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HISTÓRIA 1 CORRETO

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RESPOSTA 1: O texto de Gervácio Aranha aborda sobre o pensar a ideia de modernidade nos centros urbanos levando em conta os símbolos que estavam atrelados ao pensamento de avanço tecnológico e social, a exemplo do telegrafo, o telefone, o trem, itens de higiene pessoal.
O autor aponta que cidades que mantinham um maior contato com os símbolos que estavam ligados a ideia de modernidade eram conhecidas como cidades modernas. O conceito de modernidade nas cidades brasileiras difere do mesmo conceito nas cidades mundialmente conhecidas como modernas na mesma época, a exemplo de Londres e Paris, a estas se atrelava também a ideia de cidades preenchidas por multidões apressadas, diferente das cidades brasileiras da época consideradas modernas apenas por seus símbolos atrelados a ideia de modernidade. 
O conceito de cidade moderna aparece a exemplo de Londres e Paris, como uma “concentração colossal” repleta de multidões apressadas e quanto maior o número de pessoas em um determinado espaço urbano, mais fortes aparecem as características da indiferença e do individualismo. 
O trem acelerava o recebimento das cargas assim como das notícias via jornal, esta que consequentemente agia de modo sociabilizador, pois em lugares como barzinhos ou barbearias acabava por reunir pessoas que discutiam tais novidades e notícias acerca do mundo. 
Apesar da existência do trem que acelerava o processo de entrega em dias, ainda eram muito presentes na Parahyba do Norte, os estafetas, que faziam a entrega de jornais pelos arredores das cidades, mas que em comparação aos trens demoravam muito mais para realizar essas tarefas e não podiam levar grandes cargas de jornais, devido ao peso da mesma. 
Eram inúmeras as vantagens do trem, as cidades que eram privilegiadas por sua passagem podiam receber as notícias diariamente, diferente de outras localidades pelas quais os trens não passavam, nestas as notícias chegavam com mais de um mês de atraso. Era comum a venda de jornais dentro dos trens, o que acabava por mostrar como se dava a rotina diária e os hábitos da sociedade por onde o trem passava. 
As notícias eram levadas rapidamente até onde ia o limite da linha do trem e as cidades que estavam na rota do trem tinham o privilégio de receber além dos jornais e revistas comuns, também receber as noticias diárias. 
... não devemos falar em modernidade, mas modernidades, pois sua visualização ocorre em diversos setores, não havendo uma homogeneização em seu uso, pois, Podemos tratar da modernidade como representação do progresso científico, numa visão linear e cumulativa bastante próxima ao positivismo; a modernidade como a era do maquinismo e da tecnologia, responsáveis por novas experiências sensoriais e perspectivas, atreladas, muitas vezes, à conquista da velocidade e a modernidade como estilo de vida cosmopolita e metropolitano, teatralizado na obrigatória familiaridade com requintado hábitos de consumo e de lazer dos maiores centros urbanos. Mesmo as pessoas que não sabiam ler folheavam os jornais e revistas tanto no trem quanto nas estações e praças criava-se o hábito de ler notícias sobre o mundo, ser moderno era manter-se informado. O trem criou sociabilidades, encurtava distancias e levava informações.
 A respeito disso Gervácio Batista Aranha faz o seguinte comentário: Os trens que aportam nessas estações – trazendo ou levando pessoas e objetos, além de boas e más notícias, ou simplesmente notícias, não esquecendo de sonhos a realizar ou desfeitos – tornam-se canais de por meio dos quais estas estações se constituem enquanto espaços de intensa sociabilidade, convergindo para elas praticamente todos os interesses da coletividade em seus laços com o mundo exterior, sejam econômicos, políticos, afetivos etc.
	Assim como o trem, o telegrafo também provocou impacto: encurtava distancias e tornava possível a comunicação sem estar presente fisicamente; impacto semelhante causou o telefone, poder ouvir a voz do outro sem vê-lo. Entretanto, Gervácio Batista Aranha nos aponta que o telefone foi criticado por algumas famílias, pois alegavam que através do telefone as moças planejavam fugas, pessoas passavam “trotes” desafiando quem estava do outro lado.
