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SISTEMAS WIRELESS 01/08/2014 Conselheiro Lafaiete - MG www.asterisklibre.org 1.INTRODUÇÃO “Estamos assistindo ao surgimento de pessoas totalmente viciadas em informações: pessoas que precisam estar permanentemente on-line. Para os usuários móveis o par trançado, o cabo coaxial, e a fibra ótica não têm a menor utilidade. Eles precisavam transferir dados para os seus computadores, laptop, notebook, palmtop, de bolso ou de pulso sem depender da infraestrutura de comunicação terrestre. A resposta para esse usuário está na comunicação sem fio”. (TANENBAUM, 1997) Os pioneiros no uso de redes sem fio foram os aficionados por rádio mediante suas emissoras, que ofereciam uma velocidade de 9600bps (bits por segundo). Mas quando tratamos especificamente de redes sem fio, para a comunicação de dados ou voz, devemos voltar ao ano de 1997, quando a tecnologia Wi-Fi foi criada pela Wireless Ethernet Compatibility Alliance (WECA). Essas duas sílabas resultam da abreviação de “Wireless Fidelity”. Buscando sempre a mobilidade total, a tecnologia wireless está por meio das estradas invisíveis, criadas por sinais de rádio, fazendo com que possamos aproveitar da melhor maneira possível o tempo, cada vez, mas precioso, em lugares públicos ou privados para trabalhar ou até mesmo se divertir. A crescente demanda de informações, em tempo real que são trocadas ou obtidas pelas corporações e a possibilidade de comunicar-se sem a utilização de fios, fazem com que o mercado se exalte e invista nessa nova tecnologia. 2.COMUNICAÇÃO WIRELESS Comunicação wireless refere-se à comunicação sem cabos ou fios e tem como finalidade estabelecer uma comunicação entre dois ou mais pontos ou dispositivos sem fio. O termo é empregado normalmente nas indústrias de telecomunicações para definir sistemas de comunicações sem fio à distância, tais como: transmissores e receptores de rádio, controles remotos, redes de computadores entre outros. Existem também indústrias que utilizam alguma forma de energia eletromagnética que é uma combinação de um campo magnético que se propagam através do espaço, transportando energia, exemplos como ondas de rádio, luz infravermelha, laser, ondas sonoras entre outras para transmitir informações sem uso de fios. O uso da tecnologia wireless vai desde transceptores de rádio walkie-talkies até satélites artificiais no espaço. (Miller, 2001) Na figura 1 mostra um exemplo de redes sem fio, dentro de uma residência comum, com os dispositivos que são sem fio e que são utilizamos no cotidiano, neste caso são dispositivos que utilizamos sem ser um computador. Figura 1: Exemplo de uma rede sem fio em uma residência. (Fontes , 2004) A comunicação wireless é normalmente usada em rede de computadores, onde a grande maioria dos usuários utiliza-se da mesma para navegar pela internet no escritório, em um bar, em um aeroporto, num parque, até mesmo em casa entre outros lugares que possa ser usada esta tecnologia. A classificação desta tecnologia é baseada na área de abrangência das redes pessoais ou de curta distância (PAN), as redes locais sem fio (WLAN), as redes metropolitanas sem fio (WMAN) e nas redes geograficamente distribuídas ou de longa distância sem fio (WWAN). As Redes PAN (Personal Área Network) significam rede de área pessoal, é mais utilizada em dispositivos pessoais como um celular que se conecta com o fone de ouvido sendo sem fio, ou como um PDA (Personal Digital Assistants) com o aparelho se som de um carro entre outros dispositivos mesmos estando em locais diferentes (bolsos, pastas, etc.), esses dispositivos se comunicam em uma pequena distância e não é necessário um ótimo desempenho de velocidade. As Redes WLAN (Wireless Local Area Network) foram criadas a partir de pesquisas em institutos e universidades, permitindo o desenvolvimento de mínis e microcomputadores de bom desempenho para o uso em diversa unidade de uma organização ao invés de concentrar em uma determinada área, viabilizando a troca de compartilhamento de informações e dispositivos periféricos tanto hardware quanto software permitindo a integração tanto em ambiente de trabalho corporativo como em residências. Já nas redes WMAN (Wireless Metropolitan Área Network) o escopo é de uso corporativo e público que atravessam cidades e estados para fornecer, por exemplo, internet para milhões de residências e empresas. Nesta rede é utilizada a conexão entre provedores de acesso e seus pontos de distribuição, essa rede apresenta características semelhantes às das redes locais tendo como principal diferença a área de abrangência No entanto as redes WWAN (Wireless Wide Área Network), ou seja, uma rede com uma área ampla utilizadas comumente entre prédios corporativos e em interligações fisicamente distantes, esta rede surgiu da necessidade de se compartilhar recursos especializados por uma maior comunidade de usuários geograficamente dispersas. Na figura 2 estão ilustrados as aplicações de redes e os ambientes que normalmente as redes são utilizadas. Figura 2: AMBIENTES E APLICAÇÕES DAS REDES. O uso da rádio frequência ou da comunicação sem fio está sempre associado a um serviço de telecomunicações, esses serviços necessitam de autorizações que no Brasil é obtida através ANATEL (Agencia Nacional de Telecomunicações). A Anatel estabelece as normas que são antes submetidas à consulta pública, os atos da Anatel são acompanhados por exposição formal de motivos que os justifiquem e cabendo, ainda a um ouvidor, a uma apresentação periódica de avaliações de críticas sobre os trabalhos da Agência (ANATEL, 2008). A Anatel decretou a Lei 9.472/97, que foi incumbida de administrar a utilização do espectro de radiofrequência, regulamentando e fiscalizando seu uso no Brasil. Cada faixa de radiofrequência é adequada para uma determinada aplicação ou serviço, a regulamentação aplicável às diversas faixas de radiofrequência pode ser encontrada no Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequência no Brasil (PDDF). (ANATEL, 2008) Os avanços da comunicação sem fio nos últimos anos possibilitaram o surgimento de várias tecnologias, que desde então, procuram atender à necessidade real dos usuários, com a melhor qualidade possível. No decorrer da evolução dessa tecnologia, diversas alternativas foram desenvolvidas com o intuito de eliminar os fios. Atualmente existem sistemas de transmissão de informações por ondas de rádios, ondas de micro-ondas, ondas de UHF (Ultra Hight Frequeny) e, VHF (Very Hight Frequency). O uso da tecnologia wireless proporciona a criação de inúmeras possibilidades, sendo algumas delas apenas imagináveis no presente momento, entretanto outras já se fazem presente no cotidiano das pessoas, já há algum tempo, um exemplo, pode ser o nosso simples controle remoto para a TV, DVD, entre outros dispositivos domésticos, que utilizam a conexão por raio infravermelho, com um alcance de 5 metros. O IEEE é uma organização profissional sem fins lucrativos formado entre outros por engenheiros elétricos, engenheiros da computação, cientistas da computação, profissionais de telecomunicações. Fundado em 1963 com uma fusão das organizações Instituto de Engenheiros de Rádio (IRE) com o Instituto Americano de Engenheiros Elétricos (AIEE), seu princípio principal é promover conhecimento no campo da engenharia elétrica, eletrônica e da computação, a meta do IEEE é estabelecer novos padrões, para formatos de computadores e dispositivos moveis, os resultados destas pesquisas,dos testes realizados, com os equipamentos e as realizações das metas são divulgadas através das conferencias organizadas pelo mesmo, promovendo publicações técnicas e publicando em seus próprios jornais ou revistas eletrônicas. (IEEE, 2008). IEEE padronizou as redes com fio 802.1, 802.2, 802.3 e recebeu a tarefa de elaborar um padrão de redes sem fio. O primeiro padrão apresentado pelo por IEEE para conexões sem fio foi as conexões por raios infravermelho e em 1997 o comitê apresentou o padrão 802.11. Com o desenvolvimento natural da tecnologia, as empresas interessadas nas comunicações sem fio criaram equipamentos que aumentaram a capacidade de bandas e velocidade da comunicação sem fio, havendo assim uma nova necessidade de padronização e testes de interoperabilidade. Para suprir essa demanda o IEEE criou novos grupos de trabalho, reduzindo o foco de aplicação para características, mas especificas, formando assim os grupos para as padronizações 802.11a, 802.11b e 8002.11g. As redes sem fio ou wireless como é conhecida mundialmente, faz parte de nosso cotidiano sem que muitas vezes demos contas. Ações como mudar de canal pelo controle remoto, utilizar forno micro-ondas, efetuar ou receber uma ligação no telefone sem fio e celular utilizavam a o sistema deslocamento de ondas ou feixe de luz em suas finalidades. Para apresentar um pouco dessas tecnologias e suas formas de funcionamento citaremos adiante os respectivos padrões e utilidade de equipamento que usam o wireless como principal mecanismo de funcionamento Figura 3: Exemplo da tecnologia sem fio, em funcionamento: wireless, bluetooth e raios infravermelhos. 