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Caderno de Paisagismo Curso de Arquitetura e Urbanismo Paisagismo Nadyne L. P. Mesquita UC13101008 Índice História do Paisagismo Mundial 4 Cronologia 5 Antiguidade 6 Os jardins da Mesopotâmia 7 Os jardins Egípcios 9 Os jardins da Pérsia 10 Os jardins Gregos 11 Os jardins Romanos 12 Os jardins Islâmicos 13 Os jardins da China e Japão 14 Idade Média 15 Monacais 16 Mouriscos 17 Renascimento 18 Itália 19 França 20 Inglaterra 21 Holanda 22 Jardim Barroco 23 Resenha Morfologia Vegetal 24 Classificação das plantas 25 Reino Plantae 26 Raízes 28 Folha 30 Caule 31 Fruto 33 Índice Paisagista Clássico – Le Nôtre 34 Paisagista Contemporâneo – Beatrix Farrand 44 Relatório da visita ao Horto 98 Relatório da Visita a Brasília 93 Repertório Verde 70 Forragens 71 Árvores 75 Palmeiras 78 Arbustos 81 Trepadeiras 84 Coníferas 87 Aquáticas 90 Bibliografia 100 História do Paisagismo Mundial A história da humanidade é assim dividida: Pré – história: até aproximadamente 4000 a.C.; Antiguidade: 4000 a.C. – 476 d.C. (Queda do Império Romano); Idade Média: 476 d.C. – 1453 d.C. (Tomada de Constantinopla); Modernismo: 1453 d.C. – 1789 d.C. (Revolução Francesa); Contemporâneo: 1789 d.C. até os dias atuais. INTRODUÇÃO Cronologia Caderno de Paisagismo 5 PAISAGISMO EVOLUÇÃO DOS JARDINS Os jardins da antiguidade Caderno de Paisagismo 6 PAISAGISMO "No começo Deus criou um jardim. Éden era o seu nome. Segundo a tradição ele se situava na Mesopotâmia, provavelmente ao norte, e possuía um pomar e outras plantas que desenvolviam sem irrigação. Antes da sua queda, o Éden era um lugar de paz e de prazer, de fecundidade e de fragrâncias, com os encantamentos da música, do riso e da alegria. Depois dos primeiros reinados assírios, tornou-se um lugar recreativo, um paraíso mítico". (Gabrielle Van Zuylen). Os primeiros jardins surgiram nos planaltos da Pérsia, atual Irã. Mas os primeiros indícios e documentos encontrados não provêm desta região, e sim, da Mesopotâmia (atual Iraque). Os jardins mais antigos foram plantados no meio dos desertos, como se os homens pudessem dar qualquer preço a esta arte, pois essa começou justo em países onde as condições naturais não favoreciam em nada a seu êxito. O estudo da arte da Mesopotâmia mostra que o gosto pelas formas vegetais aparece bem cedo, e este cresceu com o passar dos séculos. Mas, durante muito tempo, falar sobre “arte de jardins” ainda era uma audácia, pois as culturas ainda eram muito rudimentares. Jardim do Éden Caderno de Paisagismo 7 PAISAGISMO Jardins suspensos da Babilônia Desde o começo do Terceiro Milênio antes de Cristo, Gilgamesh, rei de Uruk, se orgulhava de seus pomares e dos jardins de seu palácio. Há 2000 anos antes de Cristo, todos os reis da Mesopotâmia possuíam seus jardins reais, onde sempre aconteciam banquetes e cerimônias. Os pátios interiores dos palácios eram sombreados por árvores e ornamentados com flores. Os jardins da Mesopotâmia, sem considerar as hortas e os pomares, estritamente utilitários, conservaram por muito tempo um caráter religioso. Os deuses da fecundidade possuíam perto de seus santuários um pouco de terra e uma plantação sagrada que manifestava seu poder. Nos jardins dos templos se plantavam frutas e legumes para se oferecer aos deuses, além de servirem como alimento para os serviçais. Os jardins eram plantados sobre os terraços dos prédios de vários pavimentos onde se celebravam os rituais e suas folhagens eram tão familiares, que os artistas sugeriam sua presença na decoração de palcos ou de altares. Os habitantes da Mesopotâmia conseguiram, após grandes esforços, aclimatar a palmeira. Começaram também a trabalhar suas terras, até então estéreis. Neste clima hostil e em locais que hoje se comparam aos oásis saharianos ou egipcianos, as palmeiras protegiam as plantas que cresciam à sua sombra, e contribuíam para a diminuição da perda de água do solo, fator que favorecia a condensação noturna permitindo assim a criação de jardins. Com o trabalho de manutenção e irrigação manualmente realizados, estes asilos de fecundidade e frescor tornavam-se ainda mais maravilhosos. Assim, os príncipes babilônicos puderam conhecer o prazer de aclimatar espécies. Cada planta era disposta dentro de uma espécie de vaso preparado com antecedência para recebê- la, isoladamente, e onde se mantinha o grau de umidade necessário através de uma irrigação constante. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins da Mesopotâmia Caderno de Paisagismo 8 PAISAGISMO Isola Bella (Enge e Schröder, 1992) Os jardins mais famosos da Antiguidade foram os Jardins Suspensos da Babilônia, sendo considerados uma das Sete Maravilhas do mundo antigo. Segundo os historiadores, estes jardins foram construídos pelo Rei Nabucodonosor II (605-562 A.C.) e dedicados a sua esposa, rainha Semiramis. A Rainha, que era de origem persa, tinha saudades das montanhas e colinas cobertas dos bosques de seu país (região noroeste do atual Irã) e esta construção tinha a intenção de amenizar este sentimento. Nabucodonosor construiu estes jardins ao longo das muralhas da cidade, próximo à porta de Istar. De acordo com os resultados de pesquisas e descrições de historiadores, os Jardins Suspensos eram compostos de uma sucessão de terraços, sendo que os inferiores debordavam bastante sua área em relação aos superiores. Assim eles formavam verdadeiros patamares onde eram plantadas diversas espécies de árvores, e outras plantas de menor porte, as quais eram protegidas pela sombra das árvores. As floreiras presentes nestes patamares tinham o fundo impermeabilizado. Inspirados nestes jardins suspensos, os romanos passaram a cultivar plantas nas partes altas das casas. As folhagens, que se ressaltavam acima das muralhas da cidade, podiam ser avistadas de longe pelos viajantes que por ali passavam. Assim, para estes e suas caravanas, este recinto meio real e meio sagrado, aparecia como um símbolo do poder babilônico, e pouco a pouco, suas descrições forjaram uma imagem tão interessante, a ponto de que os “Jardins de Semiramis” tornaram-se uma das maravilhas do mundo daquela época. Apesar disto, estes jardins não exerceram grande influência sobre os jardins do mundo mediterrâneo. Com a decadência do império, a Babilônia provocou o afastamento da Mesopotâmia da cultura ocidental, o que fez com que os jardins suspensos da Babilônia se tornassem uma lenda. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins da Mesopotâmia Caderno de Paisagismo 9 PAISAGISMO Os jardins egípcios são datados de 2000 a.C. O Egito deixou sobre os jardins as mais antigas testemunhas picturais, criando uma tradição que foi transferida ao mundo ocidental. Estes jardins não eram construídos unicamente para o lazer, assim como os jardins da Mesopotâmia, mas produziam também vinho, frutas, legumes e papiros, produtos estes, destinados ao consumo da população. O critério de plantio seguiu a tradição das atividades agrícolas desenvolvidas na planície do rio Nilo. O traçado dos jardins era caracterizado por linhas retas e formas geométricas perfeitamente simétricas. Tudo orientado segundo os quatro pontos cardeais, expressando a importância da astrologia. O Egito, país agrícola por influência da presença do rio Nilo, já conhecia durante muito tempo a deleitação dos jardins e da água. Desde o antigo império já existiam pomares plantados com videiras, figueiras, sombreados por sicômoros2 ; divididos em tabuleiros por canais de irrigação. Havia também as palmeiras e plantas aquáticas como o Lotus e o papiros. Todas plantas úteis e sagradas. Nesta época, surgiram as casas de campo, consequência direta da transformação do jardim como um lugar de repouso agradável e auto suficiente.Estes jardins se caracterizavam por serem planos, fechados por muros e subordinados a uma propriedade com seus pavilhões dispersos em vários locais para aproximar o visitante da natureza. Muitas destas formas reapareceram no sul da Itália onde exerceram por muitos séculos sua influência. Pode-se citar como exemplo de jardins egípcios o de Rekhmirê e Mery-Aton. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins Egípcios Esquema representativo de um jardim egípcio Caderno de Paisagismo 10 PAISAGISMO Os jardins persas, datados desde 3500 a.C., eram caracterizados pela harmonia de plantações, espaçamento de árvores, o prazer de aromas refinados; tudo isto para suprir as aspirações dos reis presas. Estes jardins influenciaram os jardins egípcios e os jardins da Babilônia. O estilo dos jardins persas era estritamente formal. O jardim era cortado por dois canais principais, dividindo o jardim em quatro regiões, que representavam as quatro moradas do universo: terra, fogo, água e ar. Ao centro, havia tanques com fontes, revestidos de azulejos (ladrilhos azuis) para acentuar o frescor da água. Não havia estátuas pois o islamismo não permitia a reprodução de imagens (humanas). Nestes jardins se cultivavam frutíferas, plantas ornamentais e aromáticas (aspecto bastante valorizado pelos persas), plátanos, ciprestes, pinus, álamos, palmeiras, amendoeiras, laranjeiras, roseiras, tulipas, lírios, prímulas, narcisos, jacintos, jasmins, açucenas. Durante a época Sassanida, o jardim persa era dividido em quatro cantos, por dois eixos retangulares. Estes eram demarcados, ora por alamedas, ora por linhas d’água. Em algumas destas intersecções, eram construídos pavilhões, ou um palácio, ou ainda uma fonte, com motivos bem complexos. Uma das hipóteses é de que esta representação significava o universo, muito freqüente na Ásia, ou então a divisão do cosmos em quatro partes por quatro rios divergentes. Estes rios representavam os quatro rios do Paraíso: Leite, Mel, Água e Vinho. O número quatro tem uma simbologia especial nos jardins persas. A divisão dos jardins em quatro partes simboliza também os quatro elementos sagrados: fogo, ar, água e terra. Para os persas da antiguidade, uma cruz dividia o mundo em quatro partes e no seu centro encontra-se uma fonte, que simboliza a origem e o poder. