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legislação previdenciaria Livro-Texto Unidade III

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60
Unidade III
Unidade III
5 BENEFÍCIOS EM ESPÉCIES
O RGPS prevê no artigo 18 da Lei n. 8.213/91 as prestações previdenciárias devidas em razão 
de eventos decorrentes, inclusive de acidente do trabalho. São prestações (benefícios) expressas no 
mencionado artigo de lei, não sendo possível a criação de implemento de qualquer outra, senão em 
virtude de lei. 
A Previdência Social é encarregada de oferecer aos segurados e aos seus dependentes prestações 
que são classificadas em benefícios e serviços.
Os benefícios são prestações mensais pagas em dinheiro em montante previamente definido por lei. Já os 
serviços são atividades práticas realizadas pela Previdência, como, por exemplo, o serviço de reabilitação 
profissional (SERAU JR., 2020). 
O rol de benefícios e serviços a cargo da Previdência contempla as contingências sociais previstas 
na CF/88 e seu artigo 201. Portanto, os eventos-contingência abarcados pela lei devem ser observados 
para que então a prestação correlata agregada aos requisitos específicos se concretize e, portanto, seja 
o benefício implementado. 
As contingências definidas por lei são:
• Cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada.
• Proteção à maternidade, especialmente à gestante.
• Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário.
• Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda.
• Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Os benefícios-prestações definidos em lei são os elencados no artigo 18 da Lei n. 8.213/91. Em relação 
ao segurado, há previsão dos seguintes benefícios:
• Aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente). 
• Aposentadoria por idade.
61
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
• Aposentadoria por tempo de contribuição.
• Aposentadoria especial. 
• Auxílio-doença. 
• Auxílio-acidente.
• Salário-maternidade.
• Salário-família.
O RGPS ainda prevê determinadas prestações exclusivas para dependentes, quais sejam:
• Pensão por morte. 
• Auxílio-reclusão. 
Já para os segurados e dependentes, a lei prevê:
• Reabilitação profissional.
• Serviço social. 
5.1 Aposentadoria por invalidez
Trata-se de aposentadoria por incapacidade permanente, assim chamada por determinação da 
reforma da Previdência, por meio da Emenda Constitucional n. 103/2019 que inovou o inciso I do 
artigo 201 da CF/88.
Trata-se de um benefício decorrente da incapacidade do segurado para o trabalho, sem 
perspectiva de reabilitação para o exercício laboral capaz de manter o seu próprio sustento. É um 
benefício de pagamento contínuo, de risco imprevisível, decorrente da incapacidade de exercer 
suas atividades. 
A aposentadoria por incapacidade permanente, a antiga aposentadoria por invalidez, é garantida ao 
segurado que está impossibilitado de trabalhar e insuscetível de reabilitação para a atividade garantidora 
da subsistência (CASTRO, 2020).
Ela será paga enquanto o segurado permanecer incapaz para o exercício da atividade laboral, 
portanto, trata-se de benefício provisório com nítida tendência a se tornar definitivo, podendo ser 
concedido em decorrência de auxílio-doença. 
62
Unidade III
Figura 19 
 Lembrete
A aposentadoria por incapacidade permanente não é prestação 
vitalícia, ou seja, se o segurado recuperar a sua capacidade laborativa, 
cessará o benefício. 
Todos os segurados do RGPS são beneficiários da aposentadoria permanente por incapacidade em 
decorrência de doença ou de acidente do trabalho. Somente o segurado empregado, o empregado 
doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial têm garantida a aposentadoria por incapacidade 
permanente oriunda de acidente do trabalho. 
Um dos requisitos para o implemento desse benefício é a chamado carência, ou seja, o segurado 
deve ter um número de contribuições mensais para que o benefício seja implementado. 
No caso da aposentadoria por incapacidade permanente oriunda de acidente do trabalho e de doenças 
especificadas como graves, contagiosas ou incuráveis, determinadas por lei, não se exige carência. Já 
para os demais casos, isto é, não sendo acidente do trabalho, doença do trabalho ou profissional e 
doenças tipificadas no artigo 151 da Lei n. 8.213/91, a carência é de 12 contribuições mensais para que 
seja implementado o benefício. Assim que implementada, só cessará com a recuperação da capacidade 
laborativa, podendo ser cancelada a qualquer momento ou com a morte do segurado.
Em face do dispositivo do artigo 46 do Decreto n. 3.048/99 e 101 da Lei n. 8.213/91, o beneficiário 
está obrigado, a qualquer tempo, independentemente de sua idade, a submeter-se a exame médico a 
cargo da Previdência, bem como ao processo de reabilitação profissional por ela prescrito, sob pena de 
suspensão do benefício. Tais serviços são garantidos pela Previdência Social. 
Vale destacar que se o aposentado retornar voluntariamente à atividade profissional, o benefício 
será imediatamente cancelado, como atesta o artigo 46 da Lei n. 8.213/91.
63
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
O trabalhador-beneficiário somente terá direito e o dever de retornar ao trabalho se for considerado 
apto para a função exercida originalmente de quando foi contratado. 
