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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Cátia Regina Alaminos de Proença
Claudia Sales Ferreira
Egle Saltenis
Fabiana de Carvalho Cruz
Jerusa Jacondo
Patrícia Guerino Costa
EXPERIMENTAÇÃO DA PERCEPÇÃO - GESTALT
SOROCABA
2016/2
Cátia Proença – N919BA-9
Claudia Ferreira – C6090A-2
Egle Saltenis – N997FG-8
Fabiana Cruz – D13853-7
Jerusa Jacondo – N980FF-0
Patrícia Costa – N796DA-9
EXPERIMENTAÇÃO DA PERCEPÇÃO - GESTALT
Trabalho exigido pela disciplina Processos Básicos Psicológicos, no 2º Semestre do curso graduação de Psicologia, na Universidade Paulista – UNIP, campus de Sorocaba.
Orientador: Prof. Manoel P. Tavares 
SOROCABA
2016/2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO.............................................................................................4
3. CONCLUSÃO........................................................................................................10
4. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................11
ANEXOS 
IMAGEM - Imagem um rosto ou um amontoado de animais
1 INTRODUÇÃO
 O presente trabalho tem por objetivo a verificação de como se dá a percepção de um sujeito frente à observação de uma imagem de figura e fundo da Gestalt.
 A percepção é uma função cerebral que atribui significados a estímulos sensoriais. Observando o processo de percepção, que gera um comportamento espontâneo no cérebro, foi desenvolvida a Teoria e as leis da Gestalt, que traz consigo a concepção de que não se pode conhecer o todo através das partes, e sim as partes por meio do conjunto. Sendo assim o cérebro interpreta e incorpora as informações transmitidas pela imagem. Nossos processos sensoriais e perceptivos trabalham juntos para nos ajudar a selecionar as imagens complexas.
 O trabalho foi realizado com um determinado sujeito que observava uma imagem de figura e fundo, a qual continha elementos que ao primeiro contato não poderia ser notado, onde o mesmo teve 5 minutos para observar a imagem e poder interpretar.
O grupo composto por seis componentes, no qual um controlava o tempo e se comunicava com o sujeito, os outros cinco anotavam as ações, expressões e os relatos do sujeito.
 Esse trabalho tem como objetivo principal elucidar e vivenciar as práticas de observação sobre percepções como cada indivíduo seleciona, organiza e interpreta as sensações sobre a imagem que foi dada para ele observar, onde desta forma podemos desenvolver habilidades necessárias para o êxito na futura profissão.
2 DESENVOLIMENTO
A sensação e percepção compreendem processos biológicos e psicológicos distintos que nos permitem conhecer a realidade. A percepção representa um dos fenômenos psíquicos mais complexos. Ela não pode ser reduzida a um processo fisiológico e, nem ser considerado independente desta atividade.
Portanto, a compreensão deste fenômeno exige uma análise dos processos fisiológicos envolvidos, da influência da cultura e do conjunto de experiências e aprendizagem efetivadas pelo individuo até dado momento.
Denominamos sensação o processo envolvido na recepção do estímulo de origem interno ou externo, e sua transmissão ao córtex sensorial correspondente. Portanto, ela compreende basicamente a atividade dos sentidos, e pode ser freqüentemente associada ao início do processo de percepção.
Já a percepção compreende geralmente a interpretação pessoal dada aos estímulos que nos chegam através, de algum ou do conjunto de canais sensoriais.
Toda a informação que nos chega através dos sentidos não pode ser neutra, mas vem carregada de significados que não se limitam à experiência imediata, mas resulta de atividade mental que engloba a influência do conjunto de aprendizagens efetivadas pela pessoa.
Convencionalmente são citados a visão, a audição, o gosto,o olfato e o tato como sentidos conhecidos .Porém, a atividade sensorial perceptiva vai além desses 5 sentidos .
De todos os sentidos, a visão corresponde ao sistema sensorial melhor compreendido pela neurociência. Grande parte do conhecimento que temos do mundo, bem como o fenômeno da memória, depende basicamente da visão.
A Psicologia da Gestalt é uma teoria da psicologia que considera os fenômenos psicológicos como um conjunto autônomo e indivisível. Gestalt é uma palavra alemã que se refere aos fenômenos psicológicos como totalidades organizada e articulada. Aborda o campo da percepção e propõe uma visão global de homem e mundo. Considera o homem como um ser em relação, seu organismo é um sistema em equilíbrio, em constante busca de equilíbrio e auto regulação em sua relação ao meio.
