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MICOLOGIA - Micoses superficiais



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PITIRÍASE VERSICOLOR
Aspectos clínicos: É uma micose superficial benigna e crônica; lesões com placas hipo (branca) ou hiperpigmentadas (vermelhas ou marrons); bordas delimitadas; a região cervical, ombros, tórax anterior e posterior são as áreas mais frequentemente afetadas. Assintomática. Lesões se apresentam como máculas finamente descamativas de bordas bem definidas mas de tamanho e formas variáveis. 
Agente etiológico: Malassezia sp
Epidemiologia: distribuição mundial – mais frequente em regiões de clima tropical ou subtropical. 
A forma de levedura da Malassezia sp é considerada microbiota cutânea humana. Colonizam o hospedeiro na forma de levedura. O polimorfismo de Malassezia spp observado na pitiríase depende de vários fatores. É possível que a hipocromia nas lesões sejam causadas pela presença de ácido azelaico, que tem atividade antitirosinase, interferindo na melanogênese. Geralmente as colônias aparecem entre o segundo e quarto dia de encubação, a uma temperatura entre 35-37oC.
Tratamento: aplicação tópica de sulfeto de selênio.
Doenças associadas a Malassezia sp: a dermatite seborreica – o couro cabeludo, pelos caracteres seborreicos, seria o principal reservatório de Malassezia spp. 
TINEA NEGRA
Aspectos clínicos: infecção superficial benigna e crônica, geralmente assintomática, atinge a córnea da pele, com lesões de cor preta ou marrom, com bordas bem definidas, sem descamação que aparecem na palma das mãos.
Agente etiológico: Hortaea werneckii – sapróbio halofílico, não se conhece a forma de transmissão mas está associada ao contato direto do hospedeiro com o ambiente marinho, principalmente com a areia da praia que contém os propágulos do fungo
Em parasitismo se apresenta com hifas demáceas, septadas e ramificadas. A fase leveduriforme apresenta morfologia simples, como uma célula única e gemulante. O fungo habita em forma sapróbia, diversos ambientes com elevada concentração de sal, (possui tolerância), sendo isolada do mar, frutos-do-mar e areia da praia. Sua importância e clínica relaciona-se à etiologia da tinea negra no homem.
Epidemiologia: restrita às áreas tropiais e subtropicais. Acomete crianças, adultos e idosos imunocompetentes, sendo mais comum em mulheres. O grupo prevalente são jovens em torno dos 20 anos. 
Taxonomia: Cladosporium werneckii – a forma perfeita ou teleomorfa (sexual) do fungo não é conhecida. 
Essa espécie é reconhecida pela resistência a NaCl.
Tratamento: Unguento de Whitfield, podem ser utilizados também imidazóis tópicos ou por via oral.
PIEDRAS
Aspectos clínicos: micoses superficiais estritas, onde os fungos implicados apresentam em comum a propriedade de induzir alterações apenas na camada mais superficial do extrato córneo. Não se apresenta nenhum tipo de desconforto físico, sendo, portanto, a queixa principal em geral está associada à estética. 
Agente: Piedra branca – Trichosporon spp. /// Piedra preta – Piedraia hortae
Epidemiologia: Mais prevalente em zonas de clima tropical e subtropical dos continentes americano e africano, estando muito relacionadas às condições socioeconômicas pouco favoráveis. Caráter contagioso bastante fraco ou inexistente.
Piedra branca: caracterizada pelo aparecimento de uma massa de consistência mucilaginosa aderida aos pelos humanos. Acomete indistintamente os cabelos e pelos das regiões axilares, pubiana, perianais, barba e bigode. Aspectos clínicos: Coloração branco-amarelada ou amarelo-acastanhada easpecto fusiforme, aderidas ao pelo comprometido.
Piedra preta: infecção fúngica, que pode ser enquadrada na definição de feo-hifomicose superficial, caracteriza-se pelo aparecimento de diminutas massas sólidas fúngicas aderidas aos pelos do homem e de animais, acomete indiscriminadamente. Aspectos clínicos: aparecimento de nódulos endurecidos e de coloração escura nos cabelos e raramente em outros pelos do corpo humano. Benigna, de caráter crônico e baixo contágio. Discreta predominância no se masculino. Preferencialmente no couro cabeludo. 
Característica fúngica: estrutura de coloração acastanhada aderidas ao longo do pelo.
Tratamento: derivados imidazólicos.
MICETOMA
Aspectos clínicos: Os micetomas são infecções crônicas, lesões nodulares subcutâneas, com o passar do tempo, fistulizam e drenam uma secreção sanguinolenta ou seropurulenta, contendo grãos parasitários (microcolônias do agente infeccioso), localizada preferencialmente no pé, podendo comprometer músculos e ossos. Lesões com aspecto elefantiásico, duras à palpação, pouco doloridas, liberando, quando comprimidas, uma discreta secreção serossanguinolenta. 
Etiologia do agente: actinomicetos e eumicóticos
 *Origem bacteriana – actinomicetos – micetomas actinomicóticos ou actinomicetomas
*Origem fúngica (hialino ou demáceo) – micetomas eumicóticos ou eumicetomas 
Eumicetomas: regiões tropicais e subtropicais
Actinomicetos: distribuição mais cosmopolita
Epidemiologia: a maioria dos casos em indivíduos na faixa dos 20 aos 50 anos. Sexo masculino mais afetado. Esse tipo de infecção não passa de homem para homem e nem de animal para animal. A probabilidade de o indivíduo do sexo masculino, no meio rural, se contaminar através de perfurações, arranhões e injúrias da pele é bem maior do que a do indivíduo que vive na região metropolitana. Se não tratada, pode levar o indivíduo à invalidez parcial ou total e até mesmo ao óbito. 
Etiologia: 
Eumicetomas: grãos negros (produzido por fungos demáceos) e grãos brancos (por fungos hialinos).
Actinomicetos: os grãos podem ser agrupados em brancos ou amarelos e em vermelhos e pretos. 
Diagnóstico laboratorial: 
Eumicóticos: filamentos micelianos septados, claros ou castanhos = fungo filamentoso
Actinomicetos: estruturas filamentosas bem finas, que se fragmentam em estruturas bacilares ou cocóides.