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MANDADO DE SEGURANÇA

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MANDADO DE SEGURANÇA
É previsto na Constituição Federal, nos incisos LXIX e LXX do art. 5º, é um remédio constitucional, assim como no mandado de injunção. 
Art. 5º, LXIX, CF: é concedido para proteger direito certo e líquido, que não é amparado por habeas corpus (qualquer pessoa pode impetrar) ou habeas datas.
O nome correto é impetrado, onde não for possível ter habeas corpus. A pessoa que ingressa é a impetrante.
Pode ser individual ou coletivo em nome de uma determinada categoria.
No polo passivo vai star a autoridade coatora ou impetrado.
No polo ativo será impetrante, pessoa física ou jurídica.
Discussão (há quem defenda) que no polo passivo vai estar a autoridade coatora – pessoa física, ato do delegado do MPA, vai estar a pessoa autoridade e não a União, uma autarquia, a principio. Há uma discussão para saber se é possível no polo passivo a autoridade coatora ser física ou jurídica.
OBS: polo passivo – há entendimento majoritário que pode se admitir não somente a autoridade coatora.
- processos licitatórios, determinadas entidades (União, autarquia);
Exemplo: IBAMA para fazer obra ou prestação de serviços (a regra é o processo licitatório). O superintendente, ele que vai decidir a quem abjudicar/conceder a obra. Uma outra empresa que ficou em 2ª lugar, ingressa com o mandado alegando que teve o seu direito liquido e certo ferido.
Impetrante – empresa Y, no passivo a autoridade coatora que abjudicou a obra e a empresa vencedora que tem interesse no resultado do mandado de segurança.
Se for concedido o mandado a empresa X irá perder o serviço que tinha obtido êxito, é admitido, nos termos acima
- litisconsórcio no mandado de segurança: pluralidade de autores em uma mesma ação.
Eventualmente (a regra é a entidade publica), pode se admitir uma entidade (empresa) privada que presta serviço publico figurar no polo passivo do mandado de segurança, mas como regra será uma entidade publica (até o próprio presidente da República pode figurar no polo passivo).
A informação da autoridade coatora depende do juiz, se ele não informar a autoridade coatora correta o juiz pode extinguir o processo sem resolução de mérito. Tem juízes que determinam a retificação da autoridade coatora.
É importante que o advogado antes de impetrar o mandado antes de intimar a autoridade veja quem produziu o ato.
Exemplo: era normal a parte ir reivindicar, o servidor para não protocolar não recebe o pedido – isso é ferir o direito liquido e certo, porque o direito de petição é garantido pelo art. 5º da CF.
Se o servidor por orientação do chefe não recebe nada e se nega a protocolar, será esse servidor no polo passivo? Não, vai figurar no polo passivo a autoridade competente daquele órgão, geralmente será o gerente.
O mandado de segurança era regulamentado pela lei 1533/51, essa lei foi recepcionada pela CF/88, mas foi revogada pela lei 12.016/2009.
Pode ser repressivo ou preventivo:
Vai ser preventivo quando antes do ato tiver sido praticado eu já posso impetrar o mandado de segurança eu vislumbro a possibilidade do ato ser praticado. Não basta a suposição de que o ato vai ser realizado, há de se impor a realização concreta do ato.
Exemplo: concurso público, Cláudio fica em 4º lugar e Paulo em 5º lugar - prefeitura convoca 1º, 2º e 3º, Cláudio fica na expectativa de ser chamado. Paulo é chamado para Fazer exames médicos, mas é chamado oficialmente, mas tudo indica que será. Cláudio preventivamente impetra o mandado de segurança para que ele fosse chamado para fazer exames médicos e ocupe a vaga antes que Paulo assuma.
Repressivo: Cláudio vê no jornal a nomeação de Paulo – ai será repressivo, porque Paulo fora nomeado antes de Cláudio – feriu o direito liquido e certo do Cláudio que possuía uma colocação superior a do Paulo. Se passou dentro do numero de vagas do edital, ele tem que ser nomeado. Antigamente o STF falava de uma expectativa de direito sobre o cargo, não era obrigado a nomear, hoje já seria um direito adquirido, a Administração Pública deverá nomear. 
* questão orçamentaria: a entidade em situações de crise pode alegar não ter condições de chamar o numero de vagas dito anteriormente no edital. Exemplo: policiais do RJ.
*Cargos em comissão – discussão. Alguns entram com indicação política. 
