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DESTILAÇÃO FRACIONADA Estevão Lucian, Flávia Faccin e Letícia Koch RESUMO - Destilação é um processo caracterizado por uma dupla mudança de estado físico, em que uma substância, incialmente líquida, é aquecida até atingir a temperatura de ebulição, transformando- se em vapor e novamente resfriada até que toda a massa retorne ao estado líquido. O processo tem sido utilizado desde a antiguidade para a purificação de substâncias, essências e óleo. Quando se destila uma mistura líquida homogênea ideal, as primeiras frações do destilado apresentam composição mais rica no componente mais volátil do que da mistura original. No decorrer da destilação, o ponto de ebulição da mistura sofre uma elevação gradual, já que a composição do vapor se torna cada vez mais rica no componente menos volátil. Para purificar misturas deste tipo, é necessário separar as primeiras frações do destilado, ricas no componente mais volátil. Estas frações seriam novamente destiladas e as primeiras frações novamente separadas. Este procedimento conhecido como destilação fracionada teria de ser repetido várias vezes até que as primeiras frações do destilado contivessem apenas o componente mais volátil. A operação de destilação é executada com uma coluna de fracionamento, o efeito desta coluna é proporcionar em uma única destilação, uma série de micro destilações simples sucessivas. ABSTRACT – Distillation is a process characterized by a double change of physical state in which a substance, initially in the liquid state, is heated to the boiling point, becoming steam, and again cooled until the entire mass returns to the liquid state. The process has been used since antiquity for the purification of essences and oil. When distilling an ideal homogeneous liquid mixture, the first fractions of the distillate have richer composition in the more volatile component than the original blend. In the course of the distillation, the boiling point of the mixture undergoes a gradual rise as the composition of the vapor becomes increasingly rich in the less volatile component. To purify mixtures of this type, it would be necessary to separate the first fractions of the distillate, rich in the more volatile component. These fractions would be distilled again and the first fractions again separated. This procedure known as fractional distillation would have to be repeated several times until the first fractions of the distillate contained only the most volatile component. The distillation operation is performed with a fractionation column, the effect of this column being to provide in a single distillation a series of successive single micro distillations. PALAVRAS-CHAVE: destilação, fracionamento, coluna, volátil. KEYWORDS: Distillation, fractionation, column, volatile. I. INTRODUÇÃO Alambiques, retortas e fornos estão sempre presentes em imagens para caracterizar alquimistas e químicos em seus laboratórios. Isso indica que tais instrumentos, utilizados no processo de destilação tem papel destacado no imaginário relativo tanto à alquimia quanto a química. Essa ideia não deixa de ter fundamento, pois a destilação há muito tempo vem sendo utilizada tanto nas artes que envolvem o tratamento e a transformação de matérias quanto por estudiosos que buscavam afirmar ou elaborar ideias sobre a composição da matéria. (BELTRAN, 1996). Hoje em dia, a destilação, processo baseado nas diferenças entre o ponto de ebulição das substancias, é adequadamente explicada pela ideia de que a matéria formada por partículas que movimentam e interagem. Além disso, a destilação é um dos principais métodos de purificação de substancias utilizados em laboratórios. (BELTRAN, 1996). Destilação fracionada é uma operação unitária amplamente utilizada na indústria química. Esta operação unitária é também denominada fracionamento e tem como objetivo a separação de compostos com volatilidades diferentes. As aplicações da destilação têm uma infinita diversidade. O oxigênio puro usado na fabricação do aço, nos foguetes e nas aplicações médicas é produzido pela destilação do ar que foi previamente liquefeito. Pode-se considerar um processo símbolo da indústria do petróleo, pois a partir da mesma são