Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 01 Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 AULA 01: Tributos SUMARIO PAGINA Apresentação Inicial 01 Conceito de Tributos 03 Natureza Jurídica Específica dos Tributos 16 Classificac;ão dos Tributos 24 Espécies Tributárias 43 Impostos 43 Taxas 51 Contribuições de Melhoria 79 Contribuições Especiais 90 Empréstimos Compulsórios 125 Questões Propostas 132 Gabaritos 208 Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! Chegamos à primeira aula do nosso curso de direito tributário para concurso de Auditor de Tributos Municipal íATMl da Prefeitura de Goiânia. E os estudos, a todo vapor? Hoje vamos iniciar uma matéria decisiva na sua aprovação, responsável por uma boa parte dos pontos a serem conquistados pelos futuros aprovados. Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: • Tributos: conceitos e classificação. Os tributos, os conceitos e eles relativos e as classificações a eles dadas são um dos temas preferidos pelas bancas organizadoras de concursos, tendo grande chance de serem cobradas em sua prova de Direito tributário. Esse tema é muito importante para a compreensão de muitos outros temas em direito tributário, bem como para conhecer o "caroço" dessa deliciosa fruta chamada direito tributário. Prof. Aluísio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 208 Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/prosatributaria hwww.facebook.com/aluisioalneto Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Conceito de Tributo Não há nada mais elementar em direito tributário do que conhecer o que vem a ser um tributo, bem como suas características e espécies. Saber isso é o mesmo que saber o que é uma bola para um jogo de futebol. Iniciaremos essa aula com o conceito do que ver a ser tributo. Para tanto, devemos ter inicia lmente em mente que existem uma variedade de definições presentes tanto na doutrina quanto na jurisprudência do nosso país, podendo definir esse, digamos, coração do direito tributário de diversas formas. Os vários conceitos que podemos extrair dos homens que fazem o direito tributário do nosso país não são muito relevantes para concurso individualmente fa lando, mas sim aquele que consta no Código Tributário Nacional, que é a definição que todos os doutrinadores e juristas, de um jeito ou de outro, "mudam" para criar um conceito próprio. A definição de tributo está presente no famoso artigo 3º do CTN: "Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada." Acredite em mim: apenas com esse pequeno artigo poderíamos fazer meia prova de direito tributário. Sentiu a pressão quanto ao pequeno grande tamanho do texto do CTN? A partir de agora, fique em dúvida quanto a como deve ser seu nome completo, mas tenha esse conceito na ponta da língua. DECORE! Veja uma resumão com os termos vitais do conceito apresentado: Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 3 de 208 PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (VALOR) A~ ~~ EM MOEDA OU VALOR NELA EXPR IM ÍVEL Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 ATIVIDADE ADMINISTRATIVA TOTALEMNTE PRESTAçÃO VINCULADA COMPULSÓRIA ir (OBRIGATÓRIA} ,~ TRIBUTO {,- NÃO É SANÇÃO DE ATO ILÍCITO Vej a como isso é cobrado em prova . Apenas para esquentar os motores ! (Questão 01) No Sistema Tributário Nacional, é característica essencial dos tributos: (A) a compulsoriedade. (B) a destinação vinculada a determinadas despesas. (C) a aplicação para punir prática de atos ilícitos. (D) serem destituídos de caráter coativo. (E) a cobrança instituída por lei e cobrada mediante atividade administrativa desvinculada. De acordo com a figura acima, podemos notar que é característica fundamenta l/ essencial dos tributos a sua compulsoriedade, ou seja, são exigidos e cobrados dos sujeitos passivos independentemente da vontade destes, tendo caráter estritamente coercitivo . Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 4 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 208 4XDQWR� j� DOWHUQDWLYD� ³E´�� H� FRQIRUPH� YHUHPRV� DGLDQWH� QD� DXOD�� temos que nem todos os tributos têm a arrecadação vinculada a determinadas pessoas ou despesas, como é o caso dos impostos. $�DOWHUQDWLYD�³F´�HYLGHQFLD�XPD�GDV�SULQFLSDLV�FDUDFWHUtVWLFDV�GRV�WUibutos: não são instituídos para punir a prática de atos ilícitos��4XDQWR�j�DOWHUQDWLYD�³G´�� vale a mesma explicação dada j� DOWHUQDWLYD� ³D´�� 3RU� ILP�� D� DOWHUQDWLYD� ³H´� também está incorreta, uma vez que a atividade administrativa de cobrança de qualquer tributo é sempre vinculada. (Questão 02) Tributo é: 1. instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 2. sanção de ato ilícito. 3. toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a) É correta apenas a afirmativa 1. b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. Só com a figura apresentada na página anterior já é possível responder essa questão, embora os conceitos presentes nela ainda não tenham sido estudados a fundo, o que faremos adiante. Decorou o que consta no texto do artigo 3º do CTN?? Tributo nunca será uma sanção pela prática de um ato ilícito, mas sim uma vontade do legislador em determinar que você tire um pouco do que você tem para financiar a sociedade. - Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Assim, somente o item 2 é incorreto, sendo os outros dois corretos. Logo, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. Analisaremos agora cada um dos conceitos apresentados e constantes no texto do artigo 3º. Vamos em frente! E muita atenção! 1. PRESTACAO COMPULSÓRIA Todo tributo é impositivo, não cabendo ao sujeito passivo a faculdade de querer ou não pagá-lo, sendo, assim, de prestação compulsória ( obrigatória) por parte destes. A obrigação decorre de disposição expressa de lei, ou de outra espécie normativa que a faças as vezes dessa. No direito tributário não há exceções à compulsoriedade do dever de pagar tributo, não havendo margem para a voluntariedade negativa de pagar uma exação (Se quiser pagar tributo que não está sendo cobrado, fique à vontade. © Só não pode escolher deixar de pagar, sendo um péssimo exemplo vindo de um futuro servidor) Independente de ser uma taxa, um imposto ou uma contribuição, o dever de pagar é imperativo, decorrente da imposição de uma obrigação imposta pelo Estado(sujeito ativo detentor da capacidade tributária) ao sujeito passivo. É o chamado poder de império do Estado. Assim, a relação tributária Estado-sujeito passivo configura-se numa obrigação de dar. GUARDE BEM ISSO! Assim, podemos dizer que, quanto aos tributos e à sua exigibi lidade, temos que uma das suas características fundamenta is se funda na coercibil idade do cumprimento da prestação frente ao Estado tributante. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 6 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 208 2. PRESTAÇAO PECUNIÁRIA, EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR Já que, como vimos anteriormente, a relação tributária configura-se numa obrigação de dar, o que é dado afinal? Para que possa saldar seus tributos frente ao Estado, o sujeito passivo terá que dispor do seu patrimônio em favor daquele. Quase que regra geral, essa satisfação é realizada por meio da entrega de moeda/dinheiro ou de outro meio que faça as vezes desta (cheque, transferência bancária, ordem de pagamento, entre outras). O adjetivo pecuniário refere-se a dinheiro, sendo assim indevido o pagamento por outros meios, como, por exemplo, a entrega de bens (pagamento in natura) e a prestação de trabalho ou serviços por parte do sujeito passivo (pagamento in labore). Veja o que nos diz o CTN em seu artigo 162, quanto ao pagamento do crédito tributário, uma das hipóteses de extinção do crédito tributário: ³³$UW�������2�SDJDPHQWR�p�HIHWXDGR� I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel VHODGR��RX�SRU�SURFHVVR�PHFkQLFR�´��*ULIos nosso) Assim, não poderemos pagar o IPI, imposto sobre produtos industrializados, dando ao Estado tributante (no caso, a União) bens industrializados, mas, sim, pagamento em moeda, ou equivalentes desta. Embora o inciso XI do artigo 156 do CTN, acrescentado pela lei complementar nº 104, de 2001, permita e extinção do crédito tributário por meio da dação em pagamento de bens IMÓVEIS, essa previsão não desconfigura a prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir como forma de pagamento de tributo. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 208 Se o próprio CTN autoriza a situação, esse tipo de extinção deve ser considerado como uma forma de prestação pecuniária apta a extinguir débitos tributários do sujeito passivo frente ao estado. Caso clássico é a da lei distrital que possibilitou o pagamento de créditos tributários, devidos por microempresas, empresas de pequeno porte e médias empresas, por meio da dação em pagamento de materiais destinados ao atendimento de programas do GDF (Governo do Distrito Federal). No julgamento do caso, o STF declarou a lei inconstitucional, tendo em vista a criação de nova hipótese de extinção do crédito tributário por lei distrital. Essa decisão foi dada na ADI 1.917, de 26/04/2007, cujo texto é o seguinte: ³,�- Lei ordinária distrital - pagamento de débitos tributários por meio de dação em pagamento. II - Hipótese de criação de nova causa de extinção do crédito tributário. III - Ofensa ao princípio da licitação na aquisição de materiais pela administração pública. IV - Confirmação do julgamento cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da lei ordinária distrital 1.624/1997. (ADI 1917, de 18/12/1997��´ O artigo 1º da lei nos dizia o seguinte: ³$UW�� �� $V� HPSUHVDV� GR� 'LVWULWR� )HGHUDO� FODVVLILFDGDV� FRPR� microempresas, empresas de pequeno porte e médias empresas cujas obrigações tributárias com a Fazenda Pública do Distrito Federal estejam inscritas na dívida ativa até a data da promulgação desta Lei poderão solvê-las mediante dação em pagamento exclusivamente de materiais destinados a programas do Governo do Distrito Federal�´��*ULIRV�QRVVR�� Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 208 Somente a lei complementar federal poderá definir novas hipóteses de extinção de crédito tributário, não sendo autorizado a nenhum ente que não a União o poder legislativo para tanto, conforme dispõe o artigo 146, III, que assim nos diz: ³$UW�������&DEH�j�OHL�FRPSOHPHQWDU������� III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação WULEXWiULD��HVSHFLDOPHQWH�VREUH�������´ Entretanto, existe posicionamento do STF afirmando exatamente o contrário, ou seja, a possibilidade dos entes criarem novas hipóteses de extinção do crédito tributário por meio de suas próprias leis, ainda que ordinárias. Veja a seguinte decisão: ³(...) I - Extinção de crédito tributário criação de nova modalidade (dação em pagamento) por lei estadual: possibilidade do Estado-membro estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios créditos tributários. Alteração do entendimento firmado na ADInMC 1917-DF, 18.12.98, Marco Aurélio, DJ 19.09.2003: conseqüente ausência de plausibilidade da alegação de ofensa ao art. 146, III, b, da Constituição Federal, que reserva à lei complementar o estabelecimento de normas gerais reguladoras dos modos de extinção e suspensão da exigibilidade de crédito tributário. (...) (ADI 2405 MC/RS, de ������������´ Para fins de concurso, devemos adotar como regra geral a primeira interpretação, de que leis dos Estados, Distrito Federal e Municípios não podem prever novas hipóteses de extinção do crédito tributário que não as previstas no CTN. Caso sejam cobrados posicionamentos expressos do STF, deve-se analisar caso a caso, podendo ser dado como certo os dois posicionamentos, a depender do enunciado da questão. Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Como exemplo para o termo "ou em cujo va lor nela se possa exprimir", temos os chamados títulos da dívida pública, que podem vir a ser utilizados como forma de pagamento de créditos tributários, embora existam divergências quanto a isso no meio doutrinário e jurisprudencial. Outro exemplo seriam os extintos indexadores inflacionários, como a famosa UFIR (Unidade Fiscal de Referência) . A UFIR era fixada dia-a-dia, atualizando- se o valor monetário da moeda nacional em razão da inflação. Para tanto, os valores dos tributos poderiam ser fixados em UFIR, uma vez que, por simples cálculo algébrico, teríamos o valor devido em moeda. Vamos a outro ponto muito importante da definição contida no artigo 3º. MUITO COBRADO EM PROVAS! 3. NÃO CONSTITUI SANÇÃO POR ATO ILÍCITO O dever de pagar um tributo jamais pode ser confundido com uma sanção por um ato ilícito praticado pelo contribuinte. Se ocorre um sanção por ato ilícito, não estamos diante de um tributo, mas de uma penalidade, geralmente de natureza pecuniária. A prestação pecuniária imputada ao sujeito passivo decorre de disposição expressa em lei, a qual surge com a ocorrência do fato gerador de determinada obrigação tributário relativa ao tributo. Por exemplo, ao fazer circular mercadorias de um Estado para o outro, ato perfeitamente válido e lícito, o sujeito passivo faz nascer o fato gerador do ICMS, imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal. Nessa linha, ao descrever o tributo com todos os seus atributos(fato gerador, base de cálculo, alíquotas, sujeito passivo, entre outros), o legislador estadual ou distrital cominou também as penalidades quanto ao descumprimento das disposições expressas na lei e relativas ao tributo que instituiu ( ou que venha a instituir posteriormente). Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 10 de 208 Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Caso esteja previsto que deixar de entregar determinadas informações quanto ao volume de mercadorias circuladas (fato gerador do tributo estadual denominado ICMS) faz nascer para o contribuinte uma mu lta de R$ 500,00 por declaração, essa obrigação não tem natureza tributária, mas, sim, punitiva. Caso o contribuinte sempre preste as informações, jamais poderá ser punido com essa penalidade (perdoe a eventual redundância, foi apenas força de expressão). Quanto ao tributo, nada pode ser feito. Circulou, pagou. Regra geral, já que pode haver hipóteses de isenção ou imunidade para a operação, o que afasta a obrigação de pagamento do tributo. TRIBUTO M ULTA SUA FUNçÃO PRINCIPAL É A ARRECADAçÃO OU A INTERVENçÃO DO ESTADO N A SOCIEDADE NÃO POSSUI CARATER SANCIONATÓRIO É UMA SANçÃO PELO i--~ >• COMETIMENTO DE UM ATO ILÍCITO Fato curioso se mostra em relação à obrigação de pagamento de tributo decorrente de um ato ilícito. Entretanto, antes que você diga que estou me contradizendo, vou explicar isso. Como exemplo, devemos ter inicialmente em mente que a aquisição da disponibilidade jurídica de renda (auferir renda ) é fato gerador do nosso querido e amado imposto sobre a renda (IR), tributo de competência federa l. Imagine agora que um traficante domiciliado na Favela Sovaco da Cobra, em Jaboatão dos Guararapes/PE), em razão do seu "negócio" de circulação de drogas e entorpecentes de elevada estima e qualidade, tenha auferido renda de R$ 100.000,00. Nada mais claro do que a ilicitude do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos, sendo considerado, inclusive, um crime inafiançável. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 11 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 208 Mesmo que oriunda de uma atividade ilícita, a renda auferida está sujeita à incidência do IR, uma vez que houve o seu fato gerador (qual seja, a circulação de mercadorias), qual seja: auferir renda. Assim, igualmente a todos os trabalhadores que auferem renda em razão da labuta diária, o ³SUH]DGR´�WUDILFDQWH�WDPEpP�HVWi�REULJDGR�DR�SDJDPHQWR�GR�,5�� Observe que o motivo da tributação não é o tráfico de drogas, mas sim a aquisição da renda decorrente deste, que dá origem à obrigação tributária. Não há qualquer sanção com o tributo em decorrência do ato ilícito. Esse deverá ser punido em outra esfera, como a penal, mas jamais na tributária. Caso o nobre traficante deixe de entregar sua declaração anual de IR, ficará sujeito a multa em razão do não cumprimento de uma obrigação tributária acessória, que é uma punição. Mas, mais uma vez, a punição não é em razão do ato ilícito de traficar entorpecentes, e sim por não cumprir uma obrigação instrumental, qual seja, entregar declaração anual de rendimentos. (Agora fiquei pensando com meus botões: como seria atender, lá na Delegacia da RFB, os traficantes de Jaboatão e região...) Esse exemplo relativo ao traficante também tem outro motivo de ser, presente no artigo 118, I, do CTN, cuja redação é a seguinte: ³$UW�� ����� $� definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; �����´��*ULIRV�QRVVR�� Abstraia o fato de o nobre contribuinte ser um traficante. Isso não importa para a tributação e para a arrecadação de tributos. O que importa é a renda e o IR dela decorrente. Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Essa irrelevância da atividade do contribuinte para fins de tributação, bem como da ilicitude ou não da operação/prestação tributada, remete- nos ao famoso princípio do "pecúnia non o/et" ( dinheiro não tem cheiro) . Nesse caso, seria dinheiro não tem caráter. © A expressão "pecúnia non olet" foi criada pelo imperador romano Vespasiano ao responder ao seu filho sobre a instituição de tributo sobre o uso de mictórios públ icos, no qual este não concordava em ter um tributo com fato gerador tão malcheiroso. Finalizando esse subitem, temos que o fato da prestação pecuniária não constituir uma sanção de ato ilícito está diretamente relacionada ao princípio do não-confisco, vendando aos Entes instituir tributos com efeitos confiscatórios, conforme é estudado em tópico relativo aos princípios tributários contidos no Sistema Tributário Nacional da nossa CF/88. 4. INSTITUÍDO EM LEI Todo e qualquer tributo deve ser sempre criado por meio de lei ou instrumento normativo que faça as vezes dessa, tendo a mesma força normativa, como é o caso das medidas provisórias e das lei delegadas. Jamais por ato normativo infralegal. Nenhuma imposição deve ser imputada ao sujeito passivo (contribuintes e responsáveis), no campo tributário, que não seja por meio de lei ou medida provisória. Quanto a essa regra, não há exceção. Todo tributo deve ser criado ou extinto por lei. (Questão 03) "Não é preciso lei para exigir um tributo". I ncorreto . É sempre necessária uma lei para instituir um tributo. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 13 de 208 Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 5. ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA O lança mento do tributo, que é o ato administrativo de mensurar o valor devido e formaliza- lo por meio de um ato administrativo praticado por servidor competente, é atividade privativa da autoridade administrativa, somente podendo ser realizado, regra geral, por essa. Veja o que nos diz o artigo 142 do CTN: "Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional." ( Grifos nosso) Além disso, o lançamento é insuscetível de ponderação sobre a sua oportunidade ou conveniência, sendo uma atividade vinculada. DEVE SER FEITO pela autoridade administrativa! Não há espaço para qualquer tipo de discricionariedade por parte da Autoridade lançadora. Uma vez previsto em lei que cria o tributo, a atividade de cobrança nasce juntamente com este, cabendo às autoridades administrativas efetivarem o animus mecanis da cobrança. Não cabe à autoridade ponderar juízos de valor ou equidade na hora de lançar e cobrar valores previstos em lei . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 14 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 208 (Questão 04) Tributo, definido como prestação pecuniária compulsória emmoeda, pode constituir sanção de ato ilícito, cobrada mediante atividade judicial ou administrativa. ( ) Certo ( ) Errado Conforme já vimos na aula e nas questões anteriores, quanto ao que consta no texto do artigo 3º do CTN, um tributo JAMAIS será uma sanção pela prática de um ato ilícito do contribuinte, embora a atividade que dê causa à incidência do tributo seja ilícita, como, por exemplo, auferir renda em razão do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos. Tanto o traficante quanto aquele que ganha seus rendimentos legalmente são obrigados a pagar o imposto de renda, não sendo a nenhum deles imposta uma penalidade em razão da atividade por eles desenvolvida. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto -Aula 01 Natureza Jurídica Específica dos Tributos A natureza jurídica específica dos tributos pode ser verificada pelo que nos diz o CTN em seu artigo 4º, cuja redação é a seguinte : "Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II a destinação legal do produto da sua arrecadação. H (Grifos nosso) (Questão 05) A determinação da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente: a) do fato gerador da respectiva obrigação. b) da destinação legal do produto da arrecadação. c) da denominação. d) da fixação do agente arrecadador. e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação. Questão que cobrou a literalidade do que consta no CTN. Para a determinação da natu reza jurídica específica de um tributo, é relevante, CONFORME O CTN, apenas o fato gerador da respectiva obrigação tributária, de acordo com o que nos diz o caput do artigo 4º . Desse modo, somente o que consta na alternativa "a" atende ao enunciado da questão. Prof. Aluísio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto -Aula 01 O fato gerador de determinado tributo pode ser definido com a situação ocorrida no mundo dos fatos que se ajusta ao que prevê a lei, dando origem à obrigação de pagar o tributo, fazendo nascer assim a chamada obrigação tributária. O fato gerador (in abstrato), quando previsto na lei, é chamado de hipótese de incidência. Ao ser observado no mundo dos fatos, o fato gerador faz, como fa lamos, nascer a obrigação tributária, onde teremos o que chamamos de subsunção do fato à norma jurídica. Ao institu ir um tributo, o legislador define uma série de características da exação, entre elas, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota e os contribuintes. Para o CTN, é suficiente para a determinação da natureza jurídica específica de um tributo o seu fato gerador, devendo ser desconsideradas a denominação e demais características formais adotadas na lei e a destinação que será dada ao produto da arrecadação do tributo, conforme o artigo 40. Assim, se determinado imposto é chamado de contribuição para as atividades circenses e tenha como fato gerador a real ização de espetáculos itinerantes, uma situação que independa de qualquer contraprestação por parte do Estado (característica que mais define um imposto e os distingue das demais espécies tributárias), ainda assim teremos um imposto, já que seu fato gerador foi precisamente definido. A denominação dada é irrelevante para a definição da natureza jurídica do tributo, mas sim, repito, apenas o seu fato gerador. Caso o mesmo imposto do exemplo tenha destinação do produto da sua arrecadação prevista em lei, ainda assim isso será irrelevante para a descaracterização da natureza jurídica específica do tributo. Para o caso especifico dos impostos, ainda temos o óbice constitucional que veda qualquer vincu lação da arrecadação dos mesmos a atividades específicas, exceto nos casos expressamente previstos na CF/88. Veremos isso adiante. Prof. Aluísio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 208 Entretanto, com o advento da CF/88, o artigo 4º não mais conseguiu acompanhar a divisão das espécies tributarias e a natureza jurídica específica de duas novas espécies tributárias, conforme veremos mais adiante ao estudarmos a teoria pentapartite, adotado pelo STF. Para a definição da natureza jurídica específica de um tributo, conforme o STF, devemos passar a considerar também a sua base de cálculo e o destino do produto da sua arrecadação, não sendo mais suficiente apenas sabermos o seu o fato gerador, uma vez que dois tributos de natureza distintas, com o advento da CF/88, passaram a poder ter o mesmo fato gerador. (Questão 