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins da Pérsia Chehel Sotun em Isfahan Caderno de Paisagismo 11 PAISAGISMO Devido ao solo rochoso e montanhoso, e ao clima quente e seco, a Grécia nunca foi uma região ideal para uma jardinagem organizada. Suas formas se aproximavam das naturais, fugindo das linhas simétricas. Têm-se registros da presença de jardins na Grécia desde o séc IV a.C. Na realidade os jardins gregos eram, sobretudo até a época clássica, um jardim sagrado, cultivado próximo a algum santuário e consagrado a uma das divindades da fecundidade. Os gregos criaram o conceito de Bosque Sagrado, um lugar natural, abençoado e dedicado aos deuses, com vegetação virgem e sem intervenção humana. Era um jardim lírico religioso, no qual expressava-se a antítese de uma concepção agrícola da exploração da natureza. Os gregos não procuravam a beleza nos jardins. Os gregos se mostraram contra a moda dos jardins importados do oriente e o que eles fizeram foi seguir uma tradição bem estabelecida da cidade democrática. Era este o aspecto do espírito grego, racional, ponderado e, determinantemente intelectual. Eles repugnavam os jardins e tudo aquilo que estava ligado ao prazer em torno dos objetos da natureza que, segundo eles, era a guarda do irracional e do indefinido. A tradição grega apresentava o pequeno jardim de Epicure em Atenas, que segundo suas descrições, tinha um pomar onde se cultivam legumes. Era um jardim sem magnificência e destinado a uma única satisfação: a dos prazeres naturais e necessários. A aridez, e a sobriedade ática (região da Grécia, cuja capital é Atenas) repugnava a este luxo oriental do “paraíso”. Nos jardins gregos, então, se cultivavam legumes para consumo, trigo para confeccionar pão, mas as flores eram destinadas aos deuses. Os gregos cultivavam também peras, romãs, maçãs, figos, uvas, além das azeitonas. Com as conquistas de Alexandre, a aristocracia grega começou a copiar os jardins da Pérsia e do oriente. Os parques públicos ornamentados com fonte e grutas se tornaram então um elemento das Vilas das colônias gregas. As plantas mais utilizadas nos jardins privados, ornamentados de esculturas instaladas em nichos e fontes, eram as rosas, íris, lírios, cravos, bulbosas floridas e as ervas. Encontravam-se também pequenas frutas. O luxo apareceu pela primeira vez no jardim de Epicure, mas pouco se conhece de sua descrição. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins Gregos Jardim Grego (Zuylen, 1994) Caderno de Paisagismo 12 PAISAGISMO O império romano se estendia da Espanha (oeste) até a Mesopotâmia (leste) e do Egito (sul) até a Inglaterra (norte). Compreendia variedade de paisagens, climas e raças. Os romanos não podiam ser incluídos no grupo dos povos que tiveram a arte como forma de expressão. Eles se encaminharam para a história, o Estado e o Direito. A casa romana repetiu basicamente o modelo grego, sendo construída no nível da rua, com as habitações voltadas para dentro, comunicando-se por uma coluna, e abertas a uma praça anterior. Os jardins foram objetos de atenção, mas apesar disso, são falhos quanto à originalidade. Como características de tais jardins pode-se ressaltar a grandiosidade e a magnificência da composição, as perspectivas vastas, que empregaram como prioridade, a decoração pomposa, a valorização para fins exclusivamente recreativos. Os jardins eram principalmente santuários sociais, onde se desfrutava de proteção frente às moléstias do sol, vento, poeira e ruído das ruas. A sombra projetada pelas galerias com arcos reduzia necessidade de arvoredo. As plantas, quando existiam, eram colocadas em maciços elevados e os pátios se ornamentavam com tanques de pedra para água, mesas de mármore e estátuas. A maioria dos jardins romanos também possuíam uma pequena horta. Talvez por isso, a irrigação era planejada. A interpenetração casa-jardim podia ser visualizadas nas vilas romanas localizadas nas proximidades de Roma. Dentre elas, destacou-se a "Vila Laurentina", situada a 30 Km de Roma, construída por Plínio, o Jovem, onde plantou-se predominantemente figueiras e amoreiras, havia também uma horta e terraço com flores perfumadas, próximo das Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 9 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional águas para assim se conseguir temperaturas mais agradáveis. Outra de semelhante importância foi a "Vila Adriana", construída em Tívoli para o Imperador Adriano, que perdurou até antes da guerra de 1939. Estas vilas darão um impulso definitivo para o grande estilo italiano. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins Romanos Vila Romana Chedworth (Inglaterra) combinando elementos: jardim, pátio e corredores (ao centro), gruta com estatuárias (no topo), horta e pomar (no topo esquerdo) Caderno de Paisagismo 13 PAISAGISMO No Jardim Islâmico, profundamente influenciado pelo Jardim Persa, as plantas assumem importância por despertarem os sentidos - visão e olfato - e por possuírem uma carga simbólica associada à ideia da recriação do Paraíso na Terra. O Islamismo marcou presença nas culturas dos Sécs. VII- XIV da Ásia à Índia, do Norte de África e da Península Ibérica. De uma simplicidade de desenho, à semelhança do Jardim Persa, o seu jardim possuía plantas de potencialidades ornamentais e olfativas, tais como: rosas, buganvílias, romãzeiras, jasmins, loureiros, murtas, lavandas, mentas, basílicos, citrinos, madressilva, cravos, etc. Vasos com flores enfeitavam as casas e ladeavam as peças de água –aliando a visão e o som para o desfrute dos sentidos. As árvores eram principalmente as de clima mediterrâneo e os arbustos, como os loendros, floriam propositadamente na altura do ano em que a corte Moura chegava ao palácio Generalife, em Granada. O jardim era pequeno na dimensão, sem ostentação, usando o elemento água, cor e perfume, com o objetivo de sedução e encantamento e era destino à vida familiar. Este povo introduz na Península Ibérica a laranjeira azeda, o limoeiro, a alfarrobeira e a amendoeira. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE Os jardins Islâmicos O Jardim Islâmico era dividido por canais de água e possuía plantas de potencialidades ornamentais e olfativas Buscavam preservar a conformação natural do espaço, e contava, sempre que possível, com um lago centralizado, onde eram inseridas plantas aquáticas. Pode datar de 2.000 a.C. o início das atividades de jardinagem na China. A jardinagem chinesa tem sua origem numa paisagem de rara beleza e flora riquíssima. Os parques das casas dos antigos imperadores não eram mais do que uma porção da paisagem cercada, onde a tarefa do jardineiro limitava- se a ordenar o já existente. Acreditava-se que no norte da China havia um lugar para os imortais. Como o Imperador Wu não conseguiu encontrá-lo na realidade, decidiu então criá-lo na fantasia. Dessa maneira surgiu o jardim "lago-ilha". No final do século VI, com o surgimento de um novo imperador, um novo jardim "lago-ilha" foi criado: o Parque Ocidental, com perímetro de 113 km e contendo 4 imensos lagos cobertos de lótus e rodeados de chorões. Trabalharam na sua construção 1 milhão de pessoas. Monumentais palácios de cor vermelha se ergueram no meio das rochas. Este cenário foi encontrado pelos japoneses em 607 d.C. e, em poucos anos, o Japão tinha o seu primeiro jardim "lago-ilha". Em 1894, para comemorar os 1100 anos da capital Kioto, construiu-se um desses jardins, ficando conhecido como Santuário Heian. Trata-se de uns dos jardins mais alegres e de melhor traçado do mundo, com hortos de cerejeira, maciços imensos de azaleias e lírios, rochas cobertas por flores e pinus, traduzindo o amor dos japoneses pela natureza. A arte na jardinagem japonesa consiste em concentrar a atenção sobre o essencial, seja das formas precisas ou a sutileza das matizes; todas as plantas são extremamente valorizadas. São usadas comumente plantas perenes, criando um quadro estável seja qual for a estação do ano. OS JARDINS DA ANTIGUIDADE China e Japão Caderno de Paisagismo 14 PAISAGISMO O Jardim Medieval era um jardim de lazer, enclausurado com altas paredes protetoras e rodeado de plantas aromáticas e árvores de fruto. Considera-se como Idade Média o período entre os séculos XV e o XVI, período entre a Antiguidade Clássica e o Renascimento. Um retorno à economia rural e a simplicidade de hábitos concretizou-se neste período. O luxo e o requinte foram abandonados e criou-se uma nova hierarquia de valores. As construções feitas neste período eram rudes e pesadas. As igrejas pareciam fortalezas. O verde foi praticamente banido na vida urbana. As igrejas e mosteiros constituíram-se em centros de toda a atividade social, qualquer espaço útil recebia seu uso funcional, como a obtenção de alimentos ou ervas. Em zonas amplas dos mosteiros plantavam-se árvores frutíferas, hortaliças e se cultivavam flores para a ornamentação dos altares. O estilo de jardim desenvolvido nesta época constitui da mistura desordenada e fragmentária dos estilos anteriores. O que era bem característico era a estrutura crucial dacomposição. A interseção ortogonal das alamedas e caminhos, nos jardins construídos nos pátios internos das grandes construções medievais, lembravam a cada momento o símbolo da religião dominante. O estilo gótico retratava bem os jardins medievais. Os dois estilos básicos de jardim foram os monacais e mouriscos. IDADE MÉDIA Caderno de Paisagismo 15 