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Estudo Ciência Política

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Ciência Política – Faz o estudo da organização política e dos comportamentos políticos, tratando dessa temática à luz da teoria prática, sem levar em conta os elementos jurídicos;
Dificuldades enfrentadas pelo Cientista Político:
1 – Linguagem: Os mesmos termos têm interpretações e significados diferentes; Ex: Estado;
2 – Objeto: O objeto de que se serve o cientista político é mutável, instável. Impossível formular leis uniformes com validades universais;
3 – Olhar do Pesquisador / Campo: É preciso NEUTRALIZAR os próprios valores ao realizar a pesquisa.
 
O objeto de estudo da Ciência Política: Acontecimentos Políticos, Instituições Políticas e as Ideias Políticas
Política – Exercício de alguma forma de poder;
DIMENSÕES DE ESTUDO DA CIÊNCIA:
1 – DIMENSÃO FILOSÓFICA
- Essência;
- Origem;
- Justiça;
- Fins do Estado;
- Instituições.
2 – DIMENSÃO SOCIOLÓGICA: Corresponde a um estudo objetivo e sistemático da política;
3 – DIMENSÃO JURÍDICA: Compreende os autores que resumem o estado ao corpo de normas.
Estado = Direito 
Monismo
 RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E DIREITO
Monismo: Estado e Direito são um só;
Dualismo: Estado e Direito são independentes;
Paralelismo: Estado e Direito são interdependentes;
Teoria Geral do Estado:
Ordem Social X Ordem jurídica (Um dos elementos que compõem uma sociedade)
O. S. – Conjunto de valores compartilhados socialmente; caráter orientador;
O. J. – Estabelece uma relação de direito; caráter imperativo;
O Estado é uma organização destinada a manter, pela aplicação do Direito, as condições universais de ordem social
O Direito é o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao Estado cumpre assegurar.
Direito Natural X Direito Positivo
D. N. – Direito que independente de local e período histórico, o ser humano possui; ex: vida, liberdade, igualdade, propriedade, segurança;
D. P. – Direito Posto, escrito ou não, normatizado;
TEORIAS SOBRE A ORIGEM DAS SOCIEDADES:
Natural
Platão;
Aristóteles;
Montesquieu;
ORGANICISMO
Contrato Social
Hobbes;
Rosseau;
Locke;
MECANICISMO
1ª – Concepção Natural – Organicista:
- Tende a comparar a sociedade com um organismo;
- Deriva de uma lei natural;
2ª – Concepção Contratual / Mecanicismo:
- É fruto da razão e vontade humana;
- Elaboram, por ato consciente e de escolha, um contrato de convivência. (CONTRATO SOCIAL);
Tipos de Sociedades:
Sociedades de fins particulares;
- Objetivos diretamente estabelecidos por seus membros;
- Sua participação é fruto de um ato consciente de escolha;
Ex: clube;
Sociedades de fins gerais:
- Objetivos genéricos, diversificados e indefinidos;
- A participação independe de um ato de escolha;
Ex: família (pequena amplitude). Estado (grande amplitude);
Diferença entre Sociedade X Comunidade:
Sociedade: Finalidade de perseguir um objetivo comum; Relações entre os membros regidas por vínculos jurídicos; Poder central reconhecido e estabelecido pela ordem jurídica;
Comunidade: Não tem relações regidas por normas jurídicas; Os comportamentos são guiados por sentimentos comuns; Inexiste um poder central, há comando.
SOCIEDADES POLÍTICAS: (Faz parte de uma sociedade de fins gerais)
Elementos comuns a todas as sociedades:
FINALIDADE / VALOR SOCIAL:
- É o bem comum, o valor primário;
- Todas as condições de vida social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana;
ORDEM SOCIAL E JURIDICA: Assegura as manifestações em conjunto (1. Reiteração; 2. Adequação e 3. Ordem)
1º Reiteração:
É indispensável que os membros da sociedade se manifestem em conjunto reiteradamente, pois só através da ação conjunta continuamente reiterada o todo social terá condições para a consecução de seus objetivos.