Caso seja recuperada a capacidade laborativa desse trabalhador para outras funções, o empregador 
poderá recebê-lo de volta, contudo, exercendo outra função distinta da do contrato de trabalho. 
Quanto ao valor a ser recebido a título de aposentadoria por incapacidade permanente, antes da 
reforma da Previdência prevista na Emenda Constitucional n. 103/2019, o valor mensal corresponde a 
100% do salário de benefício. 
Após a reforma, ou seja, para eventos-contingências ocorridos após sua publicação, se a aposentadoria 
não for proveniente de acidente do trabalho, corresponderá a 60% do salário de benefício, com 
acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos 
de contribuição no caso de homens e de 15 anos, no caso de mulheres.
No caso de aposentadoria por incapacidade permanente por conta de acidente do trabalho, doença 
profissional ou doença do trabalho, o valor será de 100% do salário-benefício. 
As regras gerais da aposentadoria por incapacidade permanente encontram-se no artigo 201, I, da 
CF/88, nos artigos 42 a 47 da Lei n. 8.213/91 e nos artigos 43 a 50 do Decreto n. 3.048/99.
5.2 Aposentadoria por idade
Criada pela Lei n. 3.807/60 e mantida pela reforma da Previdência, era devida ao segurado que 
completasse 65 anos de idade para homens e 60 anos de idade, se mulher, além do requisito carência, 
ou seja, de no mínimo 180 meses de contribuições mensais.
Muito embora a EC n. 103/19 tenha mantido o tipo de aposentadoria a partir de sua vigência, a 
idade da mulher foi elevada para 62 anos de idade, permanecendo a do homem em 65 anos, para que 
então seja implementada a aposentadoria por idade. 
Além do quesito idade, o tempo mínimo de contribuição mensal, após a última reforma da previdência 
e para novos segurados, é de 20 anos de contribuição no mínimo. 
Vale destacar que para aqueles filiados antes da Reforma mantém-se os requisitos anteriores, ou 
seja, poderá se aposentar por idade o homem com 65 anos de idade e de no mínimo 15 anos de 
contribuição, para quem era filiado até a EC n. 103/2019. Quanto aos requisitos da mulher segurada, 
poderá se aposentar com 60 anos e 15 anos de contribuição, no entanto, após a medida, a idade foi 
elevada para 62 anos. 
A legislação também trata do trabalhador rural. Para os trabalhadores rurais de ambos os sexo e 
para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, neste incluídos o produtor rural, 
o garimpeiro e o pescador artesanal, a idade é reduzida para 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher. 
E após a Reforma, além de 15 anos de tempo de atividade rural (CASTRO, 2020).
64
Unidade III
A aposentadoria por idade por ser requerida pela empresa, nos termos no artigo 49 da Lei de Benefícios,desde que o empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 anos de idade, se 
homem, e 65 anos, se mulher. Nesse caso será garantida a indenização prevista na legislação trabalhista 
ao empregado que se aposentar compulsoriamente. Sendo assim, a empresa que toma a atitude de 
aposentar seu empregado com mais de 70 anos e tendo ele preenchido o quesito carência, apenas decreta 
a extinção do contrato de trabalho, arcando com as verbas decorrentes da dispensa (CASTRO, 2020).
Quanto à carência, para os inscritos após 1991, as contribuições exigidas são de 180 contribuições 
mensais. Para os inscritos antes de 1991, a legislação prevê uma tabela progressiva, impondo idade e 
número de contribuição. 
O trabalhador rural deverá comprovar o exercício da atividade rural no período imediatamente anterior 
ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à 
carência do benefício pretendido.
Fato importante é que a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão 
da aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição 
correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento. Ou seja, além da idade, 
deverá ter 15 anos no mínimo de contribuição e, após a EC n. 103/2019 para os novos segurados, 20 anos. 
O valor do benefício até a entrada em vigor da reforma da Previdência era proporcional ao tempo de 
contribuição, consistindo em uma renda mensal correspondente a 70% do salário-benefício, acrescido 
de 1% a cada grupo de doze contribuições mensais, até o limite de 100% do salário.
Após a reforma, o valor do benefício é de 60% do valor do salário-benefício, com acréscimos de dois 
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder 20 anos de contribuição para homens e 
15 anos para mulheres (CASTRO, 2020).
5.3 Aposentadoria por tempo de contribuição
A aposentadoria por tempo de contribuição é o resultado da evolução legislativa da aposentadoria 
por tempo de serviço, criada pela Lei Eloy Chaves e extinta pela EC n. 20/2018. Era devida, de forma 
proporcional, ao segurado que completasse 25 anos de serviço, se mulher, ou trinta anos, se homem desde 
que cumprido o período de carência exigido. Para aposentadoria por tempo de serviço com proventos 
integrais, o homem necessitava comprovar 35 anos, se homem, e 30, se mulher (CASTRO, 2020).