	Diferentemente do texto de Gervácio Batista onde a ideia da modernidade se dá de forma pacífica e bonita, o texto de Alves nos mostra o panorama da cidade da Parahyba do Norte onde 90% das casas eram de palha e pertencentes às camadas mais pobres da sociedade e que a precariedade dessas condições não estava de acordo com os critérios de higiene, enquanto as casas da elite eram arejadas e de tijolo com telha e estavam em contradição com o processo de modernização, de modo que as classes pobres eram repelidas do núcleo mais central da Cidade Alta e construíam suas casas em locais mais longínquos, onde nem viam sinal de modernidade alguma.
 	Os melhoramentos urbanos realizados na cidade da Parahyba do Norte aconteceram em meio a contradições sociais e financeiras. Sobretudo, se levarmos em consideração que os cofres públicos não contavam com a arrecadação suficiente para financiar as reformas que a cidade necessitava. Além de mostrar-se excludente ao direcionar as ações para o beneficiamento de uma parcela muito restrita da população, especificamente os habitantes das áreas em que residiam os mentores do projeto modernizador.
	As habitações precárias na cidade da Parahyba do Norte só passaram a ser consideradas um problema pelas autoridades no fim do século 19 e início do século 20 depois de epidemias terem se alastrado pela cidade. De modo que, o poder público passou a querer um controle sanitário das habitações, instituiu legislação e códigos de posturas, além de participar diretamente em obras de saneamento e urbanização e implementação de rede de esgoto.
	Os médicos higienistas que estavam à frente da Repartição de Higiene Pública recomendavam a demolição de casebres insalubres, como meio para manter o estado sanitário saudável da cidade.
Os becos foram os principais alvos das medidas sanitárias por serem considerados focos de doenças, sujeira e promiscuidade, aspectos que contrariavam os ideais modernos de salubridade e higiene e corrompiam os princípios morais das famílias, representando um entrave para a conquista da modernização.
	O texto de Severino Cabral Filho aponta que em Campina Grande o processo de modernização obedeceu a outros ritmos, diferente dos da metrópole, como seria o caso da Parayba do Norte do texto de Alves.
	Em Campina Grande ao mesmo tempo que os caminhões e automóveis tomavam as ruas, estes disputavam espaço também com animais de carga e pedestres.
Pra o autor as experiências de modernidade e modernização campinenses vinculam-se à uma concepção de modernidade multifacetada.
	No início do século vinte Campina Grande já contava com telégrafo, transporte ferroviário e telefone; e nos anos seguintes se deram os melhoramentos para otimização do beneficiamento do algodão, construção de escola pública, colocação de meio fio de pedra nas ruas do centro da cidade. Fundaram-se centros esportivos, dançantes e o cinema, e posteriormente em 1937 inaugurou-se um serviço de telefonia automática.
 	Para o autor, em Campina Grande a convivência do moderno com a tradição já estava no cotidiano da cidade.
RESPOSTA 2 - A produção das narrativas relacionadas à Revolução de 30, na Paraíba é bastante singular. Na Paraíba a recepção da chegada da República em 1889, divide opiniões com relação ao envolvimento do estado no processo de participação direta do movimento republicano. No texto de Eliete Gurjão se analisa a estrutura de poder no Estado da Paraíba no período 1889-1945, enfatizando a configuração oligárquica e os mecanismos de sua preservação e redifinição.
A República na Paraíba, como nos indica Gurjão, favoreceu ao desenvolvimento do mandonismo local exercido pela elite agrária que fortaleceu sua dominação e seu poder com o título de “Coronel”, expressando poder de mando, de guarda, de força política e econômica, e de dominação da terra e dequem dela sobrevive e vive. Fortalece, portanto, no plano da sociabilidade os laços de compadrio que chancelam o poder econômico instituído. No plano político evidenciamos a parentela que se tornará, na máquina estatal em formação, um recurso de manutenção do status político de perpetuação do poder e da formação da tradição política de revezamento familiar no domínio da “coisa pública”. A República vem com a ideia de poder do povo, e no caso brasileiro, na Primeira República (1889-1930), se evidencia, sobremaneira, a apropriação da autocracia agrária dessa instância de poder. A prática exercida a partir dos laços de autoridade do poder local dos coronéis se evidencia na capacidade de angariar eleitores a partir do “voto de cabresto” ou do “curral eleitoral” que era garantido pelo coronel em seus jogos políticos como forma de demonstração de seu poder.