2º Adequação:
Cada indivíduo, cada grupo humano e a própria sociedade no seu todo devem sempre ter em conta as exigências e as possibilidades da realidade social, para que as ações não se desenvolvam em sentido diferente daquele que conduz efetivamente ao bem comum, ou para que a consecução deste não seja prejudicada pela utilização deficiente ou errônea dos recursos sociais disponíveis.
3º Ordem:
Para que haja o sentido de conjunto e para que se assegure um rumo certo, os atos praticados isoladamente devem ser conjugados e integrados num todo harmônico, é que surge a exigência de ordem. Essa ordem pode ser da Natureza, ou Mundo Físico, e uma ordem humana, ou Mundo Ético, estando neste compreendidas todas as leis que se referem ao agir humano. Tratando das leis que regem cada uma dessas ordens, Kelsen teoriza existir duas espécies diferentes;
Ordem da natureza princípio da casualidade Se “A“(condição) é– “B“ é(se, verificada a mesma condição = mesma conseqüência, não podendo haver qualquer interferência que altere a correlação). O aquecimento de um metal(condição), acarreta sempre a sua dilatação(conseqüência).
Ordem humana princípio da imputação Se “A “(condição) é– “B“(conseqüência) deve ser(a condição deve gerar determinada conseqüência, mas pode não gerar). (aquele que rouba deve ser preso).
PODER SOCIAL (É a figura do Estado): Força da coletividade sobre a individualidade. Em todos os tempos, o homem necessitou de uma força superior capaz de estabelecer a ordem.
1º Anarquismo – Recusa a existência do Poder Social. Que o poder social é apenas um instrumento de dominação de classes;
2º Necessidade do Poder – Como uma relação necessária desde os primórdios.
CARACTERÍSTICAS DO PODER SOCIAL:
1 – Sociabilidade – Ele é um fenômeno social. Não pode ser entendido pelo prisma das vontades individuais;
2 – Bilateralidade – O poder é uma relação de duas ou mais pessoas, onde um lado deverá se submeter;
3 – Relação;
4 – Processo; 
ELEMENTOS DO ESTADO:
Estado é uma entidade que se compõe de um povo, fixado em um território, organizado em um poder de império.
Elementos:
1º Elemento Humano: Sem povo, é impossível se ter o estado, pois o estado foi criado para se organizar a sociedade.
Povo: É todo o indivíduo que é fixado em um território em caráter permanente e que tenha capacidade eleitoral;
População: Todo indivíduo fixado em um território em caráter permanente, que pode ter ou não, a capacidade eleitoral;
Nação: É a alma de um povo; Sentimento coletivo que vai unificar esse grupamento humano; É a identidade de um povo;
2º Elemento Geográfico: 
Território: É a extensão de terra em que o estado se estabelece; 
Montesquieu diz que não importa que seu território seja fértil, mas sim que ele seja bem delimitado.
Obs: Princípio da extraterritorialidade: Pontos dentro de um território de outra nação, onde mesmo assim, é considerado território nacional. Ex: Um navio brasileiro em terras americanas; dentro do navio, é considerado território brasileiro;
3º Elemento Poder: O que chamam de soberania; Hobbes dizia que o Estado é o homem artificial e a soberania é alma artificial.
SOBERANIA: É a expressão máxima do poder do Estado. Capacidade de fazer valer a ordem, usando dos recursos necessários e legais.
