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Aula 02 
Direito Tributário para o /55/GYN- Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 02 
AULA 02 
SUMARIO PAGINA 
Apresentação In icial 0 1 
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 03 
Princípios Gerais Tributários 05 
Princípio da Irretroatividade 06 
Princípio da Leqalidade Tributária 12 
Princípio da Anterioridade Anual 32 
Princípio da Anterioridade Nonaaesimal 44 
Princípio da Isonomia 55 
Princípio da Capacidade Contributiva 64 
Princípio do Não-Confisco 75 
Princípio da Liberdade de Tráfego 86 
Princípio da Uniformidade Geográfica 89 
Princípio da Tributação I sonômica das Rendas das 
Obrigações da Dívida Pública e dos Vencimentos dos 94 Agentes Públicos dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios 
Princípio da Proibição de Concessão de Isenções 96 Heterônomas 
Princípio da Proaressividade 103 
Princípios da Generalidade e da Universa lidade 111 
Princípio da não-discriminação quanta à procedência ou 113 
ao destino 
Princípio da Territorial idade 116 
Princípio da Seletividade 118 
Princípio da Não-Cumulatividade 121 
Princípio da Transparência Fiscal 129 
Princípio da Praticidade 13 1 
Questões Propostas 135 
Gabaritos 223 
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Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 02 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 223 
Olá, caro amigo e futuro servidor! 
Chegamos à segunda aula do nosso curso de direito tributário para concurso 
de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. E 
os estudos, a todo vapor? Hoje vamos iniciar uma matéria decisiva na sua 
aprovação, responsável por uma boa parte dos pontos a serem 
conquistados pelos futuros aprovados. 
Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: 
x Princípios Tributários. 
Os princípios constitucionais são um dos temas preferidos pelas bancas 
organizadoras de concursos, que sempre costumam abordar o tema em 
suas provas de direito tributário. 
Qualquer dúvida que surgir, peço que me envie o mais breve possível um e-
mail, ou coloquem suas dúvidas no nosso fórum, para que não ocorram 
atrasos nos seus estudos. Seguem os meus dois e-mails: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/prosatributaria 
www.facebook.com/aluisioalneto 
 
Boa sorte! E bons estudos! Vamos em frente! 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 02 
 
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Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
 
O poder de tributar dos entes políticos, exercido por meio da outorga de 
competências tributárias previstas na CF/88, não é absoluto e irrestrito. Pelo 
contrário, existem limitações impostas pela própria Carta de 1988. Essas 
limitações impõem restrições ao exercício da competência tributária dos entes 
políticos, que devem estrita obediência àquelas quando da criação de seus 
tributos e relações jurídicas a eles concernentes, sob pena de incorrer em 
inconstitucionalidade, fulminando a imposição tributária. 
A CF/88 define duas espécies de limitações ao poder de tributar: 
x Os princípios constitucionais tributários; 
x As imunidades tributárias. 
Essas limitações regulam a chamada incompetência tributária, ou 
competência tributária negativa, uma vez que, ao serem observadas as 
hipóteses nelas previstas, os Entes políticos ficam impossibilitados de fazer 
incidir os tributos previstos nas suas respectivas competências tributárias 
outorgadas expressamente pela CF/88. 
As disposições relativas às limitações constitucionais ao poder de tributar 
estão contidas principalmente nos normativos da nossa CF/88 destinados ao 
Sistema Tributário Nacional, o qual abrange os artigos 145 a 162. As 
limitações constitucionais ao poder de tributar, por sua vez, estão capituladas 
principalmente nos artigos 150 a 152 da CF/88. O artigo 150 possui a 
seguinte redação em seu caput: 
³$UW�������Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
�����´ 
22828861864
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 02 
 
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Desse modo, não só esse artigo traz limitações impostas aos entes políticos, 
mas também outros presentes no texto da CF/88 e que visam a proteção do 
sujeito passivo frente ao poder legiferante tributário do Estado. Logo, o rol de 
garantias tributárias não possui um rol exaustivo nos artigos 150 a 152 da 
CF/88, existindo outros ao longo do texto da Carta Federal. 
 
Vista essa pequena introdução, vamos ao que interessa nessa aula: as 
espécies de princípios constitucionais tributários. Vamos em frente! 
 
 
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Princípios Gerais Tributários 
 
Veremos agora os seguintes princípios constitucionais tributários, todos 
presentes, expressa ou implicitamente, no texto da Carta Federal de 
1988: 
x Princípio da Irretroatividade; 
x Princípio da Legalidade Tributária; 
x Princípio da Anterioridade Anual; 
x Princípio da Anterioridade Nonagesimal; 
x Princípio da Isonomia; 
x Princípio da Capacidade Contributiva; 
x Princípio do Não-Confisco; 
x Princípio da Liberdade de Tráfego; 
x Princípio da Uniformidade Geográfica; 
x Princípio da Tributação Isonômica das Rendas das Obrigações da Dívida 
Pública e dos Vencimentos dos Agentes Públicos dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios; 
x Princípio da Proibição de Concessão de Isenções Heterônomas; 
x Princípio da Progressividade; 
x Princípios da Generalidade e da Universalidade; 
x Princípio da não-discriminação quanta à procedência ou ao destino; 
x Princípio da Territorialidade; 
x Princípio da Seletividade; 
 
 
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x Princípio da Não-Cumulatividade; 
x Princípio da Transparência Fiscal; 
x Princípio da praticidade tributária. 
 
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Princípio da Irretroatividade 
 