PAISAGISMO Representava uma reação ao luxo da tradição romana. Era dividido em 4 partes: o pomar, a horta, o jardim de plantas medicinais e o jardim de flores. Existiam áreas gramadas cercadas e arbustos, viveiros de peixes e pássaros, além de local para banho. IDADE MÉDIA Caderno de Paisagismo 16 PAISAGISMO Monacais No século V os árabes invadiram a Pérsia, onde tentaram implantar o islamismo. No século VI, na Espanha, os árabes criaram os chamados "jardins da sensibilidade" que se caracterizavam pela água, cor e perfume, com os objetivos de sedução e encantamento. O emprego de canais, fontes e pequenos regatos formavam um aspecto hidráulico para a irrigação e para amenizar o calor, além do aspecto de ornamentação destes jardins. A cerâmica e o azulejo eram bastante utilizados. As espécies vegetais mais cultivadas foram os jasmins, os cravos, os jacintos, as alfazemas, as rosas, as primaveras e as anêmonas. Os jardins espanhóis representam bem a influência árabe. As principais características destes jardins: eram de pequenas dimensões, sem ostentação e com destino à vida familiar. IDADE MÉDIA Caderno de Paisagismo 17 PAISAGISMO Mouriscos O início do Renascimento data de meados do século XV e tal época ficou assim conhecida devido ao ressurgimento da cultura de um modo em geral. Houve uma renovação do pensamento no que diz respeito às artes, às ciências, à literatura e a filosofia. Consequentemente, houve o renascimento também dos jardins e os países que mais expressaram esta renovação foram Itália, França, Inglaterra e Holanda. Com o Renascimento, dá-se a redescoberta da Natureza (no Humanismo acrescenta-se a ideia de que o Jardim é a celebrização do Homem sobre a natureza), levando à criação dos primeiros jardins botânicos de plantas exóticas e a uma nova moda de jardins que se difunde por toda a Europa. O Jardim Renascentista era construído para projetar o poder do Homem face à natureza, e caracterizava-se pela sua artificialidade e organização que não se encontrava nos jardins das épocas anteriores, apontando assim para a extrema racionalidade que se fazia sentir nesta época. As plantas embelezavam os jardins e eram usadas para demonstrar a superioridade do Homem e seus conhecimentos, exemplos disso eram o recurso à topiária e aos parterres. Primava por uma simetria rígida de arruamentos, talhe excessivamente geométrico das árvores alinhadas, complicados jogos de água, canteiros geométricos de flores e dispunha-se em terraços ligados por ampla escadaria formando anfiteatros [28]. Usavam- se materiais e elementos imutáveis (plantas de folha persistente, esculturas de santos ou divindades mitológicas, escadarias e pérgolas em pedra) e semi- imutáveis (água parada ou em movimento provenientes de fontes, cascatas ou repuxos). RENASCIMENTO Caderno de Paisagismo 18 PAISAGISMO Jardim Villa d’Este Os jardins italianos desta época se inspiraram nos jardins da Roma Antiga que possuíam muitas estátuas e fontes monumentais. Na Itália, os sítios se encontravam nas colinas e nas encostas, em razão das vistas panorâmicas e também do clima. Sendo assim, foi proposto que para o aproveitamento das irregularidades do terreno, se fizesse uso de escadarias e terraços acompanhados de corredeiras de água. Tais jardins deveriam unir-se à casa por meio de galerias externas e outras prolongações arquitetônicas. Os jardins eram tidos como centros de retiro intelectual onde sábios e artistas podiam trabalhar e discutir no campo, longe do calor e das moléstias do verão da cidade. A vegetação era considerada secundária e se caracterizava por receber cortes adquirindo formas determinadas, conhecidas anteriormente nos jardins romanos por topiárias. Em seguida esta mesma vegetação era distribuída pelos terraços e, no plano mais elevado do jardim, dominando a composição, se encontrava o palácio. Os vegetais mais utilizadosforam: o louro, o cipreste, o azinheiro e o pinheiro entre outros vegetais característicos dos jardins-italianos do Renascimento. O buxo era muito utilizado para as formas recortadas. Nestes jardins a paisagem era desenhada com régua e compasso, caracterizando a simetria de linhas geométricas. Havia também muito contraste entre as formas naturais e as criadas pelo homem. RENASCIMENTO Caderno de Paisagismo 19 PAISAGISMO Itália Os países da Europa seguiram a França no século XVII, período no qual teve sua maior riqueza e poder, no que dizia respeito a estética. A princípio, o estilo francês se baseou nos jardins medievais, que utilizavam canteiros com flores e ervas medicinais, sendo que havia também a horta que lhes concedia o abastecimento. Mas, com o passar do tempo, novas ideias foram sendo introduzidas por arquitetos italianos que trabalhavam na corte francesa. Com isso, pode-se dizer que os jardins franceses tiveram características semelhantes aos jardins italianos. Como características deste estilo, podemos citar a rígida distribuição axial, a simetria, a perspectiva, o uso de topiárias e a sensação de grandiosidade. As formas geométricas podiam ser percebidas tanto nos caminhos e passeios quanto na vegetação, admitindo-se poucos desníveis. Os principais jardins foram construídos pelo famoso arquiteto/paisagista de Luiz XIV, André Le Notrê. Sua obra mais marcante foi o jardim do Palácio de Versalhes, que possui já todo o expoente do Jardim Barroco. RENASCIMENTO França Caderno de Paisagismo 20 PAISAGISMO Jardins de Villandry No reinado de Luiz XV, o estilo francês entrou em decadência devido à busca exagerada da forma e simetria. De um estilo formal, os jardins passaram a ter uma maior aproximação com a natureza. Inspiravam-se basicamente nas ideias orientais do velho império chinês que possuía os jardins dos acidentes naturais. Tais jardins ficaram conhecidos como "jardins paisagísticos" e tinham como características básicas a irregularidade e a falta de simetria nos caminhos, que foram planejados com maior liberdade. Além disso, não eram encontradas esculturas vegetais, arcos e monumentos. Esses jardins procuravam imitar a natureza em seu traçado livre e sinuoso e a água presente se encontrava disposta em lagos ou riachos. Tais inovações iam de encontro às ideias do romantismo da época. A Inglaterra também teve seus mestres paisagistas como William Kent e William Chambers, este último foi quem introduziu a ideia chinesa nos jardins de seu país. Este estilo foi utilizado na Inglaterra e em alguns locais da Europa, por quase dois séculos e depois entrou em decadência, dando lugar ao estilo misto. Os ingleses acabaram dando origem aos parques e jardins públicos que tiveram por finalidade refrescar as áreas urbanas. RENASCIMENTO Inglaterra Caderno de Paisagismo 21 PAISAGISMO Jardins de Villandry Os holandeses, no início, também não fugiram das influências francesas e italianas. Porém, devido à sua topografia plana, o hábito de cultivo das plantas bulbosas (especialmente a tulipa) e o seu gosto pelas cores, criaram jardins mais compactos e graciosos. São divididos em múltiplos recintos e apresentam túneis sombreados por trepadeiras. As partes centrais são formadas por intrincados grupos florais; fontes douradas baixas que jorram suas águas em pequenos tanques rodeados de cercas vivas de bordadura baixa. Os ciprestes recebiam podas, formando círculos sobrepostos. Portões de ferro fundido fechavam os jardins. RENASCIMENTO Holanda Caderno de Paisagismo 22 PAISAGISMO JARDINS KEUKENHOF, HOLANDA À semelhança do Jardim Renascentista, mas de uma forma mais exacerbada, o Jardim Barroco era construído para evidenciar o poder do Homem e era dotado de uma artificialidade extrema, funcionando o jardim como um palco. Através da ciência da óptica, dispunham-se as plantas de modo a dirigirem o olhar do espectador e criarem ilusões para as distâncias parecerem maiores ou menores. Destaca-se neste período André Le Nôtre (1613-1700) que organizava a paisagem para um forte cenário que expressasse a dignidade e elegância do Homem e deleitasse os seus sentidos. A topiaria atinge, principalmente em França e com Versalhes, o auge com os elaborados e complexos desenhos de sebes e de árvores e arbustos, com a função de criar eixos e formas geométricas. As perspectivas alongam-se, rodeadas de fortes massas de arvoredo sob declive ou terreno plano, sem prejudicar os diferentes pontos de vista. Por toda a extensão do jardim arrelvados, espalham-se quincôncios e bosquetes que enchem os vazios deixados entre alamedas. JARDIM BARROCO Caderno de Paisagismo 23 PAISAGISMO JARDINS DE VERSALHES Resenha Morfologia Vegetal CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS Caderno de Paisagismo 25 PAISAGISMO Avasculares e vasculares: - Avasculares: sem vasos condutores de seiva (Briófitas); - Vasculares: possuem vasos condutores de seiva (Traqueófitas). Gimnospermas e angiospermas: Gimnospermas: plantas de sementes nuas, desprovida de frutos. Fanerógamas ou espermatófitas (Plantas com sementes) Angiospermas: plantas em que as sementes estão contidas dentro dos frutos. Criptógamas e Fanerógamas: - Cripógmas (do grego kryptós, escondido, e gamos, casamento) significa “órgãos reprodutivos escondidos” ou pouco evidentes; - Fanerógamas (do grego phanerós, visível, evidente, e gamos, casamento) significa órgãos reprodutivos evidentes. REINO PLANTAE Caderno de Paisagismo 26 PAISAGISMO Criptógamas avasculares (Plantas sem sementes e sem sistema condutor) Divisão Bryophyta (Briófitas, hepáticas e antóceros; cerca de 23.500 espécies descritas) Criptógamas vasculares (Plantas sem sementes e com sistema condutor) Divisão Pterophyta (pteridófitas ou filicíneas; cerca de 12 mil espécies descritas) Divisão Lycophyta (licopódios e selaginelas; cerca de 1 mil espécies descritas) Divisão Artrophyta (cavalinhas; cerca de 