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RESUMO DE FUNDAMENTOS (PARA TIRAR 10, HEIN?) Roberto da Matta, célebre antropólogo brasileiro, mostra que os fenômenos que compõem a matéria-prima das Ciências Sociais são complexos. A matéria prima das ciências sociais são eventos complicados e que podem acontecer em ambientes diferenciados, tendo a chance de mudar seu significado de acordo com o ator, as relações existentes num dado momento e com a sua posição numa cadeia de eventos anteriores e posteriores. Questão de múltipla escolha: As Ciências Sociais compreendem o conjunto de saberes relativos às áreas da Antropologia, da Sociologia e da Ciência Política. A Antropologia tem como principal preocupação a análise dos aspectos culturais da sociedade, como costumes e crenças de diferentes grupos sociais. O Etnocentrismo é a bagagem cultural de uma sociedade, ela determina que o modo de vida adotado por eles seja o correto, e todas as outras culturas opostas incorretas. EX: Nazistas, Evangélicos... O Relativismo Cultural não julga uma cultura, afirmando que uma seja superior a outra como no etnocentrismo, é feito uma análise, onde se produz novos conhecimentos para entender o porquê determinada região age de forma distinta de outra. Acredita-se que cada cultura é relativa ao lugar que está inserida, só faz sentido para a sociedade que faz parte daquilo. Não se pode apontar o certo e o errado, o bonito e o feio, porque os parâmetros usados para o julgamento são as bases culturais que cada indivíduo carrega dentro de si, o que pode ser normal em nossa cultura, já para outra pode ser completamente inaceitável e vice-versa. Devido estes fatores o relativismo cultural afirma que todas as culturas são válidas, que todas têm suas diferenças e que variam de acordo com o contexto a que se está inserida. Alteridade é a capacidade de se colocar no lugar do outro na relação interpessoal (relação com grupos, família, trabalho, lazer é a relação que temos com os outros), com consideração, identificação e dialogar com o outro. Quando você se relaciona com outras pessoas ou grupos é preciso conhecer a diferença, compreender a diferença e aprender com a diferença, respeitando o indivíduo como ser humano psicossocial. A antropologia de gabinete se resume em "estudar culturas diferentes a partir de relatos de terceiros". Método que não foi mais utilizado com o passar do tempo porque um antropólogo revolucionista provou que o estudo de uma cultura diferente, é mais eficaz se feito de corpo presente, ou seja, se o próprio antropólogo for fazer a pesquisa, e não tirar as conclusões pela base dos viajantes. Atualmente podemos dizer que devido a evolução temos mais meios de pesquisa, mas independentemente de qualquer um, o melhor sempre será o de corpo presente, é um estudo pessoal, cada qual com suas noções, e nada melhor do que viver, ao invés de apenas observar. A desigualdade pode ser vista como um fenómeno socioeconómico, e para simplificar a noção podemos entendê-la como a desigual distribuição de recursos económicos entre os indivíduos. Ela está na base da exclusão social, pelo menos a maior parte das vezes. A exclusão é um fenómeno mais abrangente e remete-nos para o estar out da vida social. Este out liga-se a défices de participação dos cidadãos na vida social, e também a défices de satisfação dos seus direitos essenciais de cidadania. É por isso que “ser um excluído” pode significar uma miríade de situações, desde logo o ser pobre e estar afastado do consumo de bens considerados normais, o não ter acesso ao mercado de emprego ou ocupar uma posição precária no seio deste,ter insucesso escolar, estar fora da sociedade de informação, não ter habitação ou ter uma habitação miserável, etc. A lista continua. É certo que podemos estar excluídos em certos domínios da vida social, e mais ou menos dentro noutros. Mas eles correlacionam-se e atraem- se, como numa simbiose. Já a pobreza é uma parte da exclusão. É menos abrangente ao nível teórico, mas mais útil ao nível metodológico. É um indicador de síntese da exclusão, e pode ser definida como uma situação de escassez de recursos, ou, num ponto de vista mais relativista, como uma situação de escassez de recursos mínimos para entrar num modo de vida “normal” numa determinada sociedade. Globalização dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente. Sociedade em rede peculiar do mundo globalizado, permite a interação de pessoas, por intermédio dos computadores, construindo conhecimento partilhado que vai do entretenimento à política, passando por áreas como a economia, saúde e educação, caracterizando uma transformação do tempo e do espaço da experiência humana. Sociedade, com níveis de complexidade nunca atingidos, sustentada por pessoas comuns. Simultaneamente "sujeito" e "objeto", é mudança que existe e avança, numa procura de sólidos alicerces, compatíveis com a Humanidade. A aprendizagem e a construção do conhecimento significam, sobretudo a capacidade de transformar a realidade a que este mesmo conhecimento se refere. Aprender algo significa poder intervir na sociedade de forma positiva. Aprender em rede significa poder disseminar as aprendizagens de forma imediata e globalizante. Implica responsabilidade, mas muita transparência. As sociedades não-europeias eram vistas como inferiores pelos europeus, devido ao seu etnocentrismo. Consideravam o mundo a partir dos valores europeus, assim toda cultura, raça e religião diferentes daquela existente na Europa era tida como inferior. Utilizavam adjetivos como " selvagens", " povos bestializados", ao se referirem aos povos dos outros continentes. O darwinismo social acredita na premissa da existência de sociedades superiores às outras e que, nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente devem e acabam por se tornar as governantes, enquanto as outras - menos aptas - deixariam de existir porque não eram capazes de acompanhar a linha evolutiva da sociedade; entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção natural da Teoria da Evolução. Deste modo, se acreditava que se os europeus eram tão bons dominadores esse fato