obtidas diversas frações do petróleo cru como os gases leves, a nafta, a gasolina, o querosene, os óleos e o asfalto (MIZOGUCHI ET AL., 1995). A destilação fracionada é o método utilizado para separar misturas homogêneas, do tipo líquido – líquido. Exemplo de mistura deste tipo, como já citado é o petróleo, ou uma simples mistura de água e álcool. Na destilação fracionada os líquidos são separados através de seus pontos de ebulição, desde que eles não sejam muito próximos. Durante o aquecimento da mistura, é separado, primeiramente o líquido de menor ponto de ebulição, depois o líquido de ponto de ebulição intermediário e sucessivamente até o líquido de ponto de ebulição maior. (MIZOGUCHI ET AL., 1995). II. DESENVOLVIMENTO Processos de separação situam-se no centro tecnológico da indústria química, de polímeros e de energia. Literalmente, milhares de produtos são concentrados, fracionados e purificados obtendo-se a pureza e recuperação requerida a preços razoáveis. Não é um exagero afirmar que a moderna indústria química e de energia não poderia existir sem o apoio de numerosos e bem desenvolvidos processos de separação para realizar uma infinidade de tarefas requeridas para produzir seus produtos. Produtos esses, vitais para nosso bem estar material e econômico. Foram identificados mais de 50 diferentes classes de processos de separação. Estes processos são utilizados em uma espantosa variedade de aplicações, desde técnicas analíticas, que utilizam microgramas de matérias, até separações de grandes quantidades de materiais. (KELLER, 1987). Um exemplo da aplicação da destilação fracionada é na obtenção do oxigênio hospitalar. O processo consiste basicamente em realizar uma destilação fracionada. Primeiramente o ar atmosférico é filtrado e comprimido. Em seguida é resfriado, tornando-se liquefeito. E finalmente, é realizada uma destilação fracionada para separar o oxigênio do nitrogênio. Assim, ao final de todo processo, o oxigênio pode ser fornecido: no estado gasoso, em cilindros de alta pressão; no estado líquido, em tanques estacionários; ou através de tubulações ligando o fabricante ao consumidor. (LEITE, 2005). Mistura é um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, chamadas componentes. As misturas podem ser classificadas em homogêneas e heterogêneas. A diferença entre elas é que a mistura homogênea é uma solução que apresenta uma única fase enquanto a heterogênea pode apresentar duas ou mais fases. Fase é cada porção que apresenta aspecto visual uniforme. (KELLER, 1987). A separação por destilação só é possível se os diferentes componentes da mistura a separar tiverem volatilidades diferentes, ou seja, pontos de ebulição diferentes. Estas diferenças estão necessariamente relacionadas com diferenças nas forças intermoleculares de cada componente, dependentes das respectivas estruturas moleculares, o que conduz a pressões de vapor diferentes para os vários componentes da mistura. A Pressão de Vapor de um líquido a uma dada temperatura é a pressão na situação de equilíbrio (quando o número de moléculas que deixam o líquido é igual ao das que retornam), exercida pelas moléculas que passam através da superfície livre. Diz-se que um líquido entra em ebulição quando a sua pressão de vapor iguala a pressão ambiente. Os líquidos com pressões de vapor elevadas entram em ebulição a temperaturas mais baixas (para uma dada pressão total). Diz -se, por isso, que são mais voláteis. (KELLER,1987). A destilação é uma operação unitária que é utilizada há muito tempo e continua sendo um método primário de separação em unidades de processamento, apesar de sua inerente baixa eficiência termodinâmica. A preeminência deste modo de separação de misturas de fluidos não é acidental, mas fundamental, e, por isso, dificilmente será substituída, por razões cinéticas e termodinâmicas. Em todo o mundo, cerca de 95% das separações são feitas por destilação. Só nos Estados Unidos existem aproximadamente 40 mil colunas de destilação, representando um investimento de capital ao redor de 8 bilhões de dólares e utilizando energia equivalente a 1 milhão de barris por dia de óleo cru, que representa aproximadamente 15% do total de toda energia consumida nas indústrias dos Estados