No primeiro princípio da nossa aula de hoje, iremos tratar do princípio da 
irretroatividade, o qual está presente no grupo dos princípios relativos à 
segurança jurídica. Esse princípio é simples: quando falamos em instituição 
ou em majoração de tributos, a lei só se aplica ao que vier após a sua 
publicação. Sem exceção. 
Esse princípio está relacionado ao fato de as leis tributárias somente 
alcançarem os fatos geradores surgidos após a sua entrada em vigor, não 
podendo alcançar fatos pretéritos, ou seja, a lei tributária, quanto à 
instituição e majoração de tributos, possui efeitos prospectivos. Além 
disso, o princípio da irretroatividade é também uma CLÁUSULA 
PÉTREA da nossa CF/88, não podendo ser abolida por meio de Emenda 
Constitucional. 
Por exemplo, caso determinada lei institua o imposto sobre a realizaçãode 
concursos, de competência da União (uma vez que é um imposto não previsto 
expressamente na CF/88, fazendo parte da chamada competência tributária 
residual quanto aos impostos, exclusiva desse Ente Federativo), 
estabelecendo como fato gerador o momento de entrega da prova ao 
candidato, essa lei somente surtirá efeitos em relação aos concursos 
realizados após a data de vigência da respectiva lei. 
Logo, os candidatos que fizeram concurso antes do início da vigência da lei 
não serão obrigados a pagar qualquer tipo de imposto. A irretroatividade 
da lei tributária, QUANTO À INSTITUIÇÃO E À EXTINÇÃO DE 
TRIBUTOS, NÃO COMPORTA NENHUM TIPO DE EXCEÇÃO. 
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(VVH�SULQFtSLR�HVWi�LQVFXOSLGR�QR�DUWLJR������,,,��³D´��GD�&)�����FXMR�WH[WR�p�R�
seguinte: 
³$UW������ Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: (...) 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver LQVWLWXtGR� RX� DXPHQWDGR�´�
(Grifos nosso) 
Antes de prosseguirmos, atente bem para o que está presente no enunciado 
do inciso III: TRIBUTOS. Assim, a regra da irretroatividade é válida para 
todo e qualquer tipo de tributo, e não apenas para impostos, como muitas 
bancas costumam cobrar em suas provas, tentando confundir e arrancar 
pontos preciosos dos candidatos menos atentos. O mesmo vale para as taxas 
e as contribuições de melhoria, bem como contribuições especiais e 
empréstimos compulsórios. A regra é ampla. 
O princípio da irretroatividade se relaciona diretamente como o inciso XXXVI 
do artigo 5º da CF/88, que trata da segurança jurídica de modo amplo: 
³Art. 5º (...) 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa MXOJDGD�´ 
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Assim, a lei tributária, regra geral, não retroagirá. Quanto à instituição 
ou extinção de tributos, JAMAIS RETROAGIRÁ, conforme comentamos. 
Em relação a outros temas, como aplicação de penalidades tributárias e 
aplicação de leis meramente interpretativas, teremos situação em que a lei 
tributária poderá ter efeitos retroativos, casos que são visualizados quando do 
estudo da aplicação da legislação tributária. 
Essas disposições constam no artigo 106 do CTN, o qual, nesse momento, 
apenas transcrevo para ilustração da possível retroatividade da lei tributária 
em relação a leis que não criem ou extinguem tributos: 
³$UW�������$�OHL�DSOLFD-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente 
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração 
dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido 
fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de 
tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
SUHYLVWD�QD�OHL�YLJHQWH�DR�WHPSR�GD�VXD�SUiWLFD�´ 
³$QWHV� TXH� R� VHQKRU� ILQDOL]H�� SURIHVVRU�� H� TXDQWR� DRV� FDVRV� GH� UHGXomR� RX�
extinção GH�WULEXWRV"�2�TXH�DFRQWHFH"´ 
A CF/88 silencia sobre essas duas situações. Mas, uma vez que se traduz num 
benesse ao contribuinte, ao passo que a instituição e a majoração numa 
obrigação nova, as leis que extinguem ou reduzem tributos têm 
aplicação imediata, conforme doutrina dominante, a menos que a própria 
lei determine o contrário, retardando os efeitos da extinção/diminuição da 
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carga tributária anteriormente existente. Ora, não há porque esperar 
determinado prazo para reduzir ou eliminar a carga tributária imposta a 
determinado grupo de sujeitos passivos. A surpresa, diferentemente do que 
acontece no caso da instituição ou majoração de um tributo, é maravilhosa 
para o sujeito passivo, podendo ser usufruída de imediato. 
Veja algumas decisões do STF quanto á irretroatividade tributária: 
³$� &RUWH� ILUPRX� HQWHQGLPHQWR� VHJXQGR� R� TXDO� D� UHYLVmR� RX�
extinção de um benefício fiscal, que por se tratar de política 
econômica que pode ser revista a qualquer momento pelo 
Estado, não está restrita à observância dos princípios 
constitucionais da anterioridade e da irretroatividade. 
(AI 783509 AgR/SP, de 19/01/2010).´ 
³$�mudança nos índices de correção monetária, com base em 
legislação superveniente, não constitui ofensa ao princípio do 
direito adquirido ou da irretroatividade tributária. (RE 395981 
$J5���')��GH�������������´ 
³$� QRUPD� OHJDO� TXH� simplesmente altera o prazo de 
recolhimento de tributo não se sujeita ao princípio da 
anterioridade especial (CF, art. 195, § 6º). II - Não há 
falar em "direito adquirido" ao prazo de recolhimento 
anteriormente previsto, pois, como se sabe, o STF não 
reconhece a existência de direito adquirido a regime jurídico. 
III - A circunstância de o fato disciplinado pela norma - isto 
é, o pagamento do tributo - haver de ocorrer após a sua 
edição é suficiente para afastar a alegada violação ao 
princípio da irretroatividade (CF, art. 150, III, a)(RE 219878 
3(��GH�������������´ 
 
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Para o STF, na última decisão transcrita, a alteração do prazo de recolhimento 
de tributo não importa em aumento da carga tributária, bem como de 
redução desta. Esse prazo, diante da sua natureza, pode ser fixado, inclusive, 
por ato infralegal, uma vez que a fixação de prazo de pagamento não está 
entre os temas a serem regulados por lei em sentido estrito, conforme 
prescreve o artigo 97 do CTN, que estipula os temas a serem 
obrigatoriamente regulados por lei em sentido estrito. 
 
 
(Questão 01) O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
KRXYHU�LQVWLWXtGR�RX�DXPHQWDGR��DUW������,,,��µD¶�GD�&5)%�����p�R�GD� 
a) anterioridade. 
b) irretroatividade. 
c) anualidade. 
d) imunidade recíproca. 
e) legalidade. 
Questão água com açúcar. A proibição de cobrar tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído 
ou aumentado é característica do princípio da irretroatividade. Veremos todos 
os demais princípios logo adiante. Assim, resta como correta a alternativa 
"b", gabarito da questão. 
 
 
Vamos agora ao princípio da legalidade outro importante princípio para a sua 
prova de direito tributário! 
 
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Princípio da Legalidade Tributária 
 
O princípio da legalidade é um dos princípios basilares do nosso ordenamento 
jurídico tributário, por meiodo qual se impõe ao ente tributante instituir ou 
majorar tributos, ou extinguir ou reduzir tributos, apenas por meio de lei em 
sentido estrito, não podendo ser utilizado outro normativo infraconstitucional 
que não esse, regra geral. É outro princípio intrinsecamente relacionado ao 
princípio da segurança jurídica, sendo ainda uma garantia individual do 
contribuinte e CLÁUSULA PÉTREA da nossa CF/88. 
Esse princípio está presente de forma genérica no inciso II do artigo 5º da 
Carta Federal, cujo texto é o seguinte: 
³Art. 5º (...) 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
FRLVD�VHQmR�HP�YLUWXGH�GH�OHL�´ 
Esse princípio, como comentei, está diretamente relacionado à segurança 
jurídica, a qual, por sua vez, exige do Estado a previsibilidade e o 
conhecimento prévio, por parte dos cidadãos, das normas tributárias a que 
serão submetidos, não sendo pegos desprevenidos por uma nova ordem 
jurídica ou de maneira arbitrária por parte dos seus governantes. 
O princípio da legalidade tributária se traduz no fundamento de validade de 
todo o ordenamento jurídico tributário e da tributação por ele estabelecida, 
sem o qual inexiste o próprio direito tributário, já que este é fundado no 
Estado democrático de direito proclamado por nossa Carta Federal de 1988. 
Esse princípio, quanto ao direito tributário, especificamente, está contido 
expressamente no artigo 150, I, da CF/88, cujo texto é o seguinte: 
 
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³$UW������ Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei TXH�R�HVWDEHOHoD�´ 
(Grifos nossos) 
Todo tributo é sempre exigido por lei, conforme consta no artigo 3º do CTN: 
³tributo é toda prestação pecuniária compulsória, instituído em lei...´�� 6H� p�
compulsório, deve estar previsto em lei, conforme mandamento extraído já 
no artigo 5º, II da CF/88, corroborado pelo que contém o artigo 150, I, da 
mesma Carta. Assim, o artigo 3º está diretamente relacionado ao princípio da 
legalidade. 
Quanto à criação de tributos (e, por meio do princípio do paralelismo das 
formas, também quanto à extinção e à redução), somente lei em sentido 
estrito poderá instituí-los, não se admitindo nenhuma exceção. Como 
veremos mais adiante, para outros temas tributários, a regra da legalidade 
poderá ser atenuada em relação, por exemplo, à majoração de tributos por 
meio do aumento de sua alíquota. Mas esse tema trataremos mais adiante. 
Nesse momento, devemos ter em mente apenas que toda instituição ou 
extinção de tributos somente pode ser feita por lei em sentido estrito, ou 
outro instrumento normativo que faça as vezes deste. Desse modo, nada 
impede que um tributo venha a ser instituído, regulado e extinto por uma 
medida provisória ou por uma lei delegada. Exceto nos casos de temas 
adstritos à regulação por lei complementar, e obedecendo as restrições 
constitucionais, a utilização desses dois instrumentos normativos é 
perfeitamente possível em matéria tributária. 
 
