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FUNDAMENTOS DE DIREITO DO TRABALHO E PREVIDENCIÁRIO Carla Veloso Aula 10 CLASSIFICAÇÕES DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS A previdência social é um serviço público de tipo novo destinado a amparar a população economicamente ativa (segurados obrigatórios) ou não (segurados facultativos), que se encontra em situações de risco ou contingências sociais previstas em lei, essencialmente com benefícios e serviços, 2 APOSENTADORIA POR IDADE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO APOSENTADORIA POR INVALIDEZ APOSENTADORIA ESPECIAL AUXÍLIO DOENÇA 3 BENEFÍCIOS (ART. 18, LEI 8213/91) BENEFÍCIOS SALÁRIO MATERNIDADE PENSÃO POR MORTE AUXÍLIO RECLUSÃO AUXÍLIO ACIDENTE SALÁRIO FAMÍLIA 4 RENDA MENSAL INICIAL — RMI A fórmula da renda mensal inicial (RMI) pode ser assim grafada: RMI = % (alíquota ou percentual definido em lei para cada benefício) x SB (salário do benefício) 5 SALÁRIO DE BENEFÍCIO É o valor básico utilizado para o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada. É obtido a partir dos salários de contribuição. O conceito de salário de benefício é próprio do Direito Previdenciário. 6 FATOR PREVIDENCIÁRIO O fator previdenciário é uma fórmula atuarial utilizada obrigatoriamente no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição e de forma facultativa na aposentadoria por idade. Foi inserido no ordenamento jurídico pela Lei nº. 9876/99. É calculado considerando-se idade, expectativa de sobrevida e tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. 7 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SALÁRIO-MATERNIDADE O benefício salário-maternidade é uma prestação previdenciária de caráter continuado de curta duração, que visa à proteção da mulher e do filho (colateralmente). No entanto, a titular do benefício é somente a segurada da previdência social. A proteção à maternidade sofreu acréscimo com a edição da Lei 10.421/02, que estende a guardiães e mães adotivas o salário-maternidade. 8 A atuação do legislador foi necessária tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição Federal, havia interpretado que a previsão do art. 201, II da CRFB/88 alcançava apenas as mães biológicas. O salário-maternidade está regulamentado nos art. 71 a 73 da Lei 8.213/91 e 93 a 103 do Decreto 3.048/99. 9 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Conceito: Prestação previdenciária na modalidade benefício que visa dar cobertura quando o segurado ou ex-segurado está diante do risco social idade. Está regulamentada nos art. 48 a 51 da Lei 8.213/91 e 51 a 54 do Decreto 3.048/99. Carência: O benefício exige carência, nos termos da Lei 8.213/91, de 180 contribuições mensais. 10 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS O beneficio será concedido mesmo em caso de parto antecipado, prematuro ou a termo. Pela previsão da Classificação Internacional de Doenças (CID), são considerados partos os eventos ocorridos a partir da 23ª semana gestacional. Mesmo no caso de natimorto (o nascimento sem vida após seis meses de gestação), é devido o benefício salário-maternidade. O benefício também é previsto no caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção pelo período de 120 dias, independente da idade da criança, conforme previsto na Lei 12.873/2013, originada da MP 619/2013.de 120 dias. 11 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS A empregada laborar em mais de um local , fará jus ao salário-maternidade relativo a cada um dos locais laborados . Durante o período de percepção do salário-maternidade, é devida a contribuição previdenciária (parte do empregador e parte do empregado). No caso do empregador doméstico, cabe recolhimento da contribuição apenas de sua parte; e ao INSS, o desconto da parte relativa às contribuições previdenciárias dela quando do pagamento do benefício. 12 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS AUXILIO-ACIDENTE É uma prestação previdenciária paga de forma continuada na modalidade benefício. Visa indenizar a capacidade laboral perdida em virtude de acidente do trabalho ou de qualquer natureza. Está regulamentado nos art. 7º, XXII e XXVIII, e 201, I e §10, da CRFB; art. 86 da Lei 8213/91; e art. 30 e 104 do Dec. 3048/99. Sujeitos protegidos - São beneficiários do auxílio-acidente laboral: o empregado, inclusive o doméstico, o avulso e o segurado especial, nos termos dos art. 18,§1.