Unidos. (CADORE, 2011). Do ponto de vista cinético, a transferência de massa por unidade de volume na destilação é limitada somente pela resistência de difusão em cada lado da interface liquido- vapor, sem a presença de inertes. Do ponto de vista termodinâmico, uma eficiência termodinâmica típica é em torno de 10%, mas pode ser aumentada com a utilização de condensadores e refervedores interestágios. Embora a eficiência termodinâmica de 10% possa parecer baixa, não há muitos outros processos mais eficientes. A destilação, em geral, fornece o mais barato e melhor método para a separação de uma mistura. (KISTER, 1992). Apesar da eficácia separativa obtida pela destilação fraccionada, os dispendiosos gastos energéticos que envolvem estes processos, bem como as perdas significativas de materiais destilados, com elevado peso molecular, com consequente formação de pitch, conduziram desde muito cedo a estudos de separação alternativos. Desde a década de quarenta, que diferentes métodos de separação têm sido desenvolvidos e testados com especial incidência para o estudo de processos que aproveitem as mais significativas diferenças nas propriedades físico-químicas. (NOGUEIRA,1995). A destilação é uma operação de separação que consiste na produção de vapores através da adição de calor a uma corrente alimentada ao processo em sua força motriz de separação baseada na diferença de volatilidades relativas dos componentes da mistura a ser separada. A destilação baseia-se no fato de que quando se processa a vaporização parcial de uma mistura (aquecendo-a até à ebulição), produz -se um vapor mais rico nos componente de menor ponto de ebulição do que a mistura inicial (alimentação), enquanto que o líquido, que em cada instante ainda se mantém no recipiente, vai ficando cada vez mais rico nos componentes menos voláteis, de maior ponto de ebulição (mais rico nesses componentes do que a alimentação inicial e do que o vapor que está a ser produzido na mesma altura). O vapor produzido é normalmente condensado e, assim, no processo de destilação obtêm-se dois líquidos: o que está no fundo (Resíduo), rico nos componentes menos voláteis, e o condensado ( Destilado), rico nos componentes mais voláteis da mistura inicial. Isto é o que acontece na Destilação Laboratorial de uma mistura (Figura 1). (KISTER, 1992). Figura 1 – Destilação Laboratorial Fonte: Portal Laboratórios Virtuais de Processos Químicos. Destilação. Disponível em: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=223&Itemid=413. Acesso em: 10 de maio de 2017. O equipamento que promove a transferência de massa e calor entre correntes líquidas e de vapor saturadas é a conhecida Coluna de Destilação Fracionada. Esta é constituída por um recipiente cilíndrico dentro do qual se encontra uma série de pratos internos entre os quais circulam vapor e líquido em contracorrente. (BEDINOT, et al.). A mistura a ser destilada é introduzida em um dado estágio da coluna, denominado estágio de alimentação. No seu interior, a mistura irá descer até atingir a base da coluna onde estará o refervedor, que consiste em um permutador de calor usado para aquecer a mistura até seu ponto de ebulição. Esse vapor então circula no sentido ascendente, em contracorrente com a mistura da alimentação. Atingindo o topo da coluna, o vapor irá para um condensador, onde será liquefeito e deixará a coluna como produto de destilação, ou destilado. Na base da coluna, a mistura deixa o equipamento como produto residual, ou resíduo. (CADORE, 2011). As duas fases presentes em cada andar sofrem transferência de massa e calor e assume-se que se encontram em equilíbrio ao deixar o andar. No topo da coluna existe, geralmente, um condensador que arrefece e condensa o vapor proveniente da coluna, sendo parte do condensado, designado por refluxo, reenviado para o prato superior. Denomina-se por razão de refluxo (R) a razão entre o caudal da corrente reenviada e o caudal da corrente produzida no topo, que deixa a coluna, Destilado. (Figura 2). (KISTER, 1992). A parte da coluna compreendida entre o prato de alimentação e o topo é denominada seção de enriquecimento ou absorção. Nela, são concentradas as substâncias mais voláteis, ou seja, nos pratos acima do prato de alimentação, a