06) A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo: a) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características formais adotadas pela lei. b) relevante para qualificá-la apenas a destinação legal do produto da sua arrecadação. c) relevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação. d) relevante para qualificá-la apenas a correta destinação do valor arrecadado. e) irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação. Mais uma questão que cobrou apenas a pura e simples literalidade do que consta nos artigos do CTN, mas dessa vez o constante no artigo 4º, que trata da natureza jurídica específica dos tributos e dos fatores que serão Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 208 considerados relevantes ou irrelevantes para a sua definição. Contudo, lembre-se que esse conceito é atualmente aceito em parte, uma vez que não são mais aplicados às novas espécies tributárias instituídas com o advento da CF/88, quais sejam: os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. ³&DUDPED��SURIHVVRU��Sabendo o texto do artigo 4º do CTN eu só precisaria saber a palavrinha irrelevante para matar quarto alternativas da TXHVWmR�"�"�´ Exatamente�� &RPR� WRGDV� DV� DOWHUQDWLYDV� GH� ³D´� D� ³G´� GL]HP� TXH� VHUi� UHOHYDQWH�� R� FDQGLGDWR�PDLV� ³FKHJDGR´� FRP�D� OLWHUDOLGDGH�GR�DUWLJR�QmR� LD� nem perder tempo lendo as quatro primeiras alternativas. Iria direto para a DOWHUQDWLYD�³H´��JDEDULWR�GD�TXHVWmR� A relevância da base de cálculo de um tributo passou a ser importante na definição da sua natureza em virtude de dois normativos constantes na CF/88, quais sejam: ³Art. 145 (...) § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. ³�$UW�������$�8QLmR�SRGHUi�LQVWLWXLU� I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; (...)´��*ULIRV�QRVVR�� Observe que, para os impostos ditos residuais (artigo 154, I), esses deverão sempre ter fato gerador e base de cálculo DIFERENTES dos já previstos para outros impostos. Diante do que determina a CF/88, para a definiçãoda natureza jurídica de um tributo, faz-se necessário o Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 208 cotejo entre seu fato gerador e sua base de cálculo. Para o CTN, apenas o primeiro é relevante para qualificá-lo. Guarde bem isso! Outro ponto muito importante para a definição da natureza jurídica de um tributo é saber o destino a ser dado à sua arrecadação, uma vez que apenas o conhecimento deste pode ser suficiente para diferenciar dois tributos aparentemente idênticos. As contribuições sociais, por exemplo, têm como uma das suas principais características a previsão legal do destino a ser dado ao montante dos valores arrecadados com elas. Exemplo disso é a Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL), a ser utilizada para o financiamento da seguridade social. Esse tributo tem ainda como fato gerador o lucro auferido pelas pessoas jurídicas, a mesma hipótese de incidência prevista para o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ). Sem que se saiba o destino a ser dado à arrecadação de cada um dos tributos, não é possível definir a natureza de cada um, uma vez que o fato gerador, nas duas situações, é idêntico. Assim, diante do exemplo clássico quanto ao IR e à CSLL, fica superado o que consta no artigo 4º quanto ao fato gerador e à irrelevância da destinação legal do produto da arrecadação, uma vez que a diferença básica entre os dois tributos federais (CSLL e IR) será dada em razão dessa destinação, vez que o fato gerador já não é suficiente, sozinho, para distingui-los. Para o IR, uma vez que se trata de um imposto, não teremos destinação específica do produto da sua arrecadação, uma vez que os impostos possuem caráter não vinculado (não dependem de uma contraprestação do Estado), e entre os quais se inclui o IR. Para a CSLL, haverá uma destinação específica, típica das contribuições para a seguridade social. Esse é outro ponto que distingue os dois tributos federais, em razão da semelhança entre seus fatos geradores. Diante do que foi exposto, poderemos ter as seguintes situações em prova: Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto -Aula 01 1) Cobrança literal do que consta no CTN, em que a natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador, sendo irrelevante o que consta nos incisos I e II do artigo 40 do mesmo; 2) Necessidade da inclusão da base de cálculo na definição a ser encontrada por meio do artigo 4 º do CTN, ou seja, é necessário o cotejo base de cálculo x fato gerador; 3) Cobrança literal do que consta na CF /88, ficando superado o que consta no CTN em seu artigo 4º, I e II. O regramento estabelecido pelo CTN, e que acabamos de estudar, adota a chamada teoria tripartida ou tripartite, em que estão previstas apenas três espécies tributárias no nosso ordenamento jurídico nacional: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Veja o que nos diz o artigo 50 do Código de Exações: "Art. 50 Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria." Entretanto, nosso atual Sistema Tributário Nacional apresenta outras duas espécies t ributárias além dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria. São elas: as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios. Diante disso, e como afirma o STF, a previsão constante no artigo 50 do CTN encontra-se superada pela atual ordem constitucional v igente. Diante das duas novas espécies tributárias ( contribuições especiais e empréstimos compulsórios), e tendo em vista a impossibilidade da definição da natureza específica dos tributos conforme o artigo 4º do CTN, o STF, bem como a maior parte da doutrina, passou a adotar a Teoria Pentapartite. Pentapartida ou Ouinquipartite, no qual o atua l sistema tributário naciona l é composto por cinco t ipos de exações em espécies, quais sejam : • I mpostos; Prof. Aluísio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 208 x Taxas; x Contribuições de melhoria; x Contribuições especiais; x Empréstimos compulsórios. O artigo 145 da CF/88 nos diz o seguinte: ³$UW�� ����� $� 8QLmR�� RV� (VWDGRV�� R� 'LVWULWR� )HGHUDO� H� RV� Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras S~EOLFDV�´ Embora o que consta na CF/88 pareça ir de encontro à teoria do STF (ou este é que está indo de encontro ao que consta na CF/88), o artigo 145 não deve ser assim interpretado, uma vez que veicula apenas os tributos atribuídos de maneira comum a todos os entes, significando que todos os Entes políticos podem criar essas três espécies tributárias, deixando os tributos previstos na competência tributária específica para outros artigos da CF/88, como é o caso do artigo 148, relativo aos empréstimos compulsórios, tributo previsto na competência exclusiva da União. Dessa maneira, o artigo 145 da CF/88 não é norma exaustiva das espécies tributárias atualmente existentes, mas um mero dispositivo de atribuição de competência tributária comum. Assim, podemos resumir os elementos tributários constantes nas duas teorias na seguinte figura: TEORIA TRIPARTITE Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto -Aula 01 TEORIA PENTAPARTITE CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU GERAIS EMPRÉSTIMOS COMPUI.SÔRIOS Assim, quanto ao destino legal da arrecadação, ao fato gerador, à base de cálculo e aos novos tributos previstos no Sistema Tributário Nacional, ficam superados os artigos 40 e 50 do CTN. Por sua vez, devemos citar que existem ainda mais duas teorias: a bipartite, que sustenta a tese apenas da existência de duas espécies tributarias (impostos e taxas) e a quadripartite, que sustenta a existência de apenas quatro espec1es tributárias nacionais (impostos, taxas, empréstimos compulsórios e contribuições - sem distinguir essas últimas em de melhoria e em especiais). Por fim, como você deve ter notado, tributo é termo genérico, enquanto as espécies tributárias são termos específicos. Não confunda os conceitos de tributo e imposto, já que são conceitos diferentes. Este está contido naquele. Prof. Aluísio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 208 Classificação dos Tributos Os tributos