Essa argumentava que os objetos são percebidos do mesmo modo que é observado o movimento aparente, como unidades completas. Wertheimer um dos principais representantes da Gestalt,defendeu também que a atividade cerebral é um processo integral de configuração, onde existe uma correspondência entre as experiências consciente e cerebral latente, que é responsável pelo fenômeno Phi-isoformismo (doutrina que afirma existir uma correspondência entre a experiência psicológica ou consciente e a experiência cerebral latente) propunha a idéia de unidade no universo e que se relaciona ao todo, quando se vê somente parte de um determinado objeto, por exemplo, há a tendência da restauração do equilíbrio da forma e isso garante que se entenda o objeto que se esta percebendo. 
Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem a figura/objeto. Ele alegava que percebemos os objetos do mesmo modo que observamos o movimento aparente, como unidades completas e não como agrupamentos de sensações individuais.
 Tais princípios seriam as regras fundamentais por meio das quais organizamos nosso universo perceptual. Podemos concluir com as experiências que diferentes formas de organização perceptiva são percebidas de forma organizada e com significado diferente para cada pessoa, os seus testes demonstram que pode ser realizada uma ilusão visual do movimento aparente, o chamado fenômeno Phi(sensação de movimento causada por uma sucessão de imagens paradas). 
Surge da idéia que o todo é mais do que a soma das partes, baseia-se na noção de forma ou estrutura, compreendida como um todo significado. Defende que os fenômenos são percepcionados na sua totalidade, sem haver uma diferenciação dos seus elementos. 
 Realizou experiências com dois pontos de luz, acendendo e apagando as duas luzes no escuro, em diferentes intervalos de tempo, entre o acender de uma lâmpada e o apagar de outra e também em diferentes velocidades nesse intervalo. Chegou à conclusão de que o movimento percebido nas luzes se dava na mente do sujeito, através da ilusão de ótica. 
A psicologia da Gestalt surgiu como forma de protesto contra a psicologia de Wundt, que tinha como base os elementos sensoriais e não valorizava a consciência. Os psicólogos da Gestalt acreditavam no valor da mesma e rejeitava a redução dos fenômenos, defendendo que um objeto não é um pacote de sensações não podendo ser, por isso, reduzido à mesma. Defendiam que a percepção está além dos elementos fornecidos pelos órgãos sensoriais. Max Wertheimer, acreditava que um fenômeno verificado em laboratório é tão elementar quanto uma sensação ou um conjunto de sensações, porem é diferente de uma sensação, pois existe como é percebido e dispensa qualquer tipo de redução a elementos mais simples.
Kurt Lewin (1890-1947) sugeriu também a existência de estado de equilíbrio entre o individuo e o ambiente. Uma alteração nesse equilíbrio produz certa tensão, que por sua vez, gera esforço para aliviar essa tensão e voltar a restabelecer o equilíbrio. O termo teoria de campo refere-se as suas idéias, onde trabalho de Lewin segue a orientação gestaltica, mas ultrapassam oslimites da posição ortodoxa da Gestalt, para incluir as necessidades humanas, a personalidade e as influências sociais no comportamento. 
No início do século XX, procurava determinar leis de associação de elementos isolados. Fenômenos mentais complexos eram explicados pela associação de elementos, o mecanismo da associação era utilizado para construir objetos ou fatos mais ou menos organizados a partir de sensações elementares. Considerava que a forma todo é o dado primeiro, percebemos todos organizados, estruturas, conjuntos e não estímulos somados para formar o todo.
Christian Von Ehrenfels, filósofo vienense, pioneiro do movimento gestaltista, publicou em 1890, um trabalho sobre as qualidades das formas, destacando duas propriedades básicas: 
Totalidade - percebemos estruturas organizadas e não elementos isolados
Transponibilidade - se todas as partes se compõem uma forma forem modificadas, sendo mantidas constantes as relações entre as partes, perceberemos a mesma forma.
O “todo” não é mais um elemento que se adiciona. Suas propriedades são emergentes, não existindo nas partes, mas sim no “todo”, estas propriedades decorrem das relações estabelecidas entre suas partes e cada parte depende das demais, não podendo ser o que é a não ser em relação a elas.
 A percepção é um todo, uma Gestalt, e qualquer tentativa de analisá-la ou reduzi-la em elementos a destruirá. Existe diferença entre estimulação sensorial e percepção em si, a percepção não pode ser explicada simplesmente como um conjunto de elementos ou soma das partes. Essa psicologia tenta tornar a percepção simples, a experiência imediata e insiste em afirmar que não encontra conjuntos de elementos, mas unidades completas; não massas de sensações, mas árvores, nuvens e céu. Assim Gestalt pode ser usada para se referir a objetos ou as suas características formais. O termo se restringe ao campo visual nem mesmo a todo campo sensorial. 