percentagem de compostos leves é maior que na carga. (CADORE, 2011). Na seção de enriquecimento, quanto mais líquido descer na torre por unidade de massa de vapor que sobe, tanto melhor será a separação, pois, nesta seção, a finalidade é reter os compostos pesados (menos voláteis) contidos nos vapores. Quanto maior a razão, tanto melhor será o fracionamento nesta região da torre. (CADORE, 2011). Abaixo do prato de alimentação temos a chamada seção de esgotamento da torre. Nesta seção são concentradas as frações mais pesadas, ou seja, em todos os pratos abaixo do prato de alimentação, a percentagem de compostos mais pesados é maior do que na carga. Os componentes mais pesados são removidos dos vapores que ascendem, pelo refluxo de líquido que desce pelo interior da torre. (CADORE, 2011). Na seção de esgotamento, tem-se o contrário da seção de absorção, quanto mais vapor subir na torre por unidade de massa de líquido que desce, melhor será a separação nesta seção da torre, já que a finalidade, nesta região, é a remoção dos compostos leves (mais voláteis) do líquido que desce pela torre. Portanto, na seção de esgotamento quanto maior a razão melhor será o fracionamento. (CADORE, 2011). Figura 2 – Representação Coluna de Destilação Fracionada Fonte: Portal Laboratórios Virtuais de Processos Químicos. Destilação. Disponível em: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=223&Itemid=413. Acesso em: 10 de maio de 2017. A destilação fracionada sob pressão normal serve para separar compostos miscíveis entre si, e que possuam pontos de ebulição com diferença menor que 80°C. Isso é possível graças ao acoplamento de uma coluna de fracionamento junto ao equipamento de destilação, esta coluna dificulta a subida do vapor fazendo com que o composto com ponto de ebulição maior forme um condensado e este retorne para o balão de destilação antes de atingir o condensador. Assim somente o vapor com mais energia consegue atingir o resfriamento e retornar a seu estado liquido. Dessa forma se consegue obter a separação desses líquidos que são miscíveis, pois com a grande maioria do primeiro composto já destilado a uma temperatura constante o segundo só será destilado quando alcançar a energia suficiente para ultrapassar a barreira da coluna de destilação, ou seja, quando sua temperatura se elevar até seu ponto de ebulição constante. (BEDINOT, et al.) Genericamente, a coluna de destilação fraccionada pode considerar-se constituída por uma série deandares em equilíbrio que vão promovendo, sucessivamente, o enriquecimento, nos componentes mais voláteis, da fase vapor que sobe na coluna, e nos componentes menos voláteis, da fase líquida que desce na coluna. Para cada andar é necessário ir calculando, sucessivamente, a temperatura de bolha do líquido no andar, a qual será a temperatura do andar teórico. A zona acima da alimentação designa-se por zona de retificação, enquanto que a zona abaixo se designa por zona de esgotamento. (CARVALHO; FELIPE; 2008). Novas matérias-primas estão sempre sendo alimentadas em colunas de destilação e produtos estão sempre sendo removidos. A menos que o processo seja perturbado devido a mudanças nas matérias primas, calor, temperatura ambiente, ou condensação, a quantidade de matéria prima a ser adicionada e o volume de produto a ser retirado são normalmente iguais. A destilação industrial é tipicamente realizada em grandes colunas cilíndricas verticais conhecidas "torres de destilação ou fracionamento" ou "colunas de destilação" com o diâmetro variando entre 65 cm a até 6 metros e altura variando de 6 a 60 metros ou mais. As torres de destilação tem escoadouros de líquidos a intervalos na coluna, os quais permitem a retirada de diferentes frações ou produtos que possuem diferentes ponto de ebulição. De um modo geral as destilações na prática industrial envolvem misturas multicomponentes, porém a compreensão dos princípios da destilação de misturas binárias é particularmente importante, pois ela constitui a base de operações mais complexas. (GOMIDE, 1988). Em indústrias, cuja produção é contínua, e que possuem como essência a produção de derivados a partir de matéria-prima, a destilação é um processo de predominância. Sobretudo nas indústrias petroquímica e