 
 
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Antes de continuarmos com o estudo do princípio da legalidade, temos que 
fazer menção ao que determina o artigo 62, §1º, III, da CF/88, relativamente 
às medidas provisórias e ao confronto de competências atribuídas a este 
instituto e à lei complementar: 
³$UW����������� 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre 
matéria: (...) 
III ± UHVHUYDGD�D�OHL�FRPSOHPHQWDU�´ 
Assim, os tributos sujeitos a criação ou extinção por meio de lei 
complementar jamais poderão ser regulados por medida provisória, o mesmo 
ocorrendo para as leis ordinárias, cuja medida provisória terá força a esta 
equivalente. O que uma lei complementar deve regular por disposição 
expressa na CF/88, nem a lei ordinária nem a medida provisória podem fazer 
sem incorrer em vício formal. 
Nada impediria, por exemplo, que o ITR viesse a ser instituído por meio de 
medida provisória, desde que atendidos os requisitos exigíveis para a edição 
desta (relevância e urgência). O mesmo não aconteceria, por exemplo, para 
os empréstimos compulsórios, que exigem lei complementar para a sua 
criação, extinção, redução ou majoração. 
Outro tema relativo a medidas provisórias e bastante cobrado em provas é o 
§2º do mesmo artigo 62 da CF/88, que possui a seguinte redação: 
³$UW����������� 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração 
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 
154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte 
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em 
TXH�IRL�HGLWDGD�´ 
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Desse modo, exceto quanto ao II, ao IE, ao IOF, ao IPI e ao IEG, a medida 
provisória que implique em instituição ou majoração de tributo somente 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
Desse modo, caso uma medida provisória publicada em 20 de agosto de 2014 
venha a majorar as alíquotas do ITR, por exemplo, a alteração somente 
surtirá efeitos em 2015 se a medida provisória for convertida em lei até o dia 
31 de dezembro de 2014, em obediência ao que consta no artigo 62, §2º, da 
CF/88. 
A regra presente no artigo 62, §2º, da CF/88, como se pode notar na sua 
redação, somente se aplica aos impostos. Quanto às demais espécies 
tributárias, a regra da anterioridade é plena, devendo ser completamente 
observada pelos entes políticos. Para esses casos (demais espécies tributárias 
que não os impostos), deve ser levado em consideração a data de publicação 
da medida provisória, e não a data de sua conversão em lei. 
Quanto às contribuições para a seguridade social, a medida provisória que 
institua essa espécie tributaria e publicada até 31 de dezembro de um ano 
poderá ser plenamente aplicada já no ano seguinte, devendo ser contado 
apenas os noventa dias exigidos pelo princípio da noventena, iniciando-se 
esse prazo na data da publicação da medida provisória, e não na data da 
conversão desta em lei, como acontece para os impostos. Somente nos casos 
em que a medida provisória sofre alterações substanciais é que um novo 
prazo será estabelecido. Caso não, conta-se da publicação da medida 
provisória. 
Outro ponto importante sobre as medidas provisórias e de relevância para o 
direito tributário é o artigo 246 da CF/88, acrescentado pela emenda 
constitucional nº 32, de 2001. Sua redação é a seguinte: 
 
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³$UW�� ����� e� YHGDGD� D� DGRomR� GH� PHGLGD� SURYLVyULD� QD�
regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha 
sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de 
MDQHLUR�GH������DWp�D�SURPXOJDomR�GHVWD�HPHQGD��LQFOXVLYH�´ 
Os temas principais regulados por emenda constitucional publicada no período 
especificado noartigo 246 da CF/88 são: 
x Autorização para a progressividade fiscal do IPTU (Emenda 
constitucional nº 29, de 2002); 
x Possibilidade de diferenciação de alíquotas do IPTU em razão do uso e 
da localização do imóvel urbano (Emenda constitucional nº 29, de 
2002); 
x Temas relativos às contribuições para financiamento da seguridade 
social (Emenda constitucional nº 20, de 1998). 
Vista essa pequena passagem sobre as medidas provisórias, vamos em 
frente, retomando com o princípio da legalidade. 
 
 
Quanto à lei em sentido formal, a lei que cria ou extingue tributos será, EM 
REGRA, lei ordinária. Por sua vez, para a maioria dos tributos, será necessária 
lei formal também para a redução ou majoração destes (logo adiante 
veremos que alguns tributos podem ser majorados ou reduzidos por atos 
infralegais). Por sua vez, para alguns casos previstos na CF/88, a criação ou 
extinção se dará por lei complementar. 
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Por sua vez, ao instituir um tributo, cabe à lei criadora definir com clareza os 
elementos que o caracterizam e o definem, adequando determinada conduta 
do sujeito passivo ao que consta na norma tributária, hipótese em que 
falamos do princípio da tipicidade da lei tributária. A tipicidade se relaciona 
à obrigatoriedade de o legislador definir em lei todos os elementos que 
delimitam a incidência do tributo instituído. Esses elementos são, 
principalmente, os seguintes: 
9 Fato Gerador (elemento material); 
9 Local de ocorrência do fato gerador (elemento espacial); 
9 Base de cálculo e alíquota(s) (elementos quantificadores do tributo); 
9 Sujeitos passivos (elemento pessoal); 
9 Momento da ocorrência do fato gerador (elemento temporal). 
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A necessidade de previsão legal para os elementos que acabamos de 
enumerar é decorrente do que determina o artigo 97 do CTN, que assim nos 
diz sobre a adoção do princípio da legalidade e a determinação dos elementos 
nucleares do tributo: 
³$UW������Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária 
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 
52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de 
cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou 
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras 
infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de 
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de 
penalidades�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Assim, uma vez que a definição de vencimento do prazo para 
pagamento de tributos, bem como a instituição de obrigações 
tributárias acessórias, não está elencada no artigo 97 do CTN, esse 
tema não está, assim, submetido ao princípio da legalidade, podendo 
ser livremente estipuladas por normativos infralegais, como Decretos 
do Poder Executivo. Veja o que nos diz o STF sobre o tema da fixação do 
prazo de recolhimento de tributos: 
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³6HJXQGR� RULHQWDomR� ILUPDGD� SRU� HVWD� 6XSUHPD� &RUWH�� D�
fixação do prazo de recolhimento de tributo pode ser 
realizada por norma infraordinária, isto é, sem o rigor 
do processo legislativo próprio de lei em sentido 
estrito. Se a redução abrupta do prazo de recolhimento 
implicou a majoração artificial do montante real devido, 
eventual violação constitucional ocorreria em relação à 
capacidade contributiva (equilíbrio base de cálculo ' critério 
material), à segurança jurídica e à proibição do uso de tributo 
com efeito confiscatório, mas não em relação à regra da 
legalidade. (RE 546316 AgR/SP, de 18/���������´ 
Por sua vez, temos também o seguinte: 
³,PSURFHGrQFLD�GD�DOHJDomR��WHQGR�HP�YLVWD�QmR�VH�HQFRQWUDU�
sob o princípio da legalidade estrita e da anterioridade a 
fixação do vencimento da obrigação tributária; já se 
havendo assentado no STF, de outra parte, o entendimento 
de que a atualização monetária do débito de ICMS 
vencido não afronta o princípio da não-cumulatividade. 
�5(��������$J5�0*��GH�������������´ 
Quanto à decisão acima, o STF entende que a simples atualização monetária 
de valores de créditos tributários não se confunde com majoração de tributos. 
A correção monetária, como se depreende do seu nome, apenas atualiza os 
valores de tributos em razão da chegada dos efeitos inflacionários, fazendo 
com que os valores tributários sejam corrigidos pelos percentuais oficiais. 
Essa é a previsão constante também no artigo 97, §2º, do CTN, que possui a 
seguinte redação: 
³$UW����������� 
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§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do 
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor 
PRQHWiULR�GD�UHVSHFWLYD�EDVH�GH�FiOFXOR�´ 
Na mesma linha temos a Súmula STJ nº 160, que nos diz o seguinte em seu 
texto: 
³6~PXOD� 67-� Qž� ����� ³e� GHIHVR� DR� 0XQLFtSLR�� DWXDOL]DU� R�
IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice 
RILFLDO�GH�FRUUHomR�PRQHWiULD�´ 
Nessa linha, o princípio da tipicidade não é um princípio autônomo, 
estando umbilicalmente ligado ao princípio da legalidade, sendo decorrente 
deste, e definindo os elementos caracterizadores do tributo instituído. 
Enquanto que o princípio da legalidade está relacionado à forma como serão 
impostos os normativos tributários (lei em sentido estrito), o princípio da 
tipicidade está relacionado ao conteúdo que estes terão, ou, sobre o que deve 
tratar o texto da lei. 
Fazendo um paralelo entre os dois princípios (legalidade e tipicidade) e uma 
certidão de nascimento, teríamos que a certidão em si seria o princípio da 
legalidade, uma vez que uma pessoa natural somente tem existência jurídica 
com essa formalização, com esse documento. Já o princípio da tipicidade está 
relacionado às informações constantes nessa certidão e que definem a 
natureza da pessoa natural (sexo, dia de nascimento, pais, local de 
nascimento, entre outras) 
 
