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Sistema Nervoso Autonomo


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SISTEMA NERVOSO AUTONOMO 
 O sistema nervoso pode ser dividido em somático eferente e aferente, e visceral 
também com essa divisão. A função do visceral é o controle da homeostase, ou seja, há 
integração das funções das vísceras para manter o equilíbrio interno. A parte eferente do 
sistema nervoso visceral é chamado de Sistema Nervoso Autônomo, sendo “autônomo” 
vindo do grego e o principal significado é independente. 
 O SNA inerva os músculos lisos, cardíacos e as glândulas, sendo assim 
responsável pelas funções involuntárias e independentes; seu controle está no núcleo 
pariventricular do hipotálamo (NPV). 
 Aferente 
SNV Simpático 
 Eferente – Sistema Nervoso Autônomo (SNA) 
 Parassimpático 
Particularidades do SNV aferente 
I. Estímulos não se tornam consciente (há exceções); 
II. Tem a carótida comum dividida entre externa e interna (não tem ramos no 
pescoço, ela é lisa), e na bifurcação das duas tem um seio chamado seio 
carotídeo, e acima tem o glombo carotídeo (órgão que fica junto ao seio 
carotídeo) os quais juntos são inervados por fibras do glossofaríngeo. Essas 
fibras são fibras aferentes viscerais, e no glombo carreiam informações para 
sistema nervoso central relacionados a variações nos níveis de O2, então são 
quimiorreceptores. Enquanto as fibras que inervam o seio carotídeo são 
fibras que transportam informações a pressão arterial, são barorreceptores. 
Quando existe uma oscilação na pressão arterial ou nos níveis de oxigênio, e 
o corpo faz uma regulação deles, isso é inconsciente. Em resposta a isso, irá 
ativar o SNV eferente. LEMBRETE: O núcleo que recebe informações 
aferentes viscerais e gustação é o núcleo do trato solitário. 
III. Sensibilidade visceral mais difusa que a somática. A dor, por exemplo, não é 
localizada; 
IV. A dor visceral apresenta comportamento diferente da somática, como 
queimação e ardência. 
Particularidades do SNV eferente – SNA 
I. Está ligado ao controle involuntário; 
II. Há presença de dois tipos de neurônios: 
 Neurônios pré-ganglionares – Geralmente amielínicos e fazem contato com 
o SNC; 
 Neurônios pós-ganglionares – Possuem contato com o órgão alfa; 
III. Suas sinapses acontecem no gânglio, por isso o nome desses neurônios, pois 
esse gânglio fica entre eles. 
 
Diferenças entre Sistema Nervoso Simpático (SNS) e Sistema Nervoso 
Parassimpático (SNP) (fig. 1) 
 
CARACTERISTICA SNS SNP 
 
Posição dos neurônios 
 pré-ganglionares 
 
Toraco-lombar 
T1 a L3 
Crânio-sacral 
Origem nos nervos 
cranianos e S1, S2, S3 e 
S4 
Posição dos gânglios 
Longe da víscera 
Perto ou dentro da 
víscera (Sis. Nerv. 
Entérico) 
Tamanho das fibras pré-
ganglionares 
 
Curtas 
 
Longas 
Tamanho das fibras pós-
ganglionares 
 
Longas 
 
Curtas 
Neurotransmissor das 
fibras pós-ganglionares 
Noradrenalina 
REAÇÃO DE LUTA OU 
FUGA 
 
Acetilcolina 
Sinapses entre as fibras 
pré e pós 
 
Muitas 
 
Poucas 
Ação Difusa* Localizada 
 
*Porque a ação do SNP é difusa? Porque no SNS o gânglio fica longe da víscera e aí 
acaba que a função dele nas vísceras é difusa, pois ate a informação chegar na viscera ela 
se difunde e se perde, e ao mesmo tempo muitas fibras pré fazem sinapse com as fibras 
pós, o que contribui para que o sistema nervoso simpático tenha uma ação mais difusa 
que o SNP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 
Ações do SNS e SNP 
 
