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Aborto UNIFACS BIODIREITO PROFA. ME. AMANDA BARBOSA O que é? • Aborto abortus privação do nascimento; • Aborto versus abortamento • OMS: interrupção da gravidez até a 20º-22ª semana, com o produto da concepção pesando menos que 500g. Após = óbito fetal intrauterino • Direito: não adoção de marco tempora; Espécies na literatura médica a) Interrupção terapêutica; b) Interrupção seletiva; c) Interrupção eugênica; d) Interrupção voluntária - Abortamento espontâneo. Interrupção voluntária • Vontade de quem? Interrupção voluntária • Uruguai: Lei de interrupção voluntária da gravidez (2012) • Ação judicial: genitor alega condições de se responsabilizar pela criança + inconstitucionalidade da lei; • Fundamento da decisão: descumprimento ao art. 3º da lei, que exige registro das "circunstâncias derivadas das condições nas quais ocorreu a concepção, situações de dificuldade econômica, sociais ou familiares ou etárias que, a seu critério, impeçam a mãe de continuar o curso da gravidez”. Disciplina legal • Código Penal: arts. 124 a 128 - Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento - Aborto provocado por terceiro (com e sem cons.) - Forma qualificada (lesão corporal grave ou morte); - Excludentes de ilicitude quando praticado por médico: a) Aborto necessário; b) Aborto no caso de gravidez resultante de estupro Disciplina legal • Terceira exceção: fetos portadores de anencefalia (ADPF nº 54 – Res. 1.989/12 CFM) “A potencialidade de algo para se tornar pessoa humana já é meritória o bastante para acobertá-la, infraconstitucionalmente, contra tentativas levianas ou frívolas de obstar sua natural continuidade fisiológica. Mas as três realidades não se confundem: o embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Donde não existir pessoa humana embrionária, mas embrião de pessoa humana”. (Marco Aurélio) Resolução nº 1.989/12 CFM • “Art. 1º Na ocorrência do diagnóstico inequívoco de anencefalia o médico pode, a pedido da gestante, independente de autorização do Estado, interromper a gravidez” • Determinações sobre o diagnóstico; • Garantia do direito de livre escolha: manutenção da gravidez ou interrupção imediata, independentemente do tempo de gestação. Aborto legal • Direito sexual e reprodutivo; • Acesso Normas técnicas do Ministério da Saúde - Atenção humanizada ao abortamento - Norma Técnica sobre Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes Portaria nº 1.508/2005 MS: dispõe sobre o Procedimento de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez nos casos previstos em lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS. Portaria nº 1.508/2005 MS 1ª FASE: “relato circunstanciado do evento, realizado pela própria gestante, perante dois profissionais de saúde do serviço”; - Termo circunstanciado assinado pela gestante ou seu representante legal. 2ª FASE: intervenção médica (Termo de Aprovação de Procedimento de Interrupção da Gravidez). Portaria nº 1.508/2005 MS 3ª FASE: assinatura de Termo de Responsabilidade – “conterá advertência expressa sobre a previsão dos crimes de falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) e de aborto (art. 124 do Código Penal), caso não tenha sido vítima de violência sexual”. 4ª FASE: assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Obstáculos • Incapacidade civil versus violência intrafamiliar; • Exercício da objeção de consciência por parte dos médicos; • Distorções no processo de consentimento livre e esclarecido (ex. exigência de boletim de ocorrência); • Poucos hospitais-referência disponíveis. Projetos de lei a) PL n. 1545/2011 – agravamento da pena; b) PL n. 882/2015 – revogação CP + permissão da interrupção voluntária até a 12ª semana; c) PL n. 3.396/2016 – agravamento da pena quando conduta é motivada por má formação fetal Chile (ago. 2017) Novo Código Penal • PL n. 236/2012 - Redução das penas (6 meses a 2 anos); - Exclusão da qualificadora; - Novas excludentes; a) Anomalia fetal que torne inviável a vida extrauterina; b) Interrupção voluntária: laudo médico/psicológico atestando ausência de condições da mulher de arcar com a gravidez. Questão de saúde pública? • Pesquisa Nacional do Aborto (2016): “uma em cada cinco mulheres aos 40 anos já fez, pelo menos, um aborto – isso significa que 4,7 milhões de mulheres já abortaram”; • IBGE (2015): mais de 8,7 milhões de brasileiras com idade entre 18 e 49 anos já fizeram ao menos um aborto na vida. - Vide imagem. Questão de saúde pública? Questão de saúde pública? Premissas • Início da vida versus início da tutela jurídica; - Platão: nascimento (corpo + alma); - Aristóteles: primeiro movimento no útero materno; - Catolicismo: - Feto animado x inanimado; - 1869 (Apostólica Sedia): direito à vida desde a concepção - Semelhante ao espiritismo e hinduísmo. • Ser humano versus pessoa humana. Pluralismo CNBB (nota abr. 2017) "Neste tempo de grave crise política e econômica, a CNBB tem se empenhado na defesa dos mais vulneráveis da sociedade, particularmente dos empobrecidos. A vida do nascituro está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e compromisso ético-cristão, repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não lhe cabe, que é legislar“. "O Projeto de Lei 478/2007 - “Estatuto do Nascituro”, em tramitação no Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a concepção, deve ser urgentemente apreciado, aprovado e aplicado [...] [conclama as] comunidades a unirem-se em oração e a se mobilizarem, promovendo atividades pelo respeito da dignidade integral da vida humana". Fonte: http://br.radiovaticana.va/news/2017/04/12/aborto_nova_nota_da_cnbb/1305185 Católicas pelo Direito de Decidir • “Adotamos a corrente de pensamento ético-religioso feminista pelo direito de decidir, que reconhece a autoridade moral e capacidade das mulheres de tomar decisões livremente em todos os campos de suas vidas. Nossas atividades são direcionadas para as mulheres, jovens, LGBTs, negras, pois acreditamos ser essencial o fortalecimento destes grupos sociais, sejam eles organizados ou não, para que possamos construir uma sociedade plena de direitos e livre de preconceito e violência. Nos dedicamos à promoção da cidadania e do reconhecimento dos direitos sexuais e direitos reprodutivos como direitos humanos”. Fonte: http://catolicas.org.br/institucional-2/nosso-trabalho/ Candomblé “Podemos afirmar que neste ponto o candomblé guarda semelhança com as religiões cristã. Para o candomblé a vida começa no momento da concepção, logo assumimos a teoria da concepção como fato gerador da vida humana, e a partir daqui os elementos da natureza (orixás) atua em favor do novo ori. A vida é o bem mais precioso e importante que existe, a vida movimenta o mundo, se excluírem a vida não sobra nada, falta continuidade é inóspito o ciclo vital, alias não há ciclo”. “Diante da questão posta temos que a interrupção da gravidez – considerando a inteligência dos princípios funda o candomblé – é permitido somente na ocorrência do plano espiritual que se materializa concretamente na gestante, daí em escrever que os abortos naturais e espontâneos possuem conformação religiosa. Destarte, o aborto provocado e o aborto consentido não guardam identidade com o nosso axé”. Fonte: https://ocandomble.com/2010/10/21/candomble-vida-e-interrupcao-da-gravidez/ Zika vírus • https://www.youtube.com/watch?v=e5l5wQF1xyA Débora Diniz Informação http://faladireitocomigo.blogspot.com.br/p/projeto.html
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