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PSICOLOGIA JURÍDICA O PSICÓLOGO NO PROCESSO DE ADOÇÃO

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PSICOLOGIA JURÍDICA: O PSICÓLOGO NO PROCESSO DE 
ADOÇÃO 
 
PANOSSO,Vinicius1 
FALCAO, Mara1 
DIEHL,Andressa1 
DIEHL,Vanessa1 
LAMPERT, Claudia Daiane2 
VIDMAR, Marlon Francys2 
VICENZI, Carla Luisa2 
vini_panosso@yahoo.com.br 
 
RESUMO: O presente estudo tem por objetivo investigar a atuação do psicólogo jurídico, principalmente o que 
diz respeito aos processos de adoção. Trata-se de estudo qualitativo e descritivo realizado com a participação de 
uma psicóloga graduada em Psicologia e Especialista em Orientação Analítica atuante no Fórum da comarca de 
Passo Fundo – RS. O instrumento utilizado foi um questionário com perguntas semi-estruturadas elaboradas pelos 
pesquisadores. Os dados foram submetidos a analise de conteúdo temático. O estudo identificou que a atuação do 
psicólogo é de suma importância, pois é ele quem vai avaliar as partes envolvidas no processo e opinar no que 
tange a parte psíquica e relacional de ambas as partes. 
 
Palavras-Chave: Adoção, Psicólogo Jurídico, Família 
 
ABSTRACT: The present study aims to investigate the Role of the legal psychologist , especially with regard to 
the adoption processes . This consists of qualitative and descriptive study was conducted with the participation of 
a psychologist graduated in Psychology and Specialist Analytic active in the Forum of the region of Passo Fundo 
- RS . The instrument was Used hum questionnaire with semi- structured questions developed by researchers . 
Were the data submitted to thematic content analysis. The study identified a psychologist que 'work and of 
paramount importance , it is he who will assess how contradictory involved in the process and comment que no 
relation to psychological and relational part of Both as contradictory. 
 
 
Keywords: Adoption, Legal Psychologist, Family
 
1 Graduando em Psicologia – Faculdade IDEAU 
2 Docente do curso de psicologia – Faculdade IDEAU 
2 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 A Psicologia, uma ciência humana, ramifica-se tornando abrangente seu campo de 
atuação. Uma de suas ramificações pertence à área da Psicologia Jurídica, essa embora seja 
pouco difundida, possui suma importância no sistema judiciário. Dentro da psicologia jurídica 
existe um campo em ampla expansão que se refere à atuação do psicólogo nos processos de 
adoção. 
 Diante deste fato, torna-se imprescindível que a percepção dos adotantes em relação aos 
períodos iniciais de adaptação consiste no mecanismo legal que propicia à criança ou ao 
adolescente a inserção de forma integral em uma nova família, adquirindo condição de filho, 
com caráter irrevogável. Ela é a possibilidade de garantir o direito à convivência familiar após 
o esgotamento de todas as outras possibilidades de permanência na família de origem. Assim, 
a adoção se constitui no ponto de partida para uma nova fase na vida do adotando, a partir da 
vinculação com a família adotiva. Com isso, surgem transformações sociais e emocionais e, 
conseqüentemente, um aprimoramento na imagem que tem de si próprio e do mundo 
(FONSECA, 2002; SCHETTINI FILHO, 2009; VARGAS, 2006). 
 Sabendo que até chegar aos processos de adoção legalizados, o Brasil, passou nos anos 
80, a prática ilegal de registrar como filho uma criança nascida de outra pessoa sem passar pelos 
trâmites legais, ou seja, o registro feito diretamente em cartório, conhecida como adoção à 
brasileira, constituía cerca de 90%das adoções realizadas no país. Desta forma procurava-se, 
dentre inúmeras razões esconder a adoção, como se esta fosse motivo de vergonha e 
humilhação. (WEBER, 2003) 
 Tendo em vista que para que não fosse contraditório, era necessário implantar uma 
legislação, segundo Paiva (2004) coloca que a primeira vez em que a adoção surgiu na 
legislação brasileira foi em 1828, tendo como função solucionar os problemas dos casais os 
quais não poderiam ter filhos biológicos. O Código Civil de 1916 juntamente com a lei 3071/16 
foi um marco importante no que se refere à prática da adoção, pois a referência ao tema da 
adoção aparecia de forma escassa nos textos jurídicos anteriores. Foi somente com a legislação 
de 1988 que a lei 6.697/79, conhecida como código de menores, teve o objetivo de tratar todos 
os filhos de maneira igualitária, sendo este o pressuposto legal que alicerçou o Estatuto da 
Criança e do Adolescente (BRASIL, 2009). 
Atualmente a lei que fala sobre a adoção no Brasil é a Lei Nacional de Adoção nº 
12.010/2009. Esta lei é regida pelo Código Civil Lei nº 10.406/2002 e pelo ECA Lei nº 
8.069/1990, e estabelece seus princípios nas necessidades básica do ser humano, sendo que no 
3 
 