º, e 11, I, II, VI e VII, da Lei 8.213/91. 13 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Início da prestação do auxílio-acidente - A partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença acidentário , independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado (art. 86, §2.º da Lei 8.213/91). Hipóteses de extinção - Com o início de qualquer aposentadoria do regime geral; com a concessão de outro auxílio-acidente com valor superior; com o óbito do segurado. É oportuna a leitura da Súmula nº 44 da Advocacia-Geral da União de 14/09/2009. 14 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Qual o valor do auxilio-acidente ? Corresponde a 50% do salário de benefício de que deu origem ao auxílio-doença do segurado. Seu valor pode ser inferior ao salário-mínimo, não sendo aplicada a disposição do artigo 201, §2º, da CRFB, posto que o auxílio-acidente não tem caráter substitutivo da rendo ou do salário do trabalhador. ABONO ANUAL É um acréscimo, um complemento dos benefícios de prestação continuada, portanto não podemos considerar um benefício previdenciário. 15 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Funciona como gratificação natalina de aposentados e pensionistas nos termos do art. 201, §6º, da CRFB. É devida ao segurado e ao dependente da previdência social que durante o ano recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão. Tem previsão nos art. 40 da Lei 8.213/91 e 120 do Dec. 3.048/99. PENSÃO POR MORTE É benefício de prestação continuada devida aos dependentes dos segurados da previdência social. Verifica-se a qualidade de dependente no momento do óbito, momento este da verificação do risco social coberto. É exclusivo dos dependentes. 16 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Em conformidade com a Lei 13.135/2015 especificamente para o cônjuge a lei reduz para apenas 4 meses o período em que o marido, mulher ou companheiro(a) receberá a pensão por morte, se deixar de cumprir a “carência casamenteira” (2 anos de união) e também a carência de 18 contribuições mensais. o beneficiário que tiver entre 39 e 43 anos receberá pensão por 15 anos. Quem tiver idade entre 33 e 38 anos obterá o valor por 12 anos. O cônjuge com 28 a 32 anos terá pensão por nove anos. Quem tiver entre 22 e 27 anos receberá por seis anos. E o cônjuge com 21 anos ou menos receberá pensão por apenas três anos. Já para os dependentes, como filhos menores de 21 anos, não existe carência para a pensão, basta que o falecido tenha a qualidade de segurado. 17 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Auxílio-reclusão É a prestação previdenciária, na modalidade benefício, paga exclusivamente aos dependentes do segurado de baixa renda que esteja preso em regime fechado ou semiaberto. Está regulamentado nos art. 80 da Lei 8.213/91 e 116 a 119 do Decreto 3.0408/99. Não será devida a prestação se o segurado recolhido à prisão receber remuneração de empresa ou estiver em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria. 18 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Aposentadorias O vocábulo aposentadoria significa retirada a seus aposentos. Esse termo indica uma saída da força de trabalho. Aposentadoria por tempo de contribuição. Essa aposentadoria está regulamentada nos arts. 52 a 56, da Lei 8.213/91, e 56 a 63 do Decreto 3048/99. 19 Modalidade de benefício devida aos segurados que completam os requisitos legais relativos à contributividade: • 35 anos de contribuição, se homem; • 30 anos de contribuição se mulher , independentemente da idade (para aposentadoria integral). 20 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Conceito: Prestação previdenciária na modalidade benefício que visa dar cobertura quando o segurado ou ex-segurado está diante do risco social idade. Está regulamentadanos art. 48 a 51 da Lei 8.213/91 e 51 a 54 do Decreto 3.048/99. Carência: O benefício exige carência, nos termos da Lei 8.213/91, de 180 contribuições mensais. 