Esboçadas as condições mais gerais que presidiram o sistema oligárquico-coronelístico no Nordeste, toma o período 1889/1930 para estudar como ocorre a consolidação e a crise do poder oligárquico na Paraíba. Faz, para tanto uma análise comparativa entre as mudanças econômicas que se efetuaram neste período e a renovação do poder as tradicionais oligarquias, enquanto explicita, ao mesmo tempo, a dinâmica dos movimentos sociais nesta fase de apogeu do coronelismo e da dominação oligárquica.
Em 1928 quando assumiu o governo do Estado, João Pessoa uma política de reformulação do coronelismo oligárquico. A esse respeito, João Pessoa tentava depurar o coronelismo impondo-lhe a tutela estatal e queria que o Estado fosse independente comercialmente do Recife.
No exercício do governo, Pessoa revelou-se rápido e inflexível.. Desarmaram-se os proprietários e caminhões carregados de armas começaram a fazer o percurso entre pontos críticos do interior e a capital. Promotores de justiça comprometidos com o coronelato foram demitidos e Juízes de Direito postos em avulsão. A polícia foi reformulada, subordinando-se à Presidência do Estado. Jovens bacharéis foram nomeados para as delegacias de polícia, à margem de qualquer interferência política. Os prefeitos municipais, escolhidos pelo Presidente do Estado, passaram a dispor de mandato de quatro anos, proibida a recondução. Eleições para os conselhos municipais realizaram-se a trinta e um de dezembro de 1928 e onde a oposição triunfou, como em Sousa e teve boa votação na capital, não só seus mandatos foram respeitados como o governo dela se aproximou. Uma terceira força, o Partido Democrata de tendências urbanas e reformistas, principiou a adquirir espaço.
As reformas de João Pessoa voltavam-se contra o epitacismo que formalmente, constituía sua base de sustentação. Ocorre que não poderia deixar de ser assim. Os epitacistas encontravam-se no poder há treze anos e pactuavam com os desacertos que infelicitavam a Paraíba. Da Europa, preocupado, Epitácio escreveu, recomendando cautela. Populista, o sobrinho reformulou seus apoios, ligando-se diretamente a grupos urbanos de comerciantes, mulheres, estudantes e funcionários públicos e seguiu em frente.
Institucionalmente, sua orientação consistia em estabelecer a supremacia do Estado a que os coronéis se deveriam subordinar, com as funções de segurança e arrecadação vedadas a interferências político-partidárias. Nesse sentido, a orientação pessoista foi coerente. Arrecadação, segurança, obras públicas, crédito bancário, justiça e administração municipal foram recapturados ao coronelato e transferidos para o interior do Estado. Foram criadas quatro novas secretarias para exercício dessas funções. Os campos de experimentação algodoeiros, que funcionavam dentro das propriedades dos coronéis, passaram a ser conveniados com as prefeituras.
Na área financeira, João Pessoa lançou mão de agressiva política tributária - a dos impostos de barreira - para fazer com que as mercadorias que, ajudadas pelo contrabando, escoavam para as praças vizinhas, passassem a ser exportadas pelo porto de Cabedelo. Alíquotas elevadas incidiam sobre as mercadorias, quando comercializadas pelo sertão, mas essas taxas se reduziam, quando as operações se verificavam pelo litoral. Na imagem de um analista, a Paraíba viu-se cercada por muralha chinesa com a única porta do porto de Cabedelo. A Revolta de Princesa Isabel teve como principal motivo desencadeador essa Reforma Tributária.
As rendas públicas elevaram-se e João Pessoa pôde empreender realizações concentradas, sobretudo na capital. Era evidente a intenção de superar o isolamento desta, assim como a desaceleração do litoral.
Em dois anos de governo, João Pessoa restaurou a economia paraibana, praticamente falida, reorganizou o Banco do Estado, estimulou a agricultura e a indústria, abriu a Avenida Epitácio Pessoa, na Capital e várias estradas dentro do Estado, construiu pontes e aeródromos, remodelou o Liceu Paraibano, iniciou a reforma do Palácio da Redenção e a construção do Paraíba Palace, do Pavilhão do Chá, do Porto de Cabedelo, construiu o Palácio das Secretarias e a Praça Antenor Navarro, criou o Centro Educativo de Pindobal, entre outras obras.