podem ser agrupados em uma série de classificações possíveis, conforme a natureza e características que alguns deles possuem em comum. Estudaremos aquelas que são mais importantes e cobradas em concursos públicos, uma vez que é a eles a que se destina o nosso curso. Podemos classificar as espécies tributarias conforme os seguintes critérios: 1) Quanto ao número de espécies tributárias existentes: teoria pentapartite e tripartite; 2) Quanto à discriminação por ente político competente: tributos pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios; 3) Quanto à naturezada hipótese de incidência do tributo: tributo vinculado e não-vinculado; 4) Quanto ao destino a ser dado ao produto da sua arrecadação: tributos de arrecadação vinculada e tributos de arrecadação não- vinculada; 5) Quanto à finalidade ou à função a ser dada ao tributo: tributos fiscais, tributos extrafiscais e tributos parafiscais; 6) Quanto à repercussão econômica ou financeira do ônus tributário junto aos contribuintes: tributos diretos e tributos indiretos; 7) Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais; 8) Quanto à base econômica de incidência: tributos sobre o comércio exterior, sobre o patrimônio e a renda, sobre a produção e a circulação e extraordinários (classificação contida no CTN); Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 208 9) Quanto à forma de quantificação relativamente à alíquota aplicada: tributos proporcionais, progressivos, regressivos e fixos. 1. Quanto ao número de espécies tributárias existentes Nesse aspecto de classificação, temos as duas teorias estudadas anteriormente, nas quais o CTN considera haver apenas três espécies tributárias (impostos, taxas e contribuições de melhoria), hipótese em que falamos da divisão tripartite; e na que o STF considera haver cinco espécies tributarias, situação em que nos reportamos à teoria pentapartite (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios). Temos ainda mais duas teorias: a bipartite e a quadripartite, considerando a existência de, respectivamente, apenas duas e quatro espécies tributárias. 2. Quanto à discriminação por ente político competente Essa forma de classificação distingue as espécies tributarias conforme o ente político ao qual pertencem, existindo espécies previstas nas competências tributárias comum (taxas e contribuições de melhoria, por exemplo), cumulativa (que ocorre quanto à União nos territórios federais e ao Distrito Federal), exclusiva (impostos previstos no corpo da CF/88), residual (impostos e contribuições residuais, da União) e extraordinária (impostos extraordinários, da União), conforme vimos ao estudar a competência tributária. Os tributos afetos à União são os seguintes: x Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II); Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 208 x Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE); x Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR); x Imposto sobre produtos industrializados (IPI); x Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); x Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR); x Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar (IGF); x Impostos residuais previstos no artigo 154, I; x Impostos Extraordinários de guerra (IEG); x Taxas de Polícia e Taxas de Serviços; x Empréstimos Compulsórios; x Contribuições de Melhoria; x Contribuições para a Seguridade Social; x Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE); x Contribuições das Categorias Profissionais e Econômicas; x Contribuições Sociais; x Tributos que vierem a ser instituídos em razão da criação de territórios federais, no exercício da sua competência tributária cumulativa (artigo 147, da CF/88), podendo instituir tanto tributos estaduais quanto municipais, conforme o território seja ou não dividido em municípios. Quanto aos Estados e ao Distrito Federal, este no exercício da sua competência estadual, estão previstos os seguintes tributos: x Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD); Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 208 x Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS); x Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA); x Taxas de Polícia e Taxas de Serviços; x Contribuições de Melhoria; x Contribuição Previdenciária. Por fim, quanto aos Municípios e ao Distrito Federal, este no exercício de sua competência cumulativa municipal, temos os seguintes tributos: x Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU); x Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI); x Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS); x Taxas de Polícia e Taxas de Serviços; x Contribuições de Melhoria; x Contribuição Previdenciária. x Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 208 (Questão 07) São tributos de competência da União, EXCETO a contribuição: a) de melhoria. b) social para a seguridade social. c) para o custeio do serviço de energia elétrica. d) de intervenção no domínio econômico. e) de interesse de categorias profissionais. Conforme vimos na primeira enumeração apresentada, apenas a contribuição para o custeio de iluminação pública (COSIP) não se insere entre os tributos passíveis de serem instituídos pela União Federal, uma vez que é tributo, regra geral, de competência exclusiva dos municípios e do Distrito Federal, uma vez que a União poderá institui-lo caso determinado território federal não seja dividido em municípios. Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. 3. Quanto à natureza da hipótese de incidência do tributo A natureza da hipótese de incidência de um tributo está relacionada ao seu fato gerador in abstrato, aquele que é previsto na lei de criação e incidência do tributo. Quanto a esse aspecto, teremos os tributos vinculados e os tributos não-vinculados, conforme haja ou não contraprestação por parte do Ente político tributante. Para o tributo dito vinculado, ocorrera uma contraprestação do Ente político por meio de uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, tendo como exemplo as taxas e as contribuições de melhoria. Esses tributos são também chamados de tributos RETRIBUTIVOS. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 208 Os tributos ditos vinculados somente poderão ser cobrados do particular caso VHMD�GDGR�³DOJR�HP�WURFD´��H�GH�LPHGLDWR��3DUD�DV�FRQWULEXLo}HV�GH�PHOKRULD�� temos a valorização imobiliária decorrente de obra publica, a qual acarreta a exigência da contribuição. Caso não seja verificada a valorização, não será devido o tributo.Por exemplo, as taxas têm como fato gerador uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, somente por meio do qual esse tributo poderá ser cobrado. Nesse caso, sempre será devida uma contraprestação por parte do Ente político instituidor em razão da contraprestação pecuniária do sujeito passivo. Veja o que nos diz o artigo 77 do CTN, prevendo a hipótese de incidência das taxas, tanto das taxas de polícia quanto das de serviços, subespécies da espécie taxa: ³$UW�� ����$V� WD[DV� FREUDGDV�SHOD�8QLmR�� SHORV�(VWDGRV��SHOR� Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição�´� (Grifos nosso) Assim, quando pagamos a taxa de bombeiros, por exemplo, estamos "adquirindo" um serviço que poderemos utilizar a hora que quisermos (espero que você realmente nunca precise -). O mesmo acontece com as contribuições de melhoria, em que "pagamos" para que nosso imóvel tenha uma valorização imobiliária decorrente da realização de uma obra pública. Por sua vez, os tributos não-vinculados são aqueles em que, ao contrário dos vinculados, não há nenhuma contraprestação por parte do ente político, sendo pago independentemente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Como exemplo de tributos não-vinculados, temos todos os impostos previstos na CF/88, assim Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 como as contribuições sociais. Esses tributos podem ser chamados de NÃO- RETRIBUTIVOS. Para os tributos não-vinculados, pagamos e não recebemos nada em troca . Pelo menos à primeira vista . Ao pagarmos determinado imposto, o Estado apenas nos dá um "muito obrigado, contribuinte" . Não há uma contraprestação do Ente tributante. Nada. Claro: eles serão, após arrecadados, util izados em alguma coisa para a sociedade (assim se espera). A contraprestação, aqui, é apenas mediata, e não imediata, como ocorre para os tributos vinculados. Quanto ao tema, temos os empréstimos compulsórios, que poderão ser vinculados ou não vinculados, conforme esteja previsto na lei complementar de sua criação. A lei complementar que definirá o tributo é que determinará a natureza vinculada ou não do empréstimo compulsório a uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Guarde bem isso. O empréstimo compulsório pode ou não ser vinculado, dependendo da lei que o instituir. Por fim, todos os demais tributos, quais sejam, as contribuições sociais, previdenciárias, de intervenção no domínio econômico, para custeio do serviço de iluminação publica e das categorias profissionais e econômicas são todos tributos NÃO-VINCULADOS. Para estes, pesa ainda alguma discussão quanto à hipótese de serem ou não tributos vinculados, com alguns doutrinadores entendendo ser e outros não serem tributos não-vinculados. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 30 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 4. Quanto ao destino a ser dado ao produto da sua arrecadação Os tributos podem ser classificados também tomando por base o destino a ser dado ao produto da sua arrecadação, hipótese em que falamos de tributos de arrecadação vinculada e tributos de arrecadação não vinculada . Os de arrecadação vinculada são aqueles em que o montante arrecadado já está previamente destinado a uma despesa ou ação estatal, não podendo ser util izado em outra final idade que não a prevista na CF/88 ou em lei. Como exemplo de tributo de arrecadação vinculada, temos os empréstimos compulsórios, cujo destino a ser dado ao montante com ele arrecadado já está previamente determinado no texto constitucional. Veja o texto do parágrafo único do artigo 148 da CF/88: "Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: (. . .) Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. " (Grifos nosso) Outro exemplo de t ributo de arrecadação vinculada são as contribuições sociais para o financiamento da seguridade social (CSLL, PIS, PASEP, COFINS), de competência da União. Por sua vez, os tributos de arrecadação não vinculada são aqueles em que os recursos oriundos da sua arrecadação não possuem despesas previamente a eles vinculadas. Para esses tributos, cabe ao Ente tributante definir em que situação, despesa ou ação irá utilizar a receita recebida. Exemplo mais do que clássico são os impostos, que, REGRA GERAL, não possuem despesas fixas atreladas à sua arrecadação. A regra é geral por que apenas a CF/88 pode prever casos de vincu lação de receitas de impostos, sendo vedada qua lquer ação por meio de legislação Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 31 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 infraconstitucional nesse sentido, tornando qua lquer lei assim editada inconstitucional. Assi m, os impostos não poderão ter suas receitas vinculadas a nenhum órgão, fundo ou despesas previamente estabelecidos, ressalvadas as hipóteses previstas no texto da CF/88. Essas ressa lvas estão contidas no artigo 167, IV e §4º, da CF/88: "Art. 167. São vedados: (. . .) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administ ração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 3 7, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no§ 4º deste artigo; (. . .) § 4. o É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. H Veja o que nos diz o STF sobre a vinculação de impostos fora das hipóteses de exceção previstas na CF/88 : Prof. Aluísio Neto "É inconstitucional a lei complementar distrital que cria programa de incentivo às atividades esportivas mediante concessão de benefício fiscal às pessoas jurídicas, contribuintes do IPVA, que patrocinem, façam doações e investimentos em favor de atletas ou pessoas jurídicas. 2. O www .estrategiaconcursos.com.br 32 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 208 ato normativo atacado a faculta vinculação de receita de impostos, vedada pelo artigo 167, inciso IV, da CB/88. Irrelevante se a destinação ocorre antes ou depois da entrada da receita nos cofres públicos. 3. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da vinculação do imposto sobre propriedade de veículos automotores --- IPVA, contida na LC 26/97 do Distrito Federal. (ADI 1750/DF, de �����������´ Quanto às taxas, nada impede a vinculação de suas receitas aos serviços ao quais estão afetas, uma vez que não há proibição alguma na CF/88, diferentemente da que existe para os impostos. Veja o que dizo STF sobre o tema: ³3UHFHLWR� GH� OHL� HVWDGXDO� TXH� GHVWLQD� ��� >FLQFR� SRU� FHQWR@� dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário - FUNDESP não ofende o disposto no art. 167, IV, da Constituição do Brasil Precedentes. 2. A norma constitucional veda a vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição, preceito análogo pertinente às taxas. (RE 570513 AgR/Go, de ������������´ ³$�vinculação das taxas judiciárias e dos emolumentos a entidades privadas ou mesmo a serviços públicos diversos daqueles a que tais recursos se destinam subverte a finalidade institucional do tributo. (ADI 2040, GH�������������´ Outras decisões importantes versaram sobre a vinculação de taxas às atividades notariais e de registro: Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 208 ³2�LQFLVR�9�GR�DUW�����GD�/HL�&RPSOHPHQWDU��������GR�(VWDGR� do Rio Grande do Norte criou taxa em razão do poder de polícia. Pelo que não incide a vedação do inciso IV do art. 167 da Carta Magna, que recai apenas sobre os impostos. 3. O produto da arrecadação de taxa de polícia sobre as atividades notariais e de registro não está restrito ao reaparelhamento do Poder Judiciário, mas ao aperfeiçoamento da jurisdição. (ADI 3028, de ������������³ ³É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de polícia sobre as atividades notariais e de registro, ora para tonificar a musculatura econômica desse ou daquele órgão do Poder Judiciário, ora para aportar recursos financeiros para a jurisdição em si mesma. O inciso IV do art. 167 da Constituição passa ao largo do instituto da taxa, recaindo, isto sim, sobre qualquer modalidade de imposto. �$',������5-��GH�������������´ Por sua vez, o artigo 98, §2º, da CF/88, dispõe o seguinte: ³Art. 98 (...) § 2º As custas e os emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades HVSHFtILFDV�GD�-XVWLoD�´ Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 (Questão 08) Existem inúmeras classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto à destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação a) o imposto. b) a taxa. c) a contribuição de melhoria. d) o empréstimo compulsório. e) as contribuições especiais. Conforme vimos, os impostos são tributos não-vinculados a uma atividade estatal específica e que possuem, regra geral, as receitas com ele arrecadados sem destinação específica, sendo portanto tributo de arrecadação não-vinculada. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 5. Quanto à finalidade ou à função a ser dada ao tributo Outro aspecto que marca a classificação dos tributos é a finalidade ou a função a ser dada ao tributo em si, podendo os mesmos ser classificados em tributos FISCAIS, EXTRAFISCAIS E PARAFISCAIS. Os tributos fiscais são aqueles que têm como finalidade principal, ou primária, apenas prover recursos para o ente tributante, ou seja, de arrecadar recursos para o financiamento da máquina estatal. São exemplos o ITBI, o I PVA, o 155, o I R, o I CMS e o I PTU. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 35 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Por sua vez, os tributos extrafiscais têm como final idade precípua regular a intervenção do estado no domínio econômico ou na sociedade, tendo a função arrecadatória caráter secundário . O tributo extrafisca l pode ser util izado para regu lar a economia, interferir na produção e no consumo ou em atividades financeiras, incentivar ou desestimular setores industriais, entre outros objetivos. Como exemplo de tributos extrafiscais, temos o II, o IE, o IOF e o IPI. Já os tributos parafiscais são aqueles em que a arrecadação e a fiscalização dos mesmos foram delegadas a entidade pertencente ao terceiro setor, cujas entidades possuem autonomia administrativa e financeira. Os recursos arrecadados por essas pessoas são destinados à execução das atividades que lhes são próprias, relacionadas a ações e iniciativas de interesse público. Como exemplo desses tributos, temos as contribuições devidas aos Conselhos Regionais de Fiscalização de Profissões regulamentadas, como o CRM (Conselho Regional de Medicina), o CRC (contabilidade) e aos órgãos como o SENA!, o SESC, o SENAC, entre outros. Por sua vez, podemos ter tributos com as duas funções (fiscal e extrafiscal), como é o caso do ICMS e do IPI, que possuem caráter nitidamente arrecadatório, mas podendo ser utilizado também para regulação da economia, tendo em vista a previsão de seletividade a eles conferida no texto constitucional (obrigatória para o IPI e facultativa para o ICMS). O mesmo ocorre para o ISS, que pode funcionar tanto como imposto direito, mais comum, quanto como indireto. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 36 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 6. Quanto à repercussão econômica ou financeira do ônus tributário junto aos contribuintes A repercussão econômica do tributo diz respeito ao sujeito que efetivamente arcará com a subtração do seu patrimônio para o pagamento de tributos, situação que permite a classificação dos tributos em DIRETOS e INDIRETOS. Por tributo direto podemos entender aquele em que o contribuinte eleito na lei de incidência é também aquele que arcará com os custos efetivos da tributação, não permitindo o repasse do ônus da tributação para outras cadeias posteriores do ciclo de produção e circulação. Como exemplo de tributos direitos, temos o IPVA, o IPTU, o IR e o ITBI. Para esses tributos, o próprio contribuinte arcará com os valores devidos de maneira integral, regra geral. Ou, no mínimo, sua repercussão econômica é de difícil execução. Por sua vez, os tributos indiretos são aqueles que permitem o repasse do ônus da tributação às cadeias posteriores, fazendo repercutir o encargo dos tributos a outras pessoas. Para esses tributos, o contribuinte eleito na norma jurídica ( contribuinte de direito) repassa para o terceiro ( contribuinte de fato) o ônus financeiro da tributação. Nesses casos, sempre teremos os contribuintes de direito (aqueles previsto na norma jurídica e sobre os quais recai apenas o encargo de recolher os tributos pagos, sem que este arque com o encargo econômico, ou ao menos apenas com parte dele) e os contribuintes de fato (estes não estão previstos na norma jurídica, não pertencem à relação jurídico-tributária e apenas suportam diretamente o ônus financeiro da tributação) . Como exemplo de tributos indiretos, temos o I P! e o I CMS, nos quais o encargo tributário real é repassado ao consumidor final, o contribuinte de fato. Tanto é assim que, caso não venha a ocorrer o fato gerador, cabe aos Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 37 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 contribuintes de fato o direito à restituição de valores pagos . Veja o que nos diz o artigo 166 do CTN : "Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la." 7. Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da base econômica de incidência dos tributos, esses podem ser classificados em REAIS E PESSOAIS. Os tributos reais são aqueles que, ao incidirem, levam em consideração apenas a coisa, o bem ou a operação/prestação tributada, desconsiderando as características pessoais do contribuinte ou responsável. Como exemplo de tributos reais, temos o IPVA, o ITCMD, o ITBI, o IPTU e o II. Por exemplo, tanto o milionário quanto o trabalhador de classe média, ao possuírem (seja lá como for) um Lamborghini, pagarão o mesmo valor de IPVA aos cofres estaduais ou distrital. O mesmo ocorre em relação ao IPTU devido quanto a imóveis situados à beira-mar no Leblon, Rio de Janeiro/RJ, possuídos por um rico empresário carioca e por um mendigo que o herdou de uma senhora caridosa e sem familiares. Será devido o mesmo valor de IPTU para ambos. Por sua vez, os tributos pessoais levam em consideração características dos contribuintes ao tributarem seu patrimônio, evidenciando o princípio da pessoalidade da tributação, presente no Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 38 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 208 artigo 145, §1º, da CF/88. Como exemplo de tributos pessoais, temos o IR, que levam em conta características pessoais do contribuinte. Por exemplo, considere duas pessoas que ganhem o mesmo salário: R$ 10.000,00. Uma delas gasta 60% disso com farras, bebidas, viagens e despesas pessoais estéticas. A outra gasta o mesmo percentual com plano de saúde para os filhos, escolas, medicações e ajuda de custo para os pais economicamente dependentes. As duas serão tributadas no mesmo valor? Certamente não, ou pelo menos não deveriam ser. Para a primeira pessoa, a tributação deve ser bem mais acentuada do que em relação à segunda, devendo-se permitir a essa segunda pessoa hipóteses de abatimento do valor do imposto devido em razão de suas despesas mais essenciais. 8. Quanto à base econômica de incidência Essa classificação leva em consideração a divisão apresentada no CTN, em que os tributos incidem sobre os seguintes aspectos: ; Sobre o comércio exterior: II e IE; ; Sobre a produção e a circulação: ICMS, IPI, ISS e IOF; ; Sobre o patrimônio e as rendas: IR, ITR, IPTU, IPVA, ITBI, IGF e ITCMD; ; Extraordinários: Imposto extraordinário de Guerra (IEG). Por seu turno, não constam no CTN o ITBI, o ITCMD, o IPVA e o IGF, por serem tributos criados apenas com o advento da CF/88, não tendo sido previstos à época da edição do Código Tributário Nacional, que é de 1966. Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 9. Quanto à forma de quantificação relativamente à alíquota aplicada Outra classificação dos tributos leva em conta a aplicação de suas alíquotas na determinação do valor a ser pago em razão do va lor maior ou menor da base de cá lcu lo do tributo . Para esses casos, temos os tributos FIXOS, PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E REGRESSIVOS. Os tributos fixos são aqueles em que a lei previamente já determinou o quantum a ser pago pelo contribuinte. Os valores a pagar são fixos, somente sendo alterado em virtude de lei nova ou de alteração do texto da lei fixadora inicia l. Como exemplo, temos a taxa de serviço judicial, que poderá ser fixada em R$ 100,00/autenticação. Já os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago cresce à medida que a base de cálculo cresce, mas em percentuais iguais. Assim, considerando uma alíquota de 10°/o e duas bases de cálculos no valor de R$ 1.000,00 e R$ 10.000,00, o tributo a ser pago proporcionalmente a cada uma delas será igual, por mais que em termos absolutos a segunda base de cálculo gere maior valor de tributo a pagar do que a primeira. Para esse tipo de tributo, a alteração na base de cálculo não é significativa, uma vez que a alíquota é sempre fixa e apl icada de maneira equânime para todas as bases de cálculo. Como exemplo, temos o II, o IPVA e o ISS. Por sua vez, os tributos progressivos são aqueles em que o montante do tributo a ser pago cresce à medida que se aumenta a base de cálculo. Para provocar esse efeito, teremos alíquotas variadas crescentes a serem aplicadas sobre a base de cálculo, conforme essa aumenta. Essa é a chamada progressividade fiscal. A t ítulo de exemplo, temos o I R. Considere a tabela de alíquotas progressivas do IR mensa l para o exercício 2010, ano-calendário 2011, que aumentam com o aumento da base de cá lcu lo : Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 40 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 