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Materia - Linguagem Jurídica

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Matéria Valdeciliana
LINGUAGEM: NUANÇAS TÉCNICAS 
A linguagem se constitui em um sistema de signos que é empregado para estabelecer a comunicação. Além disso, a linguagem é peculiar do ser humano, pois é a faculdade que tem o homem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais chamado língua.
A linguagem manifesta-se exteriormente por meio da fala e pode evocar para sua manifestação outros elementos que contribuam para sua significação, tais como – os gestos, a entonação, etc.
Deste modo há dois tipos de linguagem, a linguagem verbal e a linguagem não verbal. A primeira manifesta-se nas modalidades escrita e oral e segue determinadas convenções que tornam o processo de compreensão mais acessível. Já a segunda, não é convencional e não existe uma modalidade específica na qual possa se enquadrar.
A linguagem verbal manifesta-se de duas formas, oralmente e escrita. A primeira pode ocorrer por meio da fala, tem um caráter mais eclético, pois permite que outros elementos estejam presentes para auxiliar o processo de comunicação, como gestos entonação, etc. Além disso, ela é mais envolvente, pois permite que se atinja um grupo maior de pessoas.
A linguagem escrita tem um caráter perene e tem mais prestígio social. Ela estabelece um distanciamento, pois elege as pessoas, os alfabetizados. É monolocutiva, visto que não obtém do outro reação em relação ao que está sendo dito. Está pautada na norma padrão, por isso não faz uso de marcadores conversacionais e evita as repetições.
Na linguagem escrita é possível apagar e corrigir o que está posto, por causa disso tem caráter mais formal. Recorre à pontuação e a outros recursos para denotar expressividade. Tem um caráter perene e é mais precisa, pois permite que a pessoa, ao produzir o texto, pondere acerca do que se está falando. 
LÍNGUA
A língua é um sistema de signos e de combinações que permite que os falantes se comuniquem. Possui um caráter particular e é uma instituição social que pertence a uma comunidade. A língua portuguesa está pautada em uma norma, que estabelece regras convencionadas para assegurar certa homogeneidade à língua, por isso ela é sistemática, tem certa regularidade e é coletiva.
A linguagem escrita não é tão espontânea quanto à falada. Diante do papel, que tem um caráter perene, o emissor de uma mensagem sempre pensa duas vezes antes de escrever, principalmente porque não possui outros recursos da expressão oral.
A linguagem escrita se apresenta “mutilada” em confronto com a linguagem oral. A linguagem escrita tem que ser mais trabalhada, porque seus elementos ficam encarregados de transmitir clareza, expressão e atração que na fala se distribuem de outra maneira.
Esses encargos de clareza, expressão e atração requerem do escritor de um texto um trabalho de artífice, pois a palavra tem que ser trabalhada, polida para que haja harmonia entre as ideias apresentadas num texto. 
NORMA
A norma visa refletir a estrutura de uma língua, portanto não privilegia o aspecto funcional, mas o aspecto formal. A atividade comunicativa, para ser feita, requer que o falante tenha bom desempenho em três domínios do saber, sendo eles: saber elocutivo, saber idiomático e saber expressivo.
O saber elocutivo remete ao saber falar em geral, refere-se ao conhecimento de mundo que o falante possui e que é algo anterior ao ato da fala. O saber idiomático consiste em saber uma língua na qual se expressa, neste tipo de saber reside a importância da norma como elemento orientador para o processo de expressão e de compreensão de uma dada língua. Já o saber expressivo aborda o saber para se elaborar um discurso.
PLANOS DA LINGUAGEM
• Universal: apresenta-se como prática comum a qualquer ser humano normal. Trata-se do plano de falar em geral. Remete à capacidade de falar. O plano universal abrange tudo aquilo que faz parte de todo falar, não importando em que língua.
• Histórico: refere-se ao plano da língua concreta, pois o ser humano faz isso por meio de uma dada língua – falar inglês, falar espanhol, falar português, etc. Este é o plano da língua concreta determinada.
• Individual: remete à produção individual e singular da fala de certo individuo, numa dada circunstância.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
A linguagem verbal tem como objetivo a comunicação entre os homens. Esta linguagem varia de acordo com a necessidade que se apresenta aos seus usuários em cada situação vivida por eles.
CULTA
É usada em situações mais formais que pedem um cuidado maior com a língua, como uma entrevista de emprego, uma apresentação de trabalho científico, uma apresentação de um projeto para a diretoria de uma empresa, a produção de um artigo científico, a elaboração de uma peça processual. Neste nível, a gramática normativa é necessariamente observada.