início da vida, na infância e na juventude estas necessitem e tem direito a uma família para 
serem criados e educados (BRASIL, 2009). 
É notório que as funções do profissional da psicologia, atuante na área jurídica, é de 
grande responsabilidade, pois depende estritamente do psicólogo para que se possa ser feito as 
avaliações psicológicas, perícias, orientações, acompanhamento, contribui também para 
políticas preventivas, estuda os efeitos do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo. As 
questões familiares são mais amplas e complexas. A psicologia, como ciência do 
comportamento humano, vem, através de seu aparato, buscar compreender elementos e 
aspectos emocionais de cada indivíduo e da dinâmica familiar, e assim, encontrar uma saída 
que atenda adequadamente as necessidades daquela família, que muitas vezes passam 
despercebidas nos litígios judiciais (SILVA, 1998). 
Assim como em todos os segmentos da psicologia, na área jurídica, nãos seria diferente, 
pois o profissional irá de deparar com inúmeras situações onde será imprescindível ter tato para 
lidar com momentos difíceis, momentos que não atingem somente o acusado, mas envolve 
familiares. Não podendo esquecer-se de mensurar a importância que a psicologia traz para o 
Direito de família, onde se depara com casos de separação, guarda e principalmente a adoção. 
Os procedimentos de preparação, acompanhamentos e apoio pós – adoção são elementos 
fundamentais para prevenir um segundo abandono (SILVA, 2012). 
Diante deste panorama torna-se importante investigar a atuação do psicólogo na área 
jurídica. Nesse sentido nosso trabalho objetiva conhecer a atuação do psicólogo jurídico, 
principalmente o que diz respeito à adoção. 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 Essa pesquisa caracteriza-se como qualitativa e descritiva realizada com uma Psicóloga 
(P1) atuante no fórum da comarca de Passo Fundo-RS, Brasil, nos processos de adoção da 
respectiva cidade. Optou-se por esse tipo de estudo por considerar que o objeto desta pesquisa 
subentendesse ao âmbito da psicologia jurídica, pois dessa forma as questões subjetivas 
envolvidas nesta pesquisa seriam abordadas com mais precisão. 
 O instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista contendo as principais funções do 
psicólogo na área jurídica em específico no âmbito da adoção. Na entrevista foram abordadas 
as principais exigências necessárias para a atuação do profissional e o que levou a entrevistada 
a decidir pela Psicologia Jurídica e seus principais desafios encontrados na profissão. 
4 
 
 Para a coleta dos dados utilizou-se um questionário com perguntas semi-estruturadas 
elaboradas pelos pesquisadores. A entrevista foi gravada e realizada no fórum da comarca da 
respectiva cidade, em horário previamente agendado, conforme disponibilidade da psicóloga 
entrevistada na pesquisa. 
 Os dados foram examinados com base na análise de conteúdo temático. Para que isso 
acontecesse, a entrevista foi transcrita na integra, após a leitura corrida, foi organizado de 
acordo com os núcleos temáticoscom base no pressuposto central do depoimento, surgindo 
assim às categorias temáticas, de acordo com o objetivo e a fundamentação teórica proposto. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Os dados que obtivemos da entrevista, foram organizados em duas partes: 
caracterização do profissional atuante na área e as principais atividades do psicólogo na área 
Jurídica. 
 
3.1 Caracterização do profissional 
 Sobre a caracterização do profissional, o estudo contou com a participação de uma 
psicóloga, Graduada em Psicologia e Especialista em orientação analítica, devidamente 
cadastrada no órgão responsável, atuante na área jurídica no período de sete meses concursada 
através do órgão publica da comarca de Passo Fundo – RS, Brasil. 
 Cabe ao profissional responsável, na instituição da pesquisa, a realização do 
cadastramento dos indivíduos para a habilitação adotiva, através de entrevistas individuais com 
o intuito de deixar claro o principal papel paterno e materno que os mesmos estão dispostos a 
assumir. 
 