2.1 COMUNICAÇÃO INFRAVERLHA O tipo de comunicação infravermelho baseia-se na luz infravermelha, seu funcionamento é basicamente como o sistema de comunicação utilizado em fibra ótica, porém, o meio de transmissão do feixe luz em um ambiente aberto e de curta distância. Para a transmissão do sinal são usados LEDs (Diodos emissores de luz) ou ILDs (Diodos de injeção a laser), e na recepção desse sinal são usados fotodiodos, como utilizados em controles remotos áudio/visuais ou transceptores de fibra ótica, os sinais que são transmitidos através de visibilidade direta, onde os sinais infravermelhos não podem penetrar paredes ou objetos opacos, pois os sinais são diluídos por fontes de luz fortes. Os raios podem ser transmitidos através do vidro, porém para cada superfície de vidro a intensidade de luz é reduzida, devido uma mistura de absorção e refração, assim reduz a distância operacional de um sistema em 50%. Por isso o infravermelho é mais utilizado em ambientes pequenos ou internos, essa tecnologia de transmissão infravermelha enquadra-se na topologia de rede ponto a ponto. Figura 4: A tecnologia infravermelha, equipamento criado pela empresa PALM ONE Os raios infravermelhos têm um alcance aproximadamente 5 metros com um ângulo de 45º de amplitude a partir da fonte, nas redes de comunicação sua utilização é feita em dispositivos pequenos que não necessita de uso de antena, porém, para existir esta conexão o sinal da fonte do dispositivo que está enviando o sinal tem que ser emitido ao receptor, dispositivo que recebe o sinal, em linha reta, não podendo haver desalinhamento e nem obstáculos. (Grünewald, 2005) 2.2 COMUNICAÇÃO BLUETOOTH Bluetooth é o nome dado à tecnologia que utiliza comunicação de rádio de curto alcance, sendo também uma tecnologia destinada a substituir o cabo á dispositivo portátil ou dispositivo eletrônicos fixa como mostra a figura, essa tecnologia define uma estrutura uniforme para dispositivos poderem se comunicar uns com os outros, com praticamente nenhum esforço do usuário. (Tutorial BLUETOOTH, 2007). Figura 5: Aparelhos que utilizam à tecnologia bluetooth As principais características desta tecnologia são a baixas complexidades de uso, baixo custo de dispositivos, ou seja, essa tecnologia oferece acesso a rede LAN sem fio, a rede móvel da internet para dispositivos portáteis, eletrodomésticos e interface handheld, que começou a ser desenvolvida em 1994, pela empresa Ericsson, já o bluetooth surgiu a partir de 1998 pelo SIG (Special Interest Group) que foi promovido por um consórcio inicial estabelecido pelas empresas Sony, Ericsson, IBM, Intel, Toshiba e Nokia. O bluetooth é principalmente utilizado para a comunicação de pequenos dispositivos, mais de uso pessoal como PDAs, telefones celulares, computadores portáteis e também para periféricos como scanner, impressoras e qualquer equipamento que esteja utilizando um chip bluetooth. (Tutorial BLUETOOTH, 2007). Os dispositivos bluetooth operam na faixa de frequência ISM (Industrial, Scientific, Medical) centrada em 2,45 GHz em sua camada física de rádio (RF), que era reservada para alguns grupos de usuários profissionais. Nos Estados Unidos a faixa ISM varia de 2400 a 2483,5 MHz na maioria da Europa a mesma faixa de frequência também é utilizada, já no Japão a faixa varia de 2400 a 2500 MHz. Os dispositivos são classificados de acordo com a potência e alcance, são classificados em três níveis: a classe 1 (com a potência de 100mW e com alcance até 100m) a classe 2 (com potência de 2,5 mW e alcance até 10 m) e classe 3 (com potência de 1mW e alcance de 1m, uma variante muito rara). Cada dispositivo é dotado em um número único de 48 bits que serve de identificação do mesmo. (Bonatto, 2008) Segundo Bonatto (2008) há várias versões apresentadas dos modelos bluetooth a primeira versão tinha velocidade baixa e pouca segurança, na versão 1.1, o modelo suportava canais não encriptados e houve nessa versão a inclusão de RSS(Really Simple Syndication), na versão 1.2 acrescentou uma melhoria na resistência da frequência de rádio e a velocidade de transmissão de até 1Mbps e teve melhor qualidade sonora das ligações de áudio na versão 2.0 que obteve a velocidade de até 3 Mbps, menos consumo de bateria e melhoria na performance BER (bit error rate). Com o bluetooth, o sinal se propaga onidirecionalmente, não necessitando alinhamento para a comunicação, facilitando a locomoção. Segundo Miller (2001), o bluetooth suporta tanto serviço síncrono para o tráfego de voz como assíncrono para transmissão de dados. Em um enlace assíncrono, o usuário consegue uma taxa máxima de 723.2 Kbps onidirecionalmente, já no sentido contrário a taxa máxima é de 57.6Kbps. No bluetooth os serviços síncronos são proprietários, para esse tipo de serviço, o enlace é full-duplex ou bidirecional, com uma taxa máxima de 64Kbps em ambas as direções. A rede em que o bluetooth aplica a WPANs, realizando assim a interoperabilidade entre dispositivos próximos. Figura 6: Tecnologia bluetooth sendo utilizadas em equipamentos divergentes Essa interoperabilidade de comunicação entre dispositivos forma uma rede de transmissão que são chamados de piconet. Podendo existir até oito dispositivos conectados entre si sendo que um deles é considerado o principal como se fosse o mestre, considerando assim os demais como secundários ou escravos. Apesar da limitação, o ponto de comunicação pode expandir sobrepondo vários piconets, resultando em um método chamado scatternet como mostram na figura 7, ao estabelecer a rede, esses dispositivos determinam um padrão possível de transmissão usando canais para efetuar a transmissão de pacotes de dados como na internet. Cada pacote de dados será transmitido um em cada canal diferente em uma ordem que apenas os dispositivos de rede reconhecem, permitindo que não haja interferência com osoutros dispositivos próximos. (MILLER, 2001) Figura 7: Tipos de redes formadas entre dispositivos bluetooth: piconet e scatternet. As vantagens desta tecnologia é não ter necessidade de usar conexão por cabo, e é uma tecnologia de solução variável e de baixo custo para redes de curto alcance, suportando comunicação tanto de dados com por voz. Os dispositivos desta tecnologia são de fácil instalação e tem um sistema de criptografia o que torna as transmissões mais segura. As desvantagens são que a quantidade de dispositivos que podem se conectar ao mesmo tempo é limitado, principalmente se comparado a uma rede cabeada que por sua vez tem o alcance bem maior que o Bluetooth. 3.DETERMINANDO A ARQUITETURA DE REDE Uma topologia de rede é composta de BSS (Basic Service Set), STA (Wireless LAN Stations), AP (Access point), DS (Distribution System), ESS (Extended Service Set) entre outras. A BSS são células de comunicação de uma rede sem fio, a STA são os diversos clientes dessa rede, AP é como se fosse um ponto ou um nó que coordena a comunicação entre os clientes desta rede dentro das células de comunicação, funciona como uma ponte de comunicação entre a rede sem fio e a rede convencional o DS são backbones da WLAN que realizam a comunicação entre os pontos de acesso. O ESS é um conjunto de células de comunicação sem fio cujos pontos de acesso estão conectados a uma rede convencional. Nestas condições os clientes da rede podem se movimentar entre células de comunicação sem fio, de uma para outra permanecendo conectada à rede e este processo é denominado de roaming. As redes sem fio foram projetadas para suportar vários tipos de arquitetura de redes, e a arquitetura de rede a ser utilizada no projeto deve ser definida em seu início. As arquiteturas suportadas para a tecnologia de redes sem fio são: a arquitetura ponto-a-ponto, ponto- multiponto e a arquitetura mesh, também é possível utilizar arquiteturas híbridas que consistem em utilizar duas ou mais topologias. Assim, definir a arquitetura a ser utilizada em um projeto é extremamente importante na hora da implantação de uma rede sem fio, pois se torna importante saber as características de cada arquitetura a fim de avaliar qual será a melhor escolha para o projeto. Abaixo as características de algumas arquiteturas de redes que podem ser utilizadas na rede sem fio. 3.1 ARQUITETURA PONTO-A-PONTO Na arquitetura ponto-a-ponto são utilizadas duas antenas de rádio onde estarão interligando dois pontos. Na arquitetura ponto a ponto ela atende isoladamente a um único usuário interligado, por exemplo, a matriz e a filial de uma empresa, como também para servir uma solução de última milha para atender um usuário a partir de um Ponto de Presença de uma rede multisserviços (OLIVEIRA, 2005). Esta arquitetura é menos escalável, visto que, há pouca facilidade de adição de novos nós na rede, mas existe uma maior banda passante nesta solução. Assim as antenas se comunicam entre si via comunicação sem fio, assim que recebe sinal para passar uma rede com fio até o computador do usuário. A figura 8 apresenta o funcionamento da arquitetura ponto a ponto. Figura 8: Arquitetura ponto a ponto. Fonte: OLIVEIRA (2005) 3.2 ARQUITETURA PONTO-MULTIPONTO Na arquitetura ponto-multiponto, a rede implantada permitirá que a rede alcance vários assinantes, limitando o número de roteadores, switches e outros equipamentos que são necessários para o funcionamento de uma rede cabeada. Na arquitetura ponto-multiponto, vários usuários são atendidos simultaneamente a partir de um ponto base que é posicionado estrategicamente (OLIVEIRA, 2005). Este ponto base cobre uma área aonde será oferecido o serviço aos assinantes, reduzindo custos e oferecendo uma maior facilidade no caso de adição de nós em clientes, mas com menor banda passante. A figura 9 apresenta o funcionamento da arquitetura ponto-multiponto, nesta arquitetura como mostra a imagem usa-se uma base com as antenas da base em várias posições para emitir o sinal as antenas receptoras que estão nas casas do cliente. Figura 9: Arquitetura ponto-multiponto. Fonte: OLIVEIRA (2005) Na arquitetura Ponto-multiponto, são formadas células que podem utilizar antenas do tipo onidirecional (360º) ou setorial. O ângulo de abrangência da antena setorial pode ser de 30º, 60º, 90º ou 120º dependendo da área de cobertura. Estas células podem ser configuradas para trabalhar com várias antenas posicionadas sequencialmente formando-se setores consecutivos proporcionando uma grande à de cobertura do sinal (OLIVEIRA, 2005). As antenas onidirecionais apresentam uma maior facilidade uso, isso porque elas não precisam ser direcionadas com as outras, o que ocorre com as antenas setoriais. Estas antenas são utilizadas tanto nas estações bases emissoras como nas receptoras. O seu funcionamento não permite enlace muito longo. 