 
 
 
 
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(Questão 02) 2�JUXSR�FULRX�XPD� UHGH�GH����HPSUHVDV�GH� IDFKDGD� ������í�
todas registradas em nome de laranjas. As empresas importavam produtos 
químicos, mas não pagavam nenhum tributo sobre as operações. (...) Os 
SURGXWRV� LPSRUWDGRV� HUDP� µUHYHQGLGRV¶�� HP� RSHUDo}HV� ILFWtFias, a outras 
empresas do grupo, espalhadas por vários estados. A partir daí, o bando 
revendia os produtos a seus clientes normalmente, usando empresas reais 
(...), mas sem arcar com o custo dos impostos. A quadrilha também fraudavaos fiscos estaduais: nessas operações cruzadas, acumulava créditos 
tributários, mesmo sem nunca recolher ICMS. Nessa outra fraude, pode ter 
sonegado mais de 1 bilhão de reais. (Revista Veja. Editora Abril. Edição 2231, Ano 44, no 34, 
24/08/2011, p. 76) 
O texto acima está se referindo ao princípio explícito da: 
a) legalidade. 
b) irretroatividade da lei tributária. 
c) anterioridade da lei tributária. 
d) segurança jurídica. 
e) igualdade. 
Observe que em todas as situações apresentadas, a quadrilha em questão 
burlou o que dizia a lei, sonegando, abrindo empresas fantasmas, realizando 
operações fictícias, entre outras. O que faz com que as operações sejam 
ilegais? A presença de lei estipulando o contrário, ou o que deve ser feito 
corretamente. Logo, estamos diante do princípio da legalidade, o que nos leva 
D�WHU�FRPR�JDEDULWR�D�DOWHUQDWLYD�³D´� 
 
 
 
 
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Vamos agora às atenuações do princípio da legalidade, conhecidas também 
como exceções ou mitigações ao princípio, de grande importância para as 
provas de concursos de direito tributário. As bancas adoram esse tema. Muita 
atenção! 
 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Inicialmente temos que fixar que, quanto à criação ou à extinção de 
tributos, o princípio da legalidade não comporta qualquer exceção, 
devendo ser sempre por meio de lei em sentido estrito, formal. Ou outro 
normativo que faça as vezes desta, como as medidas provisórias e as leis 
delegadas, e desde que o tema não seja exclusivo de regulação por lei 
complementar. 
Por sua vez, quase que regra absoluta, as exceções dizem respeito às 
alterações de alíquotas de determinados tributos, as quais veremos agora. 
Nenhuma das exceções diz respeito a fatos geradores e sujeitos 
passivos. 
 
 
01 ± Alteração das alíquotas dos seguintes impostos federais, todos 
revestidos de natureza extrafiscal (nos chamados tributos extrafiscais, a 
função primordial do tributo é a regulação da economia ou uma situações de 
mercado, e não a simples função arrecadatória): 
™ Imposto de Importação (II); 
™ Imposto de Exportação (IE); 
™ Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 
™ Imposto sobre operações de créditos, câmbio e seguros (IOF). 
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Essas quatro exceções ao princípio da legalidade estão previstas no artigo 
153, §1º, da CF/88, cuja redação é a seguinte: 
³$UW�������&RPSHWH�j�8QLmR�LQVWLWXLU�LPSRVWRV�VREUH� 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais 
ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas 
a títulos ou valores mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições 
e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos 
LPSRVWRV� HQXPHUDGRV� QRV� LQFLVRV� ,�� ,,�� ,9� H� 9�´ (Grifos 
nosso) 
Diante do que consta na redação da Carta Federal, a alteração das alíquotas 
dos impostos anteriormente enumerados pode ser feita por ato do poder 
executivo federal, não necessitando de lei formal para tanto. Em geral, essas 
alíquotas são alteradas por meio de decreto presidencial ou portaria do 
Ministério da Fazenda. 
Entretanto, as alterações devem ser apenas para reduzi-las ou restabelecê-
las, jamais para superar os valores previstos na lei instituidora do tributo. 
Assim, caso a lei que institui o IE fixe para determinado produto exportado 
uma alíquota de 30%, o poder executivo poderá reduzi-la para 5%, mas, ao 
restabelecê-la, deverá fixá-la, no máximo, em 30%, não podendo superar 
esse valor, a menos que haja previsão na própria lei. 
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Veja o que dispõe o Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, que regula o imposto de 
exportação: 
³$UW�� �R� $� alíquota do imposto é de trinta por cento, 
facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para 
atender aos objetivos da política cambial e do comércio 
exterior. 
Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do 
imposto não poderá ser superior a cinco vezes o 
percentual fixado neste artigo�´��*ULIRV�QRVVR�� 
3RU� ILP�� ³a competência para a fixação das alíquotas do imposto de 
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados não é exclusiva do 
presidente da República; pode ser exercida por órgão que integre a estrutura 
do Poder Executivo´�� FRQIRUPH� FLWDGR� HP� SURYD� UHDOL]DGD� SHOR� &(63(� HP�
2010. /RJR�� HPERUD� D� WH[WR� FRQVWLWXFLRQDO� VH� UHILUD� DR� ³3RGHU� ([HFXWLYR´��
essa atribuição (alteração de alíquotas dos impostos previstos no artigo, 153, 
§1º, da CF/88) pode ser exercida por órgão integrante da estrutura desse 
Poder, como é o caso da CAMEX (Câmara de Comércio Exterior), a qual 
possui a competência para, por ato próprio, alterar as alíquotas do II e do IE. 
 
 
02 ± Definição das alíquotas do ICMS incidente sobre combustíveis e 
lubrificantes em relação à incidência monofásica desse tributo 
(chamado de ICMS monofásico, ou unifásico, ou de tributação única). 
Para esses casos, cabe aos convênios celebrados pelos Estados e pelo Distrito 
Federal, por meio de seus representantes, a fixação de alíquotas do imposto 
para essas situações, as quais terão eficácia em todo o território nacional, 
não sendo utilizada lei em sentido formal. 
Ou seja, para o ICMS incidente uma única vez, e relativo a combustíveis e 
lubrificantes, as alíquotas do imposto serão fixadas por meio de Convênio 
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celebrados pelos Estados e pelo Distrito Federal, assinado pelos 
representantes do poder executivo no âmbito do chamado CONFAZ 
(Conselho Nacional de Política Fazendária), regulado pela lei 
complementar federal nº 24, de 1975. 
No CONFAZ estão presentes representantes das Fazendas Estaduais/Distrital 
e do Governo Federal, que deliberam, principalmente, sobre a concessão e 
revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais relativos ao ICMS. As 
decisões tomadas no âmbito do CONFAZ, por sua vez, serão externadas por 
meio de Convênios ICMS, os quais terão força de lei quanto aos temas que 
regulam, devendo ser adotados por todas as Unidades Estaduais. 
A previsão quanto à alteração das alíquotas do ICMS monofásico pelo 
CONFAZ, e por meio de convênio celebrado em seu âmbito (portanto, sem a 
necessidade de lei em sentido estrito), consta no artigo 155, §4º, IV, da 
CF/88: 
³Art. 155 (...) 
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: 
(...) 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante 
deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 
2º, XII, g, observando-se o seguinte: (...) 
Por sua vez, o §2º, XII, g e h, nos diz o seguinte: 
³;,,�- cabe à lei complementar: (...) 
g) regular a forma como, mediantedeliberação dos Estados e 
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o 
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua 
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finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no 
LQFLVR�;��E�´ 
Nessa situação, temos representantes dos poderes executivos estaduais e 
distrital regulando temas que, em regra, seriam de competência do poder 
legislativo, expedindo atos com força de lei e de cumprimento obrigatório 
pelos sujeitos passivos nas vinte e sete unidades federativas estaduais. 
 