Características: 
1ª – Una; 
2ª – Indivisível;
3ª – Inalienável; O Estado não pode abrir mão dela
4ª – Imprescritível; Não tem prazo de validade
THOMAS HOBBES (SOBERANO) (LEVIATÃ – ESTADO – REI – PERSONALÍSSIMO)
ROUSSEAU (SOBERANIA POPULAR) (CIDADÃO – A soberania jamais deve sair das mãos do seu detentor originário (O POVO) – contra a representatividade)
KELSEN E TIAGO REALE(SOBERANIA NACIONAL) (ESTADO – INSTITUIÇÕES / DESPERSONALIZADO)
MAX WEBER (1864-1920)
Formas de legitimação do Poder (Weber):
1ª – Legitimação / Dominação tradicional – Assenta no costume, na cultura e na tradição; ex: Monarquia;
2ª – Legitimação Carismática – Quando o líder inspira qualidades em seus governados; ex: Gandhi
3ª – Legitimação Legal – Feita por um conjunto legal, instituições, código de conduta; ex: (constituição)
Escola Alemã; Humaniza a SOCIOLOGIA;
A Sociedade é um TEATRO SOCIAL; 
INDIVÍDUO é um ATOR SOCIAL;
Que exerce um PAPEL SOCIAL;
Que lhe confere um STATUS SOCIAL.Esse ator social age por meio de uma AÇÃO SOCIAL (objeto de estudo de MAX WEBER)
A ação social é:
- Ação Humana;
- Dotada de Sentido;
- Praticada no coletivo;
- C/ Finalidade;
- Influenciada pela ação dos outros;
- Regulada por uma INSTITUIÇÃO SOCIAL. (Organizações existentes na sociedade que tem como objetivo educar o indivíduo para viver em sociedade).
MÉTODO: INTERPRETATIVO
“A intenção estimula a ação e influencia a reação.”
TIPOS:
1 – Tradicional;
2 – Afetiva;FINALIDADE
3 – Racional;VALORES
NICOLAU MAQUIAVEL (SÉC XV)
 Método: Realismo Político / Construção da Ciência Política
Contexto histórico: Marcado pela nova visão de mundo proporcionada pelo surgimento do RENASCIMENTO.
O Renascimento traz a VALORIZAÇÃO da autonomia do homem, substituindo o TEOCENTRISMO pelo ANTROPOCENTRISMO. Voltam a ser valorizados aspectos como a honra e a glória e a legitimidade de conquista-las.
- Enorme difusão proporcionada pela IMPRENSA, inventada POR GUNTEMBERG. Com ela, obras dos autores renascentistas puderam ser amplamente divulgadas, quebrando o monopólio do saber que se colocava sob o poder da Igreja.
- O Príncipe, é uma obra que busca ensinar não só a conquistar, mas a manter Estados, tornando-os estáveis.
- Sua abordagem é totalmente desvinculada da abstração filosófica, etérea e especulativa; 
- Maquiavel parte da realidade política para tentar buscar eficácia nas ações humanas, em detrimento da MORAL, ÉTICA OU DE QUALQUER CRITÉRIO CLÁSSICO DE JUSTIÇA.
- Ao estabelecer um novo modelo de pensamento, Maquiavel inaugura a era do realismo político, desprovido dos mandamentos religiosos e voltado fortemente para os resultados das ações humanas;
VIRTÚ E FORTUNA
Virtú: Trata-se das qualidades desejáveis ao homem do Estado. É o conjunto de adjetivos que todo príncipe deve ter se quiser conquistar e manter Estados.
Características de virtú:
Cícero: sabedoria, justiça, coragem, temperança, honradez, magnanimidade, liberalidade e a moralidade;
Maquiavel: maldade, dissimulação, simulação, mesquinhez.
“Praticar a virtú tradicional seria condenar o príncipe à ruína.”
“A virtú significará, portanto, a flexibilidade moral indispensável a qualquer príncipe, que deve ter a mente aberta, pronta a se voltar em qualquer direção, conforme exijam os desígnios da fortuna. (Skinner, 1988, p.65)”
Fortuna: Para Maquiavel, a fortuna representa o imponderável, o acaso, algo que os homens não poderiam prever e que, por isso mesmo, poderia lhes ser fatal caso os pegasse desprevenidos. 
Diagnóstico maquiaveliano: os homens não são bons, e tal situação inviabiliza a bondade permanente como política de Estado.