3.3 ARQUITETURAS MESH A arquitetura mesh é bem parecida com a arquitetura ponto multiponto, mas existe uma diferença entre as duas. A diferença está no modo de operação entre as duas arquiteturas. Enquanto que na tecnologia ponto multiponto o tráfego ocorre entre a estação base e os assinantes e vice-versa, na arquitetura mesh o tráfego pode ser roteado através de outros assinantes como também pode ocorrer diretamente entre os assinantes, aonde cada assinante funciona como uma estação ou um “nó” repetidor. Com esta capacidade de comunicação por "nós", se cria uma rede com várias rotas alternativas, evitando assim os pontos de congestionamento, aprimorando ainda mais o desempenho da rede com a adição de novos clientes. A figura 10 apresenta o funcionamento da arquitetura mesh. A arquitetura mesh oferece redundância e maior confiabilidade, mas é a arquitetura mais cara de se construir porque cada nó ou cliente da rede requer um roteador. Figura 10: Arquitetura mesh. Fonte: TEIXEIRA (2006) Na figura 10 temos uma base que se comunica com o cliente e o mesmo utilizando um equipamento de roteamento pode criar uma outra rede entre a mesma residência ou até se comunicar com outras residências. 4.MODULAÇÃO DE TRANSMISSÃO A tecnologia sem fio trabalha de forma parecida à de um telefone móvel, com ondas através do ar, em vez de fios. Há varias arquiteturas de redes em um sistema de transmissão de dado, seja de forma digital ou analógico com fio ou sem fio, para se ter esta transmissão de dados precisa utilizar formas de inserir as informações úteis em um sinal de Rádio Frequência, chamado de onda portadora que será o meio de transporte da informação de um ponto a outro. Essas formas de inserir a informação em um sinal são chamadas de modulação, que permite que esta mesma informação seja transportada, sendo embutida nos parâmetros de amplitude, frequência ou fase da portadora. Nas modulações digitais, os bits do sinal que contém a informação são codificados através de símbolos, a modulação é responsável por mapear cada possível sequência de bits de um comprimento pré-estabelecido em um símbolo determinado, um conjunto de símbolos gerados por uma modulação é chamado de constelação, sendo que cada tipo de constelação gera uma constelação de símbolo diferentes. A sequência de bits de um sinal de informação que é transformada em símbolos é transmitida por ondas portadoras. 4.1 TECNICAS DE MODULAÇÃO Serão apresentadas neste capitulo, algumas técnicas de modulação bem com as vantagens e desvantagensque as mesmas podem proporcionar. FKS (Frequency Shift Keying) - A modulação FKS que significa Modulação por Desvio de Frequência é uma técnica de modulação na qual o sinal digital modulante varia a frequência de uma onda portadora analógica de acordo com valores pré- determinados. Inicialmente eram utilizados apenas dois valores de frequência, cada um representando um nível binário “1” ou “0”. Este método passou a ser chamado de FSK (Binary Frequency-shift keying). Foram então introduzidos mais valores de frequência, o que permitiu a codificação de dois ou mais bits por valor. Por exemplo: utilizando 4 valores diferentes de frequência, pode-se atribuir 2 bits para cada valor, de acordo com a tabela abaixo: Tabela 1: Exemplo de Frequência FKS. Como em todos os métodos de modulação digital, é utilizada uma sequência de bits igualmente espaçados que modulam a portadora. O período de cada pulso da sequência é dado por Td. Desta forma, a menor largura de banda necessária para transmitir esse pulso, f, é: f = 1 / (2 * Td). Figura 11: Exemplo de bit a bit na modulação. (GTA, 2004) Essa modulação é bastante utilizada no telefone fixo que temos em casa, mas é sem fio. Alternativamente, podem-se, por exemplo, utilizar quatro frequências de transmissão diferentes, cada uma delas correspondendo a 2 bits. Este modo é chamado de 4FSK. Isto aumentaria a taxa de bits transmitidos, mas em contrapartida aumenta também a banda de frequência de transmissão utilizada. A modulação FSK apresenta o inconveniente de ocupar uma banda de frequência bastante alta, devido a estas variações bruscas de frequência em função da transição de bits, além possibilitar taxas de transmissão relativamente baixas. GFSK (Gaussian Frequency Shift Keying) - No GFKS os dados são codificados na forma de variações de frequência em uma portadora de maneira similar à modulação FSK, portanto, o modulador utilizado pode ser o mesmo para a modulação FKS. Antes dos pulsos entrarem no modulador eles passam por um filtro gaussiano, que é uma espécie de formatador de pulso que serve para suavizar a transição entre os valores dos pulsos de modo a reduzir a largura espectral dos mesmos. A figura 12 ilustra a transformação dos pulsos após assarem pelo filtro gaussiano. Figura 12: Os pulsos após passarem pelo filtro Gaussiano (GTA, 2004) Um dos sistemas que utiliza essa modulação é o sistema bluetooth, que demonstra uma melhor eficiência espectral em relação á modulação FSK. ESPALHAMENTO ESPECTRAL - O princípio das técnicas de modulação usando espalhamento espectral é aumentar a quantidade de bits utilizados para transmitir uma mesma informação, de modo espalhar o espectro de frequência de sinal, desta forma aumenta-se a banda de frequência no qual o sinal é transmitido. Normalmente utiliza-se um código de espalhamento que é multiplicado pelos bits de informação. Os códigos de espalhamento são muitos usados em transmissões digitais, principalmente em WLANs, uma vez que, transmite o sinal na frequência, proporcionam uma série de vantagens que melhoram consideravelmente a performance de transmissão sendo a imunidade com relação a ruídos e interferência, a imunidade a distorções de multi percursos, imunidade a interferências e de desvanecimentos de banda estreitas diversos usuários podem compartilhar a mesma banda de frequência, com baixa interferência, com baixa interferência e podem ser usados para a criptografia dos sinais, tem as técnicas de espalhamento espectral como a DSSS (Direct Sequency Spread Spectrum) que nesta técnica os bits de informação são multiplicados por uma sequência de espalhamento chamada de sequência de Barker de 11 chips que é dada por (10110111000). Desta forma, por exemplo o modo de DSSS utilizados tem-se que cada bit do sinal original passa a ser representado no sinal a ser transmitido por 11 chips, essa modulação aumenta a banda de frequência ocupada pelo sinal, o que significa o espalhamento deste sinal na frequência, a figura 13 segue uma imagem que mostra como é feito o espalhamento do sinal no tempo: Figura 13: Um modelo de espalhamento na técnica DSSS. Fonte (GTA, 2004) Na figura 14 com o resultado do espalhamento espectral comparado com o espectro de frequência do sinal original e seu espectro após o espalhamento Figura 14: Um resultado de espalhamento espectral com o espectro de frequência. Fonte (GTA, 2004) Após ser espalhado, o sinal é modulado em uma portadora, que normalmente são usados dois esquemas de modulação para DSSS, que são o DBPSK (Differential binary Phase Shift Keying) que permite uma taxa de 1Mbps e o uso de DQPSK (Differential Quadrature Phase Shift Keying) que permite a taxa de 2Mbps. Transmissão FDM e OFDM - A modulação OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplex) surgiu através da técnica convencional, já utilizada em outras tecnologias que é conhecida como FDM (Frequency Division Multiple). A tecnologia FDM utiliza bandas de guarda, que seria uma faixa de frequência sem uso entre dois canais de forma a evitar interferência, para a separação das subportadoras que são sinais analógicos em forma de ondas que será modulado ou transformado para representar a informação e assim ser transmitida, na recepção do sinal, enquanto, a tecnologia OFDM trabalha com partículas de sobreposição espectral de subportadoras. Esta técnica de transmissão OFDM vem sendo particularmente considerada para ser utilizada em radiodifusão, em transmissões digitais em linhas