do álcool é o principal processo de transformação de matéria prima em produto acabado. Colunas de destilação ou torres de destilação estão presentes em grande número nas usinas de produção de álcool e também em refinarias de petróleo, e unidades de processamento de gás-natural. Estes processos industriais são perfeitos exemplos de sistemas dinâmicos, multivariáveis e de comportamento não linear. Na indústria é comum que a matéria prima seja destilada inicialmente em uma coluna A (fracionadora) obtendo assim uma gama de derivados. Alguns destes por sua vez seguem para uma coluna B (retificadora) para a extração de derivados de maior valor agregado. Este procedimento é presente tanto na indústria do petróleo quanto na do álcool. (CARVALHO; FELIPE; 2008) Figura 3 – Destilação Fracionada na Indústria Petroquímica Fonte: GOMIDE, R. Operações Unitárias Volume IV, 1988. Edição do Autor, São Paulo. Torres industriais de larga escala usam o refluxo para atingir uma separação mais completa dos produtos. O refluxo refere-se a porção do liquido condensado de uma torre de fracionamento que é retornada para parte superior da torre como mostrado na Figura 2. Dentro da torre, o liquido do refluxo descendo prove um resfriamento necessário para condensar o vapor que sobe, desta forma aumentando a eficiência da torre de destilação. A destilação fracionada é também usada na separação do ar, produzindo oxigênio líquido, nitrogênio líquido, e argônio de alta pureza. A destilação de clorosilano também possibilita a produção de silício de alta pureza usada como um semicondutor. Em usos industriais, algumas vezes um material de embalagem é usado na coluna no lugar das bandejas, especialmente quando bolhas de baixa pressão ao longo da coluna são necessárias, como quando a operação se dá sob o vácuo. (MATEUS, 2006). Nas torres de destilação fracionada existem dois tipos de refluxo: externo e interno. A razão de refluxo interno acontece tanto na região de absorção quanto na região de esgotamento, e consiste na razão entre a vazão de líquido pela vazão de vapor da respectiva seção. O refluxo externo é definido como a razão entre o líquido que retorna à torre (vindo do condensador) pela razão de destilado (produto de topo). (CADORE, 2011). O grau de fracionamento que acontece em uma coluna de destilação é determinado pelas razões de refluxo interno na torre, que por sua vez são geradas a partir da carga e do refluxo externo, assim, o refluxo interno na seção de absorção é gerado pelo refluxo externo, enquanto que na seção de esgotamento, é gerado pelo refluxo interno mais a carga. (CADORE, 2011). A destilação fracionada pode ser também submetida à alto vácuo, neste caso a destilação é realizada sob pressão atmosférica reduzida. Como a temperatura de ebulição de um líquido é atingida quando a pressão de vapor se iguala à pressão externa, ao se diminuir artificialmente a pressão sobre o líquido consegue-se realizar a destilação a uma temperatura inferior ao ponto de ebulição normal. A vantagem é poder purificar líquidos que se decompõem antes mesmo de entrarem em ebulição ou que precisam de elevadas temperaturas para serem destilados. (MARTELLINI, 1992). Na execução dessa técnica utiliza-se uma aparelhagem similar à da destilação fracionada, com a diferença de que se adapta uma bomba de vácuo que reduzirá a pressão do meio. A nova temperatura pode ser estimada com o auxílio de uma tabela que relaciona colunas de temperatura com pressão (nomograma). (MARTELLINI, 1992). Produtos obtidos após determinadas reações necessitam de purificação, que é realizada por destilação fracionada em alto-vácuo sobre uma coluna de Vigreux. (OLIVEIRA, 2001). III. CONCLUSÃO Destilação é uma operação unitária empregada na separação e purificação de compostos pela diferença de suas volatilidades. Existem vários tipos de destilação, sendo a fracionada a mais utilizada em indústrias de grande porte. Nos outros tipos de destilação (destilação em batelada ou do tipo flash), a separação das diversas substâncias que compõem a mistura é realizada de forma imperfeita ou incompleta. A destilação fracionada é do tipo líquido- liquido empregada para separação de misturas miscíveis. Um tanto mais complexa, exige mais tempo e energia