OBS: não cabem honorários advocatícios sucumbenciais em sede de mandado de segurança, há uma briga para se reverter isso – não serão fixados.
Prazo: para impetrar é de 120 dias, é decadencial.
Ocorrendo ou tomando conhecimento que o direito líquido e certo foi ferido, começa para a parte interessada a correr esse prazo.
Exemplo: servidor nega receber o pedido, começa a correr o prazo, não interrompe e nem suspende.
É claro que se perder o prazo para ingressar com o mandado (que é um processo mais célere, um rito diferenciado), eu posso ingressar com uma ação no rito comum, ordinário.
Mandado contra a lei em tese: editada uma lei mesmo que essa lei venha a ferir um direito liquido e certo, não cabe mandado de segurança. Aplicação da lei ao caso concreto é possível aplicar o mandado – porque a sumula 266, STF diz que não cabe mandado de lei em tese, apenas quando a lei for aplicada.
Rito – sumário especial (diferente do JEC que é sumaríssimo)
Mandado de segurança não tem contestação, dilação probatória, audiência, o prazo para prestar informações é de 10 dias apenas, é um rito mais célere, não como nos JECs.
O juiz recebe a petição inicial, notifica a autoridade coatora, intima entidade publica, ouve o ministério publico, prolata a sentença, é bem mais rápido.
Petição inicial: é igual às normais
Art. 10 da lei
OBS: §1º - indeferida a petição inicial – vai por sentença, se é por sentença o recurso cabível é apelação. Existem casos que o mandado de segurança é impetrado diretamente no tribunal, ele vai para um relator (desembargador que será o relator daquele processo), ele pode indeferir a inicial. Se indeferir dessa decisão, que se chama monocrática (o relator sozinho indefere, fez isoladamente, sem ouvir os demais desembargadores) dessa decisão cabe um recurso chamado de agravo interno.
A lei fala apenas em agravo, o novo CPC vem tratando de agravo interno, será submetida aos demais membros daquela 1ª turma, geralmente números impares, assim como nos outros tribunais.
Exemplo: ato de juiz de 1º grau que não cabe recurso, ai é impetrado mandado de segurança diretamente no tribunal de justiça.
Juiz estadual – tribunal de justiça
Juiz federal – tribunal regional federal
Para ver se mantém a decisão ou muda a mesma. Os tribunais geralmente decidem de forma colegiada a não individualmente.
Foro competente: vai depender da autoridade coatora. Se for uma autoridade federal vai ser justiça federal estadual, se for municipal será justiça estadual. Vai verificar a quem compete julgar o mandado de segurança.
Juiz de 1º grau – o tribunal ao qual o juiz é subordinado.
Prefeito – tribunal
Presidente – STF
Autoridade coatora: não vai ser aquele servidor do balcão, mas sim do órgão de onde emanam as ordens para ele tomar determinadas medidas. É complicado, muitos juízes mandam “emendar” a inicial.
E se for deferida a petição inicial? Extingue sem resolução de mérito – é possível a parte ingressar com um novo mandado de segurança?
Repetição do mandado de segurança
Art. 6º, §6º - não houver apreciado o mérito, dentro do prazo de 120 dias, posso impetrar com novo mandado de segurança.
Documentos: todos os documentos que estiverem em poder da autoridade impetrada, da autoridade coatora ou d órgão, deverá ser juntado aos autos quando requisitado pelo juiz – instrução probatória.
Ao iniciar com a ação, o mandado de segurança, ele deve juntar aos autos todos os documentos que estiverem em seu poder que demonstre que o seu direito liquido e certo for ferido. Se ele não tiver alguns documentos, ele deve comunicar na inicial para que o juiz requisite da autoridade coatora que junte os documentos que são do interesse da justiça para julgamento do prazo. 
Recebida a inicial (Mandado de segurança nãotem contestação), o juiz determina a notificação da autoridade coatora para que no prazo de 10 dias preste as informações, então não há contestação por parte da autoridade publica, há notificação para a juntada de documentos necessários para o julgamento da causa.
Art. 7º, II: que se dê ciência do feito ao órgão.
Exemplo: entidade coatora – delegado da Receita Federal, o juiz notifica para prestar informações no prazo de 10 dias, o juiz intima um representante judicial da União.
Por que? A decisão do mandado de segurança vai ser suportada pela União, se por acaso o contribuinte tiver razão essa decisão será suportada pela União, então o juiz intima a autoridade para ingressar com o mandado de segurança.