Os beneficiários da antiga desarticulação econômica do Estado, porém reagiram. A Associação Comercial de Fortaleza, que controlava a produção paraibana do alto sertão, subscreveu moção de repúdio e sua congênere de Pernambuco levantou a possibilidade de intervenção federal na Paraíba. Os protestos mais veementes partiram do Recife, onde o grupo mercantil dos Pessoa de Queiroz contestou a orientação pessoista. Eram primos do governante paraibano, julgavam-se preteridos pelo tio Epitácio Pessoa e por isso mesmo, a polêmica azedou. Dispunham de jornal de larga circulação - o Jornal do Commercio do Recife - que tachou o governo paraibano de cupim tributário. A União respondeu no mesmo tom.
Na Guerra Tributária, travada de março a julho de 1929, pela Imprensa, já se esboçava o quadro da futura guerra civil de Princesa. Isto porque, enquanto João Pessoa contava com apoios na capital e centros urbanos, tinha contra si a burguesia compradora do porto da Recife, a que se ligavam os grandes proprietários de algodão e cana-de-açúcar. Entre esses destacavam-se o coronel José Pereira Lima, como mais influente chefe político do sertão e eminência parda do governo Suassuna e os Ribeiro Coutinho da várzea do Paraíba, cujos açúcar e gado a presidência do estado desejava taxados.
O trabalho busca, enfim, definir o conteúdo e as consequências da crise das oligarquias, o processo de reorganização das oligarquias paraibanas no período 1930-1945. Mostra a relação entre a crise da economia local e seus reflexos sobre o Poder oligárquico que abre espaço para a mobilização da classe dominada, produzindo incontinenti, forte e contundente reação conservadora. Finalizando, analisa como as forças políticas organizadas transformam o confronto em conciliação, conseguindo, assim, a reiteração do poder das oligarquias.
Com a morte de João Pessoa, o poder do Estado ainda permanece com a oligarquia, embora desgastada, de Epitácio Pessoa. Assumiu o poder o vice Álvaro de Carvalho que também fazia parte da linha conservadora e tradicional dessa oligarquia e não era adepta ao movimento armado, além disso, ainda teve de sofrer com as pressões de um lado da ditadura de José Américo e de outro tinha de obedecer as ordens de Epitácio Pessoa, chefe dessa oligarquia
 	Entretanto, com eclosão do movimento de trinta, no Estado Paraibano, as disputas pelo poder se acirram. Essas disputas se originaram dos grupos políticos que lutaram ainda juntos na guerra de Princesa e na Aliança Liberal. Agora divididos, eles vão se confrontar constantemente pelo poder político do Estado. Nesse contexto, José Américo de Almeida será o melhor situado para comandar a política no Estado. Enquanto isso, os irmãos de João Pessoa, receosos dessa liderança, junto com grupos políticos ligados ao Epitacismo, procuram legitimar-se na política estadual como herdeiros do legado político. Essa cisão gerada no ceio de oligarquia Epitacista, irá no porvir, coma constitucionalização do País em 1932, criar os dois principais partidos oligárquicos no Estado.
	No texto de Eliete Gurjão, João Pessoa foi transformado em mártir da revolução, e na Paraíba esta realidade permanece sob a cultura oficial. João Pessoa, mais do que mártir, foi santificado na tradição de formação dos heróis republicanos, perspectiva anunciada pelos relatos bibliográficos que começaram imediatamente após seu assassinato. 
	O texto de Serioja expõe que a Revolução de 1930 e relata sobre como Princesa esteve à mercê das reestruturações políticas, nos relata seus acontecimentos histórico-políticos e econômico-sociais, como exercício do poder humano. 
Sobre a existência ou não de um modernismo em Princesa, pensando no que se verificou em outras cidades do país, sabia-se, desde o início, que a cidade não possuía as dimensões econômicas, sociais e populacionais que se viam nos grandes centros. De fato, Princesa não experimentou reformulações urbanas e sociais tão profundas como no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mas isso não invalida o significado das mudanças, pois o tempo histórico não é homogêneo, mas atravessado pela multiplicidade.
