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Debêntures (1)

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Debêntures
‘’Debênture é uma palavra advinda do médio ou velho inglês debentur, que, por sua vez, originou-se do latim debere, que significa dever ou aquilo que deve ser pago. Como o próprio nome indica, a debênture é, portanto, um título comprobatório de dívida de quem a emitiu. A expressão inglesa - debenture - é geralmente mais empregada no país do que a sua correspondente francesa - obligation-, também adotada na legislação brasileira’’.
Debênture são títulos de créditos representativos, de longo prazo, emitidos por companhias de capital aberto. A intenção das companhias em emitir as debêntures é de adquirir recursos de longo prazo para financiar seus investimentos, financiamentos de projetos, bem como prolongar o tempo de endividamento da companhia.
Devemos ressaltar que de acordo com a resolução CMN nº 209/94, existem algumas companhias de capital aberto que estão impedidas de emitir a debênture. São os bancos múltiplos, as sociedades de leasing e também as companhias hipotecárias.
Qualquer pessoa pode investir em debênture, e este ato faz com que o investidor se torne um credor da companhia.·.
Os debêntures podem ser representados por juros fixos ou variáveis. Os debênture simples, onde o credo que a contata recebe a remuneração contratada. Os debênture conversível, onde o credor pode optar por transformar suas debêntures em ações após determinado prazo da emissão e debênture permutável, onde o credor pode optar por transformar suas debêntures em ações de outra empresa do grupo.
Na contratação das debêntures existem também as garantias dadas ao credor. Debênture com garantia real, flutuante quirografária ou debênture sem preferência.
A debênture com garantia real já vem vinculada em si um imóvel de grande valor, uma vez que o investimento nesta categoria é alto, a escritura de emissão já é inclusa deste bem.
Na debênture com garantia flutuante, ele também tem garantia real, mas o objeto de garantia pode ser trocado, como por exemplo, bens imóveis dados como garantia real na debênture não podem ser vendidos. Já na garantia flutuante pode-se substituir o bem dado pelo credor como garantia por outro bem de igual valor, continuando com a garantia real, porém flutuante.
A debênture quirografária ou também conhecida como debênture sem preferência, é a garantia dada a um grupo em específico da lista de seus credores para recebimento caso ao sociedade decrete a falência. Ainda na ordem das debêntures existe a subordinada que só receberá dos acionistas, dentre estes receberá primeiramente os acionista com *preferenciais.
‘’Em uma subscrição de ações, o acionista possui a prioridade de adquirir quantidade de ações, pagando o preço de emissão, de forma a manter intacta sua participação no capital social. Esse direito vale não somente para subscrição de ações, mas também para partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição’’.
Há ainda um grupo de outras garantias dadas ao credor quando fizerem investimentos em longo prazo.
Garantias convenentes ou cláusulas convenentes, protetoras. É a emissão da debênture através de uma escritura de emissão que deve ser registrada em cartório e arquivada na junta comercial contendo todos os direitos debenturistas, bem como todas as obrigações do emissor. A emissão de debênture é autorizada pela CVM, que por sua vez somente o fará quando comprovada a capacidade de honrar o compromisso de pagamento desta debênture. Diante do investimento em longo prazo, faz-se constar nesta escritura algumas cláusulas que tem como finalidade a proteção ao debenturista, como por exemplo; proibir a empresa de desfazer (vender) seus ativos (bens). Também não poderá neste período passar por processos de fusão, cisão ou incorporação sem que haja uma assembleia de debenturistas. 
A empresa não pode ultrapassar o limite de endividamento bancário previamente estipulado, ou seja, diante destas novas garantias nos atemos ao fato de que elas existem afim de que se evite que, a empresa torne frágil sua capacidade de pagamento. Ainda assim, para que seja garantida a segurança do debenturista, existe também a figura do agente fiduciário, podendo ser uma pessoa física indicada pela empresa emissora com o objetivo de acompanhar e fiscalizar se a emissora está cumprindo realmente as cláusulas previstas na escritura.
Não há que se duvidar da idoneidade do agente fudiciário nomeado pela empresa emissora, uma vez que os mesmos e seus atos são acompanhados pela CVM, caso seja constatado que o agente/empresa não esteja cumprindo as exigências constantes na escritura arquivada na Junta Comercial, a mesma estará fora do mercado. 
A função e papel do agente nomeado é defender e representar os interesses dos debenturistas. Ocorrendo o fato de descumprimento de obrigações por parte da empresa identificada pelo agente, este deverá propor denúncia à CVM.
Partes beneficiárias, são títulos negociáveis, sem valor nominal e representativo do capital social que conferem direitos de crédito contra a sociedade. Consiste assim na participação dos lucros. Este valor não poderá ser superior a 10% do lucro líquido anual.
Ex: Empresa com capital acionário de R$1.000.000.00 (um milhão de reais), confere o direito na participação dos lucros de 10% (hum mil reais).
Só é possível a emissão de partes beneficiárias nas S.A de capital fechado, que não seja instituição financeira. Neste caso, o beneficiário também não terá direito a votos, a participar das assembleias e este ato não poderá ser superior a 10 anos, no caso de serviços prestados (Art. 82. Parág. 1/b) ·.
Na parte beneficiária, conhecida como COMMERCIAL PAPER, o seu prazo de duração é definido e será de 30 a 360 dias, feita com apenas um objetivo que é obter capital de giro.
CVM – IN. 134/90, art.7)
As notas promissórias deverão ser emitidas com prazo mínimo de vencimento de 30 (trinta) dias Maximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de emissão.
Bônus de subscrição, são os títulos emitidos pelas S.A que conferem aos seus titulares o direito de convertê-los em ações. Neste caso, a empresa vende ao investidor dando a ele o direito de comprar suas ações, tendo assim um ganho de capital dentro de um prazo definido. Esta não é uma transação muito atrativa para a empresa uma vez que o comprador poderá ser um acionista e também terceiros, porém os acionistas tem a preferência de compra do bônus.
Fonte de pesquisa: 
Das Debêntures - Jose Edwaldo Tavares Borba
Direito Societário – Jose Edwaldo Tavares Borba
FGM

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