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O Desenho como Técnica de Avaliação Psicológica

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O desenho é considerado uma das formas de comunicação mais antigas entre os sereshumanos. Nos primórdios da humanidade, os desenhos nas paredes das cavernasregistravam fatos ocorridos, sentimentos e emoções vivenciadas (Hammer, 1991;
Wechsler, 2003). A partir do século XX, o desenho passou a ser usado como técnica aplicada ao
campo da psicologia, com a finalidade de investigar habilidades cognitivas e características
emocionais e da personalidade humana (Bandeira, Costa, & Arteche, 2008).
Na psicologia, o desenho pode ser analisado a partir de diferentes perspectivas: cognitiva,
projetiva e emocional (Albornoz, 2011; Arteche, 2006; Arteche & Bandeira, 2006; Borsa, 2010;
Borsa & Bauermann, 2013; Segabinazi, 2010). A primeira propõe o desenho como uma medida
de avaliação do desenvolvimento cognitivo (Goodenough, 1974; Koppitz, 1984; Wechsler,
2003). Isso é possível, pois algumas habilidades necessárias para a execução do desenho (p. ex.,
a habilidade perceptomotora) seguem uma sequência desenvolvimental, o que permite desenhos
mais detalhados e elaborados com o avanço da idade (Albornoz, 2011; Arteche, 2006). Embora
existam controvérsias sobre a linearidade desse processo, Arteche e Bandeira (2006) afirmam ser
possível a diferenciação das habilidades infantis a partir da produção gráfica. A perspectiva
emocional, de acordo com Arteche (2006), visa a avaliar indicadores de dificuldades emocionais,
tais como impulsividade, agressividade, insegurança, raiva e sentimentos de inadequação. Para
tanto, baseia-se em dados empíricos e dispensa as interpretações teóricas baseadas nos
significados de itens. Segabinazi (2010) afirma que essa vertente de interpretação iniciou com
Elizabeth Koppitz, na década de 1960, ganhando força com os trabalhos de Jack Naglieri, na
década de 1990.
Por fim, a avaliação projetiva entende que o desenho é uma forma de manifestação dos
aspectos inconscientes da personalidade (Hammer, 1991; Machover, 1967). Para Hammer
(1954), ao realizar um desenho, o sujeito expõe o seu mundo interno, isto é, suas fantasias mais
profundas, seus desejos, impulsos, medos, ansiedades e conflitos. Ao responder a uma técnica
projetiva, o sujeito se utiliza do repertório de imagens e vivências registradas em sua experiência
e revela as maneiras que desenvolveu para lidar com as situações de vida, exemplificando o
modo como usa seus recursos e suas habilidades para enfrentar problemas (Villemor-Amaral,
2000). “O estímulo, assim, torna-se um veículo para que o examinando represente, na tarefa,
seus sentimentos e suas características de personalidade” (Bandeira, Trentini, Winck, &
Lieberknecht, 2006, p.132). Silva (2008) afirma que os desenhos se configuram como
representações da imagem que o indivíduo tem de si. Um exemplo de teste gráfico projetivo é o
House-Tree-Person Test (HTP), conhecido no Brasil como Teste do Desenho da Casa-Árvore-
Pessoa (Buck, 2003).
Segundo Hammer (1954), o HTP revela-se um instrumento útil no contexto clínico, pois
permite ao psicólogo obter informações importantes a respeito dos aspectos básicos da
personalidade, especificamente no que se refere a forças e fraquezas do indivíduo e sua interação
com o ambiente. Assim, o HTP é capaz de estimular a projeção de elementos da personalidade e
de áreas de conflito na situação terapêutica e proporciona uma compreensão dinâmica das
características e do funcionamento do indivíduo (Buck, 2003).
Em conformidade com a Resolução n° 002/2003 do Conselho Federal de Psicologia (CFP,
2003), que define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos
no Brasil, duas versões do HTP foram submetidas para apreciação da Comissão Consultiva de
Avaliação Psicológica (CCAP). A versão de Buck (2003) recebeu parecer favorável para uso
profissional, e o HTP-F, de Retondo (2000), recebeu parecer desfavorável (Cardoso & Pasian,
2015). Desse modo, o manual proposto por John N. Buck, traduzido para o português por Renato
Tardivo, é o único teste gráfico projetivo para uso no contexto profissional da avaliação
psicológica, tendo sido revisado e publicado pela Editora Vetor. Ao mesmo tempo em que houve
uma manutenção da riqueza clínica dos manuais anteriores, a versão de J. Buck foi consolidada e
reorganizada para melhorar a compreensão dos conceitos clínicos interpretativos.
O presente capítulo tem como objetivo apresentar o teste HTP enquanto técnica expressiva e
projetiva para avaliação da personalidade. Pretende-se expor um breve histórico sobre o
desenvolvimento do teste e posteriormente apresentar seus benefícios e suas limitações, a fim de
proporcionar orientações acerca de sua utilização nos diferentes contextos da avaliação
psicológica.
HISTÓRIA DO INSTRUMENTO
O HTP foi criado por John N. Buck, em 1948, como uma técnica clínica que visa a obter
informações acerca da sensibilidade, da maturidade e da integração da personalidade do
indivíduo, bem como da sua forma de interagir com as pessoas e com o ambiente (Buck, 1948).