O emissor não visa dificultar a compreensão por parte do receptor, muito pelo contrário, o respeito à norma padrão é uma forma de uniformidade da comunicação nacional, para que haja melhor compreensão. Não é obrigatória a utilização de um vocabulário arcaico ou não visual. O fundamental é a utilização da norma gramatical vigente em nosso país.
COLOQUIAL
Emprega em situações informais, em que os usuários da língua estão mais à vontade, sem se preocupar com o rigor gramatical. Entretanto cabe ressaltar que as normas gramaticais mais básicas estão presentes, como as de concordância, por exemplo.
Manifesta-se na fala de pessoas com nível médio de escolaridade, que têm o habito da leitura. Na escrita, ocorre quando se produz um bilhete ou se produz um rascunho de um trabalho. A preocupação, nestes casos, é muito mais com o conteúdo do que com a forma.
VULGAR OU POPULAR
Também utilizada em situações informais, no entanto é desprovida de conhecimento sobre algumas normas básicas que regem a língua, como a de concordância verbal. É a fala daqueles que tiveram pouco acesso à escola e não têm o habito de leitura, logo escrevem como pronunciam as palavras. 
REGIONAL
Marcada por um vocabulário específico de uma determinada região do país, traz consigo traços peculiares, principalmente na área da pronúncia e do significado das palavras. Transgressão da norma gramatical só ocorrerá se o falante não tiver tido acesso à escola.
TÉCNICA OU GRUPAL
Praticada em meios profissionais. Neste caso o vocabulário específico empregado é necessário para diferenciar o grupo social a que estes falantes pertencem.
O uso de termos técnicos deve ser feito apenas quando for necessário, além do mais, não se devem confundir termos rebuscados com linguagem técnica.
Esta modalidade também tem sua razão de ser, quando utilizada em meios próprios e desde que estabeleça uma efetiva comunicação. Se for empregada em uma situação em que os falantes desconhecem o vocabulário empregado, não haverá comunicação efetiva, pois eles entenderão a estrutura da língua, mas não o que a pessoa quer comunicar. O uso de termos técnicos dever ser feito apenas quando for necessário, além do mais, não se deve confundir termos rebuscados com linguagem técnica.
LITERÁRIA
Praticada em meios culturais, em que há uma preocupação não apenas com o conteúdo do que se quer passar, mas também com a forma. Não há aqui uma preocupação com a norma ou com os vocabulários específicos, a comunicação vai se preocupar com a busca da expressão que produz sentimentos, sensações, emoções. Neste caso, a escrita é arte. 
Na modalidade oral, está presente na boca de repentistas, na modalidade escrita, pode ser encontrada na pena de grandes escritores.
O DISCURSO JURÍDICO E SUAS IMPLICAÇÕES
O universo discursivo é o conjunto dos discursos que interagem em uma dada conjuntura do qual é possível recortar os diversos campos discursivos, nos quais existem as formações discursivas que se encontram em relação de concorrência.
O domínio discursivo jurídico, religioso, político, entre outros domínios discursivos se constituem em espaços discursivos próprios que possuem traços peculiares, mas que interagem.DO DISCURSO AO TEXTO
O discurso é uma organização situada para além da frase. Isso não significa dizer que o discurso tem dimensão maior que uma frase, mas que o discurso, enquanto unidade transfrástica, está submetido a regras de organização vigentes em um grupo social determinado.
O discurso é orientado, porque sua construção é pautada em intenções e, provavelmente, se dirige a um lugar. O discurso é uma forma de ação, visto que o ato de falar equivale a uma forma de ação sobre o outro.
O discurso é interativo, isto é, a atividade verbal corresponde a uma interatividade entre dois parceiros, cuja marca nos enunciados encontra-se no binômio EU-VOCÊ da troca verbal. O discurso é contextualizado, pois na há discurso que não o seja e é também assumido por um sujeito, haja vista que este sujeito se coloca como fonte de referências pessoais, temporais e espaciais.
DISCURSO JURÍDICO
O discurso jurídico é essencialmente verbal. O discurso é parte fundamental da estrutura e das práticas jurídicas. Direito e linguagem convivem, uma vez que aquele depende desta como forma de manifestação. 
A esfera jurídica, manifestada textualmente, constitui uma instância discursiva autônoma, que é capaz de produzir suas próprias exigências e de influenciar outras instâncias que a cercam.