de telefones e em redes sem fio. A técnica OFDM traz como vantagem de transmissão como uma segunda dimensão, o domínio da frequência, o qual permite obter ganhos adicionais na utilização de técnicas de melhoria do sinal. Num sistema convencional de transmissão, os símbolos são enviados em sequência através de uma única portadora, cujo espectro ocupa toda a faixa de frequência disponível. A técnica OFDM consiste na transmissão paralela de dados em diversas subportadoras com modulação. Num sistema OFDM o espaçamento entre subportadoras é cuidadosamente selecionado de forma que cada subportadora seja locada em pontos de cruzamentos de zero do espectro das demais, conforme é ilustrado na figura 15 (PINTO, 2005). Figura 15: Subportadoras de um sinal OFDM. (PINTO, 2005) Embora exista sobreposição espectral de subportadoras moduladas, a informação conduzida por cada uma delas poderá ser isolada das demais através de um correlator ou filtro casado adequado. Admitindo sincronização de relógio, a saída deste correlator corresponderá à projeção do sinal OFDM recebido sobre as subportadoras a ele associada. É possível mostrar que tal projeção depende apenas da informação conduzida por esta subportadora. Assim existe ortogonalidade entre as subportadoras, a qual se deve ao espaçamento de frequência empregado. Então para que se tenha ortogonalidade entre os subcanais na recepção, é necessário que as subportadoras estejam centradas nas respectivas frequências dos subcanais OFDM, além de se ter à devida sincronização de relógio. Cabe notar que esta sobreposição espectral particular produz uma economia significativa de banda relativamente quando se compara à técnica FDM tradicional, que é mostrada na figura 16 (PINTO, 2005). Figura 16: Espectros FDM e OFDM. Fonte: PINTO (2005) Em princípio a geração direta e a dê modulação do sinal OFDM requeremconjuntos de osciladores coerentes para que ocorra o processo embora a técnica OFDM seja conhecida pelo termo de multiplexação, deve-se ter em mente que não ocorre multiplexação, mas sim a transmissão paralela de uma sequência de bits originalmente única (PINTO, 2005). A modulação OFDM utiliza diversas portadoras ortogonais para transmitir um sinal. Mas antes de ser modulado na portadora, este sinal passa por diversas etapas de processamento que melhoram ainda mais o desempenho alcançado pelo OFDM. Primeiro, os dados são submetidos a sistemas de proteção de erro que são a inserção de um código corretor de erros como, por exemplo, o Reed - Solomon e embaralhamento (scrambling), em que os bits de um mesmo byte são todos misturados. Em seguida, os bits passam por um processo de entrelaçamento ou interleaving, no qual eles são reorganizados de modo que bits subsequentes passam a ser separados no tempo. Desta forma, a informação torna-se mais imune a erros do tipo rajada (erros de burst), que atingem bits subsequentes, pois após este processamento, estes erros passam a atingir bits pertencentes a diversos bytes diferentes, que estão muito distantes na informação original. Isto torna mais fácil a recuperação do sinal original no receptor. No processo de modulação OFDM, diversas portadoras em frequências diferentes são utilizadas para modular o sinal digital, sendo que cada portadora transporta apenas alguns bits do sinal original após passar pelos processos de interleaving, embaralhamento e incluir códigos de correção de erro. Estas portadoras são ortogonais entre si, para evitar que haja interferência entre elas. Isso significa que o espaçamento entre as portadoras é igual ao inverso da duração de um símbolo. A figura 17 mostra como as portadoras são separadas no tempo e na frequência. As portadoras são ilustradas com cores diferentes mostrando que pedaços de um mesmo bit são transmitidos por portadoras distantes entre si tanto no tempo como na frequência. Figura 17: Portadoras de tempo e frequência. Normalmente, nos sistemas de TV digital, por exemplo, são utilizadas 2000 ou 8000 portadoras. Estas portadoras podem ser moduladas utilizando, por exemplo, QPSK, 16 QAM ou 64 QAM. Desta forma, cada portadora pode transportar uma taxa relativamente baixa de bits. Além disso, como cada parte do sinal é transportada por uma portadora em uma frequência diferente, isso permite também imunidade ao sinal quanto à interferência em frequências específicas, uma vez que somente uma pequena quantidade de bits serão atingidos, os quais estão bem distantes no sinal original. A figura 18 é um fluxograma das etapas de processamento de sinais às quais o sinal de informação é submetido quando da modulação OFDM. Figura 18: Um diagrama simplificado de um bloco modulador OFDM Os símbolos modulados em QAM ou QPSK são apenas representações das suas posições espaciais na constelação de símbolos no domínio da frequência. Fazendo- se a IDFT destes símbolos, eles são colocados no domínio do tempo em portadoras ortogonais. Ao receber o sinal, o receptor deve apenas fazer a DFT dos blocos de sinal recebidos, para obter o sinal enviado. Quando os sinais são modulados nas portadoras, são ainda inseridos intervalos de guarda entre os bits, ou seja, há um pequeno intervalo de tempo entre a informação útil de um bit e a informação útil do bit seguinte. O novo posicionamento das portadoras no tempo devido à inserção do intervalo de guarda é claramente ilustrado na figura 19. Figura 19: Portadora com a inserção do intervalo de guarda e de símbolo duração. Este processo reduz a taxa de bits de cada portadora, mas por outro lado proporciona uma maior robustez ao sinal com relação a ecos e multi percursos. Por exemplo, em ambientes bastante montanhosos ou com muitas edificações, é comum que o receptor receba reflexões do sinal com certo atraso. O intervalo de guarda evita a interferência entre símbolos. Como pode ser observada, a modulação OFDM exige uma quantidade considerável de processamento de sinais. No entanto, ela mostra-se bastante eficiente e robusta em diversos parâmetros de transmissão e, por conta disso, ela é muito usada em diversos sistemas de transmissão aérea, apesar de ocupar uma banda de frequência bastante larga. 5.WI-FI 5.1 INTRODUÇÕES AO WIRELESS FIDELITY Wi-Fi é licenciada originalmente pela Wi-Fi Alliance que é uma marca registrada que pertencente à WECA (Wireless Ethernet Compatibility Alliance), o termo Wi-Fi foi escolhido como uma brincadeira com o termo “Hi-Fi” (o pq da brincadeira) que muitos estudiosos desta tecnologia pensam que é uma abreviatura para ‘wireless fidelity’ que significa fidelidade sem Fio, mas a Wi-Fi Alliance não reconhece este trocadilho. A WECA é uma organização sem fins lucrativos formada em 1999. Ela tem como missão certificar a interoperabilidade entre produtos que utilizam o padrão Wi-Fi. Isto é feito através de diversos testes e os produtos que atendem ao padrão de interoperabilidade recebem o logotipo Wi-Fi. (Wi-Fi Alliance, 2007). Figura 20: Logotipo Wi-Fi. Os produtos com estes selos normalmente, utilizam os padrões Wi-Fi. Os produtos que utilizam este selo pertencem a subdivisões do padrão Wi-Fi, o mesmo utiliza a WLAN para descrever a rede esta tecnologia que são embarcadas baseadas no padrão IEEE 802.11. O padrão Wi-Fi opera em faixas de frequências que não necessitam de licença para instalação e operação desta frequência. Este fato as torna a utilização destas frequências atrativas. No entanto, para uso comercial desta tecnologia no Brasil é necessária licença da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Para se ter acesso à internet através de rede Wi-Fi deve-se estar no raio de ação ou área de abrangência de um ponto de acesso (normalmente conhecido por hotspot) ou local público onde opere rede sem fios e usar dispositivo móvel, como computador portátil, Tablet PC ou Assistente Pessoal Digital com capacidade de comunicação sem fio, deixando o usuário do Wi-Fi bem à vontade em usá-lo, nos tempos atuais, muitas operadoras de telefonia investem pesado no Wi-Fi, para ganhos empresariais. Os Hotspot Wi-Fi existem para estabelecer ponto de acesso para conexão à internet. O ponto de acesso transmite o sinal sem fios numa pequena distância – cerca de 100 metros. Quando um periférico que permite “Wi-Fi”, como um Pocket PC, encontra um hotspot, o periférico pode na mesma hora conectar-se à rede sem fio. Muitos hotspots estão localizados em lugares que são acessíveis ao público, como aeroportos, cafés, hotéis e livrarias. Muitas casas e escritórios também têm redes “Wi-Fi”. Enquanto alguns hotspots são gratuitos, a maioria das redes públicas são suportadas por Provedores de Serviços de Internet (Internet Service Provider - ISPs) que cobram uma taxa dos usuários para se conectarem. Antes do padrão 802.11 ser criado, as redes sem fio eram baseadas em tecnologia proprietária. Por isso, além da incompatibilidade entre os equipamentos, havia um alto custo para a implantação dessas redes. Elas estavam ao alcance apenas de grandes empresas ou instituições. Com este cenário de crescente desordem, sentiu-se a necessidade de criar um padrão. 