Tais requisitos eram necessários até a publicação da EC 20/2018. Para quem se filiou após a publicação 
dessa emenda constitucional, aplicam-se as novas regras, observando o tempo de contribuição e não 
mais o tempo de serviço e, além disso, não mais se fala em aposentadoria proporcional, somente de 
forma integral. 
Portanto, nasce a aposentadoria por tempo de contribuição de forma integral e com o requisito 
tempo de contribuição somente.
65
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Então, os segurados inscritos a partir 1998, inclusive os oriundos de outro regime de Previdência 
Social, desde que cumprida a carência exigida, terão direito à aposentadoria por tempo de contribuição 
desde que comprovem 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos de contribuição, se mulher.
A referida aposentadoria por tempo de contribuição se trata de benefício de trato continuado, 
devido mensal e sucessivamente, para o segurado que completar 35 anos de contribuição, se homem, 
ou 30 anos de contribuição, se mulher. 
Quanto ao segurado especial (o rural), se contribuísse somente com base na comercialização de 
produção rural, não teria direito à aposentadoria por tempo de contribuição, exceto se optasse por 
efetuar contribuições mensais, de forma voluntária.
No caso de contribuinte individual e segurado facultativo, a legislação estabelece forma diferenciada 
quanto à alíquota sobre seus rendimentos, possibilitando recolher/contribuir com um percentual de 
11% sobre o valor mínimo mensal do salário de contribuição, ou seja, sobre o salário mínimo. Nesse 
caso, o contribuinte individual que optasse por recolher sobre o salário mínimo e no percentual de 11%, 
bem como os segurados facultativos na mesma condição, não poderiam desfrutar da aposentadoria por 
tempo de contribuição.
A exemplo daqueles segurados que contribuem de forma reduzida, temos também a figura 
do microempreendedor individual (MEI), que tem a contribuição reduzida a 5% do salário mínimo. 
Nesse sentido, temos também a do segurado facultativa, sem renda própria, possibilitando também o 
recolhimento de 5% sobre o salário mínimo. Entretanto, todos sem direito à aposentadoria por tempo 
de contribuição.
Nos casos tratados anteriormente, os de segurados de contribuição reduzida, poderão ser 
beneficiários da aposentadoria por tempo de contribuição desde que efetuem a complementação dos 
valores devidos a título de contribuição mensal. Tal complementação se dará mediante o recolhimento 
sobre o valor correspondente ao limite máximo mensal do salário de contribuição em vigor, observando 
a competência a ser complementada. Pagará a diferença entre o percentual pago e 20%, acrescidos dos 
juros equivalentes à taxa Selic (CASTRO, 2020).
Vale destacar que a perda da qualidade de segurado não é considerada para a concessão da 
aposentadoria por tempo de contribuição. 
Após a emenda 103/2019 da reforma da Previdência, deixa de existir a aposentadoria por tempo de 
contribuição para os novos segurados, sendo mantida aos já filiados antes da publicação da emenda. No 
entanto, deve-se observar a regra de transição imposta pela lei. 
Temos a partir de então somente a possibilidade de concessão de aposentadoria voluntária com 
cumprimento de tempo de contribuição e de idade mínima, de forma concomitante ou por pontuação. 
A aposentadoria por pontuação mínima é aquela que somados a idade e o tempo de contribuição, 
se totalizar os pontos exigidos por lei, a pessoa pode se aposentar. Ela significa hoje que a pontuação 
66
Unidade III
requerida será de 87 para mulheres e de 97 para homens. A soma da idade mais o tempo de contribuição 
deverá atingir a pontuação mínima para se ter direito à aposentadoria. A cada ano, subirá um 
ponto para as mulheres e homens até o limite de 100 e 105, respectivamente. Deve-se observar que 
independentemente da soma, a exigência mínima de contribuição, ou de tempo de contribuição, é de 
30 anos (mulheres) e de 35 anos (homens).
Tabela 2
Pontos progressivos
Homem Mulher
2019 96 2019 86
2020 97 2020 87
2021 98 2021 88
2022 99 2022 89
2023 100 2023 90
2024 101 2024 91
2025 102 2025 92
2026 103 2026 93
2027 104 2027 94
2028 105 2028 95
2029 105 2029 96
2030 105 2030 97
2031 105 2031 98
2032 105 2032 99
2033 105 2033 100
Diante das novas regras impostas pela reforma, foi prevista a regra de transição para aposentadoria 
por tempo de contribuição sem idade mínima, para homens e mulheres que faltam cumprir até dois 
anos de contribuição na data da publicação da EC n. 103/2019, exigindo contribuição no importe de 
50% sobre o tempo faltante (CASTRO, 2020).
A reforma da Previdência operou uma mudança paradigmática no sistema previdenciário brasileiro, 
extinguindo-se a aposentadoria por tempo de contribuição e passando a adotar, unicamente, a 
aposentadoria por idade para o RGPS (SERAU JR., 2020).