O HTP, diferente de outras técnicas, tem poucos relatos sobre sua história. No próprio manual de
Buck (2003), os aspectos históricos do desenvolvimento da técnica não foram abordados e, no
manual de Retondo (2000), o autor restringe-se a mencionar que J. Buck percebeu que a casa, a
árvore e a pessoa são conceitos familiares desde a mais tenra idade e, portanto, mais facilmente
aceitos para serem desenhados.
Segundo Silva (2008), J. Buck criou o HTP a partir da sistematização de pesquisas que já
eram realizadas com testes gráficos envolvendo o desenho de uma pessoa e de uma árvore,
acrescentando a proposta de desenhar a casa. Partindo dessa premissa, a origem do HTP é
associada ao Teste do Boneco criado por Florence Goodenough, nos Estados Unidos, em 1926
(Nunes, Teixeira, Feil, & Paniagua, 2012; Silva, Fiamenghi, Bartholomeu, & Montiel, 2015).
Goodenough se propôs a investigar o desenvolvimento intelectual infantil a partir do desenho de
um boneco, o que mais tarde passou a ser conhecido como Desenho da Figura Humana (DFH)
(Silva et al., 2015).
Karen Machover, em 1949, sistematizou o desenho de uma pessoa (DAP, do inglês Draw a
Person) para o estudo da personalidade, identificando características dos desenhos que refletem
fatores emocionais (Silva, 2008). Assim, partiu-se do princípio de que a figura representa o
próprio indivíduo e de que a folha de papel representa o ambiente e seu contexto de vida
(Cardoso & Pasian, 2015).
Em paralelo ao desenvolvimento de instrumentos gráficos a partir do desenho de uma pessoa,
em 1928, o suíço Emil Jucker utilizava o desenho da árvore para identificar possíveis
dificuldades dos clientes que o procuravam em busca de orientação educacional ou vocacional.
Segundo Hammer (1991), Jucker fez a escolha pela árvore a partir de histórias da cultura e dos
mitos, nas quais a árvore tem simbolismo privilegiado e, em 1949, Karl Koch publicou o Teste
da Árvore partindo de estudos experimentais e de reflexões fenomenológicas sobre os possíveis
significados de cada traço da produção gráfica e a aplicação de tratamento estatístico ao material
coletado.
Na proposta inicial de sistematização dos desenhos, J. Buck apresentou uma diferenciação
entre aspectos quantitativos e qualitativos dando ênfase aos aspectos clínicos que favoreceriam a
obtenção de informações sobre aspectos mais específicos e gerais da pessoa avaliada (Silva et al.,
2015). Posteriormente, Emmanuel Hammer introduziu o HTP cromático no procedimento,
visando a investigar a personalidade em um nível mais profundo do que o possibilitado pela
produção acromática (Hammer, 1991).
Em 1969, Buck e Hammer ampliaram os campos de aplicação do HTP e propuseram o seu
uso em contextos como o clínico, o hospitalar e o escolar (Silva et al., 2015). Ao longo dos anos,
diferentes autores internacionais e nacionais vêm apresentando propostas para uso do HTP em
contextos clínico e não clínico.
PESQUISAS RECENTES NOS CONTEXTOS CLÍNICO E NÃO CLÍNICO
No âmbito internacional, diversas pesquisas já foram realizadas com o HTP.Podem-se citar, por
exemplo, estudos na área da autoestima (Groth-Marnat & Roberts, 1998), os quais apontaram
que esse instrumento não é capaz de avaliar com precisão o nível de autoestima, revelando-se
uma medida problemática. Outros trabalhos buscaram avaliar a personalidade (Marzolf &
Kirchner, 1972) e mostraram o HTP como um instrumento capaz de identificar padrões
disfuncionais. Outra questão avaliada é abuso sexual (Palmer et al., 2000; Van Hutton, 1994) e
tem sido demonstrado a possibilidade de identificação/confirmação de casos de abuso sexual
infantil a partir dos desenhos. Além disso, identificam-se estudos que buscaram avaliar as
características psicométricas do instrumento, como, por exemplo, o desenvolvido por Vass
(1998), que avaliou as características formais do HTP por meio de uma análise de clusters por
agrupamento hierárquico e demonstrou a homogeneidade de algumas características nos três
desenhos, embora o desenho da pessoa tenha se mostrado mais independente em relação aos
demais.
Temas controversos também têm sido abordados em pesquisas internacionais mais recentes.
Por exemplo, Merari, Diamant, Bibi, Broshi e Zakin (2010) investigaram características de
personalidade de homens-bomba, terroristas não suicidas e membros de organizações
responsáveis por ataques suicidas e identificaram diferenças estatisticamente significativas entre
os grupos. Entre os estudos atuais, observa-se também o uso do Synthetic House-Tree-Person (S-
HTP), que consiste na realização dos três desenhos em uma única folha, o que torna a tarefa
menos cansativa, embora demande boa capacidade para integrar os objetos (Fujii et al., 2016;
Kato & Suzuki, 2015, 2016a, 2016b). Fujii e colaboradores (2016) apontam, contudo, que
algumas pessoas apresentam dificuldades para realizar três desenhos em uma única página,
devendo ser utilizado o teste em sua versão mais longa.
