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5 1. INTRODUÇÃO A corrente elétrica alternada é uma corrente elétrica cujo sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao longo do tempo. A forma de onda usual em um circuito de potência de corrente alternada é senoidal por ser a forma de transmissão de energia mais eficiente. Entretanto, em certas aplicações, diferentes formas de ondas são utilizadas, tais como triangular ou ondas quadradas. Enquanto a fonte de corrente contínua é constituída pelos polos positivo e negativo, a de corrente alternada é composta por fases (e, muitas vezes, pelo fio neutro). Forma de onda de corrente alternada. Esse tipo de corrente é o que encontramos quando medimos a corrente encontrada na rede elétrica residencial, ou seja, a corrente medida nas tomadas de nossas casas. Dependendo da forma como é gerada a corrente, esta é invertida periodicamente, ou seja, ora é positiva e ora é negativa, fazendo com que os elétrons executem um movimento de vai-e-vem. Vejamos na figura abaixo. 6 Em corrente alternada encontramos três tipos de potência: Potência aparente, Potência ativa e Potência reativa. Triângulo das três potências. Potência aparente: É a potência total absorvida pela rede. Pode ser medida utilizando um voltímetro e um amperímetro. Sua unidade é o VA (volt-ampere). E é dada pela sua fórmula já conhecida: 𝑷 = 𝑽 × 𝑰 Potência ativa: É a parcela da potência aparente utilizadas pelas cargas para a transformação em trabalho. A potência ativa é medida em Watts (W). E é dada pela fórmula: 𝑷𝒂𝒕 = 𝑹 × 𝑰 𝟐 Potência reativa: é a potência usada para manutenção do campo magnético nas máquinas elétricas que possuem enrolamento de indução. Ex.: transformadores, motores, máquinas de solda, etc... Esta potência é trocada com a rede, não sendo, portanto, consumida. Da mesma maneira que a potência ativa, multiplica-se a potência aparente por um fator e como resultado nos dá a parte da potência que não é consumida. Onde o fator utilizado é o sen 𝜃. Sua unidade é VAR (volt-ampere- reativo). E é dada pela fórmula: 𝑷𝒓 = 𝑷𝒂𝒑 × 𝒔𝒆𝒏𝜽 ou 𝑷𝒓 = 𝑽 × 𝑰 × 𝒔𝒆𝒏𝜽 7 2. OBJETIVO Determinar a corrente e a potência de diversas cargas resistivas submetidas ao regime de corrente alternada. 3. MATERIAIS UTILIZADOS ● Multímetro digital; ● Diversas lâmpadas com suporte; ● Alicate amperímetro; ● Cabos. 8 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1ª Parte: corrente e potência de cargas resistivas Com o circuito já montado (Figura 5), meça e anote na Tabela 1, a tensão da rede elétrica que será utilizada para as duas lâmpadas. Agora meça cuidadosamente a corrente que circula pelo circuito composto pela lâmpada 1 e depois pela lâmpada 2. Anote os dados na Tabela 1. Figura 5: circuito em série composto por fonte de tensão alternada, amperímetro e lâmpada. Tabela 1: valores de corrente alternada e potência das lâmpadas 1 e 2. Lâmpada 1 Lâmpada 2 Tensão (V) 127,6 127,6 Corrente (A) 0,00116 0,00251 Potência (W) 0,148 0,320 - Com base nos valores encontrados, determine a potência de carga resistiva, ou seja, a potência luminosa de cada lâmpada, através da Equação: 𝑷 = 𝑽 × 𝑰 2ª Parte: alicate amperímetro Agora utilizaremos um instrumento de medida de corrente baseado no princípio da indução de cargas entre o primário e o secundário de um transformador: o alicate amperímetro. Ele nos fornece o resultado da corrente através de uma medida indireta no circuito, não necessitando da ligação em série com o que se quer medir. Para realizar a medida, encaixe um dos três fios na garra do alicate. Lembrando que o fio verde é o aterramento (terra) e os outros dois são a fase e o neutro (retorno). 