*Miose – constrição da pupila 
*Midríase – dilatação da pupila 
 
ESTRUTURA SNS SNP 
PUPILA Midríase Miose 
 
GLANDULA 
LACRIMAL 
 
 
Vasoconstrição 
 
Secreção abundante 
GLÂNDULAS 
SALIVARES 
 
Vasoconstrição, secreção 
viscosa e escassa 
Secreção fluida e 
abundante 
MM. ERETORES DOS 
PELOS 
Ereção dos pelos Sem inervação 
GLÂNDULA 
SUDORÍPARA 
Secreção Sem inervação 
CORAÇÃO Taquicardia e dilatação 
das coronárias 
Bradicardia e constrição 
das coronárias 
VASOS SANGUINEOS 
(TRONCO E 
EXTREMIDADES) 
 
Vasoconstrição 
 
Sem ação 
BRONQUIOS Dilatação Constrição 
TUBO DIGESTORIO Diminuição do 
peristaltismo e fechamento 
dos esfíncteres 
Aumento do peristaltismo 
e abertura dos esfíncteres 
GLÂNDULAS 
SUPRARRENAIS 
Secreção de adrenalina Sem ação 
BEXIGA URINARIA Sem ação Esvaziamento 
SISTEMA 
REPRODUTOR 
Ejaculação e orgasmo Ereção 
 
 
Sistema nervoso simpático 
 O SNS apresenta fibras somente na parte toraco-lombar, e possuem gânglios para 
vertebrais (ao lado das vertebras) que tem origem na coluna intermedia lateral, mas já se 
organizam na cervical. 
 Gânglios cervicais para-vertebrais – os ramos que saem desses gânglios são muito 
importantes pois formam o plexo cardíaco: 
1. Gânglio cervical superior – dá origem ao nervo cardíaco superior. 
Importante também porque é dele que saem as fibras para a cabeça. Se o 
simpático faz midríase, mas não tem isso na cabeça, então como acontece? 
As fibras saem desse gânglio e seguem pela carótida interna, formando o 
plexo carotídeo interno, e indo para a cabeça. 
2. Gânglio cervical médio – dá origem ao nervo cardíaco médio; 
3. *Gânglio cervical inferior/ gânglio estrelado/ cérvico torácico – dá origem 
ao nervo cardíaco inferior. 
3.1 - Síndrome da dor complexa regional – Quando há uma lesão ou um 
trauma (principalmente no membro inferior) muito intenso (ex: tiro) em que 
ela tem uma imobilização do membro, ou até mesmo esforço repetitivo, 
acontece uma hiperativação do simpático, o qual ativa, por exemplo, o 
aumento da sudorese, surgimento de uma dor muito grande o qual faz perder 
o movimento. Se é uma lesão simpática, quando é no membro superior 
principalmente, uma das terapias é o bloqueio de um gânglio, e o melhor e 
mais efetivo é bloqueio anestésico desse gânglio estrelado. Os 
fisioterapeutas auxiliam muito para eliminar a cinesiofobia e a dificuldade de 
movimentos que o paciente pode desenvolver. (o botox é usado tb p isso) 
 
 Gânglios na região torácica são de 10 a 12 e formam o tronco simpático torácico. 
o Esses gânglios irão dar origem aos nervos esplâncnicos: 
 N.E. maior 
 N.E. menor 
 N.E. imo 
 
o Gânglios pré-vertebrais - eles vão para as vísceras abdominais e ficam 
perto dos ramos da aorta: 
 Gânglios celíacos – ficam junto ao tronco celíaco; 
 Gânglios aórtico-renais – junto as artérias renais. 
 Gânglios mesentéricos superior – relacionado a um ramo 
abdominal; 
 Gânglios mesentéricos inferior - relacionado a um ramo 
abdominal; 
 
 TRAJETO DAS FIBRAS PRÉ-GANGLIONARES (fig. 2,3) 
1º - Coluna intermedia lateral; 
2º - Raiz ventral dos nervos espinhais; 
3º - Ramos comunicantes brancos (possuem mielina, por isso chamado de branco) – 
eles levam essas fibras para os gânglios para vertebrais; 
4º - Tronco simpático dentro dos gânglios para-vertebrais. Quem une os gânglios 
para-vertebrais – os ramos interganglionares. Daí tem-se o tronco simpático que é 
formado pelos gânglios para vertebrais e interganglionares. 
 