No que se refere às pesquisas nacionais, identifica-se carência de estudos atuais utilizando o
HTP. Pesquisas que fizeram uso dessa técnica projetiva buscaram avaliar as características
emocionais e de personalidade de crianças em contextos de vulnerabilidade, como, por exemplo,
no contexto de situação de rua (Silva & Avelar, 2014), vítimas de abuso sexual (Malgarim &
Benetti, 2011; Serafim, Saffi, Achá, & Barros, 2011) e vítimas de violência (Silva, 2013). Além
disso, identificam-se pesquisas para avaliação da personalidade de pessoas hospitalizadas, com
transtornos alimentares, portadores de insuficiência renal crônica, diabéticos e com câncer
(Diniz, Romano, & Canziani, 2006; Munhóz & Ortiz, 2006; Oliveira & Santos, 2006; Pereira,
Menegatti, Percegona, Aita, & Riella, 2007; Peres, Santos, Rodrigues, & Okino, 2007; Rossato
& Boer, 2002; Silva, Silva, Nascimento, & Santos, 2010), no contexto clínico para avaliação de
indivíduos surdos, com dificuldades de aprendizagem ou relacionamento social, com
comportamento oposicionista desafiante e dependentes químicos (Franco, 2012; Peres, 2003;
Salles, 2015; Sbardelotto & Donelli, 2014) e no contexto escolar para avaliação de aspectos
afetivos e desempenho acadêmico (Hazin, Frade, & Falcão, 2010; Jacob, Loureiro, Marturano,
Linhares, & Machado, 1999).
Observa-se, em geral, que os estudos sobre o HTP são escassos na literatura, especialmente no
que se refere às propriedades psicométricas. A literatura sobre o instrumento é desatualizada e
poucas pesquisas recentes são encontradas nas bases de dados on-line. Salienta-se, assim, a
importância da continuidade das pesquisas sobre o HTP, para que se possa dispor de dados
atualizados e pertinentes ao atual contexto social e cultural. Tais estudos poderão contribuir de
maneira significativa para a obtenção de novas evidências de validade e precisão do instrumento.
BREVE DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO, SUA ADMINISTRAÇÃO E
APLICAÇÕES
O HTP é destinado a indivíduos com idade a partir dos 8 anos e, conforme referido, tem como
objetivo avaliar elementos da personalidade. Para tanto, a administração é didaticamente dividida
em quatro fases, sendo a primeira e a segunda correspondentes às fases da associação e do
inquérito da série acromática, respectivamente, e a terceira e a quarta, à associação e ao inquérito
da série cromática (facultativa). Na primeira fase, propõe-se a realização de três desenhos
sequenciais (uma casa, uma árvore e uma pessoa), os quais devem ser desenhados à mão livre,
em folhas separadas, utilizando papel A4, lápis preto no 02 e borracha. Caso o psicólogo ache
necessário, pode solicitar um desenho adicional de uma pessoa do sexo oposto ao já desenhado.
Segundo Buck (1948, 2003), esses três ou quatro desenhos compõem a primeira fase de
aplicação, a qual é não verbal, criativa e quase completamente não estruturada.
Na segunda fase da aplicação, o psicólogo deve conduzir um inquérito na perspectiva de
explorar as características e as descrições de cada um dos desenhos. Essa fase, segundo o autor, é
verbal, aperceptiva e mais formalmente estruturada, tendo em vista que no manual é apresentada
uma lista de perguntas que devem ser realizadas pelo clínico. Buck (1948) afirma que perguntas
adicionais, isto é, que não constem no protocolo de interpretação, podem ser feitas para clarificar
as respostas do sujeito e tornar o entendimento acerca dos desenhos mais completo. É importante
que as perguntas sejam realizadas após a conclusão de todos os desenhos, tendo em vista que
podem influenciar o examinando.
Ao término da administração acromática, existe a possibilidade de o psicólogo aplicar a
versão cromática do HTP, na qual são realizados os mesmos procedimentos solicitando mais três
(ou quatro) desenhos sequenciais e coloridos (cromáticos). Para tanto, devem ser fornecidos ao
menos oito cores de giz de cera para o participante (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul,
violeta, marrom e preto). Encerrado esse momento, o psicólogo realiza uma nova série de
perguntas sobre os desenhos produzidos.
Freitas e Cunha (2000) apontam que os desenhos cromáticos atingem camadas mais
profundas da personalidade, tanto pelo impacto da cor e pela associação com os aspectos infantis
trazidos pelos gizes de cera quanto pelo fato de o sujeito estar mais vulnerável quando chega a
essa fase. Buck (2003) sugere que, para o inquérito da versão cromática, sejam feitas perguntas
específicas, consideradas por ele pertinentes, as quais vêm destacadas com um asterisco no
protocolo de interpretação. Desse modo, o HTP conta com, pelo menos, duas fases, podendo ser
estendida para quatro fases quando usar a versão cromática, não sendo permitida a análise dos
desenhos separada da interpretação proporcionada pelo inquérito.
Durante a aplicação do HTP, o psicólogo deve estar atento a todas as informações advindas
do paciente, sejam elas verbais ou não verbais. Logo, devem ser observados e registrados
rasuras, pausas, comentários espontâneos, postura diante da tarefa, etc. De acordo com Freitas e
Cunha (2000), deve-se registrar os comportamentos e as reações dos sujeitos, que podem
envolver indícios de ansiedade, resistência, desconfiança, cooperação ou até aceitação passiva. A
observação do comportamento do indivíduo durante a realização dos desenhos é parte
fundamental do processo de aplicação do HTP. Assim, pode-se dizer que a interpretação do
HTP, tal qual proposta no manual, é realizada por informações obtidas por uma tríade de fontes:
elementos gráficos produzidos pelo indivíduo (desenhos); conteúdo verbal (oriundo do inquérito)
e observação (comportamento do indivíduo ao longo da aplicação).