9 Tabela 2: valores de corrente alternada e potência das lâmpadas 3 e 4. Lâmpada 3 (50 W) Lâmpada 4 (6,5 W) Tensão (V) 127,6 127,6 Corrente (A) 0,36 0,05 Potência (W) 45,94 6,38 - Com base nos valores de potência obtidos na Tabela 2, calcule o erro entre o valor fornecido pelo fabricante (50 W e 6,5 W), respectivamente, e o valor determinado experimentalmente. 𝑬𝒓𝒓𝒐% = 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒆𝒙𝒂𝒕𝒐 − 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒐 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒆𝒙𝒂𝒕𝒐 × 𝟏𝟎𝟎 Lâmpada 3 (50 W) → 𝐸𝑟𝑟𝑜% = 50 −45,94 50 × 100 = 8,12 % Lâmpada 4 (6.5 W) → 𝐸𝑟𝑟𝑜% = 6,5 −6,38 6,5 × 100 = 1,8 % 10 5. DISCUSSÃO - Porque você consegue realizar a medida de corrente com o alicate amperímetro nos fios referentes à fase e ao neutro, separadamente, mas não consegue realizar a medida dos dois ou dos três ao mesmo tempo? Para obter uma medição precisa, o correto é utilizar somente uma fase ou somente um neutro. Nunca medir a corrente elétrica de dois ou mais condutores coletivamente, pois, se laçar duas ou três fases, o valor tende a zero, o campo magnético de um cabo vai anular o campo magnético do outro. Caso isso não ocorra, pode ter algo de errado com o aparelho, podendo ser fuga para terra, problemas na carga ou na alimentação. Obtendo uma medição incorreta. - Porquê da Equação 1 ter se transformado na Equação 2? Pois, como em um circuito com uma carga resistiva não há defasagem entre tensão e corrente, ou seja, elas estão em fase, o ângulo entre a tensão e a corrente é de 0º. Não havendo armazenamento de energia num resistor, mas somente a dissipação de potência. Entretanto, a Equação 2 que é (P = V∙ I ∙ cos 𝜃), ao calcularmos o cosseno de 0º tem-se como resultado 1, depois de substituirmos, iremos obter a Equação 1 (P = V∙ I). 11 6. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos, observamos que a corrente das lâmpadas não apresentou o mesmo valor que as especificações fornecidas pelo fabricante. O fornecimento de potência em um circuito de corrente alternada onde operam elementos indutivos e capacitivos, além dos resistivos se dá através de duas parcelas, uma parcela de potência ativa e outra de potência reativa cuja soma complexa de ambas nos fornece por definição o valor da potência complexa e da potência aparente. Foi observado também que não é possível medir a corrente elétrica de dois ou mais condutores juntos, pois, o campo magnético de um cabo anula o campo magnético do outro. 12 7. BIBLIOGRAFIA 1. Halliday, D.; Resnick, R.; Walker, J. Fundamentos da Física III, Eletromagnetismo. Editora LTC. Rio de Janeiro, 2012. 2. Santos, A. F. dos. Eletricidade Aplicada. Rio de Janeiro: SESES/Estácio, 2016. 3. http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/caecc .php, acesso em 13/04/2017. 4. http://eletronicacarandai.com.br/artigo/potencia-em-corrente-alternada-c-a, acesso em 13/04/2017. 5. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAncia_el%C3%A9trica, acesso em 13/04/2017. 6. http://www.eletrica.ufpr.br/pedroso/2010/TE144/Aulas/CircuitosBasicos- Alternada.pdf, acesso em 13/04/2017. 7. http://www.saladaeletrica.com.br/potencia-eletrica-podcast-002/, acesso em 14/04/2017. 8. http://eletronicacarandai.com.br/artigo/potencia-em-corrente-alternada-c-a, acesso em 14/04/2017.
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