É pelo potencial transformador de situações reais que se pode identificar o discurso jurídico. Como o discurso jurídico é produzido no seio da sociedade, tal discurso não é descontextualizado. O discurso jurídico está inserido em um conjunto de sistemas que envolvem uma dinâmica de trocas lingüísticas.
 O discurso jurídico interage com outras esferas do discurso. Este intercâmbio confere à discursividade jurídica um caráter eclético, não só restrito ao campo da norma.
 O discurso jurídico é o espaço da argumentação, do convencimento e até da retórica, visto que a finalidade de toda argumentação é provocar ou aumentar a adesão das pessoas às teses apresentadas.
RELAÇÃO DIALÓGICA NO TEXTO JURÍDICO:
• Pensar em relação dialógica é pensar em na possibilidade de um diálogo que pressupõe, no mínimo, dois – seres, instituições, textos, entre outras possibilidades. Assim o diálogo é a forma mais natural da linguagem.
• O discurso é sempre plural – resultado de influências.
• Não se está só nem na concepção, nem na produção.
• A construção de sentidos é uma via de mão dupla.
- Sujeitos do discurso são co-responsáveis.
• Relação dual:
→ Concepção – intertextualidade (eu e meus discursos).
→ Produção – dialogismo (eu e os outros)
• A voz que se enuncia mescla-se com outras vozes num processo de interação discursiva.
DIALOGISMO
• Eu relaciona-se com tu – processo de interação.
• Troca de palavras – forma mais natural da linguagem.
• No sentido amplo, não é apenas a “... comunicação em voz alta, de pessoas colocadas face a face, mas toda comunicação verbal visual ou gestual, de qualquer tipo que seja”.
• Pressupõe a existência de relações que todo enunciado mantém com enunciados produzidos anteriormente e com aqueles que ainda serão produzidos.
• Geralmente, parágrafos de 6 a 8 linhas marcam um texto dialógico, pois são considerados parágrafos normais em tamanho. Mas quando se tem um parágrafo de 10 ou mais linhas, gera-se um texto extenso e cansativo, no qual o interlocutor tem dificuldade de entender o que se pretende ser transmitido.
DIALOGISMO MARCADO
• O locutor conversa com o interlocutor esperando deste um posicionamento, uma resposta, uma concordância, entre outras possibilidades, a essa conversa dá-se o nome de dialogismo marcado.
• Essa comunicação existente entre o locutor e o interlocutor se dá através de algum termo, de alguma expressão (interjeição, vocativo, perguntas, entre outras realizações) ou mesmo do uso do plural da modéstia em que se inclui o outro no discurso produzido como se ele fosse parte do mesmo.
DIALOGISMO NÃO MARCADO
• Uma construção dialógica instaurada apenas pela clareza e pela objetividade do discurso, o que já é suficiente para que haja um processo interlocutório entre o locutor e o interlocutor. Apenas pelo fato do texto ter clareza, objetividade e envolver seres que estejam dentro da mesma esfera comunicativa, é possível perceber o caráter interlocutivo. Nessa situação, a estrutura dialógica que provoca o interlocutor, apenas idealiza um destinatário e projeta um texto que possa alcançá-lo. A esta relação dialógica, denominamos de dialogismo não marcado.
INTERTEXTUALIDADE
• Ao produzirmos um texto atualmente, fica fácil observar vários traços de outros textos que acabamos por inserir no nosso discurso. Bem normal aparecer vestígios de discursos de nossas vidas. Essa relação entre nós e os outros textos é denominada de intertextualidade.
• Julia Kristeva assegura que “todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de outro texto”
• O conhecimento de um texto está ligado ao conhecimento de outros que podem se manifestar de formas distintas.
Intertextualidade implícita: se dá quando não há referência expressa da fonte e compete ao interlocutor recuperar na memória a fonte de onde surge, para existir a construção do sentido. Está presente desde a semelhança na forma estrutural de algum texto, até nas alusões, paródias, ironias e alguns tipos de paráfrases.
Intertextualidade explícita: se dá quando há referência à fonte de onde foi retirada tal ideia, cuja apresentação pode ser literal (citação literal) ou parafraseada (citação indireta). Independente da forma, a presença de outro discurso é bastante nítida. 
COESÃO REFERENCIAL
Este tipo de coesão envolve itens presentes na superfície do texto que não podem ser interpretados isoladamente, mas remetem a outros elementos que estão no discurso e são necessários à compreensão textual. Manifesta-se através da retomada de algum termo ou da substituição de um elemento por outro com o qual mantenha uma relação semântica intrínseca (própria). 