40 espécies descritas) Divisão Psilophyta (psilófitas; oito espécies descritas) Cerca de 325 mil espécies descritas REINO PLANTAE Caderno de Paisagismo 27 PAISAGISMOCerca de 325 mil espécies descritas Divisão Anthophyta (angiospermas) Fanerógamas ou espermatófitas (plantas com sistema condutor e com sementes Gimnospermas (Plantas sem frutos) Angiospermas (plantas com frutos) Divisão Cicadophyta (cicas; cerca de 100 espécies descritas) Divisão Gnetophyta (gnetófitas; cerca de 70 espécies descritas) Divisão Ginkgophyta (gincófitas; 1 espécie descrita) Divisão Conyferophyta (coníferas; cerca de 550 espécies descritas) Classe Dicotyledoneae (dicotiledôneas; cerca de 236.500 espécies descritas) Classe Monocotyledoneae (monocotiledôneas; cerca de 48.500 espécies descritas) MORFOLOGIA VEGETAL Caderno de Paisagismo 28 PAISAGISMO Raízes As raízes e suas ramificações apresentam quatro zonas consecutivas ela é dividida anatômica e funcionalmente a partir do ápice da raiz: • Zona Meristemática: gema radicular (meristema apical da raiz), é uma região de imensas mitoses que ocorrem em tecidos não diferenciado, protegida por uma estrutura formada por células mortas chamadas de coifa; • Zona Lisa: região onde ocorre o alongamento das células produzidas, crescimento em comprimento; na ponta existe uma capa protetora denominada coifa, esta é seguida por curta zona de alongamento que é a zona lisa. • Zona Pilífera: é onde ocorre a absorção de água e sais minerais; • Zona Suberosa ou de Crescimento secundário: onde se formam as raízes secundarias, também ocorrem intensas mitoses dos meristemas secundários (gemas laterais). Apenas as dicotiledôneas apresentam crescimento secundário ou em espessura: as monotiledôneas crescem apenas emcomprimento (crescimento primário), não realizam crescimento secundário. MORFOLOGIA VEGETAL Caderno de Paisagismo 29 PAISAGISMO Raízes • Raiz aprumada, raiz axial - apresentam raiz principal, coifa menor do que as demais, seu comprimento é maior que o das outras, e também ramificações ou raízes secundárias. A axial tem a função também de fazer a fotossíntese. Encontradas na maioria das dicotiledôneas e gimnospermas, tais como pessegueiros, laranjeiras, pinheiros etc. Raízes subterrâneas • Raiz fasciculada ou raiz em cabeleira - são características da maioria das monocotiledôneas, como o trigo, o arroz, todos os capins, etc. Esta raiz é formada por vários eixos, ramificados ou simples, mais ou menos iguais na espessura e no comprimento. Não é possível distinguir o eixo principal dos secundários. Raízes aéreas São todas aquelas que, secundariamente, independentes da raiz primária do embrião, nascem nos caules ou nas folhas de qualquer vegetal. Classificam-se em duas categorias: caulógenas (também denominadas normais) e adventícias, ambas de origem indígena. Ou seja que seu desenvolvimento seja acima do solo. Raízes aquáticas Como o próprio nome sugere, são raízes que se desenvolvem em plantas que normalmente flutuam na água. Sua função, diferente das subterrâneas, não é de fixação, mas de absorção de água e sais minerais. Raízes tuberosas Muitas plantas acumulam material nutritivo de reserva em suas raízes. Em várias espécies, as raízes ficam dilatadas e recebem o nome de raízes tuberosas. Bastante destas raízes são usadas na alimentação humana, como a cenoura, a beterraba, a batata-doce, a mandioca e o nabo. MORFOLOGIA VEGETAL Caderno de Paisagismo 30 PAISAGISMO Folha É composta por: Limbo: superfície verde, percorrida pelas nervuras. O limbo se divide em: • folhas simples: quando o limbo é único; • folhas compostas: quando o limbo está dividido em partes. Pecíolo: estrutura de sustentação da folha e liga-a ao caule. Bainha: forma-se no pecíolo, protege as gemas vegetativas. Estípulas: formações geralmente duplas e pontiagudas que ficam junto a base da folha Obs.: Em algumas plantas as estípulas podem ser transformadas em espinhos. Nervuras: encerram os vasos condutores e podem ser: • Paralelinérveas: possuem nervuras paralelas, características das monocotiledôneas. • Peninérveas: uma nervura mediana da qual saem ramificações, características das dicotiledôneas. Nem todas as folhas são completas (limbo, pecíolo e bainha), onde o pecíolo é ausente as folhas são chamadas de invaginantes, em outros casos, como no fumo, faltam o pecíolo e a bainha, o limbo prende-se diretamente ao tronco, neste caso as folha é chamada de séssil. A folha tem como principais funções: realização das trocas gasosas, da fotossíntese, da transpiração (perda de H2O na forma de vapor), gutação (perda de H2O na forma liquida) e reprodução assexuada em alguns casos. MORFOLOGIA VEGETAL Caderno de Paisagismo 31 PAISAGISMO Caule O Caule é um órgão aéreo, é portador de folhas (órgãos fotossintetizantes), gemas (ramos cobertos de escamas protetoras), e também podem portar flores (estruturas reprodutivas). Ele apresenta uma zona meristemática apical, denominada gema apical, e zonas meristemáticas secundarias denominadas gemas laterais. Os caules têm atuam como uma estrutura de conexão entre as raízes e as folhas. O caule tem como funções: dar sustentação a planta e transportar a seiva bruta e a seiva elaborada. Sendo seus vasos condutores: O xilema transporta água e minerais provenientes das raízes às partes aéreas; O Floema transporta nutrientes fabricados nas folhas a outras partes da planta. TIPOS: Troncos são caules robustos, desenvolvidos na parte inferior e ramificados no ápice. São encontrados na maioria das árvores e arbustos do grupo das dicotiledôneas. Estipes são caules geralmente não ramificados, que apresentam em seu ápice um tufo de folhas. São típicos das palmeiras. Colmos são caules não- ramificados que se distinguem dos estipes por apresentarem, em toda a sua extensão, divisão nítida em gomos. Os gomos dos colmos podem ser ocos como no bambu, ou cheios como no milho ou na cana-de-açúcar. Caules trepadores estão presentes em plantas trepadeiras e crescem enrolados sobre diversos tipos de suporte. Esse tipo de caule representa uma adaptação à obtenção de locais mais iluminados, em que há mais luz para a fotossíntese. MORFOLOGIA VEGETAL Caule TIPOS: Estolão ou estolho é um tipo de caule que cresce paralelamente ao chão, produzindo gemas de espaço em espaço. Essas gema podem formar raízes e folhas e originar novas plantas. Rizomas são caules subterrâneos que acumulam substâncias nutritivas. Em alguns rizomas ocorre acúmulo de material nutritivo em certas regiões, formando tubérculos. Rizomas podem ser distinguidos de raízes pelo fato de apresentarem gemas laterais. O gengibre, usado como tempero na cozinha oriental, é um caule tipo rizoma. Caderno de Paisagismo 32 PAISAGISMO Bulbos são estruturas complexas formadas pelo caule e por folhas modificadas. Os bulbos costumam ser classificados em três tipos: tunicado, escamoso e cheio. O exemplo clássico de bulbo tunicado é a cebola. O bulbo escamoso difere do tunicado pelo fato dos catafilos se disporem como escamas parcialmente sobrepostas. No caso do bulbo cheio, as escamas são menos numerosas e revestem o bulbo como se fosse uma casca. Gavinhas são ramos modificados que servem para a fixação de plantas trepadeiras. Ao encontrar um substrato adequado as gavinhas crescem enrolando-se sobre ele. Cladódios são caules modificados, adaptados à realização de fotossíntese. As plantas que os possuem perderam as folhas no curso da evolução, geralmente como adaptação a regiões de clima seco. A ausência de folhas permite à planta economizar parte da água que será perdida por evaporação. MORFOLOGIA VEGETAL Fruto Caderno de Paisagismo 33 PAISAGISMO O fruto é constituído por duas partes fundamentais: o fruto propriamente dito, ou pericarpo (originado da parede do ovário) e a semente. De um modo geral, três camadas podem ser distinguidas num fruto: o epicarpo que o reveste externamente, o mesocarpo que é a parte mais desenvolvida dos frutos carnosos (geralmente é a porção comestível), e o endocarpo, a camada que reveste a cavidade do fruto, sendo geralmente pouco desenvolvida e, muitas vezes, de difícil separação De acordo com a origem, os frutos são classificados em três categorias: simples, agregado ou múltiplo. Frutos simples: são frutos derivados de um único ovário (súpero ou ínfero) de uma única flor. Podem ser secos ou carnosos, uni a multicarpelares, mas neste caso sincárpicos, deiscentes ou indeiscentes na maturidade. (Exemplos: cereja (Prunus avium - Rosaceae) e tomate (Lycopersicum sp. - Solanaceae). Frutos agregados: são aqueles frutos que derivam de um gineceu dialicarpelar (apocárpico) de uma só flor. Todos os pistilos estão reunidos por partes acessórias de natureza receptacular ou apendicular. Cada pistilo forma um fruto separado, geralmente do tipo folículo. Em geral, são também denominados frutos apocárpicos. Exemplo: magnólia (Magnolia sp. - Magnoliaceae). Frutos múltiplos: consistem em ovários amadurecidos de muitas flores de uma inflorescência, que concrescem mais ou menos juntas num mesmo receptáculo, formando uma infrutescência. Exemplos: amora (Morus nigra - Moraceae), abacaxi (Ananas comosus - Bromeliaceae) e figo (Ficus carica - Moraceae). Paisagista Clássico • Paris, França • Paisagista real • Pertencente ao "Estilo Francês" • Imagens mais populares fora de seu pais • Filho de jardineiros, Jardim des Tuilerie (Catarina de Médici) • Contato com Claude Mollet, primeirojardineiro do rei Jardim des Tuilerie Jardim des Tuilerie Le Nôtre ANDRÉ LE NÔTRE Histórico Caderno de Paisagismo 35 PAISAGISMO • Frenquentou o atelê do pintor Simon Vouet (Estudo Italiano) • Amizade com Charles Le Brun (Mitos) • Leitura de extensos livros sobre ótica e perspectiva • Aos 22 anos tornou-se primeiro jardineiro de Gaston d'Orleans, irmao do