3.2 Principais atividades do psicólogo na área jurídica 
 A atuação do psicólogo na vara de família trata das questões como separação, guarda e 
visitas, se deve, em grande parte, pela presença da criança, visto a dificuldade de questioná-las 
diretamente e de saber o que se passa com elas, por isso a necessidade de um profissional com 
formação especifica em relação ao desenvolvimento infantil, processo psicológico e 
psicodinamismo da família. O Juiz apesar de não ter sido preparado para entender de crianças 
tem que tomar uma decisão que condicionará a vida do pai, da mãe e da criança, os psicólogos 
suprem essa deficiência, buscando amenizar os conflitos pré-existentes (ALVES, 2002). 
5 
 
 Dentre os depoimentos da entrevistada, após a análise e interpretação, surgiram quatro 
categorias temáticas, as quais delimitam as principais características do psicólogo no âmbito 
judiciário, tendo como objetivo o papel principal e suas funções representativa na sociedade. 
 
3.2.1 O Trabalho do Psicólogo no Fórum 
 Essa categoria surgiu em razão à grande demanda de atividades referentes à avaliação 
psicológica e em muitos casos o acompanhamento quando se torna necessário. Dentro das 
comarcas, não se atua somente em avaliação e acompanhamento psicológico, o profissional, 
está habilitado a desempenhar inúmeras atividades, por tornar-se o profissional de confiança do 
juiz, por avaliar quase todos os casos que afetam diretamente ou indiretamente o 
comportamento humano ou questões psíquicas. 
 Não se pode desconsiderar que, atualmente, muitas são as demandas que se enquadram 
na área do Direito da infância e da juventude e do Direito de família direcionadas aos 
psicólogos. Mudanças rápidas e numerosas no formato das organizações familiares também são 
responsáveis por encaminhamentos até então pouco freqüentes nos juízos, como as solicitações 
para o compartilhamento da guarda de filhos, as contestações de paternidade e os pedidos de 
adoção por cônjuge, dentre tantos outros. Observa-se que equipes interprofissionais foram 
integradas às Varas de Família, mantendo-se, de igual modo, o trabalho de assistentes técnicos 
e de peritos que não possuem vínculo empregatício com o Poder Judiciário. Com esse 
panorama, não se deve estranhar a demanda que deu origem à Resolução n° 008/2010, do 
Conselho Federal de Psicologia, que visa a estabelecer parâmetros ao exercício profissional de 
assistentes técnicos e peritos (PAIVA, 2004). 
 No contexto contemporâneo, nota-se também que novas questões, com denominações 
até então desconhecidas, são encaminhadas ao Poder Judiciário e, portanto, aos psicólogos, sob 
justificativas de proteção de direitos e de segurança. Abandono afetivo, assédio moral, bullying, 
são exemplos de temas que têm gerado pesquisas, interrogações e debates, pois requerem 
constantes indagações além de um olhar crítico para os desdobramentos de possíveis 
intervenções. Percebe-se, ainda, o apelo popular por políticas penais mais severas, além da 
busca de penalizações para maior número de situações e de comportamentos (ARANTES, 
2008). 
“A gente trabalha na vara da família, na vara criminal, no juizado da infância e 
juventude, faz avaliação para a fazenda pública, tem que trabalhar conforme a 
demanda, se a gente quiser centralizar o serviço à gente acaba não conseguindo dar 
conta de tudo de toda a demanda de trabalho que a gente tem que é bem 
significativa.” (P1). 
6 
 