O HTP oferece, em seu manual, as normas de aplicação e de registro das respostas oriundas
do inquérito posterior a cada desenho. Além disso, oferece um protocolo com uma lista de
conceitos interpretativos para cada desenho, associados a possíveis características
psicopatológicas da personalidade. Em relação à aplicação do HTP, é necessário considerar
alguns critérios, a saber: a) adequado conhecimento técnico e teórico do aplicador, sobretudo no
que se refere às técnicas projetivas;b) ambiente facilitador para a aplicação; c) adequada
administração do rapport; e d) aplicação individual, especificamente no contexto clínico.
Quanto à interpretação, o HTP propõe avaliar os desenhos a partir dos seguintes critérios: a)
aspectos gerais do desenho (atitude; tempo, latência e pausas; capacidade crítica e rasuras;
comentários); b) proporção (tamanho do desenho em relação à folha e dos itens em relação ao
desenho); c) perspectiva (localização e posição na página, uso de margens, transparências e
movimentos); d) detalhes (presença, ausência, ênfase, dimensão e características dos detalhes); e)
uso adequado de cores (este último, analisado quando é proposta a aplicação dos desenhos
cromáticos).
A proposta atual do HTP, tal qual aprovada pelo Sistema de Avaliação dos Testes
Psicológicos (Satepsi), sugere uma avaliação menos detalhada e mais global do desenho quando
comparada, por exemplo, aos antigos livros ou manuais do HTP (Campos, 1998; Retondo, 2000).
Tal proposta tende a evitar interpretações pouco consistentes calcadas na análise do item, fato
comum nos casos em que os avaliadores são pouco experientes. Hammer (1954) já afirmava que
nenhum item sozinho é capaz de definir qualquer força ou fraqueza do sujeito e poucos itens têm
um único significado, por isso nenhum deles pode ser visto isoladamente. Logo, a análise global
dos elementos dos desenhos tem-se apresentado apropriada para a compreensão dos aspectos
psicopatológicos e das características gerais da personalidade, sobretudo quando comparada às -
análises de itens específicos dos desenhos (Engle & Suppes, 1970; Garb, Wood, Lilienfeld, &
Nezworki, 2002; Yama, 1990).
PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO INSTRUMENTO
No manual do HTP, é possível identificar uma lista de “referências complementares sobre o HTP
no Brasil” onde são relacionados 25 trabalhos que datam de 1984 a 2001, realizados no contexto
nacional e que fizeram uso do teste, nos mais variados sistemas de correção e interpretação.
Embora o instrumento não conte com estudos de validade, precisão e normatização para a
população brasileira, supõe-se que tais trabalhos sejam considerados fontes de evidências pela
comissão que emitiu parecer favorável para uso profissional do teste em janeiro de 2004. Logo,
não é possível identificar, no manual do HTP, a descrição de estudos nomotéticos voltados para a
população brasileira que tenham utilizado essa versão do instrumento, o que a priori contraria as
orientações presentes na Resolução nº 002/2003 do CFP, a qual propõe que todos os testes
aprovados para uso devam contar com evidências empíricas de validade e precisão.
Em busca realizada nas bases de dados nacionais1, identificamos dois estudos que abordam as
propriedades psicométricas do instrumento, direta e indiretamente. Um deles teve por objetivo
avaliar as evidências de validade de critério entre as categorias de autoestima do Teste de
Apercepção Infantil (CAT-A) correlacionando-os com os indicadores de autoestima do HTP e
com a Escala Multidimensional de Autoestima (EMAE). Constatou-se uma correlação positiva e
moderada (r = 0,575) entre o CAT-A e o HTP, sugerindo que os indicadores de autoestima de
ambos os instrumentos permitem verificar esse aspecto da personalidade infantil (Silva &
Villemor-Amaral, 2006).
No outro estudo, Farah, Cardoso e Villemor-Amaral (2014) buscaram verificar as evidências
de validade de critério e precisão do teste das pirâmides coloridas de Pfister, considerando como
critério externo o HTP, que foi utilizado para compor dois grupos extremos em relação à
estabilidade e à capacidade da criança para lidar com as demandas da vida diária. Os
instrumentos foram administrados em 200 crianças com idades entre 6 e 10 anos. Pela
comparação dos indicadores do Pfister entre os grupos, não foram encontradas diferenças em
função do aspecto formal, o que é compreensível na medida em que o aspecto formal envolve
mais o funcionamento cognitivo do que emocional. Já no que se refere aos indicadores
emocionais, as crianças com menor habilidade para lidar com as demandas emocionais
cotidianas no HTP apresentaram também indícios de atuar com repressão ou com descargas
abruptas das emoções no Pfister. Além disso, foi feita a correlação dos indicadores do Pfister
com os do HTP, obtendo-se correlação entre a frequência de branco com os desenhos da casa (r
= 0,196, p = 0,042) e da árvore no HTP (r = 0,198, p = 0,040). Segundo as autoras, esse conjunto
de resultados reforça que cada um desses métodos tem um estímulo particular e que o
examinando tende a se relacionar de modo único com cada um deles.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O INSTRUMENTO E SEU USO
(FORÇAS E FRAQUEZAS)
As contribuições de diferentes autores trouxeram, como consequência, a diversidade de
interpretações e a dificuldade de se estabelecer critérios para tal. Por essa razão, o HTP é por
vezes interpretado a partir de critérios pouco científicos e pautados no senso comum (Borsa,
2010). Mesmo na prática profissional, os psicólogos, comumente, utilizam diferentes materiais
sobre interpretação de desenhos e mantêm o conhecimento oriundo do tempo de formação,
desconsiderando os critérios de interpretação vigentes e a cientificidade inerente à técnica.