rei Luis XIII • A partir dos seus 40 anos cria suas obras mais marcantes em Vaux- le-Vicompte e Versalles • Se aposenta aos 80 anos, mesmo que ainda continue a serviço do Rei Luis XIV Versalles Vaux-le-Vicompte Chales le Brum (Trabalho) ANDRÉ LE NÔTRE Histórico Caderno de Paisagismo 36 PAISAGISMO PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO O Jardim não pode ser uma mera extensão da casa, mas se torna uma grande composição do terreno; Vaux-le-Vicompte ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 37 PAISAGISMO Sólidos em oposição a uma geometria bidimensional com base na axialidade, relacionados com um terreno ondulante; Versalhes ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 38 PAISAGISMO Bosques em forma como se estivessem esculpidos definidos por sebes talhadas; Vaux-le-Vicompte ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 39 PAISAGISMO O céu alcançado pela reflexão da água e avenidas conduzindo ao "infinito"; Vaux-le-Vicompte ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 40 PAISAGISMO A escala se expande quanto mais se afasta da edificação; Jardim des Tuileries ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 41 PAISAGISMO Esculturas e fontes, possuem nelas as obras de arte, e provocam ritmo e pontuação no espaço; ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 42 PAISAGISMO A aparente revelação de todo o projeto em um vislumbre, e posteriormente elementos de surpresa e contrate principalmente com a intimidade da floresta; ANDRÉ LE NÔTRE Princípios da composição Caderno de Paisagismo 43 PAISAGISMO Paisagista Contemporâneo Nascimento 19 de junho de 1872 New York City, New York , EUA Morte 28 de fevereiro de 1959 (aos 86 anos) Mount Desert Island, Maine , EUA Nacionalidade Americana Formação Arnold Arboretum , Columbia School of Mines Ocupação Arquiteta Paisagista Cônjuge Max Farrand (1913-1945) Pais Mary Cadwalader Rawle Frederic Rhinelander Jones Principais Projetos Dumbarton Oaks , Abby Aldrich Rockefeller Garden Beatrix Farrand Cadwalader Histórico Caderno de Paisagismo 45 PAISAGISMO A arte de criar paisagens e combinar formas, reverencia Beatrix Farrand (1872 - 1959), uma dos 10 Grandes Nomes da História do Paisagismo. Farrand era uma admiradora da natureza. Durante toda a sua vida, ela referia a si própria como uma jardineira da paisagem, em vez de arquiteta paisagista. Beatrix Farrand (née Beatrix Jones) nasceu em Nova York em 19 de junho de 1872. Seus pais, Frederick Rhinelander Jones (1846-1918) e Maria Cadwalader Rawle (1850-1923), ambos vieram de ricas famílias de classe alta que foram bem- conectados em círculos sociais de Nova York. Embora seus pais se divorciaram quando ela tinha doze anos, Beatrix manteve-se próximo a sua tia, a romancista Edith Wharton. Beatrix cresceu hospedada em um fluxo constante de visitantes notáveis, como o romancista e amigo íntimo da família Henry James. Beatrix Farrand Cadwalader Histórico Caderno de Paisagismo 46 PAISAGISMO Desde a infância, Beatrix gostava de jardinagem, e praticava com sua mãe na casa de verão da família. No entanto, porque não havia escolas formais da arquitetura de paisagismo na década de 1890, Beatrix aprendeu sozinha. Ela frequentou uma classe de desenho na Escola de Minas na Universidade de Columbia, embora ela nunca desenhou bem, empreendeu uma aprendizagem informal com Charles Sprague Sargent começando em 1893. Sargent, que serviu como diretor do Arnold Arboretum da Universidade de Harvard, incentivou Beatrix para respeitar a paisagem natural com seus desenhos e usar plantas nativas. Em 1895, Beatrix fez uma grande turnê na Europa, onde ela continuou a sua autoeducação. Durante suas viagens, ela visitou a Itália, Alemanha, Holanda, Escócia, Inglaterra e França. Ela também planejou se encontrar com três criadores, cujo trabalho ela admirava: William Robinson, Theresa Earle, e Gertrude Jekyll. Beatrix Farrand Cadwalader Histórico Caderno de Paisagismo 47 PAISAGISMO Ao voltar para os Estados Unidos, Beatrix abriu sua própria empresa, que operava a partir de um quarto na casa de sua mãe. Em 1899 ela estava bem estabelecida como autointitulada "jardineira paisagista“. Ela projetava jardins privados para as residências elegantes. Nesse mesmo ano, Beatrix serviu como o único membro fundador do sexo feminino da Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas. Anos mais tarde, Beatrix disse em uma conferência profissional no Bryn Mawr College que a jardinagem paisagem era uma profissão difícil para as mulheres porque era fisicamente, mentalmente e emocionalmente desgastante. Embora Beatrix não recebeu projetos públicos em grande escala, ela prosperou em seu campo escolhido. No auge de sua carreira, ela trabalhou em escritórios em Nova York, Califórnia e Maine. Ela projetou mais de 200 jardins para clientes públicos e privados. Seu trabalho conhecido começou com uma comissão de Princeton em 1913, e levou a eventuais projetos de Yale, Harvard, Oberlin College, e da Universidade de Chicago. Seus desenhos estavam em jardins privados em todo o país, até a Casa Branca, onde Beatrix trabalhava para a Sra. Theodore Roosevelt e Sra. Woodrow Wilson. Beatrix Farrand Cadwalader Histórico Caderno de Paisagismo 48 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Muitos dos jardins privados de Beatrix não existem mais. Uma exceção notável é Dumbarton Oaks, considerado seu jardim mais complexo e completo. Mesmo quando ela reduziu seu trabalho em Dumbarton Oaks, ela continuou a aconselhar e supervisionar seus sucessores, Robert Patterson e Ruth Havey. Para ajudar a preservar a sua visão para os jardins, Beatrix escreveu seus planos de plantio e razão de ser O “Livro da planta” por Dumbarton Oaks , que foi concluída em meados de 1940. O “Livro Planta” continua a ser um recurso sem precedentes para a manutenção dos jardins no espírito de Mildred Bliss e Beatrix Farrand. Em 1920, ela começou a elaborar planos para estabelecer sua casa no Reef Point como um centro educacional e uma biblioteca de referência, com uma fotografia e coleta de impressão e jardins de aprendizagem. Foi, de muitas maneiras, conceitualmente semelhantes a Dumbarton Oaks. Abby Aldrich Rockefeller Garden Beatrix Farrand Cadwalader Histórico Caderno de Paisagismo 49 PAISAGISMO Em 1939, junto com seu marido, o historiador e autor Max Farrand, Beatrix criou o Reef Point Corporation. O Reef Point Gardens Boletim começou a ser publicada em 1946 e continuou por dez anos. Infelizmente, depois de muitos anos de dificuldades com o financiamento e os impostos, Beatrix decidiu que o futuro da Reef Point era muito incerto. Na idade de 82, ela demoliu a casa, vendeu a propriedade, arrancou seus jardins, e doou a biblioteca para a Universidade da Califórnia, em Berkeley. Beatrix enviou todos os seus papéis de Dumbarton Oaks para Robert e Mildred Bliss, juntamente com uma pintura da propriedade de Edith Wharton. Com sua casa desmontado e sua saúde debilitada, Beatrix mudou-se para uma pequena casa em Garland Farm em Bar Harbor e vivia tranquilamente e pacificamente lá até sua morte em 1959. Beatrix Farrand Cadwalader Histórico Caderno de Paisagismo 50 PAISAGISMO Primeiro jardim de Farrand no Sul da Califórnia foipara o Dr. George Ellery Hale, que havia um observatório solar para os seus anos de aposentadoria. Hale tinha chegado a Pasadena em 1904 para estabelecer um observatório sobre o monte Wilson, um terreno favorecido pelo ar puro e ideal para observações astronômicas. Prevendo uma instituição científica na Costa Oeste para rivalizar com sua alma mater, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Hale trouxe principais pesquisadores em química, física e biologia para o Instituto Throop de Pasadena, transformando-a no Instituto de Tecnologia da California. Localizado no rancho Huntington ao norte dos presentes fundamentos Huntington, a propriedade de Hale ocupou um monte em forma de L ao lado de um grande reservatório que servia a propriedade. Beatrix Farrand começou a trabalhar sobre o plano para o jardim no início de 1928. Em uma carta ao Hale, ela explicou sua disposição de negócios para a implementação do projeto. Não haveria nenhum custo para o seu tempo, mas ela iria cobrar por suas despesas, tais como digitação, blueprints, traçados, fotografias, telefone, viagens, etc. Ela sugeriu que poderia adquirir as plantas, já que ela poderia obter um desconto profissional de viveiros. Sua fatura para o período de seis meses janeiro-junho de 1928 mostra quatro visitas, consultas com empreiteiros e com "Senhorita Bashford”. Custo total foi de US $ 105 Projetos Caderno de Paisagismo 51 PAISAGISMO Jardim para George Ellery Hale e o Hale Solar Laboratory (Construção, 1924; Jardim, 1928) O esboço de Farrand centraliza a cúpula do observatório. A elevação superior (sul) mostra laranjeiras que marcam a quadra e a entrada para a rua. A elevação à direita (elevação oeste) mostra os ciprestes triagem do jardim sul a partir das propriedades de rua e vizinhos. Os esbouços de Farrand para a propriedade Hale mostra um plano axial formal, centrando-se na cúpula do edifício observatório. Tanto a unidade de entrada e o eixo do jardim sul, que termina em uma piscina circular, apontam para a cúpula. O esboço e informações na correspondência nos Arquivos Caltech indicam um Sebe de Cipreste Italiano deimitando o jardim sul (agora destruído). Seu projeto do jardim originalmente chamado para uma piscina long, mais tarde mudado para um caminho sinalizado com etapas em azulejo e provisão para um corredor para baixo do centro. Sebes baixas de alecrim e murta eram caminhos de fronteira no jardim sul, mas o alecrim não conseguiu prosperar, no entanto, e foi substituído por murta. A garagem foi planejada em uma