5.4 Aposentadoria especial
Esta modalidade de benefício é uma das mais importantes para os nossos estudos, uma vez que 
trata da aposentadoria de espécie de tempo de contribuição, com redução do tempo necessário para a 
concessão desse benefício.
A CF/88 veda a adoção de critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias, ressalvando 
os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física 
67
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
dos trabalhadores, ou seja, trabalhadores que desenvolvem atividades insalubres e perigosas. Por isso os 
critérios diferenciados e perfeitamente justificáveis.
A finalidade da aposentadoria especial é a de amparar o trabalhador que laborou em condições 
nocivas e perigosasa sua saúde e integridade física, reduzindo o tempo de serviço e contribuição para 
ser detentor do direito de se aposentar.
Figura 20 
O tempo mínimo de exercício previsto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91 dispõe que ao trabalhador 
sujeito a condições especiais que prejudiquem sua saúde ou integridade física durante 15, 20 ou 25 anos 
será devida a aposentadoria especial. As condições degradantes são impostas por lei e a partir desse 
enquadramento é que se pode afirmar o direito do trabalhador a se aposentar com 15, 20 ou 25 anos, a 
depender da atividade exercida. 
Este benefício constitui uma modalidade de aposentadoria por tempo de serviço, com redução 
desse tempo em função das peculiares condições sob as quais a atividade é exercida, presumindo 
a lei que seu desempenho não poderia ser efetivado pelo mesmo período das demais atividades 
profissionais (ROCHA, 2018).
Quanto à carência mínima, equipara-se à exigida pela aposentadoria por idade, enfatizando 
que o requisito específico nesse caso é o de tempo de exercício em atividade laboral em condições 
insalubres e/ou perigosas.
No entanto, a reforma da Previdência alterou substancialmente a aposentadoria especial. Para os 
filiados, a partir da publicação, se estabelece a possibilidade de previsão por lei complementar de idade 
e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em 
favor dos segurados cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes nocivos, como 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associações desses agentes, vedada a caracterização 
por categoria profissional ou ocupação (CASTRO, 2020).
68
Unidade III
 Lembrete
Além da carência, que diz respeito ao número de contribuições mensais 
feitas pelo segurado, é necessário também a comprovação do tempo 
mínimo exigido em atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física.
A aposentadoria especial será devida somente ao segurado empregado, trabalhador avulso 
e contribuinte individual, sendo que este último só será beneficiário se filiado à cooperativa de 
trabalho ou de produção.
As condições de trabalho que geram direito à aposentadoria especial são comprovadas por prova 
documental específica que, por sua vez, traz demonstrações ambientais que caracterizam a efetiva 
exposição do segurado aos agentes nocivos (CASTRO, 2020).
Em se tratando do valor dos benefícios, a partir da entrada da EC n. 103/2019, aqueles que não 
preencheram os requisitos antes da entrada em vigor terão seu valor de aposentadoria especial em 
60% do valor do salário-benefício, que é a média integral de todos os salários de contribuição, com 
acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos 
de contribuição para homens e de 15 anos para as mulheres.
5.5 Auxílio-doença
O auxílio-doença é um tipo de benefício por incapacidade laboral concedido ao segurado que 
temporariamente está incapacitado de exercer suas atividades de trabalho por doença ou acidente. 
Enquadra-se também quando por prescrição médica, a exemplo de gravidez de risco, deverá 
permanecer em repouso, não exercendo suas atividades laborais por um período superior ao de 
responsabilidade do empregador.
Figura 21 
69
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Entende-se por incapacidade laborativa a impossibilidade de desempenhar funções específicas de 
atividades que habitualmente exerciam o segurado, por motivo de doença ou acidente.
 Saiba mais
Para acessar as alterações morfopsicofisiológicas reconhecidas pelo 
INSS, leia o manual a seguir:
INSTITUTO Nacional do Seguro Social (INSS). Manual técnico de 
perícia médica previdenciária. Brasília: INSS, 2018. Disponível em: https://
www.saudeocupacional.org/v2/wp-content/uploads/2018/03/Manual-
T%C3%A9cnico-de-Per%C3%ADcia-M%C3%A9dica-2018.pdf. Acesso em: 
6 ago. 2020.
Todos os segurados do RGPS podem ser beneficiários do auxílio-doença previdenciário. Cabe 
esclarecer que se o auxílio é proveniente de acidente do trabalho, ele caberá somente aos segurados 
empregados, inclusive o doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial.
O auxílio-doença, em regra, não exige carência, desde que seja proveniente de acidente do trabalho, 
doenças ocupacionais e situações equiparadas, ou acidente de outra natureza. Não se exige também, 
em caso de doenças tipificadas como graves, contagiosas ou incuráveis, nos termos do artigo 151 da 
Lei n. 8.213/91.
Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso 
II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de 
aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for 
acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação 
mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, 
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da 
doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica 
adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da 
medicina especializada (BRASIL, 1991b).
Nos demais casos de doenças que não se enquadram nas especificadas anteriormente, a carência 
exigida é de 12 meses, ou seja, 12 contribuições mensais anteriores ao evento-contingência. 