1 Base de cálculo mensal em R$ Alíquota% Parcela a deduzir do imposto em RS I IAté 1.4'99, 15 - li - 1 loe 1.499, 16 até 2.246,75 75 1 112,43 loe 2.246,76 até 2.995.,70 15,0 2HO 94 1 loe 2.'995,71 até 3.743,1'9 225 1 505,62 IAoima de 3.743,19 27,5 692,78 Outro exemplo de progressividade de alíquotas é quanto ao IPTU, que poderá ter alíquotas progressivas no tempo com o intuito de implementar mecanismos para o cumprimento da função social da propriedade urbana, conforme dispõe o artigo 182, §4º, II, da CF/88: "Art. 182. (. . .) § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: (. . .) II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;" Outro exemplo de imposto progressivo é o ITR, que será fixado de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, devendo suas alíquotas obrigatoriamente ser progressivas, conforme o artigo 153, §4º, I, da CF/88, prevendo ainda um caráter extrafiscal ao imposto federal: Prof. Aluísio Neto "Art. 153. (. . .) § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;" www .estrategiaconcursos.com.br 41 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 208 Nos dois casos anteriores, temos a chamada progressividade extrafiscal, uma vez que a função primordial das alíquotas diferenciadas é a intervenção na sociedade. Por fim, temos os tributos regressivos, em que o montante do tributo a ser pago diminui com o aumento da base de cálculo. Para provocar esse efeito, teremos alíquotas variadas decrescentes a serem aplicadas sobre a base de cálculo conforme essa aumenta. Tudo bem até agora, caro aluno? Espero que sim. Se não, abra o e-mail e mande algo para mim para que eu tente solucionar sua dúvida, ok? Vamos em frente! Dessa vez com as espécies tributárias. Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 Espécies de Tributo Os tributos previstos no atual Sistema Tributário Nacionalpodem ser divididos nas seguintes espécies, seguindo o que o STF chama de teoria pentapartite: •!• Impostos •!• Contribuições de Melhoria •!• Contribuições Especiais •!• Empréstimos Compulsórios Sendo assim, vamos ao estudo de cada espécie! Esse item da nossa aula, e do nosso curso, é de fundamenta l importância, tanto para o aprendizado do direito tributário quanto para a sua prova. Impostos Os impostos serão as primeiras espécies tributárias que estudaremos, sendo os tributos com o maior número de disposições a eles relativas no corpo da CF/88. Esses tributos estão previstos da maneira genérica no artigo 145, I, da CF/88, que assim nos diz: "Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos;" (Grifos nosso) Como podemos notar, os impostos fazem parte da competência tributária de todos os entes federativos. sendo permitidas a todos esses a instituição e a cobrança dessa espécie tributária. Contudo, Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 43 de 208 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 todos devem observar estritamente a competência outorgada expressamente a cada um deles pela CF/88, conforme nos dizem os artigos 153 a 156 da própria Carta Federa l, os quais veremos mais adiante. Eles discriminam quais impostos são reservados privativamente a cada um dos Entes políticos. O artigo 16 do CTN nos diz o seguinte quanto a essa espécie tributária: "Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte." (Grifos nosso) Assim, os impostos são tributos em que não há qualquer tipo de contraprestação por parte do Estado tributante em favor do contribuinte, seja em relação ao seu patrimônio, à suas rendas ou às suas atividades. Diretamente falando, apenas uma parte da relação "sai ganhando": o Estado, que impõe ao sujeito passivo a subtração do seu patrimônio em favor da sociedade. Nessa linha, já podemos definir a primeira característica marcante dos impostos: são tributos não-vinculados, pois não há contraprestação do Estado, nem qualquer atuação desse a favor do contribuinte. Assim, podemos chamá-lo também de tributo unilateral, uma vez que apenas uma parte obtém algo de maneira direta. Claro que, indiretamente, todos os sujeitos passivos recebem uma atuação estatal em troca. Ou pelo menos era para ser assim. © Veja uma definição "porreta" para imposto dada na questão 47 da prova cobrada pela URCA/CE no concurso para o cargo de Auditor Fiscal de Juazeiro do Norte/CE: "O imposto é uma exação desvinculada de qualquer contraprestação estatal, decretada exclusivamente em função do jus imperi do estado" Ou seja, não é necessário que o Estado preste nada em troca em razão do pagamento de IR, IPTU, IPVA, ou qualquer outro imposto . É doloroso aos ouvidos fiscais ouvir alguém dizer: "É obrigação do Estado conservar as Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 44 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 208 estradas em perfeita ordem, já que pagamos um absurdo em IPVA para nada. Se eu pago, eu quero estrada boa, sem buracos�´ Realmente, é dever de todo Estado ou Governo a manutenção de estradas de boa qualidade para todos os cidadãos que delas dependem para trafegar, passear, trabalhar, entre outras atividades. A favor disso, eu também reclamarei com você. Contudo, o pagamento de IPVA, seja lá em que valor for, não gera aos contribuintes o direito imediato de obter estradas de boa qualidade. Pasmem, o Estado pode não utilizar um centavo da arrecadação do IPVA para colocar um grama de asfalto sequer. E ainda assim estará amparado na legalidade. (Questão 09) Consiste na espécie de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Trata-se do (a) (A) taxa. (B) contribuição de melhoria. (C) contribuição social. (D) imposto. (E) tarifa. De acordo com o que acabamos de ver, os impostos são tributos desvinculados de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Essa questão, no entanto, deixou a desejar, uma vez que as contribuições sociais também são desvinculadas de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, vindo a beneficiar, em sua grande parte, pessoas que estão fora da relação jurídico-tributária. Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 01 A banca, no entanto, considerou como gabarito a alternativa "d", uma vez que todos os impostos possuem a característica que acabamos de mencionar. Com esse exemplo podemos notar a qua lidade de tributo não-vincu lado e out ra, nova: os impostos possuem arrecadação não-vinculada. Ou seja, os valores arrecadados com os impostos não serão destinados a nenhum fundo, despesa ou órgão, seja ele qual for, exceto nos casos EXPRESSAMENTE previstos na CF/88. "E quais são esses casos, professor?" Essas ressalvas estão contidas no artigo 167 da CF/88, as quais quero que grave com muito carinho, caro aluno: Prof. Aluísio Neto "Art. 167. São vedados: (. . .) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 3 7, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no§ 4º deste artigo; (. . .) § 4. o É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta." www .estrategiaconcursos.com.br 46 de 208 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 208 9 Repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159; 9 Destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde; 9 Manutenção e desenvolvimento do ensino; 9 Realização de atividades da administração tributária; 9 Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita; 9 Prestação de garantia ou contragarantia à União; 9 Pagamento de débitos para com a União. Veja o que diz o STF sobre o tema da não vinculação das receitas arrecadadas com impostos: ³(0(17$�� - Majoração de alíquota de ICMS. Vinculação a órgão, fundo ou despesa. Inconstitucionalidade. - O Plenário desta Corte (...) declarou a inconstitucionalidade (....) das Leis ns. 7.003 (...), todas do Estado de São Paulo, por haver entendido que "a teor do disposto no inciso IV do artigo 167 da Constituição Federal, é vedado vincular receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. A regra apanha situação concreta em que lei local implicou majoração do ICMS, destinando-se o percentual acrescido a um certo propósito - aumento de capital
Compartilhar