 
03 ± Alteração das alíquotas da CIDE-combustíveis (redução e 
restabelecimento) por ato do poder executivo federal, não 
necessitando de lei em sentido estrito. 
A CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) somente poderá 
ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas por ato do poder 
executivo caso seja feito dentro dos limites previstos na lei que a 
institua, não podendo seus valores ser majorados além dos previstos nessa 
lei. (VVD�SUHYLVmR�FRQVWD�QR�DUWLJR������†�ž��,��³E´��GD�&)���� 
³Art. 177 (...) 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou 
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e 
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos 
seguintes requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (...) 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, 
QmR� VH� OKH� DSOLFDQGR� R� GLVSRVWR� QR� DUW�� ����,,,�� E�´� �*ULIRV�
nosso) 
 
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O poder executivo federal não pode alterar as alíquotas além do limite 
permitido em lei, cabendo ao poder legislativo fixar outro limite máximo. Ao 
poder executivo, por ato infralegal, somente é permitido reduzir a alíquota 
inicialmente prevista ou restabelecê-la ao patamar inicial. 
 
 
04 ± Também por meio de convênios interestaduais poderão ser 
concedidos benefícios fiscais em matéria de ICMS (isenção, concessão 
de créditos resumidos, remissões, anistias, reduções de base de 
cálculo). 
Essa previsão consta no artigo 150, §6º, juntamente com o artigo 155, §2º, 
XII, g, ambos da CF/88: 
³Art. 150 (...) 
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de 
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, 
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser 
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou 
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima 
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, 
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g�´ 
³$UW����������� 
§2º (...) 
XII - cabe à lei complementar: (...) 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e 
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais 
VHUmR�FRQFHGLGRV�H�UHYRJDGRV�´ 
 
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Assim, as decisões adotadas no âmbito do CONFAZ, regulando a concessão e 
a revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais não necessitam (e 
porque não dizer que não podem) de lei em sentido estrito, a qual, em regra, 
é produzida por um órgão legislativo. Os convênios, que materializam as 
decisões tomadas no CONFAZ, têm força de lei quanto às matérias que 
regulam, embora sejam editados por representantes do poder executivo e, 
quase que em sua totalidade, completamente desvinculados do poder 
legislativo. 
Quanto às exceções à legalidade tributária, veja a figura ilustrativa abaixo: 
 
Uma característica marcante das regras acima é que, com exceção do ICMS-
monofásico, todos os tributos possuem o caráter extrafiscal, ou seja, a função 
primordial não é a arrecadação, mas sim a intervenção no mercado ou na 
economia, regulando situações em que se mostra necessária a intervenção do 
Estado. 
Para finalizar esse princípio, vamos a algumas decisões proferidas pelo STF 
quanto ao tema: 
³6~PXOD� 67)� Qž� ����� 'HFLVmR� TXH� GHFODUD� LQGHYLGD� D�
cobrança do imposto em determinado exercício não faz 
coisa julgada em relação aos posteriores�´ 
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³(VWD� &RUWH� FRQVRlidou entendimento no sentido de 
caracterizar como taxa a cobrança pecuniária pela SUFRAMA 
para anuir aos pedidos de guias de importação de insumos e 
bens de capital e aos pedidos de desembaraço aduaneiro e 
do controle dos internamentos na Zona Franca de Manaus. 2. 
A cobrança de taxa por meio de portaria viola o 
princípio da legalidade tributária. (RE 599450 AgR/AM, 
GH�������������´ 
³$V�contribuições anualmente devidas aos conselhos de 
fiscalização profissional possuem natureza tributária e, 
desse modo, sujeitam-se ao princípio da legalidade 
tributária, previsto no art. 150, I, da Lei Maior. II ± O 
Plenário desta Corte, no julgamento da ADI 1.717/DF, Rel. 
Min. Sidney Sanches, declarou a inconstitucionalidade de 
dispositivo legal que autorizava os conselhos de fiscalização 
profissional a fixar suas contribuições anuais. (ARE 640937 
$J5�35��GH�������������´ 
³$� instituição dos emolumentos cartorários pelo 
Tribunal de Justiça afronta o princípio da reserva legal. 
Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores das 
taxas judiciárias. Precedentes. 4. Inércia da União Federal em 
editar normas gerais sobre emolumentos. Vedação aos 
Estados para legislarem sobre a matéria com fundamento em 
sua competência suplementar. (ADI 1709/MT, de 
10����������´ 
Quanto à última decisão, os emolumentos cartorários, como vimos em aula 
passada, são tributos. Logo, sujeitos aos princípios constitucionais tributários, 
uma vez que as taxas não são exceções a nenhum deles. Assim, sujeitam-se 
ao princípio da legalidade, devendo ser criados, majorados, reduzidos ou 
extintos apenas por meio de lei formal. 
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(Questão 03) A competência tributária, assim entendida como o poder que 
os entes políticos ± União, Estados- Membros, Distrito Federal e Municípios ± 
têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na 
Constituição Federal, entre os quais destacamos o princípio da legalidade 
tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser instituído ou majorado a 
não ser por lei. Porém, a própria Constituição Federal excetua da 
obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo por ato do Poder 
Executivo) alguns tributos. São exemplos desses tributos: 
a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos 
estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP. 
b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição 
para o PIS/PASEP. 
c) imposto sobre importação de produtosestrangeiros / imposto sobre 
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e 
proventos. 
d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto 
sobre operações de crédito, câmbio e seguros. 
e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito, 
câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados. 
Os tributos que são exceções ao princípio da legalidade, seja em relação às 
alterações de alíquotas seja em relação aos convênios do CONFAZ, são os que 
seguem: 
™ Imposto de Importação (II); 
™ Imposto de Exportação (IE); 
™ Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 
™ Imposto sobre operações de créditos, câmbio e seguros (IOF); 
 
 
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™ ICMS monofásico; 
™ CIDE-combustíveis 
'LDQWH�GLVVR��VRPHQWH�D�DOWHUQDWLYD�³G´�DWHQGH�D�HQXPHUDomR�DFLPD��VHQGR�R�
gabarito da questão apresentada. 
Vamos agora ao princípio da anterioridade anual. 
 
 
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Princípio da Anterioridade Anual 
 