 Observação
Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao RGPS 
já portador da doença. Porém, se a doença for agravada pela atividade 
laborativa ele terá direito ao benefício. 
70
Unidade III
Destaca-se que o auxílio-doença é devido mesmo que a enfermidade seja diagnosticada dentro do 
período de graça que trata o artigo 15 da Lei n. 8.213/91. 
Após a cessação do benefício do auxílio-doença decorrente de acidente de qualquer natureza ou 
causa, tendo o segurado retornado ao trabalho ou não, se houver agravamento ou sequela que resulte 
na reabertura do benefício, a renda mensal inicial será igual a 91% do salário de benefício do auxílio 
cessado, corrigido até o mês anterior ao da reabertura do benefício (CASTRO, 2020).
Quanto ao prazo para recebimento do auxílio-doença, nos termos da lei é indeterminado, cessando 
com a recuperação da capacidade laborativa ou na transformação em aposentadoria e até mesmo com 
a morte do segurado. No entanto, sempre que possível, por ato administrativo do INSS ou até mesmo 
por ordem judicial, deverá fixar um prazo estimado de duração do auxílio. Na ausência de prazo fixado, 
o benefício cessará após 120 dias, contado da concessão ou de reativação do benefício, exceto se o 
segurado providenciar requerimento de prorrogação perante o INSS.
O segurado que sofreu acidente do trabalho garante a estabilidade e a manutenção de seu contrato 
de trabalho pelo prazo mínimo de 12 meses, após a cessação do auxílio-doença acidentário.
 Observação
Há estabilidade de 12 meses no caso de acidente do trabalho após a cessação 
do auxílio-doença independentemente da percepção de auxílio-acidente.
O segurado em gozo do auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena 
de suspensão do benefício, a submeter-se: a exame médico pericial junto à Previdência; ao processo de 
reabilitação profissional; e ao tratamento de reabilitação. Exceção: o segurado pode se negar a processo 
que venha sofrer intervenção cirúrgica e a transfusão de sangue, igualmente como acontece na 
aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez).
Enfatiza-se que o auxílio-doença acidentário será devido ao empregado urbano ou rural, ao 
trabalhador avulso, ao segurado especial, todos esses que exercem trabalho remunerado, quando sofrem 
acidente do trabalho e são considerados incapazes para o exercício de suas atividades. 
5.6 Auxílio-acidente
Trata-se do benefício (indenização) previdenciário devido ao segurado que após a consolidação das 
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza resultar em sequela definitiva, a qual implique em 
redução da capacidade laborativaque habitualmente desempenhava.
O auxílio-acidente é um benefício previdenciário pago mensalmente ao segurado acidentado como 
forma de indenização, sem caráter substitutivo do salário, pois é recebido cumulativamente como este, 
quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas 
que impliquem na redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia (CASTRO, 2020).
71
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Esse auxílio é devido após verificar a consolidação das lesões por conta de acidente de qualquer 
natureza e não somente de acidente do trabalho. Por ter caráter de indenização, pode ser acumulado 
com outros benefícios pagos pela Previdência, exceto com aposentadoria. Portanto, será devido até que 
o beneficiário se aposente ou quando falecer.
Ele integra o cálculo do salário de qualquer aposentadoria, no entanto, não contará para concessão 
de pensão por morte. No caso de reabertura de auxílio-doença por acidente que tenha dado causa ao 
auxílio-acidente, ele será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto.
Quanto aos beneficiários contribuintes individuais e segurados facultativos, eles não fazem jus a 
esse benefício, segundo a interpretação dominante na jurisprudência, por não estarem enquadrados na 
proteção acidentária (CASTRO, 2020). 
A sua concessão independe de números de contribuições mensais pagas, contudo, é preciso manter 
a qualidade de segurado.
Quanto à renda mensal inicial do auxílio-acidente, após a reforma da Previdência, para os acidentes 
que ocorreram a partir de então, após a média aritmética dos seus salários de contribuição de todo o 
período contributivo ou a partir de julho de 1994, equivale a 50% do salário-benefício correspondente 
à aposentadoria por invalidez à qual teria direito. 
Ainda, por determinação das novas regras, o auxílio-acidente deixou de ser vitalício e será devido 
enquanto persistirem as sequelas. Tal alteração permite que o INSS convoque os beneficiários para 
revisões periódicas de seus benefícios a fim de verificar e certificar a condição de sequela permanente.
5.7 Salário-maternidade
Trata-se de um benefício criado por lei para garantir a proteção à trabalhadora gestante, tanto na 
esfera do direito do trabalho quanto na do direito previdenciário.
Especificamente no campo previdenciário evidencia-se a proteção da gestante pela concessão do 
benefício salário-maternidade com duração em regra geral de 120 dias. 
