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Relatórios Contábeis Neste tema, você vai conhecer dois relatórios da contabilidade que se destacam, dada a relevância que detêm como instrumentos informacionais ao processo da gestão dos custos. São eles: Balanço Patrimonial (BP) e Demonstrativo de Resultado (DR). Vamos lá! Balanço Patrimonial (BP) O Balanço Patrimonial é o relatório contábil que apresenta informações sobre a situação patrimonial da empresa. Ele informa a situação da entidade com relação ao volume monetário que se faz presente na estrutura, quanto aos seus bens/direitos (ativo), deveres/obrigações (passivo) e condição patrimonial líquida (PL). Todavia, é importante que fique claro que todos esses dados se referem a um determinado momento temporal (uma data em caráter pontual), ou seja, o BP deve ser visto como uma representação sintética e estática da situação de uma empresa ao término de um determinado período, um corte temporal transversal. Podemos dizer que ele é uma fotografia do patrimônio (um inventário) realizado naquela data. Com relação à natureza das informações que presta, temos que uma das suas principais utilidades é nos permitir apurar as relações existentes entre os investimentos feitos no ativo e os financiamentos contraídos para tanto, registrados no passivo (capital de terceiros) e no patrimônio líquido (capital próprio). Por exemplo, podemos apurar com o Balanço Patrimonial, de forma macro, a necessidade de capital de giro da empresa e/ou a qualidade da dívida da empresa. Nesse sentido, clique nos botões a seguir e analise as três estruturas. Neste exemplo, o volume do Ativo circulante (Caixa, direito a receber, estoques, dentre outras contas de curto prazo) apresenta o mesmo valor que o Passivo circulante (Fornecedores, Folha de salários, dentre outras obrigações de curto prazo). Portanto, o mesmo ocorre entre o Ativo não circulante e o Passivo não circulante + Patrimônio Líquido. O que isso significa? A empresa apresenta um equilíbrio no curto prazo entre o financiamento e o investimento, assim sua operação apresenta uma situação estável, a qual se reflete em um índice de liquidez1 corrente igual 1 (para cada R$1,00 de PC ela tem R$ 1,00 de AC). 1Índice de liquidez corrente (ou indicador de liquidez corrente) é um dos instrumentos possíveis para a realização de uma análise financeira. Agora, temos que o volume do Ativo circulante é maior do que o valor do Passivo circulante. Portanto, o Ativo não circulante é menor que o Passivo não circulante + Patrimônio Líquido. O que isso significa? A empresa apresenta um desequilíbrio favorável no curto prazo entre a linha de financiamento e o investimento. Ou seja, temos que financiamento de longo prazo (PNC+PL) está sendo usado no AC, assim a operação dessa empresa apresenta um índice de liquidez corrente maior que 1 (para cada R$1,00 de PC ela tem mais de R$ 1,00 de AC para honrar seus compromissos, ela está tranquila no curto prazo). Por fim, temos que o volume do Ativo circulante é menor do que o valor do Passivo circulante. Portanto, o Ativo não circulante é maior que o Passivo não circulante + Patrimônio Líquido. O que isso significa? A empresa apresenta um desequilíbrio desfavorável entre a linha de financiamento de curto prazo e o investimento de curto prazo. Ou seja, temos aqui financiamento de curto prazo sendo usado no ANC, assim a operação dessa empresa apresenta um índice de liquidez corrente menor que 1 (para cada R$1,00 de AC ela tem menos de R$ 1,00 de AC para honrar seus compromissos, por certo, ela terá dificuldade para honrar seus compromissos financeiros). Se você estiver se perguntando: “O que isso tem a ver com a gestão de custo?”. A resposta a essa pergunta é simples: “Tudo!”. Durante nosso processo de planejamento sistêmico dos custos da indústria, acabamos por definir quais serão os volumes de estoque que deverão ser mantidos pela empresa (matéria-prima, embalagem, produto final etc.). Sendo assim, se o volume total dos estoques for superestimado, o custo para mantê-los será igualmente elevado (um verdadeiro desperdício de dinheiro; algo que, por sinal, queremos eliminar); ou, pior ainda, esses valores excedentes poderão desequilibrar a estrutura patrimonial de tal forma (em sentido desfavorável) que a própria continuidade da empresa pode ser comprometida nesse processo. Demonstrativo de Resultados (DR) O Demonstrativo de resultados é um relatório contábil que nos traz informações sintéticas e dinâmicas sobre o resultado econômico de um período. Ele informa se a empresa teve lucro ou prejuízo em um dado intervalo de tempo. Isso significa que ele não é uma fotografia (como no caso do BP). Na verdade, o DR está nessa analogia mais para um filme, uma vez que os números presentes no DR são valores acumulados sobre a operação da empresa durante um dado período (Figura 03), cujo objetivo é contar a história do comportamento da empresa quanto à formação de sua receita e dos dispêndios disponibilizados para gerá-la. Figura – 03: Curva de custo e de receita Como demonstra a Figura 3, as receitas brutas estão na primeira linha do relatório. Elas tratam dos valores que foram obtidos pelas vendas dos bens produzidos, porém o valor que nos interessa é aquele denominado de “Receita Operacional Líquida”, pois é desse valor que iremos nos apropriar para honrar nossos compromissos e, se for possível, obter lucro no final. O Custo do Produto Vendido (CPV) é o termo utilizado na quarta linha para indicar que a empresa é do setor industrial, pois, caso ela fosse comercial, o termo seria Custo da Mercadoria Vendida e, no caso de prestadora de serviço, teríamos Custo do Serviço Prestado. O valor do CPV representa quanto nos custou o consumo dos recursos utilizados para gerar os produtos que foram vendidos. Sendo assim, precisamos ficar atentos sobre o nível de valor, pois é o que determina o Resultado bruto da operação, o qual mostra quanto a nossa gestão dos custos da fábrica está sendo eficiente para que o capital possa cobrir as despesas que a empresa tem para manter toda a estrutura administrativa, comercial e financeira e, além disso, gerar lucro. Logicamente, a fábrica não pode levar todo o fardo de um prejuízo, caso este ocorra; a busca do lucro tem que ser uma preocupação de toda a empresa. Numa questão prática (ou seja, além dos limites contábeis), a “gestão estratégica do custo industrial” deve se estender para uma visão sistêmica sobre toda a empresa. De tal forma que, caso esse gestor não venha a ter autoridade sobre as despesas da empresa, que ele pelo menos tenha influência nos encontros com aqueles que detêm tal poder. Acompanhe a videoaula a seguir, em que o professor Ernani deixa claro esse assunto dos relatórios contábeis como uma necessidade para a gestão de custos. Não perca! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/ ABR/MT50029-A01-P04.mp4 Síntese Há muitos outros relatórios contábeis interessantes (por exemplo, DFC, DMPL, DVA etc.), mas o Balanço Patrimonial (BP) e o Demonstrativo de Resultado (DR) já nos permite ter uma boa visão sobre a importância dos relatórios contábeis para a “gestão estratégica dos custos industriais”. Para fechar esta primeira aula, o professor Ernani nos dá uma visão geral desse assunto. Confira! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/ABR/MT5 0029-A01-P05.mp4
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