Esse é outro princípio relacionado ao princípio da segurança jurídica, e visa 
dotar os sujeitos passivos de um tempo mínimo para se ajustarem 
aos efeitos de uma nova lei ou imposição tributária. É também 
conhecido como princípio da não surpresa tributária, juntamente com o 
princípio da anterioridade nonagesimal, a ser visto logo adiante, sendo 
conceituado ainda como uma garantia individual dos contribuintes, possuindo 
status de CLÁUSULA PÉTREA na nossa atual CF/88. 
O princípio da anterioridade anual, do exercício financeiro ou comum, 
HVWi�SUHYLVWR�QR�DUWLJR������,,,��³E´��GD�&)�����FXMR�WH[WR�p�R�VHJXLQWH� 
³$UW������ Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: (...) 
III - cobrar tributos: (...) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu ou aumHQWRX�´ 
Como podemos observar no texto constitucional, esse postulado se volta para 
todos os Entes Federativos, e em relação a todos os tributos por eles 
instituídos, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES EXPRESSAMENTE PREVISTAS 
NA CF/88. Logo em seguida veremos essas importantes ressalvas, bastante 
cobradas em provas de concurso. 
Conforme o princípio, uma lei publicada no ano X (lei plenamente vigente), e 
que institua ou majore tributos, somente surtirá efeitos (terá eficácia) no 
exercício financeiro X + 1. É vedado aos Entes políticos cobrar tributos dentro 
do mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os 
instituiu ou majorou, somente podendo fazer isso no exercício financeiro 
seguinte ao da publicação. Ressalvadas as exceções expressas na CF/88. 
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Assim, uma lei publicada em 20 de setembro de 2014, e que majora 
determinado tributo federal (e desde que não seja uma exceção ao princípio) 
já possui plena vigência no mundo jurídico. Entretanto, sua eficácia (produção 
dos efeitos junto aos sujeitos passivos) somente se dará, regra geral, em 1º 
de janeiro de 2015, atendendo o princípio da anterioridade anual. 
Por sua vez, por exercício financeiro devemos entender o período 
compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de um mesmo ano do 
calendário civil, conforme consta na lei federal nº 4.320, de 1964. 
Com efeito, o princípio tem como finalidade evitar a surpresa tributária, 
preparando o sujeito passivo para a nova tributação ou majoração desta, de 
PRGR� TXH� HOH� SRVVD� RUJDQL]DU� VXDV� ILQDQoDV� SDUD� ³DFRPRGDU´� R� QRYR� {QXV�
tributário. O princípio da anterioridade anual impede que Virgulino seja pego 
desprevenido, já que ele costuma gastar todo seu suado vencimento, seja 
com contas, seja com o seu sócio (o Governo). Com a publicação de uma 
nova lei onerando tributariamente seu orçamento, Virgulino vai ter que 
adequar suas finanças, mas o Estado irá dar um tempo para ele fazer isso. 
³&HUWR�� SURIHVVRU�� $FRPRGDU� R� QRYR� {QXV� WULEXWiULR� SDUD� QmR� VHU� SHJR� GH�
surpresa. O princípio veda que sejam cobrados ou majorados tributos no 
mesmo exercício financeiro. Mas e se essa lei for publicada em 31 de 
dezembro, prevendo que a sua eficácia se dê já a partir de 1º de janeiro do 
ano seguinte? O princípio será atendido, mas teremos uma surpresa tributária 
GR�PHVPR�MHLWR��QmR"´ 
0XLWR�EHP�� FDUR�DOXQR��3DUD�HYLWDU� LVVR��R� OHJLVODGRU� FRQVWLWXLQWH� ³HODERURX´�
também o princípio da noventena, que veremos logo em seguida na nossa 
aula de hoje. Resumidamente, ele nos diz que, exceto quanto às exceções ao 
princípio da noventena, os tributos somente poderão ser cobrados depois de 
decorridos 90 dias após a data da publicação da lei que os houve instituído ou 
aumentado. Ou seja, em regra, na pior das hipóteses, os sujeitos passivos 
terão 90 dias antes de terem de pagar mais tributos. Repito: exceto se o 
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tributo for uma exceção ao princípio da noventena, que veremos mais 
adiante. Vamos em frente. 
Quanto ao princípio da anterioridade, não devemos confundir este com outro 
princípio anteriormente presente no nosso texto magno: o princípio da 
ANUALIDADE tributária. 
Atenção: não confunda o princípio da ANTERIORIDADE anual, presente 
na nossa Carta de 1988, como o princípio da ANUALIDADE tributária, 
não mais vigente nosso ordenamento constitucional. 
O princípio da anualidade rezava que um tributo somente poderia ser cobrado 
em um determinado exercício caso autorizado previamente em orçamento 
anual, sendo autorizada a cobrança do tributo em um ano e permitida a 
cobrança no exercício seguinte. Esse princípio, repito, não mais se aplica 
aos dias atuais! Cuidado, as bancas costumam cobra-lo como se fosse o 
princípio da anterioridade tributária. 
 
O aumento ou a majoração de tributos, como vimos, submete-se ao princípio 
da anterioridade tributária. Ok. Mas e a diminuição ou a extinção de um 
tributo? Submetem-se? 
Nenhuma das duas se submete, podendo ter aplicação imediata para os 
sujeitos passivos, se a lei não dispuser em contrário, claro. O princípio se 
aplica apenas quando há ³SUHMXt]R´�para o contribuinte, aumentando a carga 
tributária, e não para beneficiá-lo. 
Por sua vez, a revogação de uma isenção INCONDICIONADA, ainda que 
venha a aumentar a carga tributária a ser suportada, NÃO SE 
SUBMETE AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE, uma vez que o tributo já 
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era existente ao tempo da concessão, sendo conhecido do contribuinte que 
passará a suportar o ônus tributário advindo com a revogação da isenção. 
Assim, passa a ser imediatamente exigido o tributo outrora isentado pelo 
legislador, caso a lei não preveja de outro modo. Esse entendimentoestá 
presente em decisão do STF, a qual transcrevo abaixo: 
³(0(17$� ± CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO. 
REVOGAÇÃO. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. I. Revogada a 
isenção, o tributo volta a ser imediatamente exigível. Em 
caso assim, não há de se observar o princípio da 
anterioridade, dado que o tributo já é existente. (RE 
�������(6��GH�����������´��*ULIRV�QRVVR�� 
Na mesma linha, a redução ou extinção de desconto para o pagamento 
de tributo previsto em lei não ofende o princípio da anterioridade, 
tendo também aplicação imediata. Veja o que diz o STF sobre o tema: 
³(...) A redução ou a extinção de desconto para pagamento 
de tributo sob determinadas condições previstas em lei, como 
o pagamento antecipado em parcela única, não pode ser 
equiparada à majoração do tributo em questão, no caso, o 
IPVA. Não-incidência do princípio da anterioridade tributária. 
6. Vencida a tese de que a redução ou supressão de desconto 
previsto em lei implica, automática e aritmeticamente, 
aumento do valor do tributo devido. (ADI 4016 MC/PR, de 
������������´ 
³$� UHJUD� OHJLVODWLYD� TXH� VH� OLPLWD� VLPSlesmente a mudar o 
prazo de recolhimento da obrigação tributária, sem qualquer 
repercussão, não se submete ao princípio da anterioridade. 
�5(��������6&��GH�������������´ 
Diante do que consta acima, o STF editou a seguinte Súmula: 
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³6~PXOD� 67)� Qž� ����� 1RUPD� legal que altera o prazo de 
recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao 
SULQFtSLR�GD�DQWHULRULGDGH�´ 
Outras decisões nos dizem o seguinte quanto à anterioridade: 
³$� PRGLILFDomR� GRV� IDWRUHV� GH� LQGH[DomR�� FRP� EDVH� HP�
legislação superveniente, não constitui desrespeito a 
situações jurídicas consolidadas (CF, art. 5º, XXXVI), nem 
transgressão ao postulado da não-surpresa, 
instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade 
tributária (CF, art. 150, III, "b"). (RE 200844, de 
������������´ 
³(0(17$��,��$omR�GLUHWD�GH�LQFRQVWLWXFLRQDOLGDGH��/�������GR�
Estado do Amapá, publicada no DOE de 30.12. 2006, que 
dispõe sobre custas judiciais e emolumentos de serviços 
notariais e de registros públicos, cujo art. 47 - impugnado - 
determina que a "lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 
2006": procedência, em parte, para dar interpretação 
conforme à Constituição ao dispositivos questionado e 
declarar que, apesar de estar em vigor a partir de 1º de 
janeiro de 2006, a eficácia dessa norma, em relação aos 
dispositivos que aumentam ou instituem novas custas e 
emolumentos, se iniciará somente após 90 dias da sua 
publicação. II. Custas e emolumentos: serventias judiciais e 
extrajudiciais: natureza jurídica. É da jurisprudência do 
Tribunal que as custas e os emolumentos judiciais ou 
extrajudiciais tem caráter tributário de taxa. III. Lei 
tributária: prazo nonagesimal. Uma vez que o caso 
trata de taxas, devem observar-se as limitações 
constitucionais ao poder de tributar, dentre essas, a 
prevista no art. 150, III, c, com a redação dada pela EC 
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42/03 - prazo nonagesimal para que a lei tributária se torne 
HILFD]���$',������$3��GH�������������´ 
Por sua vez, temos outra importante decisão do STF, já cobrada literalmente 
em provas de concurso, que dispõe sobre a simples prorrogação de prazo de 
aplicação de alíquota anteriormente publicada e já vigente, não sendo 
necessária obediência ao princípio da anterioridade para que seja novamente 
aplicável. Segue a sua transcrição: 
³(...) A Lei paulista 11.813/04 apenas prorrogou a cobrança 
do ICMS com a alíquota majorada de 17 para 18%, criada 
pela Lei paulista 11.601/2003. 2. O prazo nonagesimal 
previsto no art. 150, III, c, da Constituição Federal 
somente deve ser utilizado nos casos de criação ou 
majoração de tributos, não na hipótese de simples 
prorrogação de alíquota já aplicada anteriormente. 3. 
Recurso extraordinário conhecido e provido para possibilitar a 
prorrogação da cobrança do ICMS com a alíquota majorada. 
�5(��������63��GH�������������´ 
³(...). 2. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento 
segundo o qual a prorrogação da data originariamente 
prevista para vigorar o tributo não equivale a sua instituição 
ou majoração, razão pela qual a anterioridade nonagesimal 
não incide nessa hipótese. (RE 537688 AgR/RS, de 
������������´ 
Ora, prorrogar o prazo de aplicação de uma alíquota mais gravosa já 
existente não altera em nada a carga tributária que já vinha sendo suportada 
pelo contribuinte. Logo, a prorrogação do prazo de vigência de uma alíquota 
já previamente existente não necessita de obediência ao princípio da 
anterioridade anual. 
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Na mesma linha, o STF entende que a redução ou extinção de determinado 
desconto legalmente previsto não deve obediência ao princípio da 
anterioridade, uma vez que não se configura como um aumento da carga 
tributária. 
Contudo, como toda e boa regra, o princípio da anterioridade comporta 
algumas exceções, que veremos agora. Elas são de extrema importância para 
a sua prova, uma vez que são bastante cobradas em provas de concurso que 
tratam do princípio da anterioridade. 
O princípio da anterioridade tributária nos diz que nenhum ente político 
poderá cobrar tributos no mesmo exercício financeiro que em tenha sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumento. Excepcionado essa regra, temos 
alguns tributos, que, ao serem instituídos ou majorados, já podem ser 
cobrados no mesmo exercício financeiro em que essas mudanças forem 
impostas aos sujeitos passivos. 
Observe a figura a seguir, onde constam as exceções ao princípio da 
anterioridade, bem como aos da legalidade e ao da anterioridade 
nonagesimal, a ser visto logo adiante na aula: 
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Assim, temos como exceções ao princípio da anterioridade os seguintes 
tributos: 
¾ Alteração das alíquotas do II, IE, IOF e IPI (os chamados 
impostos com função extrafiscal) ± Artigo 153, I, II, IV e V; 
¾ Instituição dos impostos Extraordinários de Guerra (IEG) ± 
Artigo 154, II; 
¾ Instituição de empréstimos compulsórios nos casos de 
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ± Artigo 
148, I; 
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¾ Instituição das Contribuições parafiscais para a seguridade 
social, ou alteração de suas alíquotas ± Artigo 195, §6º; 
¾ Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas da CIDE-
Combustíveis ± AUWLJR������†�ž��,��³E´� 
¾ Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas do ICMS - 
Monofásico, relativo aos combustíveis e lubrificantes ± Artigo 
155, §4, IV. 
A previsão das exceções está contida nos artigos 148, I;150, §1º; 155, §4º, 
IV; 177, §4º, II, ³E´�H 195, §6º,todos da CF/88, que assim nos dizem: 
³$UWLJR����������� 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos 
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos 
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, 
II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos 
QRV�DUWV�������,,,��H������,�´ 
³$UW������������ 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só 
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não 
VH�OKHV�DSOLFDQGR�R�GLVSRVWR�QR�DUW�������,,,���E��´ 
³$UW������������ 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou 
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e 
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos 
seguintes requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (...) 
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b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se 
OKH�DSOLFDQGR�R�GLVSRVWR�QR�DUW������,,,��E�´ 
³$UW������������†��ž�1D�KLSyWHVH�GR�LQFLVR�;,,��K��REVHUYDU-se-
á o seguinte: (...) 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante 
deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 
2º, XII, g, observando-se o seguinte: (..) 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes 
DSOLFDQGR�R�GLVSRVWR�QR�DUW�������,,,��E´� 
Assim, por exemplo, caso o poder executivo federal majore as alíquotas da 
CIDE-combustíveis no dia 14 de março de 2014, a alteração já poderá surtir 
efeito no mesmo exercício financeiro, qual seja, 2014. Para tanto, deverá 
observar apenas o prazo de 90 dias contados da data da publicação da lei que 
a majorou, em obediência ao princípio da anterioridade nonagesimal, o qual 
veremos no item seguinte da aula. 
Somente para constar, a alteração das alíquotas já poderia produzir efeitos 
para os contribuintes em 13 de junho de 2014, noventa dias após o dia 14 de 
março de 2014. 
 