 Passam pela região posterior do diafragma; 
 Dão origem aos gânglios PRÉ-VERTEBRAIS que 
vão levar as fibras até as vísceras. 
 
 LOCAIS DE SINAPSE ENTRE PRÉ E PÓS-GANGLIONARES (fig. 2,3) 
5º - O mais comum de acontecer é no gânglio para-vertebral no mesmo nível; 
6º - Algumas fibras ao invés de ir para o gânglio do mesmo nível, elas vão para um gânglio 
para-vertebral acima ou abaixo, conectados por ramos interganglionares. 
7º - Outras fibras podem fazer sinapse no gânglio pré-vertebral (NERVOS 
ESPLÂNCNICOS). 
 
 TRAJETO DAS FIBRAS PÓS-GANGLINARES (fig. 2,3) 
8º - As fibras saem pelo ramo comunicante cinzento e voltam para o nervo espinhal. 
REPETINDO: elas voltam para o nervo espinhal através do RAMO COMUNICANTECINZENTO; 
9º - Algumas fibras podem não voltar para o nervo e vão para a viscera direto por nervos 
independentes – ex.: O gânglio cervical superior que forma o plexo carotídeo interno; 
10º - Dos gânglios pré-vertebrais as fibras acompanham as artérias e vão para as 
vísceras. 
 
 
 
 
Figura 2 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 
Sistema nervoso parassimpático craniano 
 Nervos, gânglios e funções – Os núcleos são como a coluna intermedia lateral 
(origem) e os gânglios são análogos ao para e pré-vertebral, ou seja, onde 
acontece a sinapse. 
NERVO NUCLEO GÂNGLIO INERVAÇÃO 
 
OCULOMOTOR 
(VIII) 
EDINGER – 
WESTPHALL 
(núcleo acessório 
do oculomotor) 
 
CILIAR 
MM. ESFINCTER 
DA PUPILA E MM. 
CILIAR 
FACIAL 
(VII) 
NÚCLEO 
LACRIMAL 
PTERIGOPALATINO GLANDULA 
LACRIMAL 
FACIAL 
(VII) 
NÚCLEO 
SALIVATORIO 
SUPERIOR 
 
SUBMANDBULAR 
GLAND. 
SUBMANDIBULAR 
E SUBLINGUAL 
GLOSSOFARINGEO NÚCLEO 
SALIVATORIO 
INFERIOR 
 
OPTICO 
GLAND. 
PARÓTIDA 
VAGO NÚCLEO 
DORSAL DO 
VAGO 
GÂNGLIO 
TORACICO E 
ABDOMINAL 
VISCERAS 
TORÁCICAS E 
ABDOMINAIS 
 
 Gânglio ciliar - Nesse gânglio passam outros tipos de fibras que não são 
parassimpáticas, entretanto, por ele ser um gânglio parassimpático, apenas as 
fibras do oculomotor irá fazer sinapse nele, pois apenas as fibras do III são 
parassimpáticas. 
 
Íris, córnea e corpo ciliar N. Nasociliar (VI) 
 