para a separação, as colunas de fracionamento criam várias regiões de equilíbrio líquido-vapor, levando a uma série de micro destilações simples sucessivas, enriquecendo a fração do componente mais volátil da mistura na fase de vaporização. A presença da coluna de destilação permite a transferência de massa e calor entre correntes líquidas e de vapor saturadas, ao mesmo tempo dificulta a subida do vapor, fazendo com que a fração mais pesada condense e retorne antes de atingir o condensador, aumentando a pureza do destilado. Na indústria utiliza-se ainda refluxo junto à torre de destilação, para melhorar a separação das frações desejadas, o que faz aumentar a concentração de leves no topo, consequentemente aumentando a pureza do destilado e mantendo uma vazão descendente de líquido na coluna. Embora a destilação fracionada resulte em maior pureza e aplicação industrial, a escolha do melhor método de separação depende da análise da composição de cada mistura e das opções de destilação possíveis, sendo necessário relacioná-los ainda com os custos e os recursos disponíveis. Cada destilação possui particularidades distintas, sendo desta maneira eficaz em casos específicos. IV. REFERÊNCIAS BELTRAN, Maria Helena Roxo. Destilação: a arte de extrair virtudes. Química nova na escola, 1996. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc04/historia.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2017. BEDINOT, et al. Instrumentação de Coluna de Destilação Fracionada. Faculdade de Engenharia, PUCRS. Disponível em http://www.pucrs.br/edipucrs/XISalaoIC/Engenharias/Engenharia_Eletrica/84298- CICEROBEDINOT.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2017. CADORE, Ígor Renz. Eficiência de Torres de Destilação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Julho de 2011. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/36904/000793028.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 de maio de 2017. CARVALHO, A.S, FELIPE, LHG., Modelagem de Colunas de Destilação Através de Modelos Autoregressivos. Universidade Estadual do Norte Fluminense, UEVF, 2008. Disponível em: http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1150_Artigo%20SEGET%202007.pdf. Acesso em 08 de maio de 2017 GOMIDE, R. Operações Unitárias. Volume IV, 1988. Edição do Autor, São Paulo. KISTER, H. Distillation Design. New York: McGraw-Hill, 1992 KELLER,G.E. Separation, new directions for na old field. 1987 LEITE, Viviane Otero; PRODUÇÃO LOCAL DE OXIGÊNIO HOSPITALAR. 2005. Disponível em: < http://sites.poli.usp.br/d/pme2600/2006/Artigos/Art_TCC_009_2006.pdf>. Acesso em: 02 de Junho de 2017. MARTELLINI, Flavia; GUEDES, Selma Matheus Loureiro. Determinação da Distribuição do Peso Molecular do Perfluoropoliéter Através da Destilação Fracionada em Alto Vácuo. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares; Polímeros: Ciência e Tecnologia, 1992. Disponível em: < http://revistapolimeros.org.br/files/v2n4/v2n4a02.pdf>. Acesso em: 02 de Junho de 2017. MATEUS, Elisabete M. et al . Pilot Steam Distillation of Rosemary (Rosmarinus officinalis L.) from Portugal. Silva Lus., Lisboa , v. 14, n. 2, p. 203-217, dez. 2006 . Disponível em http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870- 63522006000200006&lng=pt&nrm=iso . acessos em 10 maio 2017. MIZOGUCHI, A., MARLIN, T.E., HRYMAK, A.N., Operations Optimization and Control Design for a Petroleum Distillation Process, Canadian J.: Chem. Eng. 1995, pp896 -907. NOGUEIRA, José Manuel F. Crude Tall-Oil: Uma Significativa Fonte em Ácidos Gordos e Resínicos. Revista Química, 1995. Disponível em: < http://www.spq.pt/magazines/BSPQ/581/article/3000696/pdf>. Acesso em: 02 de Junho de 2017. OLIVEIRA, Gelson Manzoni; UMA ROTA ALTERNATIVA PARA A SÍNTESE DE PPh2Si(CH3)3 SEGUNDO APPEL; PREPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DE PPh2H (Ph= Fenila). Química Nova, São Paulo, Jan/2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422001000100022&script=sci_arttext>. Acesso em: 30 de Maio de 2017. Portal Laboratórios Virtuais de Processos Químicos. Destilação. Disponível em: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=223&Ite mid=413. Acesso em: 05 de maio de 2017.
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