extremidade da corte automático, e Farrand sugeriu o projeto: "Um edifício grande o suficiente para três carros, com três arcos no lado sul, um telhado plano e cantos chanfrados, as paredes na cor e textura para combinar o prédio do laboratório". Projetos Caderno de Paisagismo 52 PAISAGISMO Jardim para George Ellery Hale e o Hale Solar Laboratory (Construção, 1924; Jardim, 1928) Vinte e sete laranjeiras foram plantadas para delinear a unidade de entrada, o pátio auto, eo interior do jardim sul. Uma plataforma de lajes marca a entrada para o observatório, onde um baixo-relevo que retrata o faraó egípcio Akhenaton pelo escultor Lee Lawrie é acima da porta. Os raios do sol terminam no ankh, o símbolo da vida; o design é emprestado do túmulo real em Amarna, a cidade Akhenaten fundada para glorificar o seu culto do sol. Esta referência a Akhenaton celebra a devoção e paixão ao longo da vida de Hale para pesquisar sobre o sol. Projetos Caderno de Paisagismo 53 PAISAGISMO Jardim para George Ellery Hale e o Hale Solar Laboratory (Construção, 1924; Jardim, 1928) Embora tenha havido muitas mudanças para a paisagem, mais notavelmente a perda do jardim sul para subdivisão, tanto do projeto de Farrand ainda podem ser discernidos. A cebe de murta floresceu. Carvalhos nativos têm crescido em proporções gigantescas. Sobraram do projeto original algumas das laranjeiras em volta do pátio, Arbutus unedo ao lado da parede do edifício, a oeste, um par de nêsperas que ladeiam a entrada para o observatório, e um par de plátanos em ambos os lados do terraço em frente da entrada. Várias árvores de romã que revestem a calçada perto da rua também pode ser a inspiração de Farrand, uma vez que algumas das laranjeiras não conseguiram prosperar. Projetos Caderno de Paisagismo 54 PAISAGISMO Jardim para George Ellery Hale e o Hale Solar Laboratory (Construção, 1924; Jardim, 1928) Dumbarton Oaks é uma mansão em Washington, D.C. com famosos jardins, do século XIX, construída em estilo federal em Georgetown, um dos bairros da capital dos Estados Unidos. Actualmente alberga a Dumbarton Oaks Research Library and Collection, um centro académico de estudos bizantinos, pré-colombianos e de história do paisagismo. O centro publica a revista académica Dumbarton Oaks Papers. Projetos Caderno de Paisagismo 55 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Em Dumbarton Oaks existem cerca de quatro hectares de parque e jardins, desenhados de 1922- 1947 pela célebre arquitecta paisagista Beatrix Farrand em colaboração com Mildred Bliss. Os jardins são compostos por um conjunto de terraços construídos sobre uma colina na parte de trás da mansão. Incluem o Star Garden ("Jardim das Estrelas"), Green Garden ("Jardim Verde"), Beech Terrace ("Terraço das Faias"), Urn Terrace ("Terraço dos Jarrões"), o formal Rose Garden ("Roseiral"), Arbor Terrace ("Terraço do Caramanchão"), Fountain Terrace ("Terraço da Fonte"), Lover's Lane Pool ("O Lago da Alameda dos Amantes"), e Pebble Terrace ("Terraço dos Seixos"), bem como um Camellia Circle ("Círculo das Camélias"), Prunus Walk ("Alameda das Ameixeiras”), Cherry Hill ("Colina das Cerejeiras"), Crabapple Hill ("Colina das Macieiras"), Forsythia Hill ("Colina das Forsythia"), e Fairview Hill ("Colina da Belavista"). Projetos Caderno de Paisagismo 56 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Dumbarton Oaks Projetos Caderno de Paisagismo 57 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Projetos Caderno de Paisagismo 58 PAISAGISMO Dumbarton Oaks O carvalho negro domina este jardim e é a maior árvore de Dumbarton Oaks. Um memorial dedicado à amizade de Beatrix Farrand forma uma parte da balaustrada norte. Jardim Verde Caderno de Paisagismo 59 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Dumbarton Oaks É raro encontrar a Azálea Branca, utilizada numa variedade de maneiras dentro de um jardim. A estrela está completamente cercada por isso, cresceu sob a forma de uma cobertura baixa. Jardim da Estrela Caderno de Paisagismo 60 PAISAGISMO Dumbarton Oaks A instrução aqui prevista poda e replantio, revela atitude imensamente simpático de Beatrix Farrand em direção a proporção de arquitectura, e sua ânsia de enfatizar e complementar a fundação do edifício com um uso altamente controlado e sutil de forma vegetal. Terraço Norte Caderno de Paisagismo 61 PAISAGISMO Dumbarton Oaks As duas árvores de grande porte, agora o principal acento, não são Cedrus libani mas Cedrus deodara. O efeito é semelhante, mas não o mesmo. Beatrix Farrand considerado o primeiro para ser uma árvore mais imponente e mais sutil na cor. Terraço dos Cedros Caderno de Paisagismo 62 PAISAGISMO Dumbarton Oaks O plantio acima da fonte é agora composta por duas, simetricamente plantadas, weeping cherries. O esperado para ornamentação dos arcos, à maneira italiana de pedras coloridas em estuque, nunca se materializou. A inclinação entre o Terraço das Faias e da piscina é uma parte importante do plantio original, e de forma tão eficaz combina as mudanças de nível entre as duas unidades do jardim que o seu carácter distintivo raramente é notado. Piscina Caderno de Paisagismo 63 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Para o leste da piscina é uma área retangular cercada por muros cobertos com glicínias, originalmente concebido por Farrandser um campo de ténis. Começando em 1959, Ruth Havey e Mildred Bliss redesenhou o espaço em um jardim com seixos importados do México e ajustou-se em "padrões e cores distintas, à maneira italiana." Terraço dos Seixos Caderno de Paisagismo 64 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Desenhado por Farrand em 1920 existia a mais escura das faias Inglês, o terraço está rodeado por um tijolo e laje parede. O tamanho e a elevação do terraço foram escolhidos para acomodar o sistema radicular da faia e de perturbar o sistema de drenagem e de raiz tão pouco quanto possível. Mas apesar das medidas preventivas, a árvore diminuiu e foi removido em 1948 e substituído por um americano grandifolia verde. Terraço das faias Caderno de Paisagismo 65 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Este espaçoso terraço é um exemplo bem sucedido de como um jardim de rosas pode ser habilmente misturados dentro do esquema geral de jardim, de modo que sua forma de inverno é tão interessante quanto a sua cor de verão. A caixa de afiação das camas tem sido substituído por Bluestone. O efeito das rosas de arbusto e rosas de escalada na cama em frente do muro de contenção, indica a forte influência da obra de Gertrude Jekyll no de Beatrix Farrand. Rosas Caderno de Paisagismo 66 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Referindo-se à manutenção das piscinas, Beatrix Farrand revela sua filosofia sobre muitas partes do jardim: que eles devem ter o efeito de parecendo ser bem mais velho do que realmente são. Farrand descreveu o terraço das fontes como o jardim real das flores dos terraços que conduzem a leste da casa. Fonte Caderno de Paisagismo 67 PAISAGISMO Dumbarton Oaks A partir de leste do laranjal o lago dos amantes, a encosta cai cinquenta e cinco pés de elevação ao local de uma antiga lagoa natural. Farrand concebeu um anfiteatro de cerca de cinquenta lugares. Farrand projetou os colunas que cercam de pedra barrocas, conectados com treliça, a ser coberto por folha caduca e perene videiras. Lago dos amantes Caderno de Paisagismo 68 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Um estudo topográfico de 1935 da Dumbarton Oaks revela que uma imponente forma elíptica cercada domina este nível dos jardins. Quando a cobertura foi removido em 1958, a elipse foi completamente redesenhado por Alden Hopkins, arquiteto de paisagem, que ficou em conformidade com as recomendações estabelecidas. A Ellipse, desenhado por Farrand para ser "uma das partes mais calmas e mais pacíficos do jardim," era uma elipse central da grama cercado por um muro alto de Buxus sempervirens. No centro do oval grama, uma única fonte jato foi fixado no eixo com a Box Walk. Elipse Caderno de Paisagismo 69 PAISAGISMO Dumbarton Oaks Repertório Verde Forragem Caderno de Paisagismo 71 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Eragrostis curvula Nomes Populares: Capim-chorão, Barba-de-bode Família: Poaceae Categoria: Forrações ao Sol Pleno, Plantas Daninhas Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Tropical Origem: África, África do Sul Altura: 0.4 a 0.6 metros, 0.6 a 0.9 metros Luminosidade: Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene O capim-chorão é uma gramínea perene, rizomatosa, de folhagem bastante decorativa. Sua folhas são longas, lineares, curvas e muito nas, com cerca de 50 cm de comprimento e 4 cm de largura, e dão à touceira um aspecto bastante denso, como uma cabeleira verde. As inorescências surgem no verão e no outono acima da folhagem e são eretas, com ores pequenas e claras, sem importância ornamental. Devido à sua rusticidade e beleza, o capim-chorão torna-se uma excelente escolha para a formação de bordaduras, grupos irregulares ou maciços. De baixíssima manutenção, também presta-se como forração, principalmente em taludes, onde pode demonstrar sua grande capacidade de controlar a erosão. É muito cultivada também como pastagem, apresentando boa adaptabilidade mesmo quando suas folhas já estão maduras. Ainda dá um bom feno. Devem ser cultivados sob sol pleno, não sendo exigente quanto ao solo, no entanto prefere solos férteis, arenosos e bem drenáveis. As regas devem ser regulares até o perfeito estabelecimento da planta, após este período torna-se tolerante à seca. Também é tolerante ao frio e rebrota bem, mesmo após queimadas, roçadas ou partejos. Multiplica-se por sementes e por divisão das touceiras. Forragem Caderno de