O HTP é uma das técnicas mais questionadas no que se refere a validade e fidedignidade
(Anastasi & Urbina, 2000; Cunha, 2000). Por se tratar de uma técnica projetiva gráfica, em que
aspectos pessoais são projetados sobre o estímulo do desenho, o HTP permite que o avaliador
realize interpretações diante do conteúdo trazido. Em virtude da ambiguidade dos estímulos
(desenhos), as respostas são determinadas pelo conteúdo idiossincrático que o indivíduo traz no
momento em que é convidado a desenhar (Buck, 2003; Hammer, 1991; Machover, 1967).
No Brasil, embora bastante utilizada, a técnica também apresenta importantes limitações, no
que se refere tanto às características psicométricas quanto aos aspectos de aplicação, correção e
interpretação. Quanto ao primeiro grupo de problemas, identifica-se a ausência, no manual, de
dados referentes a validade e precisão do instrumento junto à população brasileira. As
propriedades psicométricas de um instrumento, as aplicações práticas e a frequência de uso
atrelada ao valor atribuído pelos usuários conferem status a um instrumento psicológico
(Villemor-Amaral & Pasqualini-Casado, 2006). O HTP, apesar de se configurar como um dos
instrumentos mais ensinados nos cursos de graduação e bastante administrado por psicólogos em
suas práticas profissionais (Fensterseifer & Werlang, 2008; Padilha, Noronha, & Fagan, 2007;
Paula, Pereira, & Nascimento, 2007), não atende um requisito primordial (evidências de validade
e precisão) e, por isso, lança dúvidas sobre o seu caráter científico junto a alguns grupos de
profissionais.
De acordo com Cardoso e Villemor-Amaral (2017), é importante que haja estudos referentes
às qualidades psicométricas dos instrumentos para que os profissionais possam confiar no
material que estão administrando junto aos examinandos. Contudo, afirmam que, quando se trata
das técnicas projetivas, o tópico apresenta-se polêmico, tendo em vista a complexidade desse
tipo de instrumental no que se refere à coleta de dados e ao sistema de interpretação. Quanto à
coleta, pode-se dizer que o caráter idiográfico das técnicas projetivas dificulta o acesso a uma
amostra grande, tendo em vista que são administradas, em sua maioria, de modo individual,
diferentemente do que acontece nos instrumentos ditos psicométricos. Atrelado a isso, tem-se a
dificuldade para avaliação da personalidade em curto espaço de tempo, exigindo alto grau de
experiência e treino por parte do pesquisador. No que se refere à interpretação, a premissa do
teste projetivo é a livre expressão e é por isso que realizar comparações e estabelecer padrões
torna-se complicado (Cardoso & Villemor-Amaral, 2017; Fensterseifer & Werlang, 2008; Lago
& Bandeira, 2008; Villemor-Amaral, 2006). Devido a essas especificidades, não se pode exigir
das técnicas projetivaso mesmo rigor em termos de validade e precisão dos instrumentos
psicométricos (Fensterseifer & Werlang, 2008).
Apesar das dificuldades em se atender esses critérios de cientificidade propostos, Miguel
(2014) aponta que é possível identificar, no Brasil, uma extensa produção científica indicando
características psicométricas adequadas dos instrumentos projetivos. Corroborando, Cardoso e
Villemor-Amaral (2017) afirmam que o Rorschach, por exemplo, busca atender os critérios de
cientificidade fundamentados na psicometria, nas teorias da medida e em normas estatísticas.
Isso indica que é possível falar em rigor psicométrico quando se trabalha com métodos
projetivos. A ausência de estudos que apontem a validade e a precisão do HTP não se justifica
pela sua característica projetiva. Nesse sentido, questionam-se os reais motivos que justificam o
fato de um teste tão utilizado pelos psicólogos ser, ao mesmo tempo, tão carente de estudos que
atestem sua validade.
Problemas no que se refere às propriedades psicométricas dos testes gráficos, como o HTP,
também são citados na literatura internacional, o que levanta dúvidas, segundo Vass (1998),
sobre o valor desse tipo de instrumental. Podem ser encontrados, de acordo com ele, diversos
estudos com informações contraditórias a respeito do significado de determinados itens e da
relação deles com patologias específicas. Por um lado, essa discrepância reforça a ideia de que a
avaliação de itens isolados é pouco produtiva, devendo o profissional interpretar os padrões de
forma não mecânica e estereotipada. Por outro, levanta a questão do quanto esse tipo de técnica
depende da percepção do examinador e da sua leitura acerca dos padrões identificados.
Outro problema no que se refere aos aspectos psicométricos é a ausência de estudos de
normatização em amostras brasileiras. De acordo com Silva (2008), os desenhos realizados no
HTP permitem ao clínico comparar a produção de um indivíduo em particular com a de outros da
mesma idade e com o mesmo status socioeconômico. No Brasil, contudo, tal comparação é
inviável, já que não há nenhuma pesquisa de normatização que comprove que as hipóteses
interpretativas apresentadas no manual sejam condizentes com a população brasileira. De acordo
com Pacico (2015), a norma permite comparar a pontuação do avaliando com os resultados de
outras pessoas com características semelhantes. Se não foram realizadas pesquisas de
normatização no Brasil, infere-se que as características psicopatológicas apontadas no manual
não foram verificadas junto à população brasileira, podendo não ser confiáveis. Não há garantias
de que os significados atribuídos à população clínica norte-americana sejam os mesmos na
realidade brasileira.
