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Resenha THAU II Claustro e Comunidade

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Resenha Capitulo IX do livro Claustro e Comunidade 
Lewis Mumford nasceu em Flushing no dia 19 de Outubro de 1895, viveu a maior 
parte de sua vida em Nove Iorque até se instalar com sua esposa Sophia em Amenia, onde 
morreu meio século depois no dia 26 de Janeiro de 1990. Seu primeiro livro, The Story of 
Utopias, foi publicado em 1922 e seu último livro, Sketches from Life, foi publicado em 
1982. 
Em seu livro, Claustro e Comunidade, Lewis conta que no século V Roma ia perdendo 
a força que tinha como império e a partir desse momento de transição nasce uma nova visão 
religiosa que dá valor positivo a todas as derrotas que o povo tinha sofrido. 
O cristianismo sempre foi visto no império como uma seita que tinha que ser 
exterminada e com essa preocupação as primeiras igrejas foram erguidas nas catacumbas 
romanas.. Quando Roma virou cristã, os edifícios que comportavam muitas pessoas passaram 
a ser igrejas e não mais uma forma detestavelmente pagã a ser destruída. 
Roma não desapareceu por completo rapidamente, as invasões bárbaras ajudaram no 
enfraquecimento da cidade. Assim as pessoas começara a ver que sua segurança na cidade não 
era mais a mesma e mais valia uma terra no campo do que uma casa numa cidade que sempre 
era saqueada. Aos poucos isso foi o fim do urbanismo romano. A nova forma urbana não 
surgiu somente com a fuga das pessoas para o campo, mas também pelas pessoas que queriam 
fugir das tentações da grande cidade de Roma sendo assim erguidos os monastérios em 
lugares distantes e silenciosos. 
Com a queda do império o que se pode perceber é que a civilização romana gigantesca 
estava se fragmentando mesmo assim a ideia de cidade ou forma urbana florescia no mosteiro 
e na igreja. Ali podia-se ver uma arquitetura de proteção e de durabilidade com recintos 
fechados. E quando as cidades começaram a florescer nasceu a arquitetura românica que 
visava a proteção. 
Na idade média o poder da igreja crescia. Ela é quem conduziu o crescimento urbano, 
com pontes e conventos que serviam de parada aos viajantes cansados. E em alguns lugares 
onde já existiam cidades muitos dos direitos de municipalidade foram passados a igreja para 
ser regido pelo bispado que tinha poderes como o de um prefeito, ou seja, a igreja começou a 
tomar parte da proteção e ordem das cidades. 
As cidades cresciam, o comércio e a indústria também possibilitando o crescimento da 
população como também a descoberta de novas terras como a nova Inglaterra. 
A terra passou a ser vista como uma mercadoria qualquer. Os pedágios e tributos nas 
cidades eram comuns e só seriam isentos quem construía uma casa nela assim levando lucro 
do mesmo jeito. Sendo assim as cidades se afastavam cada vez mais do campo, pois, os que 
viviam nas cidades trabalhavam juntos para uma comunidade que cresceu bastante e se 
autogovernava e essa exclusão do campo se fez sentir quando outros poderes econômicos 
começaram a surgir junto com a desordem urbana. 
O papel da igreja foi fundamental para o crescimento da sociedade medieval, pois, ela 
os unia como iguais não importando o país. Existiam igrejas para cada 100 pessoas, ou seja, a 
igreja era muito grande e para manter existiam também os tributos anuais a serem pagos, os 
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dízimos que serviam para a manutenção nos prédios eclesiásticos, sustentar Roma, o clero, 
monastérios e entre outras instituições da igreja. 
A igreja inspirou muito as construções e modelos de arquitetura que com essa ideia de 
luz e ar fresco começou a ser mais aberta a entrada de luz e não mais um recinto praticamente 
todo fechado com alguns filetes de luz tornando o lugar mais exposto e essa ideia também 
influenciou a cidade apinhada a tentar reaver seus espaços abertos para receber luz e ar fresco. 
A organização da industria era bastante simples: quem faz, quem compra. As guildas 
se tornaram uma indústria lucrativa, ou seja, a instituição financeira agora era o senhor, 
fazendo que existisse um novo modelo de feudalismo. 
As guildas que começaram na idade medieval também se fizeram extinguir nela, pois, 
a guilda era o aspecto econômico da cidade. A prática das guildas permaneceram por muito 
tempo ate no novo mundo. Mas com o Iluminismo ele começou a desaparecer, pois, achavam 
arcaico e tudo o que era medieval era considerado bárbaro. 
O centro de atividades do comércio é o mercado municipal que muitas vezes era feito 
de dois pavimentos: o primeiro aberto e cheio de colunas e o superior para mercadorias que 
não poderiam ficar no tempo. Mas esse espaço superior também era utilizado para a 
administração da justiça na cidade e eventos como banquetes e 
bebedeiras ou mesmo recepção de embaixadores. Muitas vezes esses mesmos espaços 
eram utilizados para saraus dos mais ricos como um palácio coletivo e por isso era chamado 
de teatro também. 
No final da idade média as pessoas que eram mais ricas começaram a fazer as 
obrigações que um dia foram das guildas como doar dinheiro para escolas construir asilos 
para idosos e órfãos, estava nascendo a filantropia. A idade medieval estava agora numa 
economia mercantilista. Mas mesmo assim as atividades sociais medievais não acabaram ou 
diminuíram com a ascensão do capitalismo, as atividades mudaram de auto ajuda para 
filantropismo e um aspecto importante que se remete as guildas é a universidade, onde se 
estudava para exercer ofícios e todo o conhecimento era guardado ali e não somente na igreja. 
O conhecimento científico, religioso e político estava sendo estudado numa escala que nunca 
ouve antes. A universidade foi tão importante na época como é hoje, pois, muitas ideias foram 
disseminadas por ela e com isso a igreja deixava de ser guardadora dos valores e 
conhecimento e a universidade assumia essa função gradativamente. 
Nesse momento o que vemos é uma arquitetura que não mais simbolizava uma 
fortaleza como as igrejas do período românico mas sim igrejas com luz e magnificas do 
período gótico e já no período da ascensão do renascimento vemos trabalhos mais 
ornamentados com bordados e etc... 
Ao andar numa procissão não se olhava mais para os lados e sim para cima, pois, a 
altura dos prédios e catedrais davam essa visão, e ao andar pelas ruas estreitas podia-se ter 
uma experiência de contrição. 
A ordem social girava em torno da igreja e a partir do momento que ela busca poder e 
a confusão por poder se instaura todo o modelo de vida medieval é rompido, assim a igreja 
não passa de uma seita e existe as guerras na cidade por poder e tudo se modifica. 
Concluo com este relatório que as transições da cidade romana até o final da era 
medieval, e suas respectivas arquiteturas, foram influenciadas principalmente pela religião, 
renda e necessidade de proteção pela população.

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