Figura 22 
72
Unidade III
A CF/88 garantiu a proteção à maternidade, em especial à gestante, estendendo a duração da licença 
para 120 dias, sem prejuízo de emprego e do salário, nos termos do artigo 7º, XVIII. A legislação previdenciária 
impõe regras para a concessão desse benefício, disciplinadas pelos artigos 71 a 73 da Lei n. 8.213/91, em que 
será concedido inicialmente às seguradas empregadas, trabalhadoras avulsas e empregadas domésticas, 
sem exigência de carência, podendo ter início entre 28 dias antes do parto e da data do nascimento.
Para as seguradas especiais, contribuintes individuais e facultativas, este benefício foi estendido 
por força lei, publicada respectivamente em 1994 e 1999, exigindo carência mínima de 12 meses 
imediatamente anteriores ao nascimento. 
A Lei n. 11.770/08 possibilitou a extensão desse benefício para 180 dias às seguradas empregadas cuja 
empresa faça adesão ao Programa de Empresa Cidadã. Para as empresas que aderirem voluntariamente 
a esse programa, em troca receberá incentivos fiscais. 
O salário-maternidade consiste em uma renda mensal igual à remuneração integral da segurada 
empregada e da trabalhadora avulsa. Para as demais seguradas, o valor do benefício corresponde ao do 
último salário de contribuição. 
5.8 Salário-família
Trata-se de um benefício previdenciário pago mensalmente ao trabalhador de baixa renda, filiado na 
condição de segurado empregado, doméstico e trabalhador avulso, na proporção do respectivo número 
de filhos até 14 anos de idade ou inválidos. 
A finalidade desse benefício é colaborar com o desenvolvimento normal da família, com o aporte de 
uma contribuição regular e permanente para a manutenção das pessoas cujo encargo é assumido pelo 
chefe de família (CASTRO, 2020).
É devido por cotas, de modo que o segurado (homem e mulher) perceba tantas cotas quantos sejam 
os filhos, enteados ou afilhados com idade até 14 anos incompletos ou inválidos de qualquer idade. 
Esse valor independe de carência, ou seja, de contribuições pagas pelo segurado, pois tem caráter 
nitidamente alimentar, não sendo justo exigir contribuições para fazer jus ao benefício. 
Figura 23 
73
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Os beneficiários são todos os segurados de baixa renda, observando o valor previsto à época da 
concessão do benefício. Estende-se aos aposentados por invalidez ou idade, urbanos ou rurais e demais 
aposentados com mais de 65 anos, se homem, e 60 anos, se mulher.
6 PRESTAÇÕES EXCLUSIVAS PARA DEPENDENTES E SERVIÇOS DISPONÍVEIS
6.1 Benefícios aos dependentes
O RGPS prevê determinadas prestações exclusivas para dependentes, como pensão por morte 
e auxílio-reclusão. 
6.1.1 Pensão por morte
Quanto à pensão por morte, é pago aos dependentes do segurado homem ou mulher que falecer, 
aposentado ou não, conforme o artigo 201, V, da CF/88.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral 
de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e 
atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
n. 103, de 2019)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge 
ou companheiro e 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento 
do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (BRASIL, 1988).
A terminologia “pensão por morte” está reservada para benefício pago aos dependentes, cônjuge ou 
companheiro em virtude de falecimento do segurado (ROCHA, 2018). Trata-se de prestação previdenciária 
de pagamento continuado, de caráter contributivo, destinado a suprir ou minimizar a falta daqueles que 
proviam a manutenção econômica familiar. 
O benefício da pensão por morte é pago ao conjunto de dependentes do segurado: o cônjuge, a 
companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) 
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
Para o implemento desse benefício, é importante destacar o requisito genérico, que é o da qualidade de 
segurado no momento do evento morte. Quanto ao requisito específico, portanto, é o óbito do segurado.
O termo inicial do benefício, ou seja, o início do pagamento, se dá a partir da data do óbito, desde 
que requerido até trinta dias a contar da data do falecimento. Caso ultrapassado esse prazo, a data de 
início do pagamento é a partir da data do requerimento. 
74
Unidade III
A pensão por morte pode ser considerada de origem comum ou acidentária. Importante destacar 
essa diferença, porque em caso falecimento do segurado em decorrência de acidente do trabalho há 
reflexos indenizatórios a serem exigidos dos causadores do acidente. 
 Lembrete
Os reflexos da pensão por morte acidentária geram reflexos indenizatórios 
em desfavor ao causador e/ou responsável pelo acidente do trabalho que 
teve como consequência o óbito do segurado. 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos 
morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho propostas por empregado contra empregador, 
inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação 
da Emenda Constitucional n. 45/2004, como diz a súmula vinculante n. 22 do STF.
 Saiba mais
Para saber mais sobre acidente do trabalho e indenização por danos 
morais, acesse o site a seguir e consulte porProcesso Aq-RR – 136500-
30.2012.5.17.0010:
https://jurisprudencia.tst.jus.br/
A partir da reforma da Previdência em 2019, caso o segurado não esteja aposentado, a definição da causa 
do óbito (se comum ou se acidentária) tem relação com o cálculo do valor da renda mensal da pensão. 