Por exemplo, de acordo com Buck (2003), a ausência da chaminé no desenho da casa indica
falta de calor no lar. Sabe-se que no Brasil, especialmente em algumas regiões do país, não é
comum as casas apresentarem lareira/chaminé. Desse modo, a não representação desse item no
desenho pode ser avaliada sob outra perspectiva. Alves (2006) aponta que, em testes gráficos,
não é necessário que se façam adaptações quanto à aplicação dos instrumentos, embora deva se
ter cuidado com a tradução das instruções. No entanto, segundo ela, devem ser realizados
estudos que determinem que características são comuns às amostras nacionais e estrangeiras, a
fim de que se possam fazer interpretações corretas. Deve-se levar em conta nesse processo a
idade, o sexo e as características que podem estar ligadas a aspectos culturais. A ausência de
comprovações empíricas que justifiquem a utilização do HTP na prática profissional e que
garantam que as decisões tomadas a partir do resultado fornecido por ele são válidas e confiáveis
pode ser considerada um problema sério.
Outro problema que pode ser citado é o sistema de correção do HTP. A Resolução nº
002/2003 do CFP pontua que os procedimentos de aplicação e correção de qualquer teste
psicológico devem ser descritos de forma clara nos manuais. Nesse ponto, identifica-se que o
manual do HTP apresenta informações pouco objetivas. Por exemplo, no que se refere aos
aspectos de proporção, não é indicado nenhum parâmetro para que se considere o desenho
pequeno, médio ou grande. No manual, faz-se referência a um crivo de avaliação que poderia ser
utilizado para auxiliar na medição do desenho. No manual norte-americano, trata-se de uma
página transparente, com uma espécie de régua horizontal e vertical, que pode ser colocada sobre
o desenho para auxiliar na avaliação do tamanho da imagem e dos detalhes. No Brasil, contudo,
tal crivo não pode ser devidamente utilizado, pois se trata apenas de mais uma folha do
protocolo, não podendo ser colocada sobre os desenhos. Entendemos que um administrador
pouco experiente pode ter facilidade para identificar o desenho muito grande ou muito pequeno,
mas apresentar dificuldades para classificar o tamanho mediano. A ausência de critérios
objetivos para estabelecer o tamanho do desenho pode prejudicar de maneira significativa a
interpretação desse indicador. Outro exemplo é o fato de que no manual não há um parâmetro
claro para que se considere a quantidade de detalhes como sendo excessiva ou não. Mesmo
havendo uma descrição do que seja considerado um detalhe essencial, não essencial e irrelevante,
o administrador iniciante pode ter dificuldades para ponderar esse critério de forma objetiva.
Entendemos que a supervisão com um psicólogo experiente em técnicas gráficas pode auxiliar o
aplicador na elucidação dessas questões, permitindo uma avaliação mais congruente dos
desenhos. Contudo, ela não elimina o risco de uma interpretação subjetiva e equivocada dos
critérios que não estão devidamente explicitados no manual. Nesse sentido, a supervisão ou a
disponibilidade de outros materiais sobre técnicas gráficas não eliminam a necessidade de estar
presente no manual uma definição mais clara dos critérios de interpretação.
Identificam-se falhas também no que se refere ao protocolo de interpretação. As perguntas
sugeridas pelo autor podem se apresentar confusas. Por exemplo, a pergunta 9 (casa) e 34
(árvore): “Quando você olha para esta casa/árvore, você tem a impressão de que ela está acima,
abaixo ou no mesmo nível que você?”. Temos identificado que algumas crianças apresentam
dificuldade para compreender essa questão, necessitando de explicações adicionais para
responder ao que lhes foi solicitado. Além disso, no protocolo não há espaço para o registro das
informações feitas, mostrando-se inadequado nesse aspecto. Também não há espaço para que
sejam registradas as informações referentes às pausas, aos comentários ou às rasuras.
Obviamente, o examinador pode fazer esse registro em uma outra folha e anexar ao protocolo,
mas no manual não fica clara essa possibilidade, tendo em vista que o autor sempre se refere ao
protocolo de interpretação como fonte inesgotável de registro.
Além disso, no manual comenta-se a respeito do protocolo de interpretação norte-americano,
o qual não é utilizado no Brasil. Mesmo sendo disponibilizada em nota de rodapé, essa
informação pode gerar muitas dúvidas nos usuários. Prova disso é que a editora responsável pela
comercialização do teste no Brasil precisou lançar uma errata salientando que só se utiliza folha
sulfite A4 no contexto brasileiro e não no protocolo norte-americano. Do mesmo modo, a própria
folha transparente para medição dos desenhos está presente no manual norte-americano e não no
brasileiro, embora seja referida neste último. A mera leitura das informações disponibilizadas no
manual pode deixar o leitor com dúvidas, o que contraria a Resolução nº 002/2003 do CFP.
