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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. FISCALIZAÇÃO
Os poderes da fiscalização se estende a todas as pessoas, inclusive às isentas e imunes. Podem ser fiscalizadas, por exemplo, igrejas, os partidos políticos, a fazenda federal pode fiscalizar municípios, a fazenda municipal pode fiscalizar a União (ex: retenção de ISS), etc.
Para efeitos da legislação tributária não se aplicam as leis limitadoras (normalmente leis do D Comercial) do poder da fiscalização examinar papeis, documentos, livros e mercadorias, e nem no dever de exibi-los.
O STF estendeu para as pessoas jurídicas o conceito de domicílio. Assim, a autoridade fiscal só pode ingressar nas áreas não franqueadas ao público com autorização judicial ou do representante da empresa, sob pena da prova colhida ser considerada ilícita.
Dever de prestar informações:
O art. 197 do CTN traz um rol de pessoas que têm o dever de prestar informações sobre atividades de 3os. Ex: Síndicos de massas falidas, leiloeiros, tabeliães, etc.[1: Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;III - as empresas de administração de bens;IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;V - os inventariantes;VI - os síndicos, comissários e liquidatários;VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.]
A lei de cada pessoa política pode estender este dever a outras pessoas, exceto para aquelas que têm o dever legal ao sigilo profissional – ex: advogado, que jamais pode ser obrigado a prestar informações ao fisco sobre o cliente.
Sigilo bancário:
Dentre as pessoas que constam do art. 197 estão também as instituições financeiras. Além disso, a LC 105/01 atribuiu ao fisco federal o poder para quebrar sigilo bancário independentemente de autorização judicial.
A doutrina dominante afirma ser inconstitucional esta medida, sob o fundamento de violar o direito individual à intimidade ao sigilo de dados (art. 5º, X e XII da CF). Quebrar sigilo bancário seria privativo do judiciário.
A Fazenda defende a constitucionalidade sob o fundamento de que a própria CF lhe atribuiu o poder para identificar os aspectos econômico financeiros dos contribuintes, conforme o art. 145, §1° da CF.
O STF ainda não julgou a medida.
Sigilo fiscal:
O fisco tem o dever legal de guardar sigilo das informações econômico financeiras dos contribuintes de que tiver conhecimento.
Há, porém, exceções: 
- Requisições de autoridade judicial no interesse da justiça.
Obs: Não há problemas de competência; o juiz estadual, por exemplo, pode requisitar autoridade federal. 
- Solicitaçao de autoridade administrativa para apurar ilícito administrativo.
- Intercâmbio de informações entre as Fazendas Públicas.
- Intercâmbio de informação entre o fisco federal e estados estrangeiros.
- Representação fiscal para fins penais. É a notitia criminis da autoridade fiscal para o MP.
- Inscrição em dívida ativa – não mais fica sujeito ao sigilo.
- Moratória e parcelamento.
Há ainda exceções não previstas no código:
- Requisição de CPI federal. É controvertida a requisição de CPI estadual, mas é defensável, uma vez que o STF já decidiu que CPI estadual pode quebrar sigilo bancário (pq não poderia quebrar sigilo fiscal então?).
- Requisição do MP.
2. DÍVIDA ATIVA
Se o particular persistir em não pagar o crédito tributário, só resta à autoridade cobrá-lo judicialmente. O executivo não tem o poder de diretamente tomar o patrimônio do particular (auto-executoriedade) para satisfazer o crédito; isso é privativo do judiciário.
Antes, porém, deve realizar mais uma atividade administrativa, que é a inscrição em dívida ativa.
A inscrição é o controle de legalidade do lançamento. É a inscrição que confere presunção de certeza e liquidez ao crédito tributário.
Essa presunção é relativa, pode ser ilidida por prova inequívoca a cargo do devedor. Ex: Apresentação da guia de recolhimento.
Da inscrição se extrai um termo ou certidão que corresponde ao título executivo extrajudicial, que deverá seguir com a inicial da execução. 
O art. 202 traz os requisitos do termo (raramente cai em prova os requisitos). Qualquer falha ou omissão do requisito resulta nulidade da inscrição e da ação. Essa nulidade, porém, pode ser saneada, até a decisão de 1º grau, substituindo-se o termo e devolvendo-se o prazo para defesa quanto à parte modificada.
Certidão negativa:
A lei pode exigir para a prática de atividades a prova da quitação de tributos. Ex: Lei de licitações (lei 8666). Essa prova é realizada por meio de um documento chamado certidão negativa de tributos, que é expedido em até 10 dias pela respectiva Fazenda Pública nos termos do pedido do particular.
Tem os mesmos efeitos da negativa, e por isso chamada certidão positiva com efeitos de negativa, a certidão em que constem créditos (art. 206 CTN):
- vincendos, ou seja, a vencer;
- com exigibilidade suspensa; 
- em execução com penhora efetivada.
O funcionário que expedir de forma fraudulenta certidões responde pessoalmente pelos créditos que nela deveriam constar.

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