 
(Questão 04) Quanto ao princípio da anterioridade, pode-se dizer que: 
a) proíbe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes do início da 
vigência da lei que houver instituído ou aumentado um tributo. 
b) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações 
Financeiras e às Taxas decorrentes do exercício do poder de polícia. 
c) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações 
Financeiras e ao Imposto de Exportação. 
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d) se aplica aos empréstimos compulsórios, qualquer que seja o pressuposto 
de sua instituição. 
e) se aplica às contribuições para seguridade social da mesma forma que às 
outras espécies tributárias. 
Alternativa a) Incorreta. Essa definição está relacionada ao princípio da 
irretroatividade, e não ao da anterioridade, o qual proíbe, exceto em relação 
às exceções ao princípio, que se tributem fatos geradores no mesmo exercício 
financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumento. 
Alternativa b) Incorreta. O princípio realmente não se aplica aos dois 
primeiros impostos, mas se aplica integralmente às taxas devidas em razão 
do exercício do poder de polícia. 
Alternativa c) Correta. Essas são algumas das exceções ao princípio da 
anterioridade, que são os seguintes: 
¾ II, IE, IOF e IPI (os chamados impostos com função extrafiscal) ± Artigo 
153, I, II, IV e V; 
¾ Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) ± Artigo 154, II; 
¾ Instituição de empréstimos compulsórios nos casos de calamidade 
pública, guerra externa ou sua iminência ± Artigo 148, I; 
¾ Instituição ou majoração de alíquotas das Contribuições parafiscais para 
a seguridade social ± Artigo 195, §6º; 
¾ Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas da CIDE-
Combustíveis ± $UWLJR������†�ž��,��³E´� 
¾ Alteração (redução e restabelecimento) das alíquotas do ICMS - 
Monofásico, relativo aos combustíveis e lubrificantes ± Artigo 155, §4, 
IV. 
 
 
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Alternativa d) Incorreta. Quanto aos empréstimos compulsórios, o 
princípio não se aplica nos casos de instituição destes em razão de 
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. Porém, será aplicado 
nos casos de investimento público de caráter urgente ou de relevante 
interesse nacional. Artigo 148, I e II, da CF/88. 
Alternativa e) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na DOWHUQDWLYD�³F´� 
 
 
(Questão 05) Submete-se integralmente aos princípios da legalidade, 
anterioridade anual e anterioridade nonagesimal o imposto sobre: 
a) os produtos industrializados. 
b) a renda e proventos de qualquer natureza. 
c) a transmissão de bens causa mortis e doação. 
d) a propriedade de veículos automotores. 
e) a propriedade territorial urbana. 
Consultando a figura apresentada anteriormente, fica fácil encontrar a 
UHVSRVWD��D�TXDO�VH�DSUHVHQWD�QD�DOWHUQDWLYD�³F´��XPD�YH]�TXH�R�ITCMD não se 
apresenta como uma exceção a esse princípio. 
 