Percebe-se, pois, em relação à atual versão brasileira do manual do HTP, considerável
escassez de informações, tanto no que se refere aos critérios para interpretação quanto no que se
refere à origem das associações propostas, no protocolo de aplicação, entre os itens dos desenhos
e as psicopatologias. O protocolo de interpretação trata-se de uma tentativa de sistematizara
aplicação e criar critérios para a interpretação dos desenhos. Conforme propõe o manual, o
protocolo configura-se como um recurso útil para a apreensão das características relevantes dos
desenhos, visando a uma interpretação clínica adequada (Buck, 2003). O que se observa,
contudo, é a característica patologizante e reducionista do protocolo (Borsa, 2010), na medida
em que vincula as características dos desenhos a indicadores psicopatológicos muito específicos,
sem considerar as inúmeras outras variáveis envolvidas e que não podem ser apreendidas por
meio da aplicação de um único instrumento. Assim, o protocolo, devido a esse fato, deve ser
utilizado, apenas, como um guia de orientação sobre os critérios relevantes a serem considerados.
As informações oriundas do protocolo não devem ser analisadas isoladamente e devem ser
combinadas com a história clínica do indivíduo e com dados oriundos de outras fontes, como os
instrumentos padronizados, os dados de entrevistas prévias e as informações obtidas por
diferentes informantes (Buck, 2003). Tal ressalva se faz necessária na medida em que o objetivo
da avaliação psicológica não é rotular e sim compreender o indivíduo, da melhor forma possível,
considerando os objetivos específicos das técnicas utilizadas e de acordo com um conjunto de
informações disponíveis no momento (Tavares, 2003).
Quanto à interpretação dos desenhos, é importante mencionar que esta precisa ir além do
conteúdo gráfico puro e simples. Para tanto, é necessário considerar: a) a análise dos demais
fenômenos oriundos da avaliação, quais sejam, os conteúdos gestuais e verbais ocorridos ao
longo da aplicação (p. ex., tempo de latência, pausas, uso da borracha, comentários espontâneos
e capacidade crítica); b) a associação das informações obtidas pelo HTP a informações oriundas
de outras fontes (testes objetivos e projetivos, dados de entrevistas, dados da observação e
contato com outros informantes) – conforme propõe o autor no caput do protocolo de aplicação;
c) o rigor no uso das informações advindas do manual; e d) as interpretações fundamentadas na
literatura científica sobre técnicas projetivas gráficas.
O teste HTP tem, assim como as demais técnicas projetivas, um caráter idiossincrático. Em
outras palavras, o significado da informação obtida não se fundamenta no desempenho do
indivíduo relativo a grupos previamente estabelecidos, mas em seu próprio desempenho,
avaliado por métodos independentes (Buck, 2003; Tavares, 2003). Freitas e Cunha (2000)
acreditam que algo de muito pessoal se comunica nesse processo do desenho, tendo em vista que
a casa, a árvore e a pessoa especificamente desenhadas foram selecionadas no repertório
mnêmico do sujeito por terem uma significação simbólica. A esse conjunto de critérios, dá-se o
nome de validade clínica, a qual enfatiza o significado singular de um indicador ou de um
conjunto de indicadores para um sujeito e seu contexto específico, que inclui o contexto de vida
e o contexto da avaliação (Tavares, 2003).
Pelas características do HTP, seu uso é predominantemente clínico. No entanto, não há
restrição quanto ao uso em outros contextos, incluindo as organizações, o que é ruim, visto a
importância de um olhar mais pormenorizado do indivíduo, o que só é possível na clínica.
Villemor-Amaral (2006) afirma que as técnicas projetivas têm um enfoque clínico no qual se
observa o paciente na interação com o psicólogo, o qual procura recolher o maior número
possível de informações sobre diversos aspectos do universo psíquico do paciente, manifestos no
comportamento externo ou não, possibilitando que se chegue a um diagnóstico e se planeje uma
intervenção.
De acordo com a referida autora, existem diferenças importantes quando se faz a
administração desse tipo de técnica na clínica e em outros contextos. Na clínica, o sujeito está
engajado no seu próprio processo e há uma menor possibilidade de respostas dadas com base na
desejabilidade social, diferentemente do que acontece nos outros contextos avaliativos, em que a
avaliação é compulsória, como, por exemplo, para seleção de pessoal ou retirada de habilitação.
Além disso, no contexto clínico, o profissional dispõe de tempo e mantém uma relação de
proximidade com o paciente. Isto é, os dados são produzidos em um contexto amigável e há um
acúmulo de informações que permitem respaldar as hipóteses e as conclusões a respeito da
pessoa. As respostas dadas servem para compreender melhor uma informação prévia, de modo
tal que o raciocínio é integrativo. Nos demais contextos de avaliação, em contrapartida, o teste
geralmente é a única fonte de informações, tornando-se, portanto, limitado (Villemor-Amaral,
2009).
Além disso, durante a aplicação coletiva dessa técnica, o que comumente acontece no
contexto não clínico, o psicólogo perde inúmeras informações não verbais que são fundamentais
para a interpretação. No geral, só é feita a avaliação objetiva das características dos desenhos,
sem as informações ricas que o inquérito traz. E mesmo naquelas situações em que a lista com as
perguntas é disponibilizada para os examinandos, perde-se a oportunidade de aprofundar as
informações pertinentes, de investigar os aspectos obscuros, de tirar dúvidas e assim
compreender a vivência do sujeito. Isso significa que apenas no contexto clínico há a
possibilidade real de considerar os aspectos que estão muito além do simples conteúdo da
resposta (Villemor-Amaral, 2009).