21 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Requisitos legais: Atingir a idade determinada na lei: Para os trabalhadores urbanos: 65 anos para homens e 60 anos para mulheres; Para os trabalhadores rurais: 60 anos para os homens e 55 anos para mulheres. APOSENTADORIA ESPECIAL Prestação previdenciária, na modalidade benefício, devida ao segurado empregado, trabalhador avulso ou cooperado, que tenha trabalhado 15, 20 ou 25 anos, sujeito à condição que prejudique a saúde ou a integridade física. Está regulamentada nos art. 57 e 58, na Lei 8.213/91, e 64 a 70 do Decreto 3.048/99. 22 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Para o segurado empregado, o marco inicial é a data do desligamento do emprego, quando requerida a aposentadoria, até 90 dias após o desligamento. Ultrapassados os 90 dias, a aposentadoria será devida a partir da data de entrada do requerimento. Depende da comprovação, pelo segurado, de exposição às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A exposição deve ser permanente, não ocasional, nem intermitente. Inteligência do art. 65 do Decreto 3.048/99. O marco inicial para a concessão do benefício previdenciário para o segurado empregado é a data do desligamento do emprego, quando requerida a aposentadoria, até 90 dias após o desligamento. 23 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Se ultrapassarmos os 90 dias, a aposentadoria será devida a partir da data de entrada do requerimento. Depende da comprovação, pelo segurado, de exposição às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A exposição deve ser permanente, não ocasional, nem intermitente. Inteligência do art. 65 do Decreto 3.048/99. 24 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Conversão do tempo laborado - É possível converter o tempo trabalhado, em condições especiais, em comum, sendo vedada a conversão do tempo comum em especial. Para a conversão do tempo comum em especial, aplica-se a tabela prevista no art. 70 do Decreto 3048/99, pois irá depender da atividade desenvolvida . 25 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS APOSENTADORIA POR INVALIDEZ É devido aos segurados que se encontrem em situação de incapacidade laborativa total e permanente. Está regulamentada nos art. 42 a 47, da Lei 8.213/91, e 43 a 50 do Decreto 3.048/99. A Carência para aposentadoria por invalidez acidentária do trabalho e de qualquer natureza, não há carência; Para aposentadoria por invalidez comum, a carência é de 12 contribuições mensais. 26 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS É devida a aposentadoria quando houver a constatação, mediante exame médico–pericial, a cargo da Previdência Social, da incapacidade total para o trabalho e da impossibilidade de reabilitação para o exercício de atividade, que garanta a subsistência do segurado, estando ou não em gozo de auxílio-doença. 27 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS O início da prestação e o momento da entrega do benefício se encontra descrito no artigo 60, Lei 8213/91, estabelece que em seu inciso I, que o empregador ficará responsável na hipótese de segurado empregado por 15 (quinze) dias no caso de incapacidade, sendo o benefício de auxílio-doença concedido a partir do décimo sexto dia. 28 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Auxílio-doença É um benefício de prestação previdenciária devido aos segurados que se encontrarem em situação de incapacidade laboral temporária, total ou parcial. Por tanto há dois tipos de benefício de auxílio-doença: o comum (ou previdenciário); o acidentário (laboral, e o decorrente de acidente de qualquer natureza). O auxílio-doença está regulamentado no artigo 63, da Lei 8.213/91 e 71 a 80 do Decreto 3.048/99. 29 PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS O benefício de auxílio-doença é devido a todos os segurados da Previdência Social (obrigatórios e facultativos). Caso o segurado exerça dupla atividade e se encontre incapacitado para uma e não para outra, entrará em gozo de auxílio-doença apenas em relação à atividade em que esteja em situação de incapacidade. 30 DIREITO PREVIDENCIÁRIO CARLA VELOSO ATIVIDADE ATIVIDADE João sofreu um acidente no dia da sua folga e em razão deste fato se afastar para recebimento de benefício previdenciário. Pergunta-se: A) Neste caso qual o benefício que João receberá? B) No retorno do benefício ele terá direito a estabilidade no emprego? 32 33 Resposta : Auxílio Doença Não. O artigo 118, lei 8213/91 estabelece que somente há estabilidade no acidente de trabalho.
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