COESÃO SEQUENCIAL
O texto não sobrevive apenas de retomadas, há um processo constante de progressão das ideias que se quer veicular. Para tanto, deve ter presente a necessidade de encadear as ideias, as frases, os parágrafos, enfim é preciso que o texto tenha um encadeamento adequado.
Quando acrescentamos novas informações, não precisamos, obrigatoriamente, retomar o que foi dito. Entretanto, é fundamental que utilizemos elementos ou expressões que permitam a progressão do fluxo de informação.
Tais elementos ou expressões sempre manifestam entre os enunciados uma relação semântica, por causa disso não são termos vazios. O uso inadequado de articuladores textuais pode criar um paradoxo semântico.
Podemos assegurar que os articuladores textuais manifestam uma relação coesiva distinta entre os enunciados que une. Neste sentido, os articuladores podem ser divididos em três grandes classes: articuladores de conteúdo proposicional, articuladores enunciativos e articuladores meta-enunciativos.
ARTICULADORES ENUNCIATIVOS
Os articuladores enunciativos são aqueles que encadeiam atos de fala distintos, introduzindo entre os mesmos relações lógico-semânticas. Alguns exemplos desse tipo de relação são: adição, conclusão, contraste, proporção, causa ou explicação, condição, conseqüência, conformidade, finalidade e alternância.
ARTICULADORES META-ENUNCIATIVOS
Os articuladores meta-enunciativos tecem algum tipo de comentário acerca da enunciação, influenciando o outro a quem o texto se dirige. Tais operadores têm a função de transição, por isso possuem traços semânticos distintos. São exemplos de articuladores meta-enunciativos: delimitadores de domínio, organizadores textuais, modalizadores epistêmicos, articuladores de comentário, introdutores de discurso, marcadores conversacionais, articuladores temporais, introdutores de tópicos, articuladores de caráter deôntico, entre outros. 
O signo lingüístico
O signo é algo que aponta para fora de si mesmo, que não é coisa em si,mas uma espécie de representante de algo. Para cumprir essa função de representante de algo, o signo se compõe de duas partes, significantes e significados. Significante diz respeito à forma que o signo se materializa (que pode ser sonora, visual, olfativa, entre outras) e o significado refere-se à imagem mental que se forma a partir deste significante e que é convencional.
Existem vários tipos de signos. Uma primeira divisão contempla os naturais e os artificiais. Nos naturais, não há alguém que comunique algo a outrem, ou seja, há uma indicação de algo, mas não alguém que queira passar uma mensagem. Um bom exemplo de signo natural é uma nuvem muito escura que se aproxima. Todos que a vêem entendem que haverá muita chuva. Assim se da um signo natural, isto é, da natureza.
Os signos artificiais são aqueles produzidos pelo homem, isto é, há uma origem produtora de sinal. Eles se subdividem em lingüísticos, que são os signos verbais, e os não-lingüísticos, que são objetos materiais que representam noções abstratas, como a cruz para representar o cristianismo, a bandeira branca pra representar a paz, entre outros objetos materiais.
Os signos lingüísticos são um meta-signo universal, isto é, por causa dele, todos os outros signos podem ser traduzidos. Este é o tipo de signo aplicado aos textos falados e escritos. Um bom exemplo de signo lingüístico é o termo direito, que aponta para fora de si, que possui um significante e diversos significados. Daí advém a dificuldade de se definir o termo “direito”. Nem sempre as definições atribuídas ao termo “direito” corresponderão ao uso que tal palavra terá num contexto específico. Quando uma palavra tem diversos significados, dizemos que ela é polissêmica. Os signos podem se manifestar de forma denotativa e de forma conotativa na linguagem.
O signo em foco: significado x significação:
Significado remete à possibilidade de formação da imagem na mente de um indivíduo, por isso o signo é o resultado de uma serie de configurações mentais que já estão postas em uma determinada sociedade. Trata-se de uma relação direta entre o signo e o seu referente, pautando-se no código estabelecido pela língua.
Significação está relacionada às condições de uso de determinado signo num contexto específico, com características próprias. A significação estabelece uma dimensão para além do conceito, portanto maior do que já está posto. Ela se constrói a medida que o ato de fala se desenvolve num dado discurso.
