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lavagem de dinheiro

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Lei de Lavagem de Dinheiro – 12.638/2012
 No Brasil, após a ratificação da Convenção de Viena, fez-se necessário no ordenamento jurídico nacional tipificar penalmente determinadas condutas adotadas para se ocultar e dissimular a origem de outros delitos. Para tanto, fora publicada em 1998 a Lei 9.613, conhecida como a Lei de Lavagem de Dinheiro, que delimitou o que seria considerado como crime de lavagem de dinheiro no Brasil e estabeleceu quais são os órgãos responsáveis para a implantação de uma política de prevenção e combate à lavagem de dinheiro.
 Para o autor André Luiz Calegari: “A expressão lavagem de dinheiro surgiu por volta de 1920 nos Estados Unidos, sendo lá o delito chamado de money laundering. A teoria predominante acerca da origem da locução remonta à época em que os gângsteres norte-americanos utilizavam-se de lavanderias para ocultar o dinheiro provindo da atividade ilícita, como a venda de bebidas alcoólicas ilegais. Embora a expressão tenha sua origem recente, sua prática parece ser muito mais antiga, uma vez que existem evidências de que os piratas na Idade Média já buscavam desvincular os recursos provenientes do crime das atividades criminosas que os geraram.” 
 O Autor Fernando Capez define lavagem de dinheiro como sendo o processo por meio do qual se opera a transformação de recursos obtidos de forma ilícita em ativos com aparente origem legal, inserindo, assim, um grande volume de fundos nos mais diversos setores da economia.
 Após o surgimento do tema lavagem de dinheiro, muitos países aderiram ao compromisso de combate interno e de cooperação entre as nações. O Brasil desenvolveu sua legislação apenas dez anos após a Convenção de Viena com a Lei 9.613 de 03 de março de 1988 que dispõe sobre crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. A lei foi alterada em 09 de julho de 2012 pela Lei 12.683/2012 para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. A Lei autoriza aplicação de medidas de resgate de bens necessários para o pagamento dos prejuízos causados pelos crimes antecedentes ou pelo crime de lavagem de dinheiro. Essa inovação representa um ponto positivo na efetivação das penas aplicadas aos infratores condenados. Uma das mudanças relevantes na Lei está no art. 1° sobre crime antecedente Lei 9.613/1998, alterada pela Lei 12.683/2012. A legislação anterior previa lavagem de dinheiro apenas quando os valores fossem provenientes de crime específico. A nova lei amplia a regulamentação sobre lavagem de dinheiro e contravenção penal. Outra alteração na Lei 9.613/1998 foi no art. 9° que defini quais pessoas são sujeitas as penalidades previstas na referida lei. Na legislação anterior, apenas pessoas jurídicas envolvidas com a movimentação financeira eram sujeitas a condenação, na Lei 12.683/2012 as pessoas físicas que tiverem relação com o ato criminoso, também, terão que responder penalmente.
 A amplitude e o impacto do crime de lavagem de dinheiro na sociedade é tão grande que se torna difícil a delimitação do bem jurídico tutelado de forma precisa. Porém, ainda dentro dessa perspectiva, existem duas posições divergentes. Uma que defende que o bem jurídico protegido é a Administração da Justiça, uma vez que o cometimento do crime de lavagem de dinheiro torna difícil a recuperação do produto do crime, dificultando a ação da Justiça. A outra identifica como objeto jurídico a ordem econômico-financeira, ou a ordem socioeconômica, visto que os crimes de lavagem de dinheiro afetam diretamente os sistemas financeiros e econômicos do país, afetando o equilíbrio do mercado e a livre concorrência.
 As condutas prescritas no tipo do art. 1º, caput, da Lei 9.613/98, são ocultar e dissimular, lembrando que se trata de tipo misto alternativo e, assim, a realização de mais de uma conduta não enseja o concurso de crimes. Quanto aos sujeitos, por se tratar de crime comum, qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo do crime de lavagem de dinheiro, uma vez que a lei não exige que o agente preencha determinadas condições ou qualidades. A caracterização do elemento subjetivo do tipo – o dolo específico. Deve haver indícios suficientes de que o agente efetivamente pretenda “ocultar” ou dissimular”, e não somente “guardar”, o provento do crime. Os delitos de lavagem de dinheiro consumam-se já no momento em que o agente pratica uma ação que envolva “ocultar” ou “dissimular” a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade do bem, direito ou valor. A tentativa é admissível. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CALLEGARI, André Luís. Lavagem de dinheiro / André Luís Callegari, Ariel Barazzetti Weber. São Paulo: Atlas, 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: legislação penal especial. 6. Ed. São Paulo, Saraiva, 2011. 
BRAGA, Juliana Toralles dos Santos. Lavagem de dinheiro – Origem histórica, conceito e fases. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_ artigos_leitura&artigo_id=8425#_ftnref13>. Acessado em: 23 novembro de 2017.
GOULART, Henrique Gouveia de Melo. A nova lei de lavagem de dinheiro e suas implicações práticas. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver= 2.40911>. Acessado em: 23 de novembro de 2017.

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