Logo, recomenda-se o uso do HTP no âmbito clínico, justamente porque é nesse contexto que
é possível apreender as particularidades e as idiossincrasias do indivíduo avaliado, a partir de
informações que dificilmente seriam apreendidas em uma avaliação aplicada ao contexto da
seleção de pessoal, por exemplo. Mais especificamente, parece evidente que a aplicação
individual é a mais indicada e que a aplicação coletiva não seria recomendada, uma vez que não
permite apreender todos os fenômenos ocorridos no campo da aplicação do instrumento. Devido
a esse conjunto de características, salienta-se a necessidade de o psicólogo ter uma formação
adequada, advinda de treinamento e prática supervisionada.
O HTP não deve ser considerado como um instrumento único em um processo diagnóstico
que vise a avaliar aspectos da personalidade de um indivíduo. O que vem ocorrendo
frequentemente é o movimento de avaliar os resultados do HTP isoladamente, sem agregar
informações adicionais e sem considerar a necessidade de um conhecimento mais profundo sobre
o sujeito, contrariando as próprias recomendações do autor do instrumento (ver Buck, 2003).
Nesse sentido, recomenda-se que o teste HTP seja utilizado como um recurso útil para indicar
caminhos no processo de investigação realizado a posteriori, discriminando características
bizarras mais salientes e servindo como um complemento para corroborar informações advindas
de fontes adicionais relacionadas a maturidade e integração da personalidade do indivíduo.
Considerando-se que o manual do HTP tem uma rica sustentação em estudos idiográficos,
acredita-se que o caminho para ampliar a credibilidade do ponto de vista científico seja investir
em pesquisas nomotéticas. Seria interessante um amplo estudo das variáveis do HTP, verificando
quais atendem os critérios mínimos de cientificidade com o objetivo de mantê-las como critérios
de análise e excluir as variáveis com baixos índices de consistência. Concomitante a isso, seria
preciso estabelecer critérios mais objetivos para a classificação dos desenhos, tais como
especificar o tamanho considerado grande ou pequeno, proporções aceitáveis às partes da casa,
da árvore e da pessoa e descrever de forma mais clara alguns dos indicadores descritos no
manual que são interpretados de diferentes modos.
Defende-se ainda que se invista em estudos de concordância e correlação entre as respostas
fornecidas por diferentes avaliadores para identificar se os critérios especificados atingem os
valores mínimos sugeridos de consistência entre avaliadores, bem como em estudos de
estabilidade temporal(correlação teste-reteste) com amostra de adultos. Análises estatísticas,
como Índice Kappa (Cohen, 1960), Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) (Haggard, 1958)
e Índice de Validade de Conteúdo do Item (IVC) (Lynn, 1986), são algumas das possibilidades
de análise para avaliação da concordância entre avaliadores.
Além disso, sugere-se que sejam realizados estudos de evidência de validade, buscando
verificar em que grau os indicadores realmente avaliam o que se propõem a medir. Entre estes
destaca-se a relevância de estudos com grupos contrastantes, em especial entre grupos
psicopatológicos e não patológicos, já que o HTP atualmente é muito utilizado na identificação
de indícios de psicopatologia; de estudos comparando crianças com diferentes faixas etárias
visando a verificar a influência de aspectos relacionados a idade; e de estudos que correlacionem
o HTP com instrumentos que avaliam características relacionadas.
Por fim, defende-se também que sejam criadas tabelas normativas que possibilitem identificar
quais itens são mais ou menos frequentes em função da idade ou do desenvolvimento. Esse tipo
de estudo é bastante complexo e poderia contribuir para a diferenciação do que é esperado em
cada fase do desenvolvimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente capítulo teve por objetivo apresentar algumas características relacionadas ao teste da
casa-árvore-pessoa (HTP), criado por J. Buck. É um instrumento bastante ensinado e utilizado no
Brasil, nos contextos clínico e não clínico, devido ao seu baixo custo e simplicidade da tarefa.
Contudo, identificam-se poucas pesquisas que comprovem a validade e precisão do instrumento
junto à população brasileira. Além disso, não há normas para o Brasil, o que pode levantar
questionamentos acerca da qualidade e da veracidade das informações apresentadas.
Entende-se que existem dificuldades para alcançar os mesmos padrões que são impostos para
os instrumentos considerados objetivos, mas a ausência de dados psicométricos é problemática.
Se a proposta é manter uma visão mais objetiva relacionada aos aspectos formais do desenho,
esses dados precisam estar mais claros, isto é, os critérios tomados para indicar uma determinada
característica de personalidade têm de ser especificados. Atualmente, as técnicas de coleta e
análise de dados estão bastante avançadas, e não se pode mais admitir que os testes psicológicos,
psicométricos ou projetivos/expressivos sejam desenvolvidos e utilizados à revelia de todo
esforço científico para a melhoria dessas ferramentas.
Do ponto de vista da aplicação do instrumento, é importante salientar que qualquer
objetividade proposta não isenta o avaliador da necessidade de um olhar mais aprofundado dos
aspectos projetivos da personalidade, a partir de uma perspectiva idiossincrática profundamente
amparada pelo domínio teórico. Nesse sentido, devem ser investigados os significados atribuídos
a essas características pelos participantes para que se possa entender de que forma ele se colocou
ou deixou sua marca no papel. Tanto os aspectos objetivos quanto os projetivos devem ser mais
bem estudados e apresentados ao usuário do instrumento.
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Busca realizada em setembro de 2016 pelas autoras do capítulo, utilizando as palavras-chave “teste da casa-
árvore-pessoa”, “teste HTP” e/ou “HTP”, nas bases de dados SciELO, PePSIC e LILACS.

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