 
m. Dilatador da pupila Plexo carotídeo interno 
 
 
Mm. Esfíncter da pupila N. oculomotor (III)* 
 
. Iris, córnea e corpo ciliar- reflexo córneo palpebral são essas fibras que carreiam 
ele, são sensitivas, passam por esse gânglio, mas NÃO fazem sinapse. 
 As fibras simpáticas que vão para o musculo dilatador da pupila vão fazer midríase 
passam também pelo gânglio, mas NÃO fazem sinapse. 
 APENAS O OCULOMOTOR VAI FAZER A SINAPSE. 
GÂNGLIO 
CILIAR 
Raiz 
simpática 
 IMPORTANTE: 
Se tiver uma lesão cervical, por exemplo, tem pacientes que possuem um tumor 
no ápice pulmonar (TUMOR DE PANCOAST) que lesionam o SNS cervical. Essa lesão 
bloqueia as fibras do plexo carotídeo interno, e a raiz simpática. Se bloqueia a raiz 
simpática, o que o paciente não vai fazer? Midriase, logo ele vai ter miose naquele olho. 
Ele vai ter uma anisocoria naquele olho, ou seja, a pupila ficará com tamanho diferente, 
vai ficar contraída. 
Então isso é parte de um quadro que se chama Síndrome de Claude Bernard – 
Horner. Bloqueou o simpático cervical, não chegando as fibras em duas regiões: 
musculo dilatador da pupila, não tendo midríase, fazendo com que ocorra função 
oposta, ou seja, miose da pupila, sendo chamada de pupila anisocórica (diâmetros 
diferentes); e a pálpebra cai, ptose palpebral, devido à falta de inervação no músculo de 
miller (músculos tarsal superior). Além disso, como bloqueia o simpático, terá uma 
diminuição da sudorese naquela região, deficiência na regulação do fluxo sanguíneo 
(hiperemia) e aumento da temperatura (rubor e calor). 
 * REPETINDO: Há o bloqueio do simpático cervical, o musculo que vai estar 
contraindo sem um antagonista será o esfíncter da pupila, gerando uma miose; associado 
a isso, terá a ptose palpebral devido as fibras simpáticas inervarem também o musculo 
liso da pálpebra superior o qual ajuda a manter a pálpebra elevada. 
IMPORTANTE ² - FIBRAS DA VIA OTICA 
Retinotectais 
 OBS: REFLEXO DO PISCAR 
 O colículo superior e o braço dele estão associados a via ótica, só que o trato ótico 
terminou no corpo geniculado lateral, fez sinapse, e desse corpo as fibras foram para o 
córtex occipital. Então para que serve o braço do colículo superior? As fibras da visão 
mesmo terminaram no corpo geniculado lateral e vão para o córtex occipital. Mas tem as 
fibras retinotectais, do nervo ótico, que vão passar pelo corpo geniculado lateral sem 
fazer sinapse, depois vão para o braço do colículo superior, seguindo para o colículo 
superior e chegando na parte de trás do mesencéfalo chamado de teto. Do teto eles vão 
descer para fazer sinapse com o núcleo motor do facial. Este nervo irá inervar os mm da 
mimica, inclusive o orbicular dos olhos, e aí, especificamente, o orbicular vai ser 
estimulado fazendo a contração e ocorrendo o “piscar dos olhos”. 
Pré-retinotectais 
 OBS: RELFEXO FOTOMOTOR 
As fibras pré-retinotectais vão pelo trato ótico passando pelo corpo geniculado 
lateral e descem pelo braço do colículo superior e chegaram lá. Essas fibras não estão 
relacionadas a visão propriamente dita. Essas fibras penetram o mesencéfalo, vão se 
direcionar para o núcleo de Eddinger Westphall, e inervar o esfíncter, fazendo a miose. 
Só que eles vão fazer miose bilateral. Então a ativação desse reflexo acontece quando 
você coloca a luz na pupila e tem a contração da pupila nos dois lados, tanto a que foi 
estimulada, quanto na outra que não recebeu estimulo. Na pupila que recebeu esse 
estimulo, é chamada de reflexo fotomotor direto, e na oposta é chamada de indireto ou 
consensual. 
 
Sistema nervoso parassimpático sacral 
 Tem origem em s2, s3, s4 e passam pelos nervos esplâncnicos pélvicos e chegam 
pelas vísceras pelo plexo hipogástrico inferior. Nas vísceras abdominais tem-se a 
formação desses plexos, como o hipogástrico inferior. No coração tem-se o plexo 
cardíaco. Então o que é o plexo? É uma mistura de simpático e parassimpático perto da 
viscera. 
 Plexo celíaco – tem fibras simpáticas e parassimpáticas. 
 Na pelve tem oplexo hipogástrico superior e inferior.