Paisagismo 72 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Pennisetum setaceum Nomes Populares: Capim-do-texas, Capim-chorão Família: Poaceae Categoria: Folhagens, Forrações ao Sol Pleno Clima: Continental, Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Tropical Origem: África, Ásia Altura: 0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros Luminosidade: Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene O capim-do-texas é uma gramínea de folhagem densa e inorescências muito ornamentais. As folhas são aladas e longas, podendo ser verdes, avermelhadas ou roxas de acordo com a cultivar. As ores são reunidas em inorescências cilíndricas, com aspecto de pluma, com cores que acompanham os tons da folhagem, sendo esbranquiçadas nas de folhas verdes e rosadas nas de folhas vermelhas e roxas. As variedades mais comuns em cultivo são a “Rubrum”, “Cupreum”, “Atrosanguineum”, “Purpureum” e “Eaton Canyon”, uma miniatura. Seu efeito paisagístico é muito especial, podendo ser cultivada em maciços, bordaduras ou em canteiros, assim como em vasos e jardineiras. É bastante indicada para jardins de pedras, e de baixa manutenção devido à sua rusticidade. Recomendado para o controle da erosão. É considerada uma planta de alto risco de invasão ambiental, tendo em seu histórico problemas ecológicos nos Estados Unidos, Havaí, Ilhas Fiji e Austrália, onde foi introduzida na maioria das vezes como planta ornamental. Atualmente há variedades estéreis em cultivo, com baixo poder invasivo, que só podem ser propagadas de forma vegetativa. Devem ser cultivadas a pleno sol, tolerando a meia-sombra. Adaptam-se a solos pobres, ácidos ou alcalinos, assim como secos ou úmidos. Rebrotam com vigora pós podas drásticas, geadas fortes e até queimadas. Multiplicam-se por divisão da touceira e por sementes nas variedades férteis. Forragem Caderno de Paisagismo 73 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE CAPIM PENA MEXICANO Forragem Caderno de Paisagismo 74 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE CAPIM RABO DE COELHO Árvore Caderno de Paisagismo 75 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Caesalpinia leiostachya Nomes Populares: Pau-ferro, Ibirá-Obi, Icainha, Imirá-Itá, Jacá, Jucá, Jucaína, Muiarobi, Muiré-itá, Pau-ferro-do-ceará Família: Fabaceae Categoria: Árvores, Árvores Ornamentais, Medicinal Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical Origem: América do Sul, Brasil Altura: acima de 12 metros Luminosidade: Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene O pau-ferro é um árvore perenifólia a semi-decídua, nativa da mata atlântica, ocorrendo do sudeste ao nordeste do Brasil, nas florestas pluviais de encosta atlântica (floresta ombrófila densa). A copa é arredondada e ampla, com cerca de 6 a 12 metros de diâmetro. O porte é imponente, atingindo de 20 a 30 metros de altura. O tronco apresenta 50 a 80 cm de diâmetro. Ele é claro, marmorizado, liso e descamante, o que lhe confere em efeito decorativo interessante. As folhas são compostas bipinadas, com folíolos elípticos de cor verde-escura. A oração ocorre no verão e outono. As ores são amarelas, pequenas, e de importância ornamental secundária. Os frutos são vagens duras que amadurecem no inverno. Parte dos frutos cai, enquanto que uma boa parte ainda permanece na planta, formando um banco de sementes aéreo. O pau-ferro é muito visado para o paisagismo por suas características ornamentais e de sombreamento. Apesar do porte, não possui raízes agressivas, o que é um fator importantede eleição para arborização urbana. Deve-se evitar, no entanto, oplantio em calçadas, sob ação elétrica, e em locais de transito intenso de pessoas e carros, pois os ramos tendem a quebrar e cair em tempestades, oferecendo perigo. Como o próprio nome já diz, o pau-ferro possui madeira dura, densa, durável e resistente, de excelente qualidade para a fabricação de violões e violinos, e para construção civil, na construção de vigas, esteios, caibros, etc. Seu crescimento é rápido, principalmente nos primeiros anos. Em recuperação de áreas degradadas, o pau-ferro também é uma excelente escolha, por crescer bem em áreas abertas. Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânicae irrigado regularmente no primeiro ano após o transplante das mudas. Multiplica-se por sementes, que devem ser escaricadas antes do plantio, para quebra de dormência.As sementeiras ou tubetes devem car sob meia-sombra e irrigados pela manhã e pela tarde. Emergem em 20 a 30 dias após o plantio. As mudas devem ser transplantadas para saquinhos maiores ou para o local denitivo quanto atingirem seis centímetros de altura. Árvore Caderno de Paisagismo 76 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Prunus serrulata Nomes Populares: Cerejeira-ornamental, Cerejeira, Cerejeira-branca, Cerejeira-do-japão, Cerejeira-japonesa, Cerejeira-ornamental- do-japão, Sakura Família: Rosaceae Categoria: Árvores, Árvores Ornamentais, Bonsai Clima: Mediterrâneo, Subtropical, Temperado Origem: Ásia, Japão Altura: 3.0 a 3.6 metros, 3.6 a 4.7 metros, 4.7 a 6.0 metros Luminosidade: Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene A cerejeira-ornamental é uma árvore decídua, de médio porte e oração decorativa, largamente utilizada no paisagismo. Seu tronco é cilíndrico, delgado, simples e curto, com casca rugosa, de cor marrom-acinzentada e lenticelas horizontais proeminentes. A árvore apresenta altura de 4 a 10 metros, com copa mais ou menos densa, em forma de vaso e 3 a 4 metros de diâmetro. As folhas são alternas, ovaladas, acuminadas, com margens serrilhadas e nervuras bem marcadas. Elas surgem com uma tonalidade bronzeada, se tornam verdes e mudam para o amarelo ou vermelho no outono, antes de cair. As ores desabrocham no m do inverno e primavera, unidas em grupos de duas a cinco em inorescências do tipo rácemo. Elas não têm perfume e podem ser simples ou dobradas, de cor branca ou em diversas tonalidades de rosa, de acordo com a cultivar. As cerejas surgem no verão atraindo muitos passarinhos. Elas são frutos do tipo drupa, com forma globosa a ovóide, casca brilhante, de cor vermelha escura a preta, polpa carnosa e adocicada, envolvendo uma única semente. As cultivares desta espécie raramente fruticam. A cerejeira-ornamental é uma árvore de beleza incomparável, que se modica a cada estação. O melhor efeito se obtém com a planta isolada, em destaque, mas também pode ser utilizada em renques, ao longo de alamedas ou em grupos, formando pequenos bosques. De baixa manutenção, praticamente não requer podas, necessitando apenas a remoção de ramos doentes, mal-formados e secos. É a árvore símbolo do Japão, onde anualmente atrai milhares de pessoas às praças e parques durante sua oração. Os frutos são comestíveis quando maduros e de suas ores se faz chá. Árvore Caderno de Paisagismo 77 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Eucalyptus deglupta Sinonímia: Eucalyptus naudiniana, Eucalyptus schlechteri, Eucalyptus multiora Nomes Populares: Eucalipto Arco-íris, Eucalipto-da-nova-guiné, Eucalipto- das-lipinas Família: Myrtaceae Categoria: Árvores, Árvores Ornamentais Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical Origem: Filipinas, Indonésia, Nova Guiné, Oceania Altura: acima de 12 metros Luminosidade: Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene O eucalipto arco-íris é uma árvore de grande porte, que se destaca pelo colorido espetacular do seu tronco. É o único representante do gênero dos eucaliptos que ocorre naturalmente no hemisfério norte, nas Ilhas da Nova Bretanha, Nova Guiné, Ceram, Celebes e Mindanau. No seu habitat pode atingir 75 metros de altura, com 240 centímetros de diâmetro de tronco; mas em cultivo geralmente permanece entre 20 a 30 metros de altura. O segredo por trás do colorido especial desta árvore está na forma como ela vai se descascando e revelando as partes coloridas. Inicialmente a casca na, lisa e marrom se despreende, e uma cor verde clara e vibrante aparece. Esta mancha de cor torna-se então sucessivamente verde escura, azulada, púrpura, laranja e por m vermelha. Acontece que o processo ocorre a todo momento, formando manchas coloridas em diferentes estágios. A impressão que se tem é de que a árvore foi misteriosamente pintada, tornando-se uma verdadeira obra de arte da natureza. No paisagismo, o eucalipto arco-íris é uma excelente escolha para formar alamedas em largos caminhos. Como seu belo tronco é apreciado de perto, não é muito interessante plantá-la em locais distantes dos locais de passagem. Ainda assim, há que se ter em mente a preocupação com o espaço requerido pela planta e sua proporção com relação a construções próximas. O ideal é utilizá-la em amplos jardins, assim como em praças e parques, distante de tubulações enterradas, muros, casas e ações. Seu crescimento é rápido e não exige muitos cuidados depois de bem estabelecida. Nas Filipinas é uma das principais árvores destinadas à produção de celulose para papel. Ao contrário de outras espécies de Eucalyptus, o eucalipto arco-íris não produz óleos aromáticos. Por ser uma espécie rústica e pioneira ela é utilizada com sucesso em áreas de reorestamento com solos pobres, arenosos ou de recente atividade vulcânica. Palmeira Caderno de Paisagismo 78 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Cyrtostachys renda Nomes Populares: Palmeira-laca, Palma-de-cera, Palmeira-de-cera, Palmeira-laca-vermelha, Palmeira-lacre, Palmeira-vermelha Família: Arecaceae Categoria: Palmeiras Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical Origem: Ásia, Bornéu, Ilhas da Sonda, Indonésia, Malásia, Oceania, Tailândia Altura: 6.0 a 9.0 metros, 9.0 a 12 metros Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene A palmeira-laca é uma planta tropical de grande efeito paisagístico, que chama a atenção pelo colorido vermelho vivo dos pecíolos e bainhas foliares. Ela apresenta múltiplos estipes (caules) verdes, anelados, lisos, entouceirados, com diâmetro de 5 a 7 centímetros e altura de até 6 metros cada, podendo chegar a 9 metros nas ilhas de onde é nativa. As folhas são pinadas, arqueadas, verdes, com cerca de 50 folíolos lineares, e pecíolos e bainhas de cor vermelha ou laranja, de acordo com a variedade. A inorescência é ramicada, e sua cor, inicialmente verde, vai gradativamente se tornando vermelha. Os frutos são do tipo drupa, oblongos e negros quando maduros. A palmeira-laca é perfeita para composições de paisagismo tropical. No jardim, ela pode ser utilizada isolada, como destaque, ou em grupos, como em maciços ou renques ao longo de caminhos e muros. O vermelho vibrante em contraste com o verde das folhas quebra a monotonia de verde que às vezes toma conta de jardins tropicais. Quando jovem, pode ser plantada em vasos, adornando varandas, pátios e mesmo em interiores bem iluminados. Também é indicada para jardins litorâneos, por tolerar a salinidade do solo. Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Planta tipicamente tropical, aprecia o calor e a umidade e é muito sensível ao frio. Em regiões com estações bem marcadas, a palmeira-laca pode ser conduzida em interiores e estufas durante o inverno e voltar para o jardim na primavera e verão. É capaz de tolerar encharcamentos, mas não resiste a estiagem. Multiplica-se por sementes, preferencialmente recém colhidas, e divisão das touceiras. As sementes germinam em um período que varia dois meses até um ano. Palmeira Caderno de Paisagismo79 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Archontophoenix cunninghamiana Nomes Populares: Palmeira-real, Palmeira-australiana, Palmeira-real-australiana, Palmeira-real-da-austrália, Palmeira-seafórtia, Seafórtia Família: Arecaceae Categoria: Palmeiras Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical Origem: Austrália, Oceania Altura: acima de 12 metros Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene A palmeira-real é uma espécie australiana bastante difundida no Brasil, principalmente por suas qualidades ornamentais. De porte elegante, seu estipe geralmente é único, anelado e alcança de 15 a 20 metros de altura e cerca de 20 cm de diâmetro. As folhas são pinadas, longas, com ráquis curvada e folíolos lanceolados, rígidos, acuminados e verdes. O palmito é longo e visível, recoberto pelas bainhas foliares, de cor verde clara. A inorescência surge logo abaixo do palmito e tem cerca de 1 m de comprimento. Ela é do tipo espádice, pendente, divida em numerosas espigas com ramicações fortes e uma espata esverdeada que se desprende da planta com o amadurecimento das ores. As ores são brancas a violáceas e atraem abelhas, principalmente arapuás. Os frutos são drupas esféricas e vermelhas, atrativas para os passarinhos. Esta palmeira é amplamente utilizada no paisagismo urbano nas grandes cidades brasileiras. Da mesma forma que outras palmeiras, a seafórtia confere uma beleza tropical a qualquer jardim ou parque, com a diferença de que cresce muito mais rápido se comparada a outras espécies. Pode ser utilizada isolada, em renques ou em grupos. Quando plantadas bem juntas em duplas ou trios, obtém-se um efeito interessante e escultural, pois as palmeiras cam ligeiramente curvas. Atualmente, esta palmeira vem sendo cultivada também para a produção de palmito, com excelente produtividade e qualidade. Devido à facilidade de propagação, pode tornar-se invasiva nos locais onde é introduzida. Deve ser cultivada preferencialmente sob meia-sombra quando jovem e sol pleno quando adulta. O solo deve ser fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente para um rápido desenvolvimento. Tolera qualquer tipo de solo. Essa palmeira gosta de calor e umidade das regiões litorâneas e tropicais, sendo uma boa opção para ornamentação na praia. É bastante rústica e resistente ao frio e geadas podendo ser conduzida em regiões serranas também. Entre as palmeiras, é uma espécie de baixa tolerância ao transplante quando adulta. O ideal é plantar mudas jovens. Multiplica-se por sementes. Palmeira Caderno de Paisagismo 80 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Wodyetia bifurcata Nomes Populares: Palmeira-rabo-de-raposa, Rabo-de-raposa Família: Arecaceae Categoria: Árvores, Palmeiras Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Tropical Origem: Austrália, Oceania Altura: 6.0 a 9.0 metros Luminosidade: Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene A palmeira-real é uma espécie australiana bastante difundida no Brasil, principalmente por A palmeira- rabo-de-raposa é uma bela espécie australiana, monóica, de origem restrita à pedregosa faixa de Melville, na região nordeste de Queensland. Foi descoberta em 1978, quando aborígenes apresentaram suas sementes aos botânicos que exploravam o local. Apresenta estipe único, cinzento, elegante, com diâmetro de cerca de 25 cm, anelado e em formato colunar ou de garrafa. Suas folhas são um espetáculo à parte e a peculiaridade que mais se destaca nesta palmeira. São grandes, verde-claras, arqueadas, pinadas e com numerosos folíolos que irradiam em todos os ângulos a partir da raque central. Assim, elas tem o aspecto plumoso de escova de garrafa, ou cauda de raposa, como o nome diz. Sua copa é composta por 8 a 10 folhas. Da base da copa, surgem as inorescências, com milhares de ores branco- creme. Os frutos que se seguem são elípticos, vermelhos quando maduros e com uma única e grande semente. É capaz de autofecundar-se, gerando sementes férteis.A palmeira-rabo-de-raposa é vedete dos jardins tropicais atuais. Muito procurada por sua beleza e rusticidade, ela pode ser conduzida isolada, como destaque, ou em renques e grupamentos. É interessante plantá-las em conjuntos unidos de duas ou três, assim o crescimento curvado torna-se bastante atrativo. Mesmo as mudas pequenas ainda podem ser plantadas sob sol pleno, ao contrário da maiorias das outras espécies de palmeiras. Também pode ser conduzida em vasos, quando jovem, embelezando pátios, varandas e até mesmo interiores bem iluminados, com pé direito alto. Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra, em solos drenáveis, enriquecidos com matéria orgânica e irrigados regularmente no período de crescimento. Após adulta, esta palmeira apresenta excelente resistência à estiagem. Por tolerar a maresia e ventos, é uma opção interessante para jardins no litoral. Resiste a geadas leves, mas não tolera frio intenso por período muito prolongado. Estimule o crescimento desta palmeira, fertilizando semestralmente e irrigando com frequência. Assim, ela é capaz de crescer de 60 a 90 centímetros ao ano. Ela é especialmente sensível à carência de potássio. Um cuidado especial deve ser tomado com os espécimes cultivados em vasos, pois o encharcamento por tempo prolongado provoca o rápido apodrecimento das raízes. Multiplica-se por sementes recém colhidas, despolpadas, escaricadas e postas a germinar em substrato arenoso, mantido úmido. Germina entre 2 meses e 1 ano após o plantio. Arbusto Caderno de Paisagismo 81 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nomes Populares: Buxinho, Árvore-da-caixa, Buxo Família: Buxaceae Categoria: Arbustos, Bonsai, Cercas Vivas Clima: Mediterrâneo, Subtropical, Temperado, Tropical Origem: Ásia, Europa, Mediterrâneo Altura: 1.8 a 2.4 metros Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno Ciclo de Vida: Perene O buxinho é uma planta arbusto e lenhosa, muito utilizada para a topiaria, por suas inúmeras qualidades. Sua folhagem verde escura é resistente e regenera-se bem das podas semestrais. Se você quer um autêntico jardim francês não pode dispensar o buxinho em cercas vivas, bordaduras e topiarias, porém deve ter paciência, pois seu crescimento é relativamente lento se comparado às outros arbustos. Com o tempo e boas podas de formação, torna-se bastante compacto e denso. Tem grande durabilidade e rusticidade com os cuidados básicos, exigindo pouca manutenção. Perfeito para compor desenhos, cercas e esculturas vivas, também é muito utilizado para Bonsai. Adapta-se muito bem ao cultivo em vasos. Devem ser sempre cultivados a pleno sol ou meia sombra, com solo fértil e regas regulares. Tolerante ao frio. Não tolera sombreamento por longo período, apresentando ramos mortos com áreas amareladas. Multiplica- se por estaquia. Arbusto Caderno de Paisagismo 82 PAISAGISMO REPERTÓRIO VERDE Nome Cientíco: Kochia scoparia Nomes Populares: Pinillo, Cypress verão, Pinito japonês, Falso Cypress Família: Chenopodiaceae Categoria: Arbusto Origem: Europa e Ásia Altura: 0.5 a 2 metros Luminosidade: Sol Pleno ou sombra parcial - É uma planta ornamental curiosa que se parece com um pequeno cipreste. - É cultivada como anual. - Folhas lanceoladas, inteiras, sésseis, trinervadas, 3-4 cm de comprimento. - Folhas verdes Vivido, no nal do verão se transforma em laranja, tons de vermelho ou roxo. - Flores bege dispostas em panículas piramidais. Floração não decorativo. - Flores no verão, frutos no outono. - Plantada em grupos ou em leiras, é notável por sua compacidade, folhagem verde claro e avermelhado - Luz: pleno sol ou sombra parcial. - Resistente a altas Temperaturas no verão, mas requer cuidados para evitar a geada muito fortes. - Serve para todos os tipos de solo, incluindo areia e salina. - Solo bem drenado. - Irrigação: regular para atingir bom tamanho. - Trellising se necessário. - Multiplicação: Sementes. - Época de plantio: Tarde de inverno-primavera. - Germina a 18-20 ° C -
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