“Ao se fazer a constituição e a legislação de uma república, deve-se considerar como certo que todos os homens são perversos e darão vazão à maldade inculcada em suas mentes sempre que tiverem oportunidade para tanto.” (Maquiavel)
Essa situação leva Maquiavel a defender claramente a ideia de que ao príncipe é melhor ser temido do que ser amado, pois se o temor dos súditos é capaz de desestimular eventuais traições, o mesmo não acontecerá com o amor a eles devotado.
THOMAS HOBBES
- Criou uma teoria política onde constrói o Estado de modo análogo a uma máquina e compara-o a um homem artificial.
- Introduz que o Estado é criado por um acordo de vontade individuais propiciadas por uma forma distinta de legitimidade: o consentimento humano.
- NA sua Teoria, o Estado deixa de ser tratado COMO COMPONENTE DA ORDEM NATURAL. O Reino do Estado pertencerá a este mundo e não é outra coisa senão uma criação humana.
- Na teoria Hobbesiana, o poder político do Estado não encontra justificativa na história, tampouco em Deus, mas na vontade impelida pelo MEDO DA MORTE VIOLENTA e na ESPERANÇA DE OBTENÇÃO DA PAZ.
- Hobbes é o primeiro a fundamentar a existência do Estado a partir de um CONTRATO SOCIAL, que é considerado um “cálculo egoísta”, afinal abrimos mão do nosso direito natural em razão da necessidade de segurança, paz e justiça.
- Hobbes justifica o poder absoluto em bases racionais.
Poder Real (Idade Média) – Direito Divino de governar, legitimação tradicional;
Poder Absoluto – Contrato Social, consentimento, legitimação legal.
CONCEPÇÕES: NATUREZA HUMANA X ESTADO DE NATUREZA
NATUREZA HUMANA: O ser humano é munido de um desejo que termina com a morte: “o desejo de dominar os outros.”
ESTADO DE NATUREZA: É um estado hipotético pré-sociedade, onde todos os homens são iguais em direito; não há a figura do Estado;
1ª Lei Geral (Direito Natural)
Todo têm o direito de dispor de todas as coisas para garantir a própria sobrevivência. (Egoísmo, tensão, medo, desconfiança.)
ESTADO DE GUERRA – É um estado miserável onde força os homens a buscarem uma alterativa para sobreviver.
ROSSEAU
Obras:
- Discurso
- Contrato Social
- Emílio
Suas ideias foram tão impactantes, que foram o fundamento da revolução francesa;
O restabelecimento das artes e das ciências contribuíram para os bons costumes? 
Rosseau disse que NÃO, a ciência só piorou o homem. 
“O homem é bom, mas foi corrompido pela sociedade.”
Em ESTADO DE NATUREZA, tínhamos o BOM SELVAGEM.
- Solitário;
- Livre;
- Feliz;
O bom selvagem não era egoísta, nem ambicioso. Não existia nenhum tipo de amarração social.
*PROPRIEDADE PRIVADA
A INSTITUIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA foi a Origem da desigualdade / ESTADO DE GUERRA
Segundo Rousseau, os frutos da terra são de todos, mas a terra não é de ninguém.
CONTRATO SOCIAL DE HOBBES X ROUSSEAU
CONTRATO SOCIAL DE HOBBES: OS ricos continuaram com suas propriedades e os pobres continuaram pobres.
-PAZ (Criada para que os ricos continuassem tranquilos)
-SEGURANÇA (Segurança para que os pobres reivindicassem uma “fatia do bolo”)
- JUSTIÇA (criada para manter os ricos com suas propriedades e os pobres com nada)
CONTRATO SOCIAL DE ROUSSEAU: Vontade Geral; 
- Surgirá um soberano, que é a vontade geral (SOBERANIA POPULAR).
- Entrega total à comunidade.
- Indivíduo -> CIDADÃO, pois ele é membro da coletividade.
Mas como o homem, já corrompido pela sociedade, vai viver nessa sociedade IDEAL?
A resposta dada por Rousseau é a EDUCAÇÃO. Seria ensinado ao indivíduo a ter um papel ativo na sociedade. Ensinariam o INDIVÍDUO a tornar-se CIDADÃO, sendo livre, autêntico e autônomo.

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