 Os psicólogos da Gestalt admitiam o valor da consciência, porem criticava a tentativa de reduzi-la a elementos, onde acreditavam que há mais percepção que os olhos podem ver, a percepção vai além dos elementos sensoriais, dos dados físicos básicos proporcionados aos sentidos. 
De acordo com a teoria da Gestalt, o cérebro é um sistema dinâmico em que todos os elementos ativos interagem em determinado momento. A área visual do cérebro não responde separadamente aos elementos individuais do estimulo visual, conectando-se imediatamente a algum processo de associação. Ao contrário, os elementos similares, ou próximos tendem a se combinar, e os elementos diferentes ou distantes, a não se combinar.
O conceito de insight é de suma importância para a Gestalt. É definido como um evento cognitivo no qual a relação e a ligação de eventos psicológicos conferem forma à figura e fazem com que o sujeito compreenda a figura formada.
O insight foi introduzido na psicologia pela Gestalt, que o definiu como uma resposta repentina para um problema, como se o sujeito passasse, subitamente, de um estado de desconhecimento para um estado de conhecimento. É uma espécie de momento de iluminação que acontece geralmente de forma inconsciente.
 Aquele lampejo genial que nos leva a novas descobertas! A compreensão repentina que faz “cair a nossa ficha”, e muitas vezes, surpresos com uma solução simples, nos perguntamos como não pensamos naquilo antes. Esse momento criativo surge quando selecionamos e organizamos, em fração de segundos, os estímulos recebidos e nossa experiência.
As funções básicas da Gestalt são usadas em profissões como design, arquitetura, e outras. Utilizando os princípios da Organização da Percepção como:
Proximidade:
As partes bem próximas umas das outras no tempo e no espaço parecem unidas e tendem a ser percebidas juntas 
Continuidade:
Seguir uma direção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou ir em direção especifica
Semelhança:
As partes similares tendem a serem vistas juntas, formando um grupo.
Preenchimento:
Tendência em nossa percepção em completar as figuras incompletas, de preencher as lacunas.
Simplicidade:
Vermos uma figura como tendo boa qualidade sob as condições de estímulos. A psicologia da Gestalt chama essa característica de boa forma. Uma boa Gestalt é simétrica, simples e estável, e não pode ser mais simples nem mais organizada.
Figura/fundo
A figura parece substancial e parece destacar-se no fundo. As bases são reversíveis, é possível ver dois rostos em um vaso, por exemplo, dependendo de como a percepção é organizada.
Esses princípios de organização não dependem dos processos mentais superiores nem de experiências passadas, mas estão presentes nos próprios estímulos.
Em nosso dia-a-dia, sensação e percepção se misturam num processo contínuo. As falhas de percepção podem ocorrer em qualquer ponto entre a captação sensorial e a interpretação perceptiva, onde contamos com os Limiares: limiar diferencial e limiar absoluto;
Limiar- é a diferença mínima que uma pessoa pode detectar entre dois estímulos, em 50% das ocasiões. O limiar relativo aumenta com a magnitude do estimulo.
Limiar absoluto - Quando se define a mais baixa intensidade que um estímulo pode registrar num canal sensorial, fazemos referência ao limiar do receptor. O limiar absoluto refere-se à energia mínima do estímulo necessária para produzir uma sensação: a luz mais fraca que é possível ver, o som mais débil que é possível ouvir. A pesquisa sobre os limiares absolutos permitiu constatar que, existe, para cada sentido, um limiar mínimo de sensação situado a um nível bastante baixo: na ordem de 1/25 de segundo de exposição para a visão, por exemplo; e que o ser humano tem a possibilidade de ajustar esse limiar em função das circunstâncias. Quando, por exemplo, um indivíduo entra numa sala escura, não vê nada de princípio, mas à medida que os seus olhos se vão habituando, começa a distinguir formas e depois objetos.
Limiar diferencial - O limiar diferencial refere-se à capacidade que o sistema sensorial tem para detectar alterações num determinado estímulo ou diferenças entre dois estímulos. Os trabalhos consagrados aos limiares diferenciais resultaram na lei de Weber, segundo a qual, a intensidade adicional de estímulo necessária para provocar uma sensação é proporcional à intensidade inicial, numa relação K, chamada constante de Weber.
	
 CONCLUSÃO
A partir da realização desse trabalho o grupo pode observar na prática o que foi aprendido em sala de aula sobre o processo de percepção.
O grupo pode observar que o sujeito que observava a imagem estava bem concentrado, seus gestos e expressões faciais deram a entender que sentiu dificuldade no começo de descobrir os detalhes ilusórios da imagem.
Podemos concluir então que o trabalho gerou uma grande experiência para o grupo, pois pudemos entender e aplicar mais profundamente a teoria dada em sala sobre a sensação e percepção.