Se o óbito for em decorrência de acidente do trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho, a 
aposentadoria que serve de base será equivalente a 100% do salário-benefício. Em se tratando de óbito 
decorrente de doença ou causa diversa, a aposentadoria que servirá de base será o equivalente a 60% do 
salário-benefício, com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano trabalhado de contribuição 
que exceder 20 anos se o segurado falecido for homem e, se mulher, 15 anos. 
Requisitos para concessão de pensão por morte:
• Qualidade de segurado do falecido.
• Prova da dependência econômica do requerente.
A EC n. 103/2019 ainda estabeleceu a equiparação a filho para fins de recebimento da pensão por 
morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.
75
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
É possível a perda do direito à pensão se for comprovada simulação e/ou fraude no casamento ou na 
união estável com o cônjuge e/ou companheiro, ou a formalização desses para fins exclusivos apendas 
de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito 
ao contraditório e à ampla defesa (CASTRO, 2020).
Para finalizar os apontamentos sobre pensão por morte, após a reforma da Previdência não é mais 
permitida acumulação de pensão por morte com outro benefício previdenciário, devendo optar pelo 
recebimento de opção mais vantajosa. Outrossim, é vedada a acumulação de mais de uma pensão por 
morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime, ou seja, no RGPS, ressalvadas 
as pensões do mesmo instituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveis previsto no artigo 37 
da CF/88 (CASTRO, 2020). 
6.1.2 Auxílio-reclusão
Quanto ao outro benefício devido aos dependentes, tem-se o auxílio-reclusão. A Previdência Social 
é um sistema que garante o benefício não só ao segurado, mas também aos seus dependentes, por 
conta de evento-contingência que impossibilita o mantenedor da subsistência (econômica) familiar o 
aporte necessário para que – na ausência desse mantenedor-segurado – essa família possa continuar a 
se manter com o mínimo existencial possível. 
Sabe-se que o condenado recolhido à prisão fica sob a responsabilidade do Estado. Diante do 
enclausuramento, seus dependentes ficam sem o apoio econômico que o segurado oferecia antes 
de ser recolhido. 
Figura 24 
O auxílio-reclusão está previsto no artigo 201, inciso IV, da CF/88, e é destinado aos dependentes dos 
segurados de baixa renda. 
76
Unidade III
 Lembrete
Segurado é todo trabalhador que contribui mensalmente para a 
Previdência Social. Por isso, tem direito aos benefícios e serviços oferecidos 
pelo INSS, inclusive auxílio-reclusão aos dependentes.
Após a Emenda Constitucional n. 103/2019, o critério de baixa renda foi mantido com limitação 
de um salário mínimo. Os segurados de baixa renda são aqueles que têm renda bruta mensal igual ou 
inferior a R$ 1.364,43, que serão corrigidos nos termos da lei.
Para o implemento de tal benefício, é necessário observar os requisitos. Primeiramente, a 
reclusão deve ter ocorrido enquanto o preso mantinha a qualidade de segurado; e, segundo, ser o 
segurado de baixa renda.
6.2 Serviços ao segurado e dependentes
A lei de benefícios previdenciários prevê serviços como uma das espécies do gênero prestações, 
ao lado dos benefícios, dos quais se diferenciam por não terem natureza pecuniária e dispensarem 
carência (ROCHA, 2018). 
Além dos serviços, a Previdência também proporciona a habilitação e/ou a reabilitação do segurado 
incapacitado para o trabalho. Nos termos do artigo 89 da Lei n. 8.213/91, a habilitação está destinada 
aos beneficiários que jamais tiveram a capacidade laborativa. A reabilitação, por outro lado, é 
destinada aos beneficiários que perderam a capacidade laboral. Por exemplo, a pessoa com deficiência, 
que nos termos do Estatuto da Pessoa com Deficiência tem direito a um processo de habilitação e/ou de 
reabilitação, apoiado em uma avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades 
de cada pessoa. 
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa 
com deficiência.
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o 
desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, 
cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que 
contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de 
sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com as 
demais pessoas. (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
[...]
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avaliação 
multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cada 
77
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
pessoa, observadas as seguintes diretrizes: I - diagnóstico e intervenção 
precoces; II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação 
funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões; III - atuação 
permanente, integrada e articulada de políticas públicas que possibilitem 
a plena participação social da pessoa com deficiência; IV - oferta de rede 
de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos diferentes níveis 
de complexidade, para atender às necessidades específicas da pessoa com 
deficiência (BRASIL, 2015c).
Segundo Rocha (2018), a reabilitação profissional é um serviço destinado a proporcionar aos 
beneficiários, incapacitados total ou parcialmente, os meios necessários para facilitar o reingresso no 
mercado de trabalho e uma adequada participação no contexto em que vivem. 
A reabilitação é mantida pela Previdência Social e deverá o segurado, quando convocado, comparecer 
ao INSS para iniciar o processo sob a indicação de tratamento indicado pelo perito médico especializado.