 Decorrente de todas as funções exercidas dentro do judiciário, o psicólogo se depara 
com muitas questões decorrentes da profissão. Nesse olhar, é necessário que o profissional 
esteja ciente de suas responsabilidades e seja capacitado para poder desvendar todos os 
problemas emocionais. A grande demanda de profissionais se da à efetiva contratação através 
de concurso público, muitas vezes não se tratando de especialistas na área. 
“Eu vou falar da minha experiência, eu nunca direcionei a minha profissão para a 
psicologia jurídica, eu não tenho especialização, minha formação é muito mais 
clínica, enfim, surgiu a oportunidade do concurso e fui nomeada, a gente tem um 
campo amplo de atuação, não é só uma atividade a entrevista para a habilitação, é 
uma das atividades que a gente realiza [...], para mim foi, o psicólogo é o profissional 
de confiança do juiz, qualquer juiz que recebe um processo e sentir necessidade de 
uma avaliação, ele encaminha para nós, às vezes vem com questionamentos que daí 
sim temos que dar respostas dos questionamentos, a gente tem que subentender o que 
o juiz está querendo saber dessa avaliação e a gente tem que apresentar resposta.” 
(P1). 
 Vale destacar que o depoimento da entrevistada enfoca o quão importante é o papel do 
psicólogo na área jurídica, demonstrando também que o campo de atuação é muito vasto e que 
mesmo assim é necessária a participação de todo um aparato para que as execuções das 
atividades ocorram de maneiras mais eficazes possíveis. Dentre os métodos do psicólogo estão 
às entrevistas, as investigações, a visitas e a análise dos dados coletados, assim como valores, 
atitudes explícitas e implícitas, crenças dos sujeitos e demais aspectos relevantes que possam 
interferir no processo de adoção. 
3.2.2 Atividades do Psicólogo no Processo de Adoção 
 É preciso ter consciência que o psicólogo que atua no processo de adoção é de extrema 
importância, ele é quem vai avaliar as partes envolvidas no processo e opinar no que tange a 
parte psíquica e relacional, se estas pessoas estão aptas, preparadas e verdadeiramente 
motivadas a seguirem por este caminho. Também os faz analisar o amadurecimento da parte 
materna e paterna, qual a real motivação e se o desejo irrevogável de ser pai ou mãe está bem 
resolvida entre ambos (SILVA, 2012). 
 
“O que ele faz de verdade? Faz a entrevista de habilitação, hoje qualquer pessoa que 
deseja adotar tem que entrar com um processo, um passo do processo é a avaliação 
psicológica e avaliação social, precisa passar tanto pelo psicólogo, quanto pelo 
assistente social, depois que o casal esta habilitada e passou por todos os processos.” 
(P1) 
 
 Durante o período de convivência, a nova família é acompanhada em alguns 
atendimentos psicológicos para se checar a adaptação de todos à nova realidade. Conversa-se 
7 
 
com os adotantes, com a criança e se faz as devidas observações do vínculo que vai ser 
estabelecendo. O psicólogo faz perguntas e os adotantes podem trará duvidas, é o momento de 
acolhimento de tudo o que diz respeito àquela nova realidade, da construção da família e criação 
dos novos elos clássicos familiares (SILVA, 2012). 
“Antes dos casais serem habilitados, eles passam por um curso, o fórum, a unidade 
dainfância e juventude tem convenio com a Universidade de Passo Fundo (UPF), 
nesses cursos os professores da UPF, da área de pedagogia, psicologia serviço sócia 
e direito, abordam especificamente as questões legais na questão da adoção e os 
aspectos psicológicos e pedagógicos também da criança. A gente participa se envolve 
com os professores da UPF para poder planejar junto, mas não somos nós que 
desenvolvemos, quem da o curso são nossos colegas, nós só acompanhamos é uma 
parceria que já vinha ocorrendo e que é interessante manter, o trabalho de um 
psicólogo no fórum não é só para a infância e juventude.” (P1) 
 
 Ressaltando que o trabalho do psicólogo no fórum, não se baseia apenas na habilitação, 
é necessário um acompanhamento desse adotado, para que isso possa ser possível, as comarcas 
contam com um apoio terceirizado de um grupo de psicólogos estagiários ou não, para que esses 
possam fazer todo o acompanhamento necessário e assim prestar relatório das atividades, tudo 
passa pela revisão do psicólogo judiciário, o mesmo que efetiva a adoção juntamente com o 
juiz. 
 O psicólogo pode atuar como um catalisador, propiciando que as parte envolvidas 
amadureçam questões voltadas à adoção, assim os fazendo entender a real função de serem 
pais. Por outro lado, a ajuda que as comarcas recebem as saúde pública e de instituições privadas 
para o auxílio nos processos, torna o árduo trabalho, mas acessível e assim podendo atender 
uma demanda ainda maior, pois em cada comarca o número de profissionais capacitados para 
habilitação da adoção ainda está em pequenos números (SILVA, 2012). 
 