 O processo de narrativização da Revolução de 30 na Paraíba nos relata a história de uma guerra civil: a revolta de Princesa e o assassinato de João Pessoa, governador do Estado da Paraíba (1928-1930). Acontecimentos que para muitos serviram como estopim para a deflagração da Revolução de 30, e este último acontecimento permanece como o mais importantes do século passado, por envolver de forma especial a Paraíba, colocando-a no cenário nacional.
No texto de Serioja Rodrigues, João Pessoa é explanado como atacante ferrenho do coronelismo. Em 1930, o presidente do estado da Paraíba, João Pessoa, na tentativa de contornar a crise política provocada pela divergência na composição da chapa para deputado federal, viaja a Princesa. A chapa para deputado federal fora publicada um dia antes da viagem, no jornal “A União”. O presidente é recebido com festa. Por falta de habilidade política, o presidente João Pessoa e o “coronel” José Pereira, chefe político princesense, não encontraram um denominador comum.
Em 22 de fevereiro de 1930, o “coronel” José Pereira rompe oficialmente com o governo do Estado, através do telegrama n.º 52. José Pereira conta com o apoio dos Pessoa de Queirós (os irmãos José e João Pessoa de Queirós), primos do presidente João Pessoa e donos de um grande empório industrial, jornalístico (Jornal do Commércio) e mercantil (João Pessoa de Queirós e Cia.), no Recife, rebelou-se contra o governo estadual. Com o apoio discreto, mas efetivo, do Presidente da República e dos governadores de Pernambuco, Estácio de Albuquerque Coimbra, e do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine de Faria, o coronel José Pereira decidiu resistir a essas investidas contra seus poderes. Partiu então para a arregimentação de aliados.
 A Revolta de Princesa visava a intervenção federal no governo da Paraíba, atitude que pode ser compreendida como manobra política do coronel José Pereira e seus aliados, os Pessoa de Queiroz, parentes de João Pessoa. Estes construíram um vasto império mercantil, como representantes dos interesses de várias multinacionais, que abrangia a importação de farinha de trigo, os negócios do ramo da indústria automobilística ao ramo do petróleo, com o próprio José Pereira representante da Esso na cidade de Princesa. 
José Pereira declarou a independência provisória de Princesa do Estado da Paraíba. Neste mesmo dia 28 era publicado o Decreto nº 01 foi aclamado pela população, que declarou oficialmente a independência da cidade (República de Princesa), com hino, bandeira e leis próprias. Ainda em 28 de fevereiro de 1930, data aceita como início da Revolta de Princesa, João Pessoa mandou a polícia estadual ocupar o município de Teixeira, sob o comando dos capitães João da Costa e Irineu Rangel reduto dos Dantas, aliados de José Pereira, prendendo pessoas da família e impedindo que ocorresse votação naquela cidade. Houve reação armada dos Dantas. 
Os Pessoa de Queiroz controlavam, pelo porto do Recife, a exportação da produção primária do Nordeste como o açúcar, peles e algodão. Império que começaria a ruir com a reforma tributária de João Pessoa. Foi no contexto do conflito armado entre a milícia particular do coronel José Pereira e a Polícia Militar paraibana que ocorreu o assassinato de João Pessoa, a 26 de julho de 1930, por João Dantas, aliado de José Pereira, na cidade do Recife.
 Alega-se como justificativa para este crime a série de reportagens divulgadas pelo jornal A União, órgão oficial do governo, no período de 22 a 26 de julho de 1930, com seguinte título: “Revelando a alma tortuosa dos conspiradores contra a ordem e a dignidade de nossa terra.” E como subtítulo: “A polícia apreendeu armas e documentos na residência do sr. João Dantas. Uma reportagem impressionante”. Os documentos apreendidos na invasão da residência de João Dantas implicaram a sua família em desvio de verbas federais.
Logo após a morte de João Pessoa, os jornais liberais se empenharam em pregar a derrubada dos governos de Washington Luiz e de Álvaro de Carvalho, vice de João Pessoa, que assumira o governo da Paraíba e que, não querendo se juntar aos revolucionários, tornou-se um sujeito indesejado à frente de uma maioria que conspirava a revolução.

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