Significação envolve dois aspectos: sentido e referência. Significação é mais ampla, visto que não se restringe só ao sentido, mas também abarca o processo de referenciação contextual dentro do discurso. A referenciação se dá no processo de interação discursiva, a qual envolve as circunstâncias sociais, históricas, culturais, políticas, econômicas do mundo real ou até mesmo do mundo imaginário.
Devemos ver o signo sob a égide – significante + significado + significação, ou seja, é preciso não só conhecer o sentido da palavra e da expressão, mas também é necessário verificar o contexto em que o discurso esta inserido.
Quando se pensa em vocabulário jurídico, não basta conhecer o significado. É preciso saber a significação. Em virtude disso, existem com bastante freqüência, problemas de clareza. E para que haja uma clareza, faz-se necessário haver precisão dos termos e das expressões a serem utilizadas.
Furto: segundo artigo 155 do Código Penal corresponde ao ato ilícito de “subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”.
Roubo: segundo artigo 157 do Código Penal corresponde ao ato de “subtrair, para si ou para outrem, coisa móvel alheia mediante grave ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. 
Ambigüidade corresponde à capacidade que determinado signo tem, ao comportar vários significados, de produzir na interlocutora confusão devido ao fato de não se poder precisar, no contexto em questão, apenas um significado para o termo, como na frase: “O policial levou o menino para sua casa”, na qual não se sabe de quem é casa em questão, se é do menino ou do policial. Vagueza é muitas vezes considerada como geradora da ambigüidade, classificada como a impossibilidade de se precisar o alcance do sentido. É o que acontece quando alguém diz que dirigia com excesso de velocidade em determinada estrada. Porém, o que venha a ser excesso de velocidade de fato, 90 km/hora, 100 km/hora ou 140 km/hora? É necessário precisar, ou seja, determinar o que é excesso de velocidade, por que é excesso para uns pode não ser para outros.
O signo se concretiza com o uso em dadas circunstâncias. Num dado momento vago, pois podemos empregar um signo na sua materialidade denotativa e não conseguimos ter clareza no que proferimos e empregamos o mesmo signo numa materialidade conotativa e atingimos o objetivo comunicacional da clareza. O emprego do signo lingüístico no âmbito jurídico requer do profissional do direito um cuidado maior com a linguagem jurídica empregada, visto que o descuido com a mesma pode conduzir a um afastamento dos cidadãos dos “seus direitos”.
O papel do ícone 
A relação existente entre ícone e objeto é o fato de serem parecidos, por isso é a similaridade ou semelhança em alguns que torna um signo em um ícone, e não a igualdade. O valor do ícone está na possibilidade de ele exibir traços de um estado de coisas consideradas como se elas fossem puramente imaginárias. Ícone é requisitado para o raciocínio, pois tem a capacidade de ativar na mente da pessoa que ouve ou lê uma rede de relações cujas qualidades são similares àquelas que a pessoa tem em seu conhecimento.
 As manifestações da iconicidade
O papel do outro como um leitor/co-enunciador é fundamental para se perceber a iconicidade no texto, pois, caso este leitor não tenha condições de percorrer as trilhas do texto que são postas pelo autor/enunciador, a compreensão resta prejudicada, visto que o objetivo primeiro de todo texto – que é comunicar – não será atingido.
Os níveis de iconicidade
Assim, a iconicidade está relacionada diretamente com a habilidade que o autor do texto possui em trabalhar adequadamente o código, já que ele pode produzir um texto de alta e de baixa iconicidade. Haja vista que a baixa iconicidade utiliza construções mais complexas com elementos que requeiram um conhecimento acentuado do leitor/co-enunciador, enquanto a alta iconicidade é capaz de atingir qualquer um que possua determinado conhecimento de língua, bem como dos fatos do mundo no qual está inserido.
A iconicidade da língua será baixa se considerarmos apenas seu potencial de representar o mundo por meio de imagens, haja vista que, se virmos somente a substância, teríamos apenas as palavras onomatopaicas.
As construções de iconicidade verbal possuem uma base no mundo extra-linguístico acústico ou visual. Esse modo de referência da língua é caracterizado como uma referência exofórica – recorre-se a um conhecimento externo ao texto. A partir da nossa concepção de mundo, conseguimos imprimir lógica ás imagens aos textos e a todas as informações que queiram nos transmitir. Todavia, às vezes, a ausência desse conhecimento prejudica o processo de depreensão dos sentidos.
Portanto, a iconicidade pode ser um signo orientador ou desorientador, dependendo apenas da intenção do autor/co-enunciador. A iconicidade atravessa as capacidades cognitivas do leitor, provocando no mesmo uma reação.

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