3.2.3 Acompanhamento Profissional no Processo de Adoção 
 O acompanhamento profissional é muito importante, se trata de uma das etapas onde o 
psicólogo vai analisar e avaliar se os indivíduos estão realmente voltados para a função que 
estão prestes a assumir, não basta apenas querer, há muitos outros critérios que se tornam 
necessários para que possibilite uma adoção definitiva. 
 Segundo os relatos da entrevistada, durante todo o processo de acompanhamento, o 
psicólogo aproxima o adotado à família adotante passando pelo período de adaptação, durante 
este processo a família tem a guarda provisória durante um período, para que o juiz ao final do 
8 
 
período e após ter lido todos os relatórios, possa ou não efetivar a guarda definitiva, assim 
tornando como filho legitimo perante a lei o adotado. 
 
“Nós não acompanhamos as famílias, depois da habilitação, o casal vai aguardar, o 
psicólogo está envolvido em vários momentos, mas não somos nós aqui no fórum que 
fazemos todo o serviço, nós fazemos as entrevistas, auxiliamos no curso de 
preparação para a adoção, ai se esse casal está pronto e o processo está concluso, 
estão habilitados e estão no cadastro nacional. Surge uma criança com perfil 
desejado do casal, quem entra em contato com a família é a assistente social do fórum 
e ao mesmo tempo em que entra em contato com essa família e com a criança, ela já 
vai direto para a família. E quando essa criança está um pouco maior, ai chamamos 
de adoção tardia, ai vai começar o processo de aproximação entre a criança e essa 
família e quem faz esse plano de aproximação são as psicólogas da rede pública que 
trabalham nas casas de acolhimento porque elas conhecem as crianças e tem todo o 
conhecimento que a gente não tem.” (P1) 
 Quando se trata da adoção, um processo complicado, pois está influenciando 
diretamente na vida social e estruturada de uma família. Há também crianças que possuem 
necessidades de serem amadas por um pai, mas que no decorrer da adoção são apenas adotadas 
por uma mãe, com isso, no decorrer, ela irá buscar uma figura paterna no vinculo social em que 
a mãe está inserida, mas essa pode representar uma lacuna na sua vida, algo que deve ser visto 
com cuidado. Para que isso não aconteça, é necessário que haja intervenção do psicólogo, o 
mesmo precisa ter um conhecimento do adotado, assim podendo ou não adaptá-lo a nova 
família ou até mesmo encontrar outra família que estejam nas necessidades da criança. É muito 
importante que não haja somente o interesse da família e sim que haja reciprocidade por parte 
da criança (SILVA, 2012). 
“Aproximação e adaptação sim depois têm outro estagio que é o estágio da 
convivência, porque essa família fez a aproximação e essa criança vai para a família 
com a guarda provisória da criança, não vai ter adotado, mas vai ter a guarda 
provisória por três meses, esse casal vai ser avaliado e quem faz a avaliação é a 
equipe da UPF do centro de psicologia aplicada (CPA) e quem faz todo o 
acompanhamento são os professores do CPA e depois disso eles nos enviam um 
relatório, isso tudo fica no processo, ai o juiz vai definir o caso da adoção, se eles 
estão bem adaptados a família e a criança isso tudo é acompanhado mas a gente não 
centraliza o trabalho só em nós.” (P1) 
 
9 
 
 Tendo com base na entrevista, é importante ressaltar que o vínculo com outros órgãos 
públicos torna mais eficaz o processo, por possuírem um maior conhecimento sobre o adotado, 
esse por sua vez passa inúmeros estágios, é um processo longo, necessitam de calma de ambas 
as partes para que não haja rejeição tanto da família quanto da criança. 
 
“Bom, mas ai quem vai avaliar é o assistente social, não é da mossa competência, o 
que a gente tenta, o psicólogo são as questões da motivação porque que esse casal 
está buscando a adoção, como eles se relacionam entre si, como é que os familiares 
desse casal ou dessa pessoa, como está sendo o apoio, o entendimento deles em 
relação a esse assunto, se há uma rede de apoio que vai depois auxiliar essas pessoa 
ou esse casal para poder cuidar dessa criança ou se não como estão pensando em 
fazer, são questões práticas.” (P1) 
 
3.2.4 Devolução ou Desistência da Adoção 
 É preciso, ainda, lembrar que “antes de uma história de adoção existe uma história de 
abandono”. A situação de abandono das famílias originárias, o desamparo e o grande sofrimento 
físico e psíquico das crianças e adolescentes, o motivo das adoções, as características da família 
adotiva, seus anseios, medos, dificuldades e vulnerabilidade são aspectos que precisam ser 
trabalhados antes e durante o processo. A psicologia permitiu uma análise sobre a importância 
dos métodos do psicólogo, em especial a escuta, para o atendimento das famílias e das crianças, 
podendo gerar mudanças significativas em suas vidas. Objetivando defender os interesses e os 
direitos do adotado numa tentativa de restituir dos danos até então sofridos, com o 
estabelecimento de uma relação familiar estável e benéfica (ALVES, 2002) 
 Em geral, a criança deseja sentir-se acolhida pelos novos pais e ter um lar onde se sinta 
segura, mas tudo vai depender do histórico de vida dessa criança e de como ela se coloca diante 
da figura paterna e materna, isso sim pode interferir na hora de estabelecer o vínculo familiar. 
 