 
 
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Princípio da Anterioridade Nonagesimal 
 
O princípio da anterioridade nonagesimal foi acrescentado à CF/88 pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 2003, reforçando o comando relativo ao 
princípio da anterioridade anual, proibindo a cobrança de tributos antes 
de decorridos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou�� FRQIRUPH�R�DUWLJR������ ,,�� ³F´��da CF/88, 
cujo texto é seguinte: 
³$UW�������6HP�SUHMXt]R�GH�RXWUDV�JDUDQWLDV�DVVHJXUDGDV�DR�
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: (...) 
III - cobrar tributos: (...) 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que 
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, 
observado o disposto na alínea b�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Esse princípio, também conhecido como princípio da anterioridade 
privilegiada, mitigada ou qualificada, veio a reforçar ainda mais a 
segurança jurídica dos contribuintes contra o aumento inesperado da carga 
tributária, uma vez que muitos tributos poderiam ter suas alíquotas alteradas 
no dia 31 de dezembro de 2010, por exemplo, e já produzirem efeitos em 1º 
de janeiro de 2011, obedecendo estritamente o que determina o princípio da 
anterioridade anual, mas sendo inócuo quanto ao fato de proteger os 
contribuintes contra o aumento inesperado da carga tributária. 
Assim, ressalvadas as exceções à noventena previstas expressamente 
na CF/88, os tributos, na sua majoração ou instituição, estarão submetidos à 
observância dos dois princípios: anterioridade anual e nonagesimal. 
Por exemplo, caso a União venha a alterar a alíquota do ITR (imposto 
submetido aos dois princípios) por meio de lei publicada em 20 de dezembro 
de 2011, as alterações somente surtirão efeito em 21 de março de 2012, 90 
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dias após a data da publicação, atendendo ao princípio da anterioridade e da 
noventena. 
Caso a mesma lei do ITR seja publicada em 20 de março de 2011, esta 
somente produzirá efeitos em 1º de janeiro de 2012, uma vez que o prazo de 
90 se encerrará ainda dentro do ano de 2011, hipótese em que não será 
observado ainda o princípio da anterioridade anual. 
Caso a mesma lei agora seja publicada em 1º de outubro de 2011, depois de 
decorridos 90 dias após a data da publicação, chegaremos ao dia 31 de 
dezembro, sendo atendido o princípio da noventena, mas não o da 
anterioridade anual. Assim, os efeitos da lei somente se darão um dia depois, 
em 1º de janeiro de 2012. 
Por fim, caso publicada a lei em 02 de outubro de 2011, depois de decorridos 
90 dias após a data da publicação, chegaremos exatamente ao dia 1º de 
janeiro de 2012, no limiar que atende conjuntamente aos dois princípios: 
anterioridade e noventena. 
Com isso, chegamos a duas regras básicas para a contagem dos prazos, 
considerando que a lei, quanto ao prazo da noventena, somente entre 
possuirá eficácia no 91º dia após a data de publicação da lei que institui ou 
majora o tributo, uma vez que o texto da CF/88 fala depois de decorridos 90 
diDV�DSyV�D�GDWD�GD�SXEOLFDomR�GD�OHL´� 
As regras são (GUARDE BEM, CARO ALUNO): 
ƒ Caso a lei seja publicada entre 1º de janeiro e 1º de outubro de um 
ano, invariavelmente, e desconsiderando as exceções, sua vigência 
somente se dará em 1º de janeiro do ano seguinte, uma vez que deve 
atender aos dois princípios tributários temporais; 
ƒ Caso a lei seja publicada entre 02 de outubro e 31 de dezembro de um 
determinado ano, basta, para atendimento aos dois princípios, 
estabelecer o 91º dia da contagem, sendo este o dia em que a lei 
produzirá efeitos junto aos contribuintes. 
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Assim como o princípio da anterioridade anual, o da noventena também 
possui exceções constitucionalmente previstas, presentes no artigo 150, §1º, 
da CF/88: 
³$UWLJR����������� 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a 
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, 
nem à fixação da base de cálculo dos impostos 
previstos nos arts. 155, III, e 156, I�´ 
Para fixação das exceções à noventena, trago novamente a figura 
apresentada anteriormente quando do estudo do princípio da anterioridade: 
 
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Assim, temos como exceções ao princípio da noventena os seguintes tributos: 
¾ Alteração das alíquotas do II, do IE, do IOF e do IR± Artigo 153, I, II, 
III e IV; 
¾ Instituição dos impostos Extraordinários de Guerra (IEG) ± Artigo 154, 
II; 
¾ Instituição dos empréstimos compulsórios nos casos de calamidade 
pública, guerra externa ou sua iminência ± Artigo 148, I; 
¾ Fixação da base de cálculo do IPVA ± Artigo 155, III; 
¾ Fixação de base de cálculo do IPTU ± Artigo 156, I. 
Diante do quadro apresentados, SÃO EXCEÇÕES AOS DOIS PRINCÍPIOS 
(ANTERIORIDADE E NOVENTENA), CUMULATIVAMENTE, OS 
SEGUINTES TRIBUTOS: 
 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II); 
 IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE); 
 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF); 
 IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG); 
 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS, DECORRENTES DE CALAMIDADE 
PÚBLICA, GUERRA EXTERNA OU SUA IMINÊNCIA (EC). 
 
Atenção redobrada quanto aos dois últimos casos de exceção à noventena: as 
alterações dizem respeito à BASE DE CÁLCULO DO IPVA E DO IPTU, E 
NÃO SE ESTENDE, POR EXEMPLO, AS ALÍQUOTAS. É comum o 
elaborador das questões tentar pegar o candidato menos atento. MUITA 
ATENÇÃO! 
Desse modo, se o poder legislativo decidir alterar a base de cálculo do IPVA 
por lei publicada em 30 de dezembro de 2014, por exemplo, as alterações já 
surtirão efeitos no exercício seguinte, ou seja, em 1º de janeiro de 2015. 
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Caso a mesma lei altere também as alíquotas desse imposto, além da 
chegada do exercício seguinte, a mudança deverá aguardar o prazo de 90 
dias a contar da publicação da lei para surtir efeitos junto aos sujeitos 
passivos. O mesmo ocorre quanto à alteração da base de cálculo do IPTU. 
Outra observação muito importante para cálculos: 90 dias não é igual a três 
meses, regra geral. A coincidência somente se dará para a sequencia 
dezembro-janeiro-fevereiro e janeiro-fevereiro-março, e desde que o ano 
considerado não seja bissexto. - 
Vamos agora ao que nos diz a CF/88 em relação às medidas provisórias e aos 
princípios da anterioridade anual e da noventena. 
 
Medidas provisórias 
 
O artigo 62, §2º, da CF/88, nos diz o seguinte: 
³Art. 62 (...) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração 
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 
154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte 
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em 
que foi HGLWDGD´ 
A previsão acima foi instituída pela emenda constitucional nº 32, de 2003, 
permitindo expressamente a edição de MP para a instituição e majoração de 
IMPOSTOS. ATENÇAO, CARO ALUNO: O TEXTO DA CF/88 FALA APENAS EM 
IMPOSTOS! 
Entretanto, recentes decisões do STF têm estendido a previsão também às 
taxas e contribuições sociais, antes mesmo da citada emenda constitucional, 
como podemos notar abaixo: 
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³(0(17$��5HFXUVR�H[WUDRUGLQiULR�����0HGLGD�SURYLVyULD��)RUoD�
de lei. 3. A Medida Provisória, tendo força de lei, é 
instrumento idôneo para instituir e modificar tributos e 
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Quanto à MP, os tributos por ela criados devem obediência aos princípios da 
anterioridade anual e da noventena, assim como os criados por meio de lei, 
exceto nos casos em que se observam exceções já estudadas por nós 
anteriormente. 
Por sua vez, para que possam surtir efeitos no exercício financeiro seguinte, 
as medidas provisórias devem ter sido CONVERTIDAS EM LEI até o 
ÚLTIMO DIA DO EXERCÍCIO EM QUE FORAM EDITADAS, sem o qual 
somente produzirão efeitos no exercício seguinte ao da conversão da medida 
provisória. Essa regra é válida apenas para os impostos, e ressalvadas as 
exceções previstas no texto do artigo 62, §2º, da CF/88, quais sejam: 
 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II); 
 IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE); 
 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF); 
 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI); 
 IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG). 
Assim, caso uma MP venha a instituir ou majorar tais impostos, a incidência 
se dará de imediato, sem que seja necessária a conversão da MP em lei no 
exercício da publicação da lei para tanto. Entretanto, para o IPI, deverá ser

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