 
bibliografia
MYERS, David G.; Psicologia, Rio de Janeiro: LTC, 2015.
anexo 1 - imagem : um rosto ou um amontoado de animais?
Relatório individual
2º semestre – Psicologia – UNIP
Cátia Proença – RA: N919BA-9
Entrevista realizada no pátio da Universidade UNIP no dia 17 de outubro de 2016.
No primeiro momento, o rapaz fica surpreso com a imagem, logo em seguida já percebe as figuras de peixe, polvo, foca. Ele se surpreende muito com o colar de pérolas. Em alguns momentos chega até a virar a folha para ver se havia algo a mais.
Demonstrou bastante percepção do que estava vendo, a sua interpretação da imagem em certo momento o fez lembrar de figuras marítimas, como reis ,sereias.
O que influenciou sua percepção?
A imagem em partes, primeiro eu vejo as partes e depois eu vejo o todo, me atento aos detalhes, mas vi primeiro os peixes, animais marítimos e principalmente o colar de pérolas, e por último percebo que o todo formou a cara de um Senhor.RELATÓRIO INDIVIDUAL
2º semestre – Psicologia – UNIP
Patricia Costa – RA: N796DA-9 
Entrevista realizada no pátio da Universidade UNIP no dia 17 de outubro de 2016.
No início da visualização, logo nos primeiros segundos em contato com a figura, a reação do entrevistado foi de estranheza, tentando identificar do que se tratava.
 Porém em poucos segundos ele já havia identificado o colar de pérolas e os brincos. Visualizou primeiramente as imagens dos animais marinhos isolados: ostras, fundo do mar, muitos peixes e polvo.
Ao afastar a imagem dos olhos para a percepção do conjunto de imagens, visualizou nitidamente a imagem de um homem, ao qual disse que sugeria a ele, como sendo uma releitura dos reis marinhos e sereias do mar.
A única observação não marinha a qual foi identificada foram as pérolas, remetendo ao colar e brincos. 
RELATÓRIO INDIVIDUAL
2º semestre – Psicologia – UNIP
Jerusa Jacondo – RA: N980-FF0
Entrevista realizada no pátio da Universidade UNIP no dia 17 de outubro de 2016.
Quando o entrevistado visualiza a imagem durante 10 segundos, não houve nenhuma interferência. Em aproximadamente 6 segundos ele sorriu, colocando a mão no queixo, declarando enxergar um colar de pérolas, uma figura marinha e muitos peixes. 
Após 10 segundos, o entrevistador vira a figura para verificar se não havia nada mais contido no verso. Então novamente ele olha para a imagem, e segura-a na altura dos olhos, coloca a imagem um pouco distante dos olhos e novamente afirma que está vendo reis marinhos, sereias, ostras, peixes, considerando essa a primeira percepção dele, as partes e não o todo.
Somente no término da visualização que ele consegue identificar o homem na figura ao qual disse que sugeria a ele, como sendo uma releitura dos reis marinhos e sereias do mar.
RELATÓRIO INDIVIDUAL
2º semestre – Psicologia – UNIP
Claudia Ferreira – RA: C6090A-2
Entrevista realizada no pátio da Universidade UNIP no dia 17 de outubro de 2016.
Ao ser abordado, o entrevistado faz a tentativa da identificação das figuras sem nenhuma interferência.
Em poucos segundos consegue identificar as figuras dos peixes, ostras, raia, polvo. Em seguida o colar de pérolas.
Sua percepção foi por partes, não considerando o todo.
Ao final afastando a folha do seu olhar, direcionando seus olhos no todo, ele identifica a figura do homem, no qual disse que sua releitura da figura seria dos reis marinhos e sereias do mar.
RELATÓRIO INDIVIDUAL
2º semestre – Psicologia – UNIP
Fabiana Cruz – RA: D13853-7
Entrevista realizada no pátio da Universidade UNIP no dia 17 de outubro de 2016.
Ao mostrarmos a imagem ao rapaz, a primeira demonstração dele foi de surpresa e um pouco espantado.
Em poucos segundos ele já conseguia visualizar as imagens, onde identificou primeiro as pérolas e brincos. Pude notar que essa primeira visualização se dá a importância desses objetos para ele, onde percebemos quando falava do seu curso de estética, ser um rapaz vaidoso e atento aos detalhes. 
Logo depois de alguns segundos ele já começou a citar as outras imagens, foca,ostras,polvo,peixes,siri,tartaruga.
Após 2 minutos, conseguiu definir o todo da figura,como um homem, e a esse interpretou sendo o Rei do Mar com uma coroa na cabeça.

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