Quanto aos serviços, também considerado uma forma de serviço prestado pela Previdência, é 
definido como uma atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao beneficiário orientação e apoio 
no que concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e à melhoria da sua inter-relação com a 
Previdência, a fim de solucionar questões referentes a benefícios e/ou obtenção de recursos sociais da 
comunidade (ROCHA, 2018). 
 Resumo
Nesta unidade, foram estudados os benefícios em espécies e apresentados 
aqueles que envolvem situações ligadas à segurança do trabalho. 
Transitamos por alguns tópicos essenciais para o estudo que permeia as 
questões prementes à segurança do trabalho, tais quais: aposentadoria 
por invalidez; auxílio-doença por conta de acidente do trabalho; doença 
profissional ou doença do trabalho; auxílio-doença por natureza diversa; 
auxílio-acidente; pensão por morte; e processo de reabilitação. 
Destacamos também a importância dos reflexos do evento-contingência 
do acidente do trabalho na Previdência Social. 
 Exercícios
Questão 1. Orinalde Reborn sofreu um grave acidente na fábrica de laminados em que trabalhava, 
que ocasionou sérias sequelas em sua mobilidade. Foi afastado com direito à aposentadoria por 
incapacidade permanente decorrente do acidente de trabalho sofrido. Durante o período de afastamento 
fez um Curso Superior Tecnológico em Gestão de Tecnologia da Informação e se apresentou ao seu 
antigo empregador com novas habilidades e competências profissionais, sendo contratado de imediato 
78
Unidade III
como supervisor da área de segurança da informação, com salário até superior ao que ele recebia 
anteriormente. Em razão dessa nova contratação ele terá direito a:
A) Receber cumulativamente a aposentadoria por acidente de trabalho e o salário da nova função.
B) Receber apenas a aposentadoria enão receber salário.
C) Receber o salário da nova contratação.
D) Receber cumulativamente a aposentadoria e 70% do salário da nova contratação.
E) Receber cumulativamente o salário da nova função e 70% da aposentadoria decorrente do 
acidente de trabalho.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o empregado não poderá receber cumulativamente os dois valores, de aposentadoria e 
de salário, porque a legislação não permite.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: se o trabalhador retornou à condição de capacidade laborativa para exercício de atividade, 
é justo que receba a remuneração decorrente de seu trabalho e deixe de receber a aposentadoria que era 
decorrente da incapacidade laborativa que foi superada.
C) Alternativa correta.
Justificativa: comprovado que o empregado recuperou sua capacidade laborativa, é correto que 
ele receba o salário mensal, deixando de receber a aposentadoria porque já não se encontra mais 
incapacitado, embora tenha mudado sua atividade laborativa.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há possibilidade de acumular aposentadoria por acidente de trabalho e salário por 
contratação para nova atividade laborativa.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há possibilidade de acumular aposentadoria por acidente de trabalho e salário por 
contratação para nova atividade laborativa. 
79
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Questão 2. Pedro Perigo era escriturário em uma financeira e praticou o crime de desvio de dinheiro 
privado, de propriedade da empresa. Foi julgado e condenado à pena de reclusão. Ele é casado e pai de 
dois filhos, com 4 e 6 anos, respectivamente. Sua esposa pretende pedir o auxílio-reclusão porque eles 
se qualificam no conceito de baixa renda. Avalie as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I – A esposa e as crianças têm direito ao auxílio-reclusão porque Pedro era segurado.
II – O auxílio-reclusão é polêmico, mas é uma medida que contribui para a concretização dos 
objetivos constitucionais de construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
III – O auxílio-reclusão leva em conta que o criminoso era segurado, recolhia contribuições à 
seguridade social e seus dependentes têm direito ao mínimo vital.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A) I, somente.
B) II, somente.
C) III, somente.
D) I e III.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: conforme consta do enunciado da questão, Pedro era empregado, contribuinte do 
sistema de seguridade social e, portanto, com direito aos benefícios previstos em lei para os segurados. 
II – Afirmativa correta.
Justificativa: no Brasil, nos últimos anos, o auxílio-reclusão tem sido bastante discutido e muitas 
notícias falsas foram publicadas a respeito do tema. É um tema polêmico, sem dúvida, mas concretiza 
a solidariedade social que a Constituição Federal determina como objetivo da República Federativa do 
Brasil, na medida em que as famílias dos condenados que eram segurados da Previdência Social têm direito 
a receber o valor do auxílio-reclusão, de forma a não aumentar os problemas econômicos decorrentes 
da prisão da pessoa que contribuía para o sustento da família. O segurado preso será sustentado pelo 
Estado e seus familiares contarão com o auxílio-reclusão composto pela contribuição de todos os 
segurados que contribuem para o sistema, concretizando, desse modo, o princípio constitucional da 
solidariedade social. 
80
Unidade III
III – Afirmativa correta.
Justificativa: a garantia do mínimo vital para a família do segurado que foi condenado pela prática 
de crime é o pressuposto essencial do auxílio-reclusão.

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