OBS:
*decisão liminar: quem recorre geralmente é a entidade coatora, só assina quem faz é o advogado público, fica até o final do prazo para prestar informações, só parece na pratica.
*apelação: é principalmente a entidade pública, quem irá atuar após o fim do prazo.
Essas informações prestadas seja pela autoridade coatora e pelo advogado público, porque na verdade é ele que vai fazer a defesa do interesse publico a partir daí tem casos em que não haverá recurso, é besteira recorrer.
Exemplo: direito de petição – que é garantido pela CF – o juiz defere apenas para que receba, não determina o seu deferimento ou indeferimento, concede a segurança desse direito, para que a parte recorra.
Instrução probatória: No mandado de segurança não há instrução, portanto, não tem audiência no mandado de segurança. Não há que se falar em audiência. O impetrante ou ele juntam os documentos com a petição inicial ou solicite ao juiz que requisite os documentos, ou perder, porque não tem outro momento para juntar os documentos.
*Documento novo – pode ser
Não adianta arrolar testemunhas, o juiz não irá ouvir
Rito sumário/especial – não há instrução probatória
Art. 10 – requisitos legais
Objeto: é que seja corrigido o ato ou a omissão provocada pela autoridade coatora.
Não cabimento: art. 5º - não caberá mandado de segurança, não se concederá quando se tratar de ato que cabe recurso administrativo com efeito suspensivo independentemente de caução.
Exemplo: recebe na sexta a notificação da receita federal 
1ª ingressa com recurso, se a receita por força de lei não poder me cobrar ate que o recurso seja aprovado não será cabível mandado de segurança;
2ª parou de cobrar – teve efeito suspensivo – não pode caber mandado de segurança. Se ela para parar de cobrar me exigir uma garantia, depositar um dinheiro, ai posso ingressar com mandado de segurança;
3ª eu não vou suspender, vou continuar cobrando mesmo que você recorra ou dê garantia, cabe mandado de segurança.
Inciso II – sum. 267, STF: se houver recurso não cabe. Qual o recurso cabível?
*decisão interlocutória em sede de juiz estadual? Não tem, então é possível mandado de seg.
*agravo de instrumento em casos não previstos em lei? É possível mandado de seg.
- não cabendo recurso é possível mandado de segurança.
Inciso III – decisão judicial transitada em julgado – cabe ação rescisória e não mandado de seg.
Sum. 268, STF
Em todos os mandados de segurança o Ministério Público deverá ser ouvido no prazo de 10 dias (art. 12)
Atos de trato sucessivo: prazo de 120 dias
Exemplo: a Administração Pública comete um ato (gratificação incorporada ao salário) – não paga, ferindo o direito liquido e certo do funcionário receber. Ele tem até janeiro para pleitear a gratificação por mandado de segurança. Em outubro ele não recebe de novo, ai esse prazo de 120 dias se renova, vai até fevereiro poder ser impetrado, porque em outubro teve o seu direito ferido novamente, vai se renovando a cada mês porque é um ato de trato sucessivo que ele não recebe.
Em março ele impetra e ganha – como vai receber isso?
Termina o prazo de 120 dias referente a novembro. Entendimento novo: ele receberia as verbas anteriores até o momento que impetrou o mandado de segurança, mas muitos juízes entendem que ele receberia as devidas até o mandado, entraria com uma ação para receber as atrasadas.
*vai renovando porque todo mês ele tem seu direito ferido, não é um ato só, ele possui direito a petição.
OBS¹: Para impetrar precisa de procuração, diferente do habeas corpus, que pode ser impetrado por qualquer pessoa.
OBS²: Delegado da Receita Federal, nesse caso é a autoridade coatora – há interesse da União, o co-representante judicial da União vai se manifestar na forma do art. 7º, que tem interesse na causa, vai produzir o recurso, vai ser interposto pela autoridade pública.
Liminar: o juízo pode deferir a liminar antes mesmo de ouvir a autoridade coatora, ou seja, “inaudita altera parte”, ele pode deferir uma medida liminar na forma do art. 7, §1º.
OBS: Inciso III do art. 7º - ao despachar a inicial o juiz ordenará que se suspenda o ato. É possível a concessão de medida liminar determinando antes ou depois de ouvir a autoridade coatora.
Ex: concurso público – se a autoridade coatora que nomeou (o chefe do RH do Ministério da Saúde vai ser o impetrante em Brasília), passei em 8º, chamaram o 9º. Isso feriu o direito líquido e certo. O deferimento da medida liminar rá ser determinado sem ouvir a autoridade coatora.