5.2 O PADRÃO 802.11 Para solucionar o problema da padronização anteriormente exposto, a Sociedade de Computação do IEEE, instaurou um comitê para definir um padrão para a conectividade sem fio. Após sete anosde pesquisa e desenvolvimento, em 1997, aprovou-se o padrão IEEE 802.11. Padrão 802.11 especifica os detalhes da camada física e da subcamada MAC da camada de enlace. Para a camada física foram definidos os mecanismos para efetuar a troca de dados entre os dispositivos. Para transferência de dados nas redes sem fio, o espectro de rádio frequência é dividido em faixas, que normalmente são intervalos reservados para um determinado tipo de serviço. Estes intervalos são definidos por agências reguladoras e/ou convenções internacionais. Uma faixa é, em geral, subdividida em frequências menores, conhecidas por canais. Seguindo-se convenções internacionais, há pelo menos três segmentos de rádio freqüência que podem ser usados sem a necessidade de obter licença da agência reguladora governamental, que no caso do Brasil é a ANATEL. Esses segmentos foram reservados a uso industrial, científico e médico. Desta forma, as frequências disponíveis em cada uma das três faixas são: • 902- 928 MHz; • 2,4 - 2,485 GHz (2,4 a 2,5 no Brasil); • 5,150 - 5,725 GHz. A frequência de 2,4 GHz é utilizada por uma vasta quantidade de equipamentos e serviços. Por exemplo: babás eletrônicas, forno micro ondas, telefones sem fio, etc. Isto é um problema, pois o risco de interferência se torna elevado. Em contrapartida a frequência de 5 GHz tem poucos concorrentes. Porém, seu alcance é menor em relação à frequência de 2.4 GHz. Para a subcamada MAC foram determinadas outras características importantes de uma comunicação. Por exemplo: a verificação de erros. Em termos organizacionais, o padrão 802.11 define dois modos distintos de operação: Ad-Hoc e infraestrutura. No modo infraestrutura existe um equipamento para concentrar todo tráfego da rede. Este equipamento é conhecido por AP (Access Point). Este modo possui alguns aspectos positivos. Por exemplo: a convergência das configurações. Ver figura 21: Figura 21: Modo infraestrutura No modo Ad-Hoc não existe um concentrador, ou seja, os equipamentos se conectam diretamente uns aos outros. Ver figura 22: Figura 22: Modo ad-hoc 5.3 PADRÃO 802.11A Chega a alcançar velocidades de 54 Mbps dentro dos padrões da IEEE e de 72 a 108 Mbps por fabricantes não padronizados. Esta rede opera na frequência de 5 GHz e inicialmente suporta 64 utilizadores por ponto de acesso (AP). As suas principais vantagens são a velocidade, a gratuidade da frequência que é usada e a ausência de interferências. A maior desvantagem é a incompatibidade com os padrões no que diz respeito a Access Points 802.11 b e g, quanto a clientes, o padrão 802.11a é compatível tanto com 802.11b e 802.11g na maioria dos casos, já se tornando padrão na fabricação dos equipamentos. O tipo de modulação deste padrão consiste de 12 canais não sobrepostos disponíveis, diferente dos 3 canais livres disponíveis nos padrões 802.11b e 802.11g, o que permite cobrir uma área maior e mais densamente povoada, em melhores condições que outros padrões. 5.3 PADRÃO 802.11B Esse padrão sendo o primeiro a ser definido pelo comitê, permite 11 Mbps de velocidade de transmissão máxima (podendo também comunicar-se a velocidade mais baixas como 5,5, 2 ou mesmo 1 Mbps), porém por trabalhar numa banda mais baixa, esta pode ocorrer mais interferências de outros tipos de fontes quaisquer, como por exemplo, celulares, fornos de micro ondas e dispositivos Bluetooth etc., que trabalham na mesma faixa de 2,4GHz. São permitidos no máximo 32 clientes conectados por PA. Mesmo tendo limitações na utilização de canais, hoje é ainda o padrão mais popular no mundo e com a maior base instalada, com mais produtos e ferramentas de administração e segurança disponível devido baixo custo com a banda gratuita. Na tabela 2 apresentada abaixo é demonstrada a associação entre canal e a respectiva frequência: Tabela 2: ASSOCIAÇÃO ENTRE CANAL E RESPECTIVA FREQÜÊNCIA FONTE – (RUFINO, 2005) 5.4 PADRÃO 802.11G Incorporando várias características boas dos padrões 802.11a e 802.11b, além de utilizar também modulação OFDM e velocidade de até 54 Mbps, têm como principal vantagem sobre os outros a utilização da faixa de 5GHz por ter menor atenuação. Como desvantagem, possui incompatibilidade com dispositivos de diferentes fabricantes. Por trabalhar na mesma faixa do padrão 802.11b(2,4 GHz), permite que equipamentos de ambos os padrões (b e g) possam interoperar no mesmo ambiente, possibilitando assim evolução menos traumática do parque instalado, mesmo que isso ocorra uma diminuição da sua taxa. “As redes 802.11g turbinadas dão adeus aos fios e oferecem mais estabilidade e velocidade” (BALIEIRO, 2005), ou seja, além da sua velocidade normal de 54 Mbps com modificações feitas pelos fabricantes, esses padrões podem se tornar turbinado dobrando sua velocidade nominal para até 125 Mbps. 5.5 PADRÃO 802.11N Em fase final de homologação. Opera nas faixas de 2,4Ghz e 5Ghz. Promete ser o padrão wireless para distribuição de mídia, pois oferecerá, através do MIMO (Multiple Input, Multiple Output - que significa entradas e saídas múltiplas), taxas mais alta de transmissão (até 300 Mbps), maior eficiência na propagação do sinal (com uma área de cobertura de até 400 metros outdoor) e ampla compatibilidade reversa com demais protocolos. O 802.11n atende tanto as necessidades de transmissão sem fio para o padrão HDTV, como de um ambiente altamente compartilhado, empresarial ou não. A figura 23, mostra uma imagem de equipamento que utiliza esse padrão. Figura 23: APARELHO QUE PERMITE UTILIZA O PADRÃO 802.11N 6 WIMAX 6.1 INTRODUÇÕES WIMAX WIMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) - (Interoperabilidade Mundial para Acesso de Microondas) é o nome comercial de um grupo de tecnologias sem fio que emergiram da família de padrões WirelessMAN que utiliza um padrão IEEE 802.16. WIMAX nasceu da necessidade de se ter uma tecnologia sem fio, de banda larga, com longo alcance e alta taxa de transmissão. Um dos objetivos principais do WIMAX é estabelecer a parte final de infraestrutura de conexão de banda larga (last mile) oferecendo assim conectividade para o uso doméstico e empresarial. Apesar do termo WIMAX só ter alguns anos, o padrão 802.16 existe desde o final da década de 1990, primeiro com a adoção do padrão 802.16 (10-66GHz) e depois com o 802.16a (2- 11GHz) em janeiro de 2003. Apesar da consolidação do padrão 802.16a, o mercado do FWA (fixed wireless access – acesso fixo sem fio) nunca entrou no mercado, embora valha a pena mencionar que durante este período toda a indústria das telecomunicações esteve lutando para que isso acontecesse. Em 2001, foi criado o Fórum WIMAX para promover o padrão e para ajudar a assegurar a compatibilidade e a interoperabilidade através de múltiplos vendedores, algo parecido com o que a Aliança Wi-Fi faz pela família de padrões IEEE 802.11x. Uma etapa importante do processo dos padrões IEEE, que é analisado com mais detalhes mais adiante, que está limitado às camadas Físicas e MAC (Medium Access Control - Controle de Acesso ao Meio), e que não faz nada para garantir a interoperabilidade, as restrições de RF ou os níveis mínimos de rendimento. Nesse aspecto, o Fórum WiMAX cumpre com requisitos necessários para a verificação dos equipamentos se os mesmos têm as funcionalidades que as empresas prometem. O IEEE 802.16a foi praticamente esquecido já que recentemente o foco de atenção foi o IEEE 802.16-2004, que também é conhecidocomo 802.16d ou. 16-2004. O 802.16-2004 é uma melhoria do padrão. 16a que foi certificado em outubro de 2004. Por outra parte, também está o IEEE 802.16e, outra variação do WiMAX que segue o padrão 802.16-2004, mas que é incompatível com ele. O único que estes dois padrões propostos têm em comum é que utilizam à mesma faixa de frequência (sub 11GHz). Em suas primeiras épocas, o Fórum WiMAX estava composto apenas de alguns provedores de equipamentos relativamente pequenos que costumavam prover equipamentos sem fio fixos a um mercado relativamente pequeno, e duas empresas semicondutoras: Intel e Fujitsu. Nenhum dos principais OEM (Original Equipment Manufacturer – Fabricante do Equipamento Original) estava presente, embora a Nokia estivesse em certa medida associada com o fórum, e organizações como Motorola acreditavam que era melhor perseguir estas oportunidades com sua solução Canopy. Da mesma maneira, a tecnologia carecia do apoio de um operador, de grande ou pequeno porte. Sem potenciais clientes e com um padrão pouco desenvolvido que estava a caminho de adotar qualquer uma e todas as técnicas de acesso (duas variações de OFDM, TDD, FDD, ponto-ponto, ponto-a-multiponto, arquitetura mesh, etc. Era difícil imaginar como WiMAX poderia ter êxito. Hoje, existem aproximadamente 300 companhias que participam do Fórum WiMAX, entre ela estão: Advantech AMT, AirXstream, Analog Devices, Arris, AT&T, entre outras e incluindo algumas operadoras e vários fabricantes como: Alcatel, Ericsson, Lucent, Motorola, Nortel e Siemens. No ano de 2005 WiMAX anunciou que alguns equipamentos finalmente poderiam ser disponibilizados, para testes. O WiMAX foi projetado para tratar dos desafios associados aos tipos tradicionais de implementação do acesso wireless, tais como: • Backhaul. Utiliza antenas ponto a ponto para conectar sites agregados de assinantes entre si e com estações base por longas distâncias. • Última milha. Utiliza antenas ponto a ponto para conectar assinantes residenciais ou empresariais à estação base. • Acesso cobrindo grandes áreas. Utiliza estações base, estações de assinante e soluções Wi-Fi, tais como redes de malha, para cobrir uma área grande e oferecer acesso aos clientes • Custo racional. O meio wireless utilizado pelo WiMAX permite que os provedores de serviços evitem os custos associados com a implementação de cabos, como tempo e mão de obra. • Flexibilidade. Um meio wireless permite a implementação de uma solução de acesso por longas distâncias através de diversos tipos de terreno e diferentes países. 