“Desde que a gente está aqui, não, mas nós sabemos de casos que já houve situações 
assim, mas não posso te dizer por que a gente não vivenciou isso ainda, mas espero 
que isso não aconteça porque não é uma situação muito boa.” (P1) 
 
 Durante todo o processo desde a habilitação até a guarda definitiva, sabe-se que há 
possibilidades de desistência da família. Para que isso não ocorra é necessário o auxílio 
constantemente do psicólogo, tendo como pressuposto que a criança já está em uma casa de 
adoção, conhece sua suposta família e por fim acaba sendo devolvida, gera um transtorno 
podendo submeter ao trauma por ser rejeitada duas vezes, tanto pela sua família biológica 
quanto pela adotante. 
10 
 
 
“Por isso que tem que ter todo o cuidado, avaliação enfim,a gente tenta assim o 
nosso papel no caso do psicólogo seria entender as pessoas sobre a motivação, o real 
desejo desse casal ou dessa pessoa e adotar, toda a questão psíquica envolvidas, é 
disso que a gente tem propriedade pra falar. Não pode depois da guarda definitiva, 
não poderia, porque assim é como um filho biológico, então ta, teve um filho biológico 
e está dando problema, eu vou devolver.” (P1) 
 
 Nota-se que como relata à entrevistada, o período de adoção permite que se possa haver 
desistência, mas que não seria viável, pois gera muitos problemas, e para que isso não aconteça, 
é necessário estar ciente de todas as funções psíquicas relacionadas tanto à família quanto a 
criança. Há uma grande preferência na procura por adoção de bebês de 0 a 2 anos de idade, 
assim sendo mais fácil sua adaptação no seio familiar. Mas tudo depende dos indivíduos, pois 
varia muito da disponibilidade interna e de quanto deseja investir nesta relação adotiva, muitos 
ainda acreditam que o recém-nascido seria mais fácil de ser guiado, mas se pensarmos por outro 
lado o momento da descoberta do abandono e como isso será passado podem ser mais 
complicados do que se pensa. A idéia de que o recém-nascido seria mais fácil, é uma idéia que 
a grande maioria que está no banco de adoção tem, mas às vezes isso pode ser o contrário. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Conclui-se que o psicólogo jurídico tem como atuação principal, avaliar e analisar todos 
os passos de um processo de adoção. Atua também durante a entrevista para a habilitação dos 
indivíduos para que façam parte do banco nacional de adoção, assim estando prontos para 
receber uma criança na sua composição familiar. Ressaltamos também a importância do 
acompanhamento psicológico antes, durante e após o processo, por estarem trabalhando 
juntamente com o juizado da infância e juventude, e cabe ao psicólogo entregar para o juiz um 
relatório final, assim podendo ou não o juiz revogar a guarda definitiva. 
 Contudo, vale ressaltar que o psicólogo juntamente com os órgãos competentes neste 
processo, tem que estarem cientes da importância que possuem, pois o fato de estar modificando 
um final triste na vida de uma criança e supostamente um novo início. Assim como para a 
família adotante por vários motivos não possuírem filhos biológico, a importância de toda a 
avaliação e o árduo processo é para que não haja desistência e tampouco revogação do juizado. 
Embora a adoção seja um processo frequentemente comum, ainda se encontra encoberta pela 
insegurança. 
11 
 
 Como apontamos, a adoção é um processo irrevogável após o período da guarda 
definitiva, mas que durante o processo que precede, pode-se haver desistência, mas gera alguns 
transtornos para o adotado. Nesses casos é de extrema importância a interferência do psicólogo, 
podendo sanar todas as questões psíquicas e assim podendo protagonizar um final feliz. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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mar. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2740>. Acesso em: 
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Adolescente. Brasília, 1990. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm>. Acesso em: 04 de junho de 2015. 
 
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