária a avaliação de outros profissionais para diagnosticar esses pacientes, tais como: Fonoaudiólogos, Neurologistas, Psiquiatras, Psicopedagogos. De acordo com CUNHA (2000), os objetivos clínicos do Psicodiagnósticosão: Investigar aspectos da personalidade quanto aspectos cognitivos abordar os possíveis sintomas; Investigar questões do desenvolvimento; Investigar questões Neuropsicológicas; Investigar características adaptativas e desadaptarias, entre outros permitindo assim, que se chegue a um Prognóstico e á melhor estratégia e ou á abordagem terapêutica necessária. Realização de diagnóstico diferencial. O Psicodiagnóstico pode ser realizado em: Consultórios privados; Clínicas psicológicas ou psiquiátricas; Instituições; Postos de saúde ou hospitais. Dentro do processo de Psicodiagnóstico são utilizados alguns tipos de testagem: Psicrométrica, Projetiva, a Observação Clínica, entre outros. Psicometria: é a avaliação realizada através de testes psicométricos que avaliam o coeficiente de inteligência e seus resultados são apresentados de forma quantitativa e os números obtidos são comparados aos de uma amostragem considera normal. Todos os resultados são avaliados com bastante cuidado levando-se em consideração o momento específico do teste e a enorme capacidade de transformação do ser humano. O psicólogo é o responsável por ampliar e a aprofundar sua investigação, do modo mais minucioso possível utilizando todos os recursos e ferramentas disponíveis para a formulação de sua hipótese diagnóstica. Projetiva: Os testes projetivos constituem em instrumentos que estimulam a projeção de vivências internas na realização das tarefas propostas. O conteúdo tanto o verbal como o gráfico apresentado pelo paciente revelam seus conflitos, preocupações e dificuldades emocionais quando houver. Ludodiagnóstico: é utilizado com crianças e consiste em observar a criança brincar com os objetos previamente selecionados em função da queixa trazida pelos pais. É considerada a idade cronológica da criança e o que é esperado para cada idade de acordo com a evolução normal da personalidade. Psicodiagnóstico: dependendo das características consistem em 4 fases. A anamnese que compreendem as entrevistas iniciais, a aplicação de testes, uma ou duas sessões de ludodiagnóstico e a entrevista devolutiva, em que se comunicam os resultados obtidos e, se for necessário, é feita a indicação de tratamento, que pode incluir encaminhamento ao neurologista, serviços de fonoaudiólogia, psicoterapia, reforço escolar, etc. O Psicodiagnóstico aborda objetivos diferentes que serão avaliados de acordo com as hipóteses levantadas em um primeiro momento, podendo variar conforme a complexidade da demanda. Segundo Cunha (2000) essa prática pode ser classificada quanto aos objetivos em: Classificação Simples, Descrição, Classificação Nosólogica, Avaliação Compreensiva, Entendimento Dinâmico, Prevenção, Prognóstico, Perícia Forense e o Diagnóstico Diferencial No Diagnóstico Diferencial, o que se atém esse estudo, é considerado uma prática imprescindível ao psicólogo, tornando necessário que esse profissional tenha conhecimentos avançados de psicopatologia, assim como experiência e pensamento clínico. Nele o psicólogo “investiga irregularidades e inconsistências do quadro sintomático e/ou dos resultados dos testes para diferenciar categorias nosológicas, níveis de funcionamento” (Cunha, 2000, p. 28). Assim o diagnóstico diferencial possibilita novas alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia, favorecendo uma melhor forma de possibilidade de tratamento. 3. METODOLOGIA Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se uma pesquisa bibliográfica. Procedemos à uma revisão narrativa, através de artigos em revistas eletrônicas, impressos e livros, onde o leitor pode, em um curto espaço de tempo, adquiri e atualizar seus conhecimentos sobre a temática proposta. Nossa finalidade é a de esclarecer e descrever conceitos e idéias, contribuindo para o campo da pesquisa em educação, ao apresentar uma síntese metodológica através da pesquisa exploratória e da pesquisa descritiva. 4. JUSTIFICATIVA Psicodiagnóstico consiste em uma prática da Psicologia Clínica que integra simultaneamente os processos avaliativo e terapêutico. Nesse método de intervenção são utilizados assinalamentos e interpretações desde a primeira entrevista com o paciente e durante a aplicação de técnicas projetivas. Sua fundamentação repousa no potencial da situação diagnóstica para trazer à tona, de maneira concentrada, aspectos centrais da personalidade do indivíduo (Cunha & Cols., 2000; Ocampo, Arzeno & Piccolo, 1979/1987; Trinca, 1997), essenciais para a compreensão de seus conflitos e tensões, de sua gênese e das experiências necessárias para a retomada da saúde ou, nas palavras de Aberastury (1979/1986), as fantasias de doença e de cura. Através do psicodiagnóstico pode-se colher informações sobre o paciente e seu grupo familiar, bem como conhecer a sua história de vida, sua personalidade e aquilo que lhe causa sofrimento. Este pode ser considerado um processo de extrema relevância para a compreensão de problemas variados. Sabendo que o psicodiagnóstico é útil para a investigação e a compreensão de problemas variados, destaca-se a relevância em se apresentar a distribuição das queixas de todos os casos avaliados. Observou-se que o psicodiagnóstico, com todas as técnicas que utiliza, visa não somente estabelecer o diagnóstico do caso, mas também avaliar o seu prognóstico, buscar o entendimento daquilo que o paciente tem vivenciado, sugerir os encaminhamentos necessários e oferecer estratégias para que todos os participantes do processo consigam lidar com a queixa relatada. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que o Psicodiagnóstico é buscar compreender que diferença é diversidade e não doença, e passar enxergar o indivíduo não apenas como um ser biológico, mas sim na sua forma própria de ser, na sua subjetividade, história de vida e contexto que esteja inserido, pois a saúde é um fenômeno humano bem complexo. É importante que o psicólogo tenha uma escuta apurada, livre de julgamentos, dando importância ao que o cliente/paciente traz para terapia, não descartando em si o diagnóstico médico. Portanto, é importante lembrar que o psicodiagnóstico é um processo cientifico que é limitado no tempo, que utiliza testes e técnicas psicológicas em nível individual ou não para entender aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso e comunicar os resultados, na base dos quais são propostas as soluções. REFERÊNCIAS Amelang, Manfred & Schmidt-Atzert, Lothar (2006). Psychologische Diagnostik und Intervention, 4. Auf. Berlin: Springer. BASTOS, Marta Borghetti; FALCKE, Denise. The Intermediary Role of Psychological Assessment and The Position of Symptom Carrier on the Family Dynamics. Avances en Psicología Latinoamericana CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico-v. Artmed Editora, 2009. Ocampo, M. L. (1999). O Processo Psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes
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