decorria de a sua raça ser superior às demais. Da mesma forma, o monopólio do comércio acompanhado pelos progressos científicos e tecnológicos era reflexo dos povos capacitados para essa situação, enquanto os países que ficaram limitados ao fornecimento de mão-de-obra seriam inferiores, os menos capazes. O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir que exercem poder de coerção sobre o indivíduo. Assim, segundo Durkheim, à sociologia caberia estudar somente os “fatos sociais”, e estes consistiriam em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção sobre este mesmo indivíduo. As respostas para nossa organização social estariam nos fatos sociais e para isso seria necessária a aplicação de um método para os compreendermos melhor enquanto objeto sociológico, devendo ser vistos como se fossem “coisas”, como se fossem objetos passíveis de análise, assim como a biologia se debruça sobre uma planta. Para ele, o homem naturalmente cria falsas noções do que são as coisas que o rodeiam, mas não é através da criação de ideias que se chegará à realidade. Para Durkheim, deve-se propor a investigação dos fatos para buscaras verdadeiras leis naturais que regem o funcionamento e a existência destes, pois possuem existência própria e são externos em relação às consciências individuais. O crime é um fato social não patológico. No entanto, segundo Durkheim, não está isento de se tornar uma doença social; basta que o índice de criminalidade atinja níveis elevados. O pensamento de Durkheim veio contrariar a certeza dos criminólogos de que a criminalidade é uma doença social. Através da aplicação de seu método sociológico, ele entende que “... O crime não se produz só na maior parte das sociedades desta ou daquela espécie, mas em todas as sociedades, qualquer que seja o tipo destas. Não há nenhuma em que não haja criminalidade. Mudam de forma, os atos assim classificados não são os mesmos em todo o lado; mas em todo o lado e em todos os tempos existiram homens que se conduziram de tal modo que a repressão penal se abateu sobre eles”. Para entender o raciocínio de Durkheim, digo, de que o crime é algo normal e presente em todas as sociedades, é preciso buscar o conceito que esse sociólogo francês tem de crime: “... um ato é criminoso quando ofende os estados fortes e definidos da consciência coletiva”. Consciência coletiva é a obrigação moral que une o indivíduo à sociedade. Há um sistema de valores que, uma vez contrariado, vai gerar uma reação, uma oposição social. E é essa oposição social que vai definir um ato como crime. Durkheim afirma que “o crime é normal porque uma sociedade isenta dele é impossível” e sendo este uma ofensa a certos sentimentos coletivos, para que deixasse de existir seria necessário que os sentimentos que chocam se encontrassem em todas as consciências individuais e possuíssem a força necessária para conterem os sentimentos contrários, opostos, ao ato criminoso. O processo de socialização é fundamental para a construção das sociedades em diversos espaços sociais. É pelo processo de socialização que os indivíduos interagem e se integram por meio da comunicação, ao mesmo tempo que constroem a sociedade. A socialização (efeito de ser tornar social) está relacionada com a assimilação de hábitos culturais, bem como ao aprendizado social dos sujeitos. Isso porque é por meio dela que os indivíduos aprendem e interiorizam as regras e valores de determinada sociedade. A consciência coletiva constitui o "conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, formando um sistema determinado com vida própria". A consciência coletiva é capaz de coagir ou constranger os indivíduos a se comportarem de acordo com as regras de conduta prevalecentes. Solidariedade social subentende, a princípio, a ideia de que seus praticantes se sintam integrantes de uma mesma comunidade e, portanto, sintam-se interdependentes. Na Sociologia, a ação social é um conceito motivado pela comunicação dentro da sociedade, e tem como objetivo principal uma intenção, a qual é orientada para o alter (outro). Ou seja, a ação social (que envolve ações e reações) somente é estabelecida quando entramos em contato com o outro, afetando assim, seu comportamento. Ações Sociais Racionais Ação social racional com relação a fins: aqui o que importa é o alcance dos objetivos e/ou resultados atingidos por seu agente. Ou seja, esse tipo de ação social visa obter, de modo racional, um fim. Ação social racional com relação a valores: está relacionada com os princípios de seu agente, ou seja, está orientada por valores específicos (norma moral). Ações Sociais Irracionais Ação social afetiva: também chamada de "ação social emocional", nesse caso, ela é motivada e gerada pelos sentimentos de seu agente em relação aos outros. Ação social tradicional: o próprio nome já indica que esse tipo está vinculado aos hábitos e costumes compartilhados por uma sociedade. Com a diferença estabelecida por Max, fica claro que no primeiro bloco as ações sociais ocorrem de maneira racional, ou seja, o agente tem maior controle sobre seus atos; enquanto na segunda classificação, as ações de teor emocional envolvem maiores impulsos, os quais são motivados pelos sentimentos. No cerne de relações sociais, moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou seja o poder de dar ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um tipo de dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado. Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação. Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia Funcional, a Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado. Dominação Tradicional (onde a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais (não legais) ao meu ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de um novo direito é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva. Dominação Carismática (onde a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por parte do “portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados. Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais.
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