6.2 PADRÕES 802.16 A tecnologia do padrão IEEE 802.16, surgiu para consolidar o conceito de WMAN que é necessário ter altas taxas de transmissões numa grande área para um grande número de usuários, sendo batizado com o nome de WiMAX, o padrão 802.16 oficializado em 2004 pelo IEEE como já foi ressaltado. Hoje já utilizamos uma tecnologia similar à tecnologia desse padrão, utilizamos o padrão 802.11 – Wi-Fi, que como já informamos foi projetado para as redes locais. Mesmo tendo algumas soluções engenhosas para estender sua área de cobertura, ainda existem diversos problemas, tais como conexão entre Access Ponits (APs) de diferentes fabricantes, e a segurança dos equipamentos que oferecem QoS (Quality of Services) tendo alguns equipamentos que utilizam a tecnologia Wi-Fi, e utiliza os QoS proprietário, ou seja, cada equipamento tem um QoS diferentes para cada equipamento, os custos elevados de backhaul, serviços limitados dentre outras desvantagens. No entanto é neste contexto em que padrão 802.16, entra para o mercado para suprir essa necessidade percebida pelas WISPs (Wireless Internet Service Providers) com custos menores e qualidade superior em praticamente todos os aspectos. Por este motivo o padrão 802.16, vem com a proposta de padronizar uma plataforma comum para o transporte de vídeo, voz, imagens e dados em segurança e QoS em um ambiente wireless. O padrão especifica duas faixas no espectro de frequência que são: de 2 a 11 GHz para condições NLOS (non line of sight) que significa sem visada direta, com alcance de até 8 quilômetros, e a de 10 a 66 GHZ para LOS (line of sight) que significa com visada direta, com um alcance de até 50 quilômetros, cabendo aos fornecedores e aos órgãos regulamentadores como a ANATEL decidir quais serão as frequências utilizadas. (Prado, 2008) O padrão possui uma camada física (PHY) adaptativa, ou seja, ele altera a modulação e a codificação do equipamento de acordo com as condições do canal, permitindo assim correção de erro (FEC), com tamanhos de blocos variáveis. A transmissão do sinal sem linha de visada só é possível com a modulação OFDM que aproveita as construções de uma cidade para refletir os sinais até o seu destino. Também é possível a utilização da modulação LOS que requer o caminho livre para permitir uma transmissão eficiente, mas oferecendo um grande aumento na cobertura da célula WiMAX. Na tabela 1 são ilustradas as faixas de frequências e suas características de operação que foram obtidas em aplicações reais: Tabela 3: Faixas de Frequências e sua característica de operação para o padrão 802.16D. Fonte: PRADO (2007) 6.3 FAIXAS LICENCIADAS E ISENTAS DE LICENÇA Governos no mundo inteiro reconhecem o valor das inovações associadas aos padrões abertos e às soluções isentas de licença, e estabeleceram faixas de frequência disponíveis para uso pelas tecnologias WiMAX licenciadas e isentas de licença. No entanto, para impor algum controle sobre as soluções isentam de licença visando minimizar o potencial de interferências, alguns governos estipulam requisitos de potência para as operações de alta potência e baixa potência. Cada região geográfica define e regulamenta seu próprio conjunto de faixas licenciadas e isentas de licença, conforme mostrado na Tabela 4. Para cumprir requisitos regulamentares globais e permitir que os provedores utilizem os espectros disponíveis nestas faixas, o padrão 802.16-2004 comporta tamanhos de canal entre 1,5 MHz e 20 MHz. Tabela 4: Alocação mundial das faixas licenciadas e isentas de licença. Fonte: WiMAX Fórum Faixas Licenciadas: 2,5 GHz e 3,5 GHz - A faixa de 2,5 GHz foi alocada em boa parte do mundo, incluindo a América do Norte, América Latina, Europa Ocidental e Oriental, e partes da Ásia e do Pacífico como faixa licenciada. Cada país aloca a faixa de forma diferente, portanto o espectro alocado entre regiões pode ir de 2,6 GHz a 4,2 GHz. Um sistema que opere em uma faixa licenciada tem uma vantagem sobre um sistema operando em uma faixa não licenciada, na medida em que possui uma quantidade mais generosa de potência disponível para downlink, e pode comportar melhor as antenas internas. Nos EUA, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) criou um Serviço de Rádio em Banda Larga (BRS), anteriormente chamado de sistema de distribuição multiponto multi-canal (MMDS), para acesso wireless em banda larga. A reestruturação que se seguiu permitiu a abertura das faixas de 2,495 GHz a 2,690 GHz para soluções licenciadas como a de 2,5 GHz do WiMAX. Na Europa, o Instituto Europeu de Normatização em Telecomunicações (ETSI) alocou a faixa de 3,5 GHz, originalmente utilizada para o loop wireless local (WPLL), para as soluções WiMAX. Faixa Isenta de Licença: 5 GHz - A maioria dos países do mundo escolheu o espectro de 5 GHz para comunicações isentas de licenciamento. As faixas de 5,15 GHz e 5,85 GHz foram designadas como isentas de licença em boa parte do mundo. Aproximadamente300 MHz de espectro estão disponíveis em muitos mercados globalmente, e 255 MHz adicionais de espectro de 5 GHz isento de licença está disponível em mercados altamente populosos como os Estados Unidos. Alguns governos e provedores de serviços temem que a interferência resultante da disponibilidade de um número excessivo de faixas isenta de licença poderia afetar redes de comunicação críticas tanto públicas quanto do governo, tais como sistemas de radar. Estes países e entidades se tornaram ativos no estabelecimento de requisitos limitados de controle para os espectros de 5 GHz. Por exemplo, o Reino Unido está no momento introduzindo restrições a certos canais de 5 GHz e considerando a aplicação do uso da função DFS (Seleção Dinâmica de Frequência). No México, as normas que requerem o uso do espectro “para beneficiar o povo” influenciaram o governo a assumir uma abordagem protecionista e geradora de receita referente ao licenciamento. O governo mexicano está pendendo para licenciar pelo menos uma das faixas de 5 GHz, sendo a de 5,8 GHz atualmente o principal candidato. A Tabela 5 descreve a disponibilidade das faixas de frequência para o WiMAX. Tabela 5: Faixas e frequências disponíveis para o WiMAX. Fonte: WiMAX Fórum Benefícios das Faixas Licenciadas e Isenta de Licença - Os benefícios das soluções WiMAX licenciadas e isentas de licenças em relação às soluções cabeadas são o custo racional, escalabilidade e flexibilidade. No entanto, o que às vezes passa despercebido é que cada faixa oferece um conjunto diferente de vantagens para diferentes modelos de utilização. A Tabela 6 mostra uma lista com as vantagens de ambas as soluções. Tabela 6: Benefícios das soluções licenciadas e isentas de licença. Fonte: WiMAX Fórum Características da tecnologia - Operando em velocidades mais altas que outras redes sem fio, o WiMAX pode atingir em sua taxa de transmissão a faixa de 70 Mbits e distâncias de até 50 Km, assim o WiMAX abrange um número maior de usuários em relação à tecnologia Wi-fi, ampliando a sua cobertura em áreas mais remotas. Um sistema WiMAX consiste em duas partes: • Uma torre WiMAX – similar a uma torre de telefone celular, usada para emitir os dados para os seus clientes. Conhecida como estação base. • Um receptor WiMAX – que é parecida como uma antena de TV por assinatura também conhecida como CPE (Customer Premises Equipment). Uma torre emissora ou estação base é conectada diretamente a um backbone usando uma elevada taxa de banda que será distribuída entre vários usuários, oferecendo uma conexão ponto-multiponto. Podemos também conectar uma torre WiMAX com uma outra torre, fazendo uma conexão ponto-a-ponto para disponibilizar a comunicação em lugares ainda mais distantes. Introduz suporte para CPE indoor NLOS, que são equipamentos para serem utilizados em ambientes fechados e que não necessitam de linha de visada direta. O padrão 802.16 trabalha com faixas licenciadas e faixas não licenciadas, e ambas as faixas tem suas vantagens e desvantagens, o que cabe a análise de custo/benefício para definir a melhor escolha para o projeto de rede. Para que os sinais de rádio permaneçam livres de qualquer interferência, as frequências utilizadas precisam ser planejadas e controladas. E esse controle de frequência é feito através da licença da banda de frequência. As bandas licenciadas oferecidas pelos órgãos como a Anatel do Brasil ou a FCC dos EUA, permitem uma faixa livre de interferências, com um melhor desempenho em comparação a banda não licenciada, entretanto, para a utilização da frequência faz- se necessário a sua regulamentação. Ao contrário das bandas licenciadas, as bandas não licenciadas têm o problema de sofrerem interferências. Hoje existem muitos produtos que operam com a mesma faixa de frequência, podendo causar interferências e comprometer a desempenho do sinal ou até parar o serviço. O custo de utilização da banda não licenciada é zero (PRADO, 2006). O padrão 802.16 determinou que focasse os procedimentos de teste e submissão e interoperabilidade em equipamentos que suportam a camada física OFDM 256 e operam em faixas licenciadas de 2.5GHz e 3.5GHz e na faixa não licenciada de 5.8GHz. Propagação NLOS contra propagação LOS - O canal de rádio de um sistema de comunicação sem fio é descrito como sendo LOS (Line of Sigth), ou NLOS(Non-Line- of-Sigth). Em um link com o protocolo LOS, o sinal de rádio viaja sobre um caminho direto e desobstruído do transmissor para o receptor. Um link LOS requer que a zona de Fresnel que é uma linha imaginária entre o emissor e o receptor esteja totalmente livre, sem nenhum tipo de obstrução para que ocorra às condições prévias de visada direta, conforme mostrado na figura 24 (FORUM WIMAX, 2005). Figura 24: Zona de Fresnel (LOS). Fonte: (FORUM WIMAX) Na imagem acima o campo dentro do círculo é chamada de Zona de Fresnel. Quanto este campo estiver mais limpo de obstruções melhor será o sinal. Obstáculos entrando na zona de Fresnel como estes pinheiros, podem prejudicar o sinal. Um corte na zona de Fresnel de até 20% permite o trafego aceitável, mas se a zona for comprometida com mais de 20%, o sinal fica mais fraco não permitindo uma comunicação eficiente entre o emissor e o receptor. Em um link NLOS, o sinal localiza o receptor através de reflexões, difusão e difração. Os sinais que chegam aos receptores consistem em componentes do caminho direto, reflexão múltipla de caminhos, energia difundida e caminhos diferentes de propagação. Estes sinais diferem expansões de atrasos, atenuação, polarizações e estabilidade relativa para o caminho direto (FORUM WIMAX, 2005). A figura 25 apresenta a propagação do protocolo NLOS. Figura 25: modelo propagação NLOS. Fonte: (FORUM WIMAX) O fenômeno de múltiplos caminhos pode causar a mudança na polarização do sinal. Assim a polarização usa meios de reuso da frequência, como é feito normalmente em desenvolvimentos LOS podem ser problemáticos em aplicações NLOS. A vantagem de prover serviços em condições NLOS é poder utilizar múltiplos caminhos para a emissão de sinais em um sistema de rádio. Um produto que somente aumenta o poder para penetrar nas obstruções (Near Line of Sight) não é uma tecnologia NLOS, porque esta aproximação ainda confia em um caminho direto sem usar energia nos sinais indiretos. Há várias vantagens que fazem o desenvolvimento NLOS desejável, por exemplo, rígidas exigências no planejamento e restrições de altura nas antenas, não permitem frequentemente que as antenas sejam posicionadas para LOS. Para amplos desenvolvimentos contíguos de celulares, aonde é crítico o reuso de frequência, abaixar a antena é vantajoso para reduzir o canal de interferência de células locais adjacentes. Sistemas LOS não podem reduzir a altura da antena porque com a redução tiraria a linha de visada do cliente para a estação base. A figura 26 mostra a diferença na comunicação LOS com a NLOS de um CPE com uma estação base. Figura 26: Localização de um assinante com NLOS. Fonte: (FORUM WIMAX) Multiplexação - Para que ocorra a comunicação sem linha de visada, o padrão 802.16 utiliza um protocolo para multiplexação dos sinais a serem enviados. Antes de o sinal ser enviado para o receptor ocorre a multiplexação, que é um processo que possibilita que vários sinais sejam enviados ao mesmo tempo em um mesmo canal.A modulação FDM não é utilizada pelo padrão 802.16 pelo fato desta modulação esperar que um sinal seja totalmente transmitido para que em seguida o outro sinal possa ser enviado para o receptor. O protocolo OFDM é utilizado pelo padrão 802.16 e trabalha com sobreposição espectral de subportadoras sem que estes interferissem uns com os outros. Tipo de Antenas - As antenas utilizadas em redes sem fio são divididas em direcionais e onidirecionais. As antenas direcionais são antenas que focalizam o sinal em uma direção especifica, enviando o sinal a certa zona de cobertura, um ângulo determinado que faça com que estas antenas tenham um grande alcance. Essas antenas são utilizadas para levar sinais a longas distancias, tais como edifício para edifício. As antenas direcionais são conhecidas como: Setoriais: são antenas projetas para dividir a área de cobertura circular em setores, com o ângulo de abrangência que pode ser de 30º, 60º, 90º ou 120º graus, a fim de facilitar a alocação e o reuso. Geralmente as antenas setoriais são utilizadas em arquitetura ponto multiponto (OLIVEIRA, 2005). Parabólicas: são antenas usadas principalmente em transmissões via satélite. As antenas onidirecionais enviam sinais em todas as direções, 360 graus, sendo possível estabelecer comunicação independentemente do ponto em que se está. Em contrapartida, o alcance destas antenas é menor em relação às antenas direcionais. Geralmente as antenas onidirecionais são utilizadas em redes onde a mobilidade é requerida, no caso em celulares e em redes sem fio locais padrão 802.11. Sistemas mesh utilizam antenas onidirecionais, mas podem fazer a utilização de antenas setoriais. Tecnologias (SISO e MIMO) - As transmissões ocorridas em TV e rádio usam um sistema tradicional de comunicação. Neste caso uma antena transmite o sinal e uma segunda o recebe. Este tipo de configuração é chamado de SISO (Single-Input, Single-Output) (INTEL MAGAZINE, 2006). As novas tecnologias de transmissão à rádio estão estudando modelos nos quais as transmissões e recepções usam múltiplas antenas em ambos os lados da comunicação que é um método chamado MIMO (Multiple-Input, Multiple-Output). A figura 27 apresenta a diferença entre as antenas SISO e MIMO (INTEL MAGAZINE, 2006). Figura 27: Diferença entre SISO e MIMO. Fonte: INTEL MAGAZINE (2006) Tendo a lógica de processamento do sinal extremamente complexo, essas antenas são conhecidas como smart (inteligentes). O princípio básico das antenas smart é que cada antena recebe um sinal separado e distinto. Dependendo de como cada sistema sem fio é configurado, o receptor pode usar um sinal para melhorar a qualidade de outro sinal, ou pode combinar os dados de múltiplos sinais para aumentar a largura de banda (INTEL MAGAZINE, 2006). As tecnologias que comparam a qualidade dos sinais a partir de duas antenas e escolhem a mais forte aumentam bastante a qualidade do sinal (INTEL MAGAZINE, 2006). O padrão 802.16d suporta esquemas de antenas inteligentes (MIMO) permitindo um maior alcance e uma melhor potência da antena. Ramificações do Padrão 802.16 - O padrão 802.16 possui duas ramificações distintas, o nomádico (fixo) e o móvel, 802.16d e 802.16e respectivamente. O 802.16d é o padrão de acesso sem fio banda larga fixa. A última versão do IEEE 802.16, o 802.16 – 2004 (ou 802.16d) foi ratificado em julho de 2004. O 802.16d foi um padrão largamente diversificado, que incluía diversos padrões anteriores, disponibilizando cobertura Line-of-Sigth (LOS) e Non-Line-of-Site (NLOS) em frequências que variam de 2 – 6 GHz. Duas técnicas de modulação são suportadas no padrão 802.16d: OFDM com 256 portadoras e OFDMA com 2048 portadoras. O primeiro está baseado na modulação OFDM, sendo essa, a modulação padrão para o sistema, já permitindo um menor consumo de energia e menores customer premises equipament (CPEs) como também inova na incorporação do conceito de antena Multiple Input and Multiple Output (MIMO). Em dezembro de 2002, iniciou-se um grupo de pesquisas com o intuito de desenvolver um novo padrão visando melhorar a combinação móvel e fixa em frequências abaixo de 6 GHz. Foi desenvolvido o padrão 802.16e ratificado em dezembro de 2005. Este novo padrão introduz suporte ao SOFDMA (uma variação do OFDMA) que reserva um variável número de portadoras. Além disso o 802.16e oferece suporte para MIMO (Multiple Imput Multiple Output) e AAS (Adaptive Antenna Systems). Foi melhorada a capacidade de economizar energia em equipamentos móveis e também com a segurança, que é um fator importantíssimo a qualquer sistema sem fio. Além disso, o throughtput foi melhorado sensivelmente e as capacidades de transmissão sem visada direta entre as antenas também melhorou. De acordo com o WiMAX Fórum (2006) o 802.16e é o padrão de Acesso de Banda Larga Móvel, assegurando conectividade a uma velocidade de movimento de até 100 km/h. As bandas de frequência licenciadas para o uso desse padrão são 3,5 GHz e 10,5 GHz e não licenciadas 2,4 GHz e 5,8 GHz. A distribuição das frequências está caracterizada na tabela 7 Tabela 7: Bandas de frequências usadas por tecnologias sem fio e serviços especiais. FONTE: Prado 2004 Segundo Prado (2004), a grande diferença entre o sistema fixo e o móvel é que o primeiro somente funciona de forma portátil, ele não comuta, não possui hand-off entre estações Rádio Base (ERBs) de alta velocidade, enquanto o modelo móvel comuta e possui hand-off entre ERBs de alta velocidade. Características Técnicas do Padrão 802.16d - O padrão 802.16d, definido em 2001 e aprovado no ano de 2002, determinando a especificação de redes metropolitanas sem fio. Por ser caracterizado por suas altas taxas de transferências de dados transmitindo em bandas licenciadas e não licenciadas, suporta centenas de estações estacionárias de usuários e pode utilizar a tecnologia ponto-multiponto como também a ponto-a-ponto e a mesh. O protocolo MAC (Camada de Acesso ao Meio) que é utilizado pelo padrão 802.16 suporta vários tipos de protocolos para trafego, inclusive a tecnologia ATM (Asynchronous Transfer Mode) como também protocolos que são baseados em pacotes, suportando de forma eficiente quaisquer tipos de trafego. Outro diferencial desta tecnologia é o suporte de qualidade de serviço (QoS) e por ser totalmente orientado a conexões a fim de garantir qualidade de serviço na comunicação. O mecanismo de requisição e de concessão de largura de banda foi projetado para ser escalonável, eficiente e auto corretivo, sem perder a eficiência (EKLUND, 2006). Arquitetura da Pilha de Protocolos 802.16 - A pilha de protocolos do padrão 802.16 é semelhante às outras pilhas de outros padrões 802, só que possui uma característica diferente, ela possui um a maior número de subcamadas. A estrutura da pilha de protocolos do padrão 802.16 é formada pela camada física (PHY) e pela camada de acesso ao meio (MAC). A figura 28 mostra a pilha de protocolos 802.16. Figura 28: Pilha de protocolos do Padrão 802.16 A camada física que é a camada inferior provê vários tipos de serviços como: • Espectro de frequência; • Modulação; • Técnicas de correção de erros; • Sincronização entre o emissor e o receptor; • Taxa de dados; • Multiplexação; A camada física define vários tipos de modulação que se diferem na distância entre o emissor e o receptor como também o problema com relação entre sinal/ruído. Acima da camada física encontram-se asfunções da camada (MAC): • Transmissão de Dados; • Controle de acesso ao meio; Por serem funções de serviços oferecidos aos usuários, estes são agrupados dentro da camada de acesso ao meio (MAC). O protocolo MAC define como e quando acontecerá o início da transmissão do canal tanto da estação base para os assinantes, como ao contrário. Quando ocorre a transmissão da estação base para os assinantes, que são os usuários finais (downlink), só existe um transmissor que é a estação base, então temos um protocolo MAC relativamente simples. Quando a transmissão é o inverso, no caso dos clientes para a estação base (uplink), a situação muda um pouco pela existência de múltiplos assinantes que competem pelo acesso, resultando assim em um protocolo mais complexo. A camada MAC possui três subcamadas que são: Subcamada de segurança; • Subcamada da parte comum; • Subcamada de convergência especifica ao serviço; A subcamada de segurança oferece o serviço de privacidade e segurança. Na subcamada da parte comum estão localizados os principais protocolos como o de gerenciamento de canais. A subcamada de convergência de serviços específicos prove os serviços a serem oferecidos, como definir também a interface entre a camada MAC para a camada de rede. Os serviços oferecidos pelo wimax são: multicast de áudio e vídeo digital, telefonia digital, suporte ao TCP/IP, ATM e Frame Relay (EKLUND, 2006). Camada Física - O projeto de especificação da camada física para faixa de 10-66 Ghz utiliza modulação de portadora única (Single Carrier) com uma taxa de transmissão de até 134,4 Mbps (EKLUND, 2006). Os micro ondas nesta faixa de frequências se propagam em linha reta, fazendo com que seja necessária à propagação com linha de visada, algo que é possível em faixa de frequências mais baixas 2-10 Ghz. Outra consequência disto é que os micro ondas podem ser concentrados em feixes direcionais. Deste modo, uma mesma estação base pode direcionar várias antenas para diferentes setores com grande independência. Devido às grandes distâncias cobertas por uma rede metropolitana, a potência recebida na estação base pode variar significativamente de estação para estação, fazendo com que a relação sinal/ruído diminua. Por isso, são utilizados esquemas de modulação diferentes. A modulação adaptativa permite que o sistema WiMax ajuste o esquema de modulação, dependendo da relação sinal-ruído (SNR) com a condição de qualidade do link. Neste esquema, a modulação é ajustada dependendo da condição do link. Quando o link possui alta qualidade, é usado o esquema de modulação mais elevado. Quando ocorre atenuação no sinal do link, o padrão pode alterar o esquema de modulação a fim de manter a qualidade da conexão e estabilidade do link. A modulação é modificada em relação à distância entre o emissor e o receptor. No caso os assinantes mais próximos utilizam uma modulação mais elevada, ao contrário dos mais distantes que utilizam a modulação mais baixa. A modulação PSK (Phase Shift Keying) consiste o chaveamento de onda portadora. Este tipo de modulação é bastante ineficiente em termos de qualidade de bits transmitidos por largura de banda, e para reduzir esta ineficiência utilizam-se modulações PSK multiníveis (MIYOSHI, 2002). Existem dois tipos de modulação PSK: • Modulação 4PSK – 2 bits; • Modulação 8PSK – 3 bits; A modulação QAM (Quadrature Amplitude Modulation) é caracterizada pela superposição de duas portadoras em quadratura moduladas em amplitude. Utilizam- se normalmente modulações multi níveis para atingir uma boa eficiência espectral que corresponde a 4 bits (16QAM), (MIYOSHI, 2002). Existem, portanto três tipos de modulação QAM: • Modulação 16QAM – 4 bits; • Modulação 64QAM – 6 bits; • Modulação 128QAM – 7bits; Tabela 8: Modulações utilizadas pelo padrão 802.16D Fonte: FORUM WIMAX (2005) A faixa de atuação de cada esquema é mostrada na figura 29. Figura 29: Esquema de modulação do padrão 802.16d Fonte: FORUM WIMAX (2005) O método de modulação pode ser ajustado quase instantaneamente às mudanças nas condições do link para se obter uma melhor transferência de dados. Essa modulação adaptável permite o uso eficiente da banda prestada para os assinantes. A multiplexação dos sinais transmitidos da estação base para o assinante é feita por TDM (Time Division Multiplexing) e o acesso dos assinantes à estação base é por TDMA (Time Division Multiple Access). Para que seja possível alocar banda de modo flexível, são usados dois tipos de duplexação: a FDD (Frequency Division Duplexing) e a TDD (Time Division Duplexing). Na primeira, o uplink e o downlink estão em canais separados, podendo operar simultaneamente, enquanto que, no segundo, o canal é dividido, não permitindo a transmissão simultânea. Na TDD, a estação base transmite quadros periodicamente. Cada quadro é formado por slots de tempo, sendo que os primeiros destinam-se ao tráfego downstream. Antes dos slots para tráfego upstream, a um tempo de proteção, durante o qual as estações comutam o sentido (LELLO, 2006). Quadros e slots de tempo TDD são ilustrados na figura 30. Figura 30: Quadros e slots de tempo para TDD. Fonte: MIYOSHI (2002) Camada MAC - Acima da camada física se encontra a camada de controle de acesso ao meio (MAC), nela se encontra as funções de fornecimento de serviços para o usuário de rede. A cama da de controle de acesso ao meio é composta de três subcamadas que são: • Subcamada da segurança; • Subcamada da parte comum; • Subcamada de convergência especifica ao serviço; O formato das subcamadas é apresentado na figura 31. Figura 31: Formato da subcamada MAC. Fonte: EKLUND (2006) A subcamada de convergência realiza a comunicação com as interfaces superiores e se encontra acima da subcamada parte comum que realiza as funções-chave da MAC. Logo abaixo da subcamada parte comum, se localiza a subcamada de privacidade que é especifica para autenticação e privacidade (EKLUND, 2006). A camada de acesso ao meio (MAC) exercer funções relacionadas ao controle de acesso para determinar quais as estações acessam a rede e transmissão de dados para os serviços atribuídos. O protocolo MAC trabalha com altas taxas de bits, tanto para uplink, como para downlink. Os algoritmos de acesso e alocação de banda reservam centenas de terminais por canal, sendo que cada terminal pode ser compartilhado por múltiplos usuários (EKLUND, 2006). Subcamada Convergência - O padrão IEEE 802.16 define dois tipos de serviços específicos para a subcamada de convergência para 802.16d. A subcamada de convergência ATM é definida para serviços ATM e a subcamada de convergência de pacotes é definida para mapear serviços de pacotes como Ipv4, Ipv6, Ethernet e VLANS (Virtual Local Area Network). A primeira tarefa da subcamada de convergência é dividir as SDUs (Service Data Unit), que são camadas utilizadas em todas as arquiteturas de redes que contém pequenos dados, entre as conexões MAC apropriadas, preservando ou ativando a QoS e permitindo uma transmissão confiável e transparente para os usuários. Em adição a estas funções básicas, a subcamada de convergência também pode realizar funções mais sofisticadas como supressão e reconstrução de cabeçalhos de carga útil, para melhorar a eficiência do link aéreo (EKLUND, 2006). Subcamada da Parte Comum - A camada MAC do padrão IEEE 802.16d é orientada a conexão. Todos os serviços, incluindo os inerentemente sem conexão, são mapeados para uma conexão. Isto provê um mecanismo para requisitar largura de
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