É possível isso porque no mandado de segurança o impetrante tem que juntar na inicial os documentos que comprovam o que eu estou afirmando, porque não vai haver audiência, não haverá momento para a produção de provas – resultado do concurso, a nomeação do outro candidato e aí impetro o mandado de segurança.
OBS: Quem irá impetrar?
Mandado de segurança – quem passou no concurso
Ação popular – qualquer morador
Art. 7º, §1º: não é possível a concessão da liminar em sede de mandado de segurança e o recurso cabível será o agravo de instrumento (detalhes não será esse semestre). Que é interposto diretamente no tribunal, contra uma decisão interlocutória, é aqueles que deferiu ou negou a liminar.
Suspensão da liminar: é requerida ao presidente do tribunal competente a julgar.
1ª vara federal do RJ – Tribunal Regional Federal da 2ª região
Vara cível do ES – Tribuna de Justiça do ES
A suspensão do art. 15: não tem prazo para a concessão, mas a mesma só pode ser pedida até a prolação da sentença; após esta será pedida a concessão da sentença.
Agravo – sem efeito devolutivo
Liminar deferida – prazo para agravo é de 15 dias (no antigo CPC eram de 10 dias). Se perdeu o prazo pode se requerer a suspensão. A parte tem que demonstrar que aquela liminar proferida pelo juiz de 1º grau vai causar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança, à economia pública.
Ex: nomeação de 4 mil militares – vai gerar uma despesa. Com base no art. 15 pode se suspender a nomeação desses 4 mil militares, visto que irá abalar as finanças do Estado.
OBS: decisão do presidente do tribunal – decisão monocrática é diferente do JEC. Dessa decisão cabe agravo, interno segundo o CPC.
A princípio o juiz pode deferir a liminar em quase todas as hipóteses, entretanto o art. 7º, §2º nega a possibilidade de deferimento de liminar nas hipóteses ali elencadas, a lei veda nesses casos.
OBS¹: diz que não será concedida a liminar – devendo a receita federal, impetro o mandado de segurança, não podendo deferir liminar
OBS²: juiz pode incidentalmente – qual o recurso? Agravo de instrumento alegar que o parágrafo é inconstitucional, isso faz parte do controle difuso exercido pelos tribunais.
Sentença: o juiz vai conceder ou negar a segurança.
Como é sentença, o recurso cabível é de apelação, no prazo de 15 dias como no CPC, a pessoa jurídica de direito público tem prazo em dobro (Fazenda Pública, Defensoria Pública).
A remessa necessária, que não cabia nos Juizados Especiais Ferais e da Fazenda Pública, também chamada de duplo grau obrigatório, cabe no mandado de segurança, se por acaso a Fazenda Pública não recorrer, não vai transitar em julgado, vai ser submetido ao tribunal mesmo que não haja recurso.
Apelação interposta, pode ser recebida no duplo efeito, suspensivo ou devolutivo, pode ser recebida sóno efeito devolutivo.
Quando se tratar de mandado de segurança, a apelação como regra será recebida apenas no efeito devolutivo, salvo nos casos em que não pode ser concedida liminar. Portanto se o juiz negar a liminar para nomear alguém do concurso, mas defere na sentença e a Fazenda Pública recorre, esse candidato será nomeado – vai aguardar o julgamento no cargo – se perder o cargo, o que ele recebeu não precisa ser devolvido, se tiver recebido de boa-fé.
Art. 14, §3º: efeito devolutivo da apelação, salvo nos caos em que não pode ser concedida liminar.
Mandado de segurança coletivo: uma entidade, ou associação pode impetrar mandado de segurança coletivo quando ferir direito líquido e certo,
Se for concedida a segurança, vai beneficiar a todos os associados, se não for associado não vai ser beneficiado. 
Se for negado vai prejudicar a todos os associados? Não. 
Se a segurança for negada por falta de prova pré constituída, ou seja, a associação não juntou os documentos necessários a comprovação do direito ferido na inicial.
A impetração individual não ser afetada.
Agora se a negação for em razão de mérito os efeitos da coisa julgada só vai beneficiar os associados. Se não pediu a suspensão do mandado de segurança individual, este não será atingido pelo efeito do mandado de segurança coletivo. Se ele abrir mão do individual aí será atingido pelo